
São Gerardo Tintori
1135-1207
1135-1207
Até o ano do seu nascimento, 1135, os hospitais que
surgiram na Europa foram fundados, a maioria, por obra de religiosos. Mas o de
Monza, sua cidade natal, em 1174, quem o fez nascer foi ele, Gerardo Tintori.
Ele investiu toda a fortuna que herdou do seu pai, um nobre muito rico, nos
doentes abandonados. Colocou a obra sob o controle da prefeitura e dos
religiosos da igreja de São João Batista, e reservou para si o trabalho mais exaustivo:
carregar nas costas os doentes recolhidos nas ruas, banhá-los, alimentá-los e
servi-los.
Alguns voluntários se juntaram a ele, que os organizou como um grupo de leigos,
unidos, entretanto, por uma disciplina de vida celibatária. Gerardo era considerado
santo ainda em vida por todos os habitantes da cidade. A tradição diz que ele
conseguiu impedir uma enchente do rio Lambro, salvando o hospital da inundação;
que também enchia as despensas prodigiosamente com alimentos, e a cantina com
vinho.
A ele eram atribuídos outros pequenos prodígios, envoltos de delicadeza e
poesia: consta que Gerardo pediu aos sacristãos da igreja que o deixassem fazer
penitência rezando toda a noite dentro dela, prometendo para eles cestas de
cerejas frescas e maduras. E no dia seguinte, de fato, entregou as cerejas
maduras para todos. Todavia era o mês de dezembro, nevava e não era a época das
cerejas maduras.
Quando ele morreu, no dia 6 de junho de 1207, começaram as peregrinações à sua
sepultura, na igreja de Santo Ambrósio, mais tarde incorporada à paróquia da
igreja com seu nome. Correu a voz popular contando outros milagres atribuídos à
sua intercessão e seu culto propagou-se entre os fiéis.
O reconhecimento canônico de sua santidade só foi obtido por iniciativa do
bispo de Milão, Carlos Borromeu, hoje santo, que encaminhou o pedido a Roma. Em
1583, foi proclamada sua canonização pelo papa Gregório XIII.
São Gerardo Tintori é um dos padroeiros da cidade de Monza, e seus compatriotas
dedicaram-lhe, no século XVII, um monumento; e até hoje o chamam de "Pai
da Cidade". Na igreja de São João Batista, em que ele fazia orações e
penitências, pode ser visto seu retrato pintado, onde está representado
vestindo roupas surradas, descalço e com uma cesta de cerejas maduras, como as
que distribuiu naquela noite de inverno europeu.
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