Santos Fermo e Rústico
Século III
Fermo e Rústico foram dois mártires da África do
Norte. O primeiro teria morrido em Cartago, no tempo do imperador Décio, que
empreendeu uma grande e dura perseguição aos cristãos nos anos de 249 até 251.
O segundo teria sido morto, junto com outros, na região da Argélia, durante o
império de Valeriano.
As suas relíquias encontram-se na igreja de São Fermo e São Rústico, em Verona,
na Itália. Trata-se de um conjunto arquitetônico muito exótico, formado por
duas igrejas, construídas uma sobre a outra, em momentos diferentes. Uma teria
sido construída durante o século XIII e a outra pelo século XIV. A magnífica
igreja superior guarda as urnas de Fermo e Rústico, os quais possuem uma
história muito interessante, envolta de longínquas tradições cristãs do Oriente
e do Ocidente.
Segundo elas, Fermo e Rústico não eram africanos, mas veronenses de origem.
Teriam sido mortos decapitados por não renegarem a fé em Jesus Cristo no tempo
do imperador Maximiano, entre 286 e 310. Depois disso, seus corpos teriam sido
enviados a Cartago, no norte da África, para serem sepultados.
Porém suas relíquias tiveram novamente o rumo da Itália, entre 757 e 774,
devido à aclamação do povo. O retorno foi patrocinado pelo bispo de Verona,
Annone, que custeou o traslado das relíquias de volta à sua terra natal. Os
dois mártires foram acolhidos com grande solenidade, quando os corpos foram
depositados nas igrejas, que há muito tempo já haviam sido erguidas em honra de
seus nomes.
Essa história está registrada em dois documentos: no "Translatio ss. Firmi
et Rustici", da segunda metade do século VII, e no "Il ritmo
pipiniano", escrito entre os séculos VIII e IX. Naquela época, o norte da
África estava sob domínio dos vândalos de Genserico. Isso provocou uma
emigração de cidadãos romanos, fugitivos, de volta à Itália.
Verona era a província que mais acolhia esses fugitivos. Ela teve, mesmo, como
bispo, o norte-africano Zeno, também um fugitivo, que hoje é festejado como
Padroeiro da cidade. Ele é um bom exemplo de como o povo veronense tinha grande
veneração pelos mártires africanos. Assim, é bem possível que tenham adotando,
também, os santos Fermo e Rústico, muito celebrados como padroeiros de Verona.
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