ANO C

Jo 14,1-6
Comentário do Evangelho
“Não se perturbe o vosso coração”
O discurso do capítulo 14 de João é a sequência
do relato da última ceia, em que Jesus lavou os pés dos discípulos e predisse a
traição de Judas Iscariotes (13,1-30). Trata-se de um longo discurso de
despedida que começa em 13,31 e vai até 14,31. O discurso é interrompido pelas
intervenções dos discípulos (vv. 5 [Tomé], 8 [Filipe] e 22 [Judas]), que fazem
avançar o discurso. O discurso visa encorajar os discípulos para que não
desanimem diante da paixão e morte de Jesus; os versículos 1 e 27 mostram isso:
“Não se perturbe o vosso coração”. De fato, o medo, a perturbação, a frustração
são ameaças à unidade. O medo dispersa, leva a abandonar os passos, projetos.
À exceção de Maria, mãe de Jesus, Maria Madalena,
Maria de Cléofas e o discípulo que Jesus amava (19,25-27), os
outros fugiram.
No entanto, só há um meio de vencer o medo, pela
fé: “Credes em Deus, crede também em mim” (v. 1). É a fé que permite não
esmorecer; é a fé que possibilita manter viva a palavra do Senhor em nós.
Somente a fé pode fazer compreender que a partida de Jesus não é abandono. Os
discípulos são convidados a fazer uma verdadeira Páscoa: do medo à fé; da
perturbação à paz. O que é prometido (cf. v. 3) deve sustentar esse êxodo.
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, meu coração anseia por estar em comunhão
contigo, em tua casa, lugar que Jesus preparou para mim. Que eu persevere
sempre no caminho que me leva a ti.
Fonte: Paulinas em 26/04/2013
Vivendo a Palavra
O Mestre nos assegura que só a fé – em Deus-Pai e
no Cristo, seu Enviado – pode nos assegurar a Paz verdadeira. O nosso coração
não ficará perturbado, na medida em que nós acolhermos a Verdade do Evangelho e
peregrinarmos pelo Caminho que leva ao Reino do Céu, seguindo o Cristo Jesus.
Fonte: Arquidiocese BH em 26/04/2013
VIVENDO A PALAVRA
João mostra o jeito terno de Jesus. “Não fique
perturbado o coração de vocês…” Ele se preocupava com nossas incertezas. E
mostra mais: as moradas da Casa do Pai são muitas e a salvação que Cristo nos
trouxe, ainda que deva ser assumida pessoalmente, precisa ser partilhada entre
todos e cada um dos irmãos-companheiros de jornada. Não cabe egoísmo no Reino
de Deus.
Reflexão
Jesus está prestes a concluir a missão para a
qual foi enviado pelo Pai e sabe que a sua presença histórica no meio dos
homens está perto do fim. Por isso, ele inicia a preparação dos apóstolos para
que reconheçam a sua nova forma de ser presença na vida das pessoas, assim como
para receberem o Espírito Santo e serem conduzidos por ele na sua missão
evangelizadora. Jesus inicia esta preparação mostrando aos discípulos que ele
jamais os abandonará, mas irá preparar um lugar para onde ele mesmo conduzirá
todas as pessoas que ele ama a fim de conviverem eternamente com ele.
Fonte: CNBB em 26/04/2013
Reflexão
Os discípulos de Jesus, com a notícia de que ele
vai deixá-los, perdem a serenidade. Perdemos a serenidade quando nos falta um
ponto de apoio, quando não sabemos aonde vamos. Mas Jesus os tranquiliza: que
ponham total confiança nele, assim como confiam em Deus. Jesus pessoalmente vai
arrumar um lugar para eles na casa do Pai, e no momento oportuno virá
buscá-los. Eles, que se mantêm fiéis no seguimento a Jesus, viverão para sempre
com ele na glória do Pai. Quanto ao caminho para chegar a Deus, eles o conhecem:
é o próprio Jesus. Com sua vida, morte e ressurreição, Jesus nos precede no
caminho. “Eu sou o Caminho… Ninguém chega ao Pai a não ser por mim”. Cabe aos
discípulos não perderem a direção, nem dispensarem o inseparável companheiro de
viagem, o próprio Jesus.
