ANO C

Jo 10,1-10
Comentário do Evangelho
Quem conduz o povo de Deus é o Senhor, Bom Pastor
A afirmação mais importante do evangelho de hoje
é que Jesus é a “porta das ovelhas”. O contexto do capítulo 10 é a controvérsia
com os fariseus, adversários por excelência de Jesus, no evangelho segundo
João. A afirmação “Eu sou” (cf. Ex 3,7ss) é a afirmação da divindade de Jesus.
“Eu sou a porta das ovelhas.” Trata-se da porta
de um cercado, sem telhado. E como tal, ele permite entrar e sair; como toda
porta, abre e fecha. Quando a porta fecha é para proteger o rebanho contra os
inimigos predadores que ameaçam a vida de todo rebanho. Quando a porta é aberta
para fazer o rebanho sair, o Pastor vai à frente para conduzir o rebanho em
segurança à verdadeira pastagem (cf. Sl 23[22]). Quem conduz o povo de Deus é o
Senhor, Bom Pastor. O alimento que sustenta o povo, do qual o Cristo é o
Pastor, é a sua própria vida entregue para a vida do mundo (ver: Jo 6). Quanto
ao rebanho, ele segue unicamente o Pastor, cuja voz ele conhece.
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, torna-me um discípulo dócil de Jesus, o verdadeiro pastor que arriscou a própria vida para me salvar. Somente ele poderá conduzir-me para ti.
Fonte: Paulinas em 22/04/2013
Vivendo a Palavra
O Mestre da Galiléia acentua a profunda confiança
que as ovelhas depositam no pastor verdadeiro e, com seu exemplo de
relacionamento, indica como deseja que vivamos nós, que somos hoje a sua
Igreja. Será que nós temos nos empenhado em ser a porta desejada e confiável
para todos os irmãos?
Fonte: Arquidiocese BH em 22/04/2013
VIVENDO A PALAVRA
Jesus acentua a profunda confiança que as
ovelhas depositam no pastor verdadeiro e, com seu exemplo, indica como deseja
que vivamos nós, que somos a sua Igreja. Celebramos hoje aquela que melhor
confiou no Pai – Maria, a Senhora de Fátima – para tomá-la como exemplo. Será
que nós temos nos empenhado em ser, como Maria, a porta desejada e confiável
para todos os irmãos?
Reflexão
A porta de qualquer imóvel tem ao menos duas
utilidades: proteger e libertar. Quando as pessoas estão na casa, a porta
fechada oferece segurança, bem-estar, privacidade. Ao mesmo tempo, quando a
porta se abre, pode-se entrar e sair livremente. Jesus é a porta das ovelhas.
Dá segurança ao povo, defende-o dos ataques inimigos. Quem deixa de utilizar a
porta, isto é, quem não reproduz a prática libertadora de Jesus, mas usa
subterfúgios, boas intenções não tem. Jesus os chama de ladrões e assaltantes
da vida e liberdade do povo. Referência imediata aos dirigentes do povo que não
o defende, mas explora; não lhe garante vida digna, ao contrário, o mantém na
miséria desumana. Jesus, a verdadeira porta das ovelhas, “vem para que todos
tenham vida e a tenham e abundância”.
(Dia a dia com o Evangelho 2019 – Pe. Luiz Miguel
Duarte, ssp)
Meditando o evangelho
VALE A PENA CRER NO RESSUSCITADO
Jesus não foi a única pessoa a abordar os discípulos e a convidá-los
para o seu seguimento. Eram muitas as concepções teológicas e políticas, no
tempo de Jesus. E todas procuravam arrebanhar adeptos. Como sempre acontece
nestas circunstâncias, existiam propostas de todo o tipo. Era preciso estar
atento para não se deixar enganar. A proposta de muitos era comparável à
atitude de ladrões e salteadores, cujo interesse pelas pessoas não era senão o
de tirar proveito delas, e de explorá-las.
A atitude de Jesus, pelo contrário, fundava-se numa preocupação
autêntica: guiar e proteger cada um de seus discípulos. O Mestre conhecia
intimamente a todos eles. Não se poupava quando se tratava de tomar a defesa
deles. Seu grande desejo era que tivessem vida e vida em abundância. Portanto,
estava todo a serviço de seus seguidores.
