
Jacob Gapp
Bem-aventurado
1897-1943
Jacob Gapp nasceu em Wattens, na região do Tirol,
na Áustria, em 26 de julho de 1897. Foi voluntário na Primeira Guerra Mundial,
transcorrida de 1914 a 1918, caindo prisioneiro das tropas italianas ao final
do conflito. No ano seguinte, estando em liberdade, voltou a ser voluntário,
mas dessa vez numa congregação religiosa: a Sociedade de Maria.
Essa Ordem, fundada pelo francês padre Guilherme Chaminade, tinha por objetivo
a educação da juventude e espalhou-se por vários países, inclusive a Áustria.
Os integrantes eram chamados marianistas, que depois tornaram-se conhecidos em
todo o mundo e o seu fundador foi canonizado pela Igreja.
Jacob iniciou o seu noviciado em 1920 e foi estudar na França e na Suíça. Dez
anos depois, já sacerdote consagrado, voltou para sua terra natal. Em 1933,
Adolf Hitler chegou ao poder na Alemanha, instaurando um Estado totalitário,
inspirado na superioridade da "raça ariana". O seu violento
expansionismo acabou atingindo a Áustria, em 1938, onde a população, amedrontada
e ameaçada, passou a denunciar e entregar todos os judeus e antinazistas, numa
tentativa desesperada de evitar a represália do cruel exército alemão.
Jacob Gapp era um desses antinazistas convictos e poderia ser preso a qualquer
momento. Mas isso não o intimidava. Tinha uma radical aversão à visão racista,
também condenada pelo papa Pio XI por meio da famosa encíclica "Mit
Brennender Sorge" de 1937. Jacob pregava, abertamente, que o cristianismo
e o nazismo eram incompatíveis, não havendo a menor possibilidade de
entendimento entre os dois.
Perseguido pela Gestapo, a agência de espionagem nazista, Jacob fugiu da
Áustria, passando pela França e fixando-se na Espanha, em uma comunidade
marianista de Valência. Porém os implacáveis espiões nazistas perseguiram-no até
lá, sendo preso e deportado para Berlim.
Na capital alemã, Jacob enfrentou sete longos meses de cárcere. Mas seu
julgamento, que não durou mais de duas horas, culminou com sua condenação à
morte. Em 13 de agosto de 1943, na penitenciária de Ploetzansee, Jacob Gapp foi
decapitado.
Poucas horas antes da execução, escreveu cartas animadoras a seus familiares e
superiores: "Considero este dia como o mais belo de minha vida. Atravessei
duras provas, mas agora estou feliz". O papa João Paulo II proclamou bem-aventurado
Jacob Gapp em 1996, designando o dia de sua morte para o seu culto.
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