(Dia a dia com o Evangelho 2019 – Pe. Luiz Miguel
Duarte, ssp)
Meditando o evangelho
EU SOU O CAMINHO
A certeza da presença do Ressuscitado deveria ter infundido segurança e
coragem à comunidade cristã. Não faltaram, entretanto, elementos de
perturbação, e as dificuldades se multiplicavam.
A comunidade, porém, tinha motivos para permanecer tranqüila. O
Ressuscitado não a havia desamparado, antes, fazia-lhe promessas altamente
consoladoras. Ele estava de partida para junto do Pai, onde iria preparar um
lugar para seus discípulos. Depois, voltaria para tomá-los consigo, a fim de
que estivessem em comunhão com ele, para sempre. O Ressuscitado era o Caminho
pelo qual os discípulos, doravante, poderiam chegar ao Pai. Esse Caminho
verdadeiro haveria de fazê-los obter a vida.
Seria impossível deixar-se convencer pelo Ressuscitado, a não ser
acreditando nele e em suas palavras. Não uma fé superficial, mas uma fé tão
profunda igual à que as pessoas colocavam em Deus. Do mesmo modo que os antigos
colocavam fé em Deus, agora era preciso crer em Jesus e nas promessas que ele fazia.
A comunidade estava diante de um desafio. Somente pela fé seria possível
dar crédito às palavras de Jesus. Sem ela, suas promessas poderiam ser tomadas
como delírio de quem não sabe o que diz. Pela fé, porém, era possível estar
certo de que o Ressuscitado tinha como tarefa preparar um bom lugar, junto do
Pai, para os seus.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe.
Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE –
e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Senhor Jesus, dá-me uma fé profunda que me leve a crer sinceramente em
tuas promessas e a esperar a comunhão futura, na casa do Pai.
COMENTÁRIO DO EVANGELHO
1. NÃO SE PERTURBE!
(O comentário do Evangelho abaixo
é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica,
Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês).
O discípulo do Ressuscitado vê-se confrontado com
duas situações que, se mal compreendidas, poderão ser causa de perturbação. Por
um lado, tem diante de si um projeto, cujas exigências e conseqüências são
preocupantes: pautar a própria vida pelo ideal do Reino, num mundo hostil e
refratário ao amor, tem um preço a ser pago. Por outro lado, o discípulo
pergunta-se pelo fim de tudo isto, pela meta para onde caminha. O sentido da
caminhada e o ânimo com que ela é feita, dependem de uma certa lucidez. Caso contrário,
o discípulo deixar-se-á vencer pelo desânimo.
Jesus tomou a iniciativa de tranqüilizar os
discípulos, apelando para a fé: "Assim como vocês acreditam em Deus,
acreditem também em mim". Suas palavras elucidavam as dúvidas que povoavam
o coração deles. Acolhidas na fé, essas palavras surtiriam o efeito
tranqüilizador desejado.
Para os discípulos, abriu-se uma perspectiva de
comunhão escatológica com o Pai. Simbolicamente, Jesus referiu-se à casa com
muitas moradas. O vocábulo casa evoca afeto, convivência, intimidade. As muitas
moradas significam a disposição do Pai para acolher a todos, sem exceção.
Quem chegar na casa do Pai, será recebido por ele.
Esse lugar de acolhida será preparado por Jesus,
o qual precederá os seus discípulos. Com uma tal certeza, pode-se deixar de
lado todo receio. Basta seguir o caminho aberto por Jesus.
Oração
Espírito de tranqüilidade, afasta para longe de
mim toda perturbação, e faze-me confiar plenamente nas palavras de Jesus, que
já nos preparou um lugar na casa do Pai.
Fonte: NPD Brasil em 26/04/2013
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. Corações
Perturbados.
(O
comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da
Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)
No evangelho de João estamos diante de um Jesus que fala muito, os
discursos ocupam a maior parte, é sempre bom lembrar que os escritos Joaninos
situam-se mais ou menos nos anos 90, quase final do primeiro século, marcado
por intensa perseguição aos cristãos.