A Ressurreição confirmou as palavras de Jesus e lhe possibilitou
tornar-se o bom pastor da comunidade, para além dos limites do tempo e do
espaço. Mais do que nunca, ele podia comunicar a seus discípulos a vida plena
recebida do Pai. Quem se predispusesse a segui-lo podia estar certo de que não
haveria de se decepcionar. Jesus não era um estranho, era o Filho por
quem o Pai havia demonstrado um amor infinito ao ressuscitá-lo. Por isso, estava
em condições de satisfazer os anseios mais profundos de seus seguidores.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor
em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a
cada mês)
Oração
Senhor Jesus, dá-me discernimento para seguir sempre a ti, bom pastor,
porque, junto a ti, poderei ter vida abundante.
COMENTÁRIO DO EVANGELHO
1. A QUEM SEGUIR?
(O comentário do Evangelho abaixo
é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica,
Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês).
Os discípulos devem estar alertas. De todos os
lados, surgem pressões, visando afastá-los do projeto de Jesus. Quem não está
atento, corre o risco de ser enganado. O pastor das ovelhas age de maneira
muito diferente dos salteadores e ladrões. Cada um é reconhecido por seu modo
de proceder.
O pastor tem com as ovelhas um relacionamento
feito de confiança e amizade. A intimidade permite que se conheçam mutuamente.
As ovelhas conhecem-no pela voz. Ele as chama pelo nome. Cada ovelha tem um
valor particular. Elas são levadas para pastar, sob a atenta vigilância do
pastor, que lhes dá segurança e as defende.
Esta é a imagem do relacionamento de Jesus com
seus discípulos.
Contrariamente ao pastor, agem os estranhos que
não nutrem um autêntico interesse pelas ovelhas. Atuando com engodo, podem
colocá-las em perigo. Sua única preocupação consiste em tirar proveito de sua
ingenuidade, abandonando-as quando não se prestam às suas perversas intenções.
A atitude natural das ovelhas é fugir, quando se aproxima um estranho, cuja voz
não conhecem. Elas sabem que estão correndo perigo. Contudo, são
suficientemente espertas para não se deixarem levar por quem é ladrão e
salteador.
O discípulo de Jesus não se deixa enganar. Ele
sabe distinguir muito bem entre o pastor e os ladrões e salteadores. Por isso,
não hesita em fugir, quando estes se aproximam.
Oração
Espírito de sagacidade, que eu não seja enganado
por aqueles que querem me afastar do projeto de Jesus. Antes, ensina-me a
reconhecê-los e a fugir deles.
Fonte: NPD Brasil em 22/04/2013
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. UM ESTRANHO NO REDIL
(O comentário do Evangelho abaixo
é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata
– Votorantim – SP)
Eu achava estranho esse evangelho do Bom Pastor no tempo pascal,
parece que se interrompem bruscamente as narrativas das famosas aparições de
Jesus Ressuscitado aos discípulos, tão cheias de mistério e encanto, para falar
de um assunto que não tem nada a ver, mencionando palavras repetitivas como
redil, porta, pastor, ovelhas... E alguns adjetivos como, estranho, ladrão, assaltante,
que nos faz imediatamente pensar nos outros, naqueles que são de fora do
rebanho, nos que hostilizam a Igreja e o Reino de Deus, são esses que devemos
ter cuidado, mas não ! Jesus fala com os de “dentro”, ou seja, com a
comunidade, e aqui precisamos tomar muito cuidado, para não nos julgarmos como
membros exclusivos de um Rebanho de qualidade superior a todos os demais, os
“queridinhos e prediletos” de Deus.
E uma boa chave de leitura aparece logo no início do evangelho:
Jesus é a Porta!Para entrar no Redil, para fazer parte da comunidade da Igreja,
só há uma porta: Jesus Cristo, é ele que no dia do nosso Batismo nos introduz
na comunidade. Não posso ser Cristão por razões ideológicas, ou para sentir-me
bem com a minha consciência, vivendo em paz, sem preocupações nesta vida.
Não posso tão pouco participar da comunidade e das celebrações
apenas por preceito, pois existe aí o perigo dos nossos interesses falarem mais
alto, conheci dois casos diferentes, em um deles, porque mudaram as músicas que
vinham sendo cantadas, um instrumentista enfiou o violão no saco e saiu pisando
duro, dizendo que nunca mais botaria os pés na igreja, e conheci um
acordeonista, que ao contrário, começando a tocar em celebrações sertanejas,
tornou-se um membro ativo da comunidade e tomou gosto pela vida em comunhão, ai
está a grande diferença entre, ser frequentador da comunidade, e ser um
Seguidor de Jesus de Nazaré. Quem se tornou cristão por causa de Jesus, após
ter feito com ele uma experiência profunda de Vida em comunhão, passou pela
Porta, mas aqueles que são meros frequentadores, e não fizeram ainda essa
experiência querigmática com o Senhor, são os que pularam a janela, entraram as
escondidas pelos fundos, e quando chega a crise, esses mercenários são os
primeiros a darem no pé, porque sentem que vão perder algo.
Mudam de igreja, de comunidade, de paróquia, de grupo, e nunca
se encontram, há os que mudam até de família, passam a vida procurando a
perfeição do cristianismo, e não encontrando acabam caindo no desânimo e frustração
descobrindo mais tarde, que quem tinha de mudar eram eles, e não as pessoas.
Quando nossos interesses falam mais alto que as coisas do Reino
de Deus, nos tornamos estranhos no ninho, ladrões e assaltantes, porque
roubamos o espaço e o tempo da assembleia, das pastorais e movimentos, só para
vender nossa imagem fazendo o nosso marketing pessoal. Tornamo-nos estranhos ao
rebanho porque a nossa conduta e procedimento, e o jeito de pensar, não reflete
de forma alguma o santo evangelho, a vida de comunhão ou a koinonia como diz o
termo grego.
Ao contrário, quem passa pela Porta que é Jesus Cristo, torna-se
também um pastor, aquele que cuida, mostra o caminho, socorre os fracos e
feridos, que na comunidade são tantos, e se for preciso, carregam no colo as ovelhinhas
que não podem caminhar, exatamente como faz esse Bom Pastor que é Jesus Cristo.
As ovelhas o seguem, porque ouvem e conhecem sua voz, ou seja, a relação com
ele é marcada por uma grande intimidade, de quem conhece a voz, isso é, a
Palavra de Deus, e que por isso se torna um discípulo.
Claro que o evangelho do 4º Domingo da Páscoa, fala forte no
coração dos jovens despertando uma possível vocação, projetando esse pastoreio
na Vocação Sacerdotal, mas é preciso essa compreensão mais ampla de que somos
todos ovelhas e pastores, somos cuidados, mas também somos cuidadores, em um
amor co responsável, que vai ao encontro do outro porque o aceita como irmão no
Senhor Jesus.
E há na segunda leitura dessa liturgia, uma afirmação do
apóstolo Pedro, que reforça essa comunhão de vida: Carregou os nossos pecados
em seu corpo sobre o madeiro, para que , mortos aos nossos pecados vivamos para
a Justiça.
Ser comunidade é carregar o outro em nossa vida, com todos os
seus pecados e defeitos, fazer isso por puro amor, amor que aceita, que
compreende que perdoa sempre e é misericordioso, pois carregar o outro com seus
carismas e perfeições, não requer nenhum sacrifício e é até agradável. A
exemplo de Jesus, Nosso Deus e Senhor, sejamos todos pastores e que aprendamos
a amar a todos, mesmo os “estranhos” do Redil, pois o amor poderá salvá-los,
levando-os a uma experiência sincera e profunda com Jesus mediante o nosso
testemunho.
2. Ele chama cada uma pelo nome!
(O comentário do Evangelho abaixo
é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e
disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)
Jesus Ressuscitado é o Bom Pastor. O redil, onde as ovelhas são
guardadas durante a noite, tem uma porta. É por ela que se entra e que se sai.
O ladrão e o assaltante não entram pela porta. “A porta”, disse Jesus, “sou
eu”. “Eu sou a porta das ovelhas.” Ele veio para que as ovelhas tenham vida em
abundância. Quem não tem o pensamento de Jesus, não se identifica com ele, não
quer ser como ele, não é bom pastor. É ladrão e assaltante. Esse engana as
ovelhas. Usa da religião para tirar proveito próprio. É uma pessoa perniciosa
que introduz a corrupção nas coisas sagradas. Não é de estranhar que alguém
assim proceda, dada a imperfeição da natureza humana. Estranho é que muitas
pessoas se deixem enganar e sigam quem não tem a voz do Bom Pastor. Proteja-nos
o Bom Pastor!