O quadro que se apresenta é de insegurança e perturbação, certamente o
grupo dos discípulos também viveu essa mesma experiência nos dias que
antecederam a paixão e morte do Senhor, no coração dos pobres e simples, os
ensinamentos de Jesus eram bem acolhidos, mas nas Lideranças Religiosas, ao
contrário, a rejeição e a incredulidade eram evidentes.
As comunidades do final do primeiro século também estão inseguras, todos
se perguntam que destino terá o Cristianismo iniciado pelos discípulos de
Jesus, como sobreviver em um ambiente tão hostil ao evangelho, onde os cristãos
são considerados membros de uma seita perigosa ao sistema.
Os cristãos têm consciência da missão que fora confiada á igreja, pelo
próprio Senhor, mas por outro lado sentem-se impotentes e nada podem fazer para
reverter o quadro.
Nossas comunidades cristãs neste terceiro milênio, embora em outro
contexto vivem o mesmo drama, o que fazer diante de um mundo cada vez mais
hostil ás coisas de Deus Pai? Como agir em uma sociedade que ainda não conhece
de fato a Jesus Cristo, seu Reino e seu evangelho. Filipe não conhecia o Pai, e
hoje em nossas comunidades, muitos também não conhecem a Deus, fazendo dele uma
imagem distorcida.
Muitos vivem em comunidade, recebem um Batismo, tem contato com Deus nos
Sacramentos, ouvem a Deus na Palavra, comungam Deus na Eucaristia, mas não
sabem ao certo quem é Deus, e essa fé em Jesus nem sempre os faz ser, pensar e
agir diferente. Crêem em Jesus mas não o aceitam como Senhor de suas Vidas,
aliás, nem admitem que ele interfira em suas vidas, é a chamada Religião onde
as pessoas se “sentem bem”, sem qualquer compromisso com a moral ou ética.
Tomé não conseguia ligar Fé e Vida, sua relação com Deus se fundamentava
em revelações e manifestações grandiosas através do messianismo de Jesus. Ele
não consegue pensar em um Reino que irá acontecer em definitivo, algo que só
Jesus sabe o caminho, e que vai muito além de qualquer Reino terreno, por isso
irá dizer a Jesus “Senhor, mostra-nos o caminho”. “Eu sou o caminho, a
Verdade e a Vida”.
O caminho é bem conhecido, não podemos dar a mesma desculpa de Tomé
“Senhor, não sabemos para onde vais”! Não sabemos o que fazer, ou que estilo de
vida adotar enquanto cristãos. Essa é uma desculpa esfarrapada demais, o nosso
caminho é o mesmo de Jesus, é o caminho do serviço, percorrido sempre com amor
e entusiasmo, ainda que diante de nós, tenhamos muitas vezes as cruzes dos
fracassos, o tormento das nossas limitações.
A Fé no Pai que se revelou em Jesus, aquele a quem seguimos, sempre nos
reanima as forças, nos faz olhar á frente e seguirmos adiante, para uma Vida
além de tudo o que hoje vemos, sentimos e somos. Esse lugar que já está
reservado ao homem de Fé, é ao lado de Deus, para isso Ele nos fez e nisso
consiste a Salvação... Ele já está a disposição, ainda nesta vida, para quem se
dispuser a Ser Discípulo Fiel de Jesus.
2. Como
conhecer o caminho?
(O
comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia
dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)
Na última Ceia, Jesus dá aos discípulos uma recomendação verdadeiramente
importante: “Não se perturbe o vosso coração! Credes em Deus, crede também em
mim. Na casa de meu Pai há muitas moradas. Não fosse assim, eu vos teria dito.