HOMILIA DIÁRIA
Postado por: homilia
abril 22nd, 2013
Em todos os evangelhos, João é o único que nos apresenta Jesus
diretamente como sendo a porta das ovelhas. Jesus indica claramente que Ele é a
única porta por onde devem entrar todos os pastores de Israel. Ou seja, os reis
ou dirigentes messiânicos de Israel devem se ajustar ao único verdadeiro pastor
que é Jesus. Quem não entrar, como os apóstolos, pela sua porta não pode ser
verdadeiro pastor. Por isso, na continuação, Jesus explica seu papel de supremo
e verdadeiro pastor. A afirmação de Jesus, segundo a qual Ele é a porta do
aprisco, é de tal modo absoluta que nos obriga a mantê-la como uma verdade de
fé. Todo aquele que não se compromete com Jesus e seus ensinamentos não pode
ser verdadeiro pastor das ovelhas que constituem os súditos do Reino.
Essa porta é única, de modo que qualquer outra
porta moral ou dogmática será o mesmo que entrar no aprisco por cima da cerca.
E isso é roubalheira, é vandalismo, prática própria dos ladrões que servem
melhor a seus interesses do que ao bem das ovelhas a eles encomendadas.
Quem são os tais? Evidentemente, aqueles que
buscam o dinheiro como proveito de seus serviços, ou a fama para serem louvados
como tais líderes. Jesus coloca seu serviço como “dar a vida” e, para isso, Ele
escolheu a morte para que elas tenham vida (Jo 10,15). Jesus dirá como os
chefes da terra subjugam e dominam, mas aquele que quiser ser grande entre seus
discípulos deve servir a todos como fez Ele mesmo (Mt 20,25-28).
Não podemos esquecer que os primeiros pastores
são os próprios pais. Neste mundo em que o bem-estar e o prazer substituem o
amor e o serviço, é bom recordar as palavras de Jesus sobre como apascentar as
ovelhas que, no caso, são os filhos.
“Em verdade vos declaro: Eu sou a porta das
ovelhas.” Jesus acaba de abrir a porta que nos tinha mostrado fechada. Ele
mesmo é essa porta. Reconheçamo-lo, entremos e alegramo-nos por ter entrado.
“Os que vieram antes são ladrões e salteadores”.
É preciso compreender: “Os que vieram fora de mim”. Os profetas vieram antes
dele; eram ladrões e salteadores? De forma nenhuma, porque não vieram fora de
Cristo; estavam com Ele. Ele tinha-os enviado como mensageiros, mas tinham nas
suas mãos o coração dos enviados. “Eu sou o caminho, a verdade e a vida”, diz
Ele (Jo 14,6). Se Ele é a verdade, os que estavam na verdade estavam com Ele.
Os que vieram fora dele, pelo contrário, são ladrões e salteadores porque só
vieram para pilhar e fazer morrer. “A esses, as ovelhas não escutaram”, diz
Jesus.
Mas os justos acreditaram que Ele viria tal como
nós acreditamos que Ele já veio. Os tempos mudaram, a fé é a mesma. Uma mesma
fé reúne os que acreditavam que Ele devia vir e os que acreditam que Ele já
veio. Vemos entrar todos, em épocas diferentes, pela única porta da fé, quer
dizer, Cristo. Sim, todos os que acreditaram no passado, no tempo de Abraão, de
Isaac, de Jacó, de Moisés ou dos outros patriarcas e profetas que, todos eles,
anunciavam Cristo, todos esses eram já suas ovelhas. Neles se ouviu o
próprio Cristo, não como uma voz estranha, mas com a sua própria voz.
Portanto, quem entrar por Jesus encontrará
pastagem, isto é, alimento para a vida. E vida em abundância: a vida eterna.
Pai, torna-me um discípulo dócil de Jesus, o
verdadeiro pastor que arriscou a própria vida para me salvar. Somente Ele
poderá conduzir-me para Ti e contigo viver eternamente.
Padre Bantu Mendonça
Oração Final
Pai Santo, dá-nos a consciência de que, mesmo
sendo modesta a participação na história, nosso testemunho de fé pode ser
importante para quem está ao nosso lado. Por isto, Pai amado, ajuda-nos a viver
seguindo o Cristo Jesus, teu Filho e nosso Irmão, que contigo reina na
unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 22/04/2013
ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, dá-nos a consciência de que, mesmo
sendo modesta a nossa participação na história, o testemunho de fé que damos
pode ser importante para quem está ao nosso lado. Por isto, amado Pai,
ajuda-nos a viver seguindo o Cristo Jesus, teu Filho e nosso Irmão, que contigo
reina na unidade do Espírito Santo.

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