Vou preparar um lugar para vós”. “Voltarei, acrescenta Jesus, e vos levarei
comigo, a fim de que, onde eu estiver, estejais vós também.” No fim da primeira
parte do Evangelho de São João, Jesus diz que quer que os discípulos estejam
onde ele estiver. Ele se referia à sua atividade terrena. Frequentar os lugares
e as pessoas que Jesus frequentou. Agora, antes da sua glorificação, ele repete
que quer que estejamos onde ele está. Ele está no céu. É lá que deveremos estar
com ele para sempre. Ele foi preparar um lugar para nós na casa do Pai, onde há
muitas moradas. E ele é o caminho para chegarmos até lá. Jesus empenha a sua
palavra dando fé ao que está dizendo. “Se não fosse assim, eu vos teria dito”,
diz ele aos seus amigos. “Se não fosse assim, eu teria dito.” Então é porque
ele está dizendo. Cremos em Deus, cremos também em Jesus Cristo. Nosso coração
não se deve perturbar com mais nada. O fim está garantido, e os meios também. A
casa está preparada e o caminho é Jesus.
HOMIIA DIÁRIA
Postado por: homilia
abril 26th, 2013
Diante das tantas dificuldades pelas quais
passamos – situações de traição, abandono, desconfiança, injustiça, calúnia,
fofoca, doença, desemprego, complicada situação financeira -, Jesus confortou
os Seus discípulos para que não se preocupassem. Assim também hoje e neste
Evangelho acontece. Jesus nos dirige palavras de conforto. Ele mostra que
jamais nos deixou abandonados.
O nosso Deus é presente. É preciso vivermos a
certeza de que Ele está no meio de nós dando-nos força e coragem para que, a
cada dia, avancemos rumo à meta. Sabemos que o caminho é duro demais e, muitas
vezes, parece sem fim. E o melhor, então, é sentar e desistir. Todavia, meu
filho, o mérito, a vitória, o segredo, ou seja, o trunfo de tudo isto está em
saber que, enquanto caminhamos, ouçamos – e sintamos! – ecoar dentro de nós as
santas palavras de Jesus: “Não
se perturbe o vosso coração. Tendes fé em Deus, tende fé em mim também”.
Com Jesus e por Jesus somos mais que vencedores.
Ele é a única solução para nossas vidas. Ele é o caminho que nos conduz à casa
do seu e nosso Pai. Quero relembrar a figura da porta: Jesus é a porta de
entrada para a casa do Pai.
Se com fé, confiança e perseverança você clama
por Jesus, Ele virá erguê-lo ainda que você esteja no fundo do poço. Com Jesus
e pela força da oração tudo pode ser mudado!
Isto não são falácias, sofismas. Quem nos garante
é o próprio Senhor: “quando
eu tiver ido preparar-vos um lugar, voltarei e vos levarei comigo, a fim de que
onde eu estiver estejais também vós”.
Na dúvida de Tomé, Jesus já respondeu a minha e a
sua dúvida. Portanto, creia! Acredite, professe a sua fé em Jesus que é o
Caminho, a Verdade e a Vida que nos conduz até Deus, nosso Pai.
Padre Bantu Mendonça
Fonte: Canção Nova em 26/04/2013
Oração Final
Pai Santo, dá-nos Fé! E, com ela, coragem de nos
entregarmos à Tua proteção, como crianças que se jogam nos braços paternos.
Dá-nos força para o serviço generoso aos irmãos de caminhada, anunciando-lhes o
teu Reino de Amor. Pelo Cristo Jesus, teu Filho que se fez nosso Irmão e
contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 26/04/2013
ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, nós te agradecemos pelo inefável dom
do Cristo, teu Filho Unigênito que se fez humano em Jesus de Nazaré – Ele que,
ressuscitado, contigo vive e reina na unidade do Espírito Santo. Dá-nos, Pai
querido, sabedoria para conhecê-lo como Verdade; coragem para segui-lo como
Caminho; e perseverança para assumi-lo como Vida – por toda nossa existência.»
http://arquidiocesebh.org.br/para-sua-fe/espiritualidade/meu-dia-em-oracao/eu-sou-o-caminho-a-verdade-e-a-vida-ninguem-vai-ao-pai-senao-por-mim/dade-vda-ninguem-vai-ao-pai-senao-por-mim/

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