ANO C

15º DOMINGO DO TEMPO COMUM
Ano C – Verde
“E quem é o meu próximo?” (Lc 10, 29)
Lc 10,25-37
Ambientação
INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL PULSANDINHO: A
Liturgia deste domingo nos confrontará com o ensinamento de Jesus sobre o amor
fraterno. Ele, imagem visível do Deus invisível, aproximou-se de nossa
humanidade tornando-nos verdadeiramente seus. Celebremos, portanto, a
manifestação redentora do amor divino, e supliquemos a capacidade de sermos
próximos aos mais necessitados.
INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL O POVO DE
DEUS: Irmãos
e irmãs em Cristo Jesus. Como assembleia eucarística, formamos o Corpo místico
de Cristo na intimidade com o Pai. Cristo, o bom samaritano, vem até nós e,
movido pela compaixão de Deus, cura nossas feridas, restitui-nos a dignidade
humana e nos integra na convivência divina pela entrega de sua vida. Que esta
celebração nos ajude a afirmar o nosso compromisso de sermos, como o Senhor
Jesus, bons samaritanos, atentos, solidários e compassivos com quem sofre.
INTRODUÇÃO DO WEBMASTER:O O homem da religião natural, experimentando "dentro"
da existência a fragilidade da vida, pensa encontrar fora de sí, em Deus, a
segurança. Procura então atingir a Deus, tornar-se como ele, divinizar-se
através de ritos e do culto. A imitação do Pai deve ser feita através de
Cristo. O cristão se configura a ele no batismo e nos outros sacramentos, mas
essa configuração deve ser vivida plenamente nos acontecimentos, nos encontros
da vida cotidiana. O sacrifício de sí e o amor gratuito e universal pelo
próximo fazem resplandecer na face do cristão a própria face de Cristo e de
Deus.
INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL
PULSANDINHO: A Liturgia deste domingo nos confrontará com o ensinamento de
Jesus sobre o amor fraterno, supremo mandamento da vida cristã. Trata-se, sem
sombra de dúvida, do ponto fulcral, isto é, decisivo da vida cristã. Jesus
Cristo é a imagem visível do Deus invisível, aquele que realizou em nosso
benefício tudo o que o Pai tinha previsto fazer. Na humanidade de Jesus feito
pão e vinho, "frutos da terra e do trabalho humano", descobrimos o
rosto misericordioso do Pai. Por isso, na Eucaristia aprendemos que a lei de
Deus é a lei da vida. Ela não está fora do nosso alcance, pois com as mãos
tocamos e com a boca saboreamos o dom que nos é feito. Celebramos, portanto, o
amor que se tornou mais próximo e mais íntimo a nós que a nós próprios,
conscientes de que quem ama descobre logo a quem amar.
INTRODUÇÃO DO WEBMASTER: O homem da religião natural,
experimentando "dentro" da existência a fragilidade da vida, pensa
encontrar fora de si, em Deus, a segurança. Procura então atingir a Deus,
tornar-se como ele, divinizar-se através de ritos e do culto. A imitação do Pai
deve ser feita através de Cristo. O cristão se configura a ele no batismo e nos
outros sacramentos, mas essa configuração deve ser vivida plenamente nos
acontecimentos, nos encontros da vida cotidiana. O sacrifício de si e o amor
gratuito e universal pelo próximo fazem resplandecer na face do cristão a
própria face de Cristo e de Deus.
“VAI E FAZE A MESMA COISA...”
A Parábola do Bom Samaritano, contada por Jesus, elucida a questão
fundamental da fé em Deus: esta manifesta-se, essencialmente, no amor ao
próximo.
Questionado pelo astuto mestre da lei que, testando e tentando Jesus,
indaga “o que devo fazer para receber em herança a vida e eterna?” e “quem é
meu próximo?”, nosso Senhor define com precisão a abrangência do vínculo
fraterno que une toda a humanidade. Para Ele, a condição de proximidade não se
limita às razões de parentesco, amizade ou ideologia comum e, é nesta
perspectiva que contrapõem a justificativa do mestre da lei perguntado “qual
dos três foi o próximo do homem que caiu na mão dos assaltantes?”. Percebamos
que, para o Senhor, não se trata de saber quem é meu próximo ou não, trata-se
de mim mesmo. Eu tenho que me tornar próximo, porque o outro conta comigo como
eu mesmo (Ratzinger). O diálogo termina com a resposta imperativa de Jesus “vai
e faze a mesma coisa”, ou seja, a exemplo do samaritado, torna-te próximo dos
que de ti necessitarem!
E o que significa ser próximo na visão de Jesus? A resposta do mestre da
lei auxilia-nos na compreensão. O próximo “é aquele que usou de misericórdia”,
que tendo seu coração rasgado e, suas entranhas e alma atingidas pela dor e
insuficiência do outro, foi capaz de assumir o sofrimento alheio agindo
concretamente em seu favor. A capacidade de compadecer-se não é estranha a nós;
plantada pelo criador no mais íntimo do homem, está ao nosso alcance, e é a
partir de dentro que devemos aprender a sermos próximos.
A parábola contada por Jesus pode, também, ser comparada ao agir de
Deus. Os padres da Igreja viram no percurso de Jerusalém à Jericó a imagem da
história do mundo; o homem, quase morto à beira do caminho, “Adão”, a
humanidade destroçada pelo pecado e a morte; o sacerdote e levita, talvez o
perfil religioso da época, fechado à graça de Deus e alienado ao legalismo; e,
por fim, o samaritano, imagem do Cristo rejeitado pelos judeus, capaz de ver,
ouvir os sofrimento do povo e descer ao encontro de suas feridas, tratando-as e
curando-as.
Deus se fez próximo de nós com o intuito de curar nossos males e,
resgatados, enviou-nos aos mais pobres e necessitados para que façamos o mesmo!
Pe. Anderson Candido Bento
QUEM É O BOM SAMARITANO?
Jesus é um grande pedagogo. Na parábola do bom samaritano (Lc 10,25-37),
Ele responde ao Doutor da Lei, que lhe pergunta: “Quem é meu próximo?” E mostra
que essa não pode ser uma questão retórica, que se perde em definições e
discussões infinitas. No final da história, Jesus inverte a pergunta: “Quem se
fez próximo do homem que caiu nas mãos dos ladrões?” E o próprio Doutor da Lei
é quem responde. Não se trata de perguntar “quem é meu próximo”, mas acima de
tudo, da nossa própria atitude: de quem nos fazemos próximos?
Ao sairmos de casa ou da igreja, encontramos muita gente pela rua e no
trânsito e passamos pela maioria das pessoas sem nos fazermos próximos delas.
Fazer-se próximo dos outros, é reconhecer em cada pessoa um semelhante a nós,
um irmão, um filho do Pai do céu, digno de todo o nosso respeito e atenção.
Mais ainda, quando a pessoa está em situação de necessidade e sofrimento.
Fazer-se próximo, respondeu Jesus, é sentir com as pessoas, fazer próprios os
seus sofrimentos, ter compaixão delas.
Nossa Arquidiocese está realizando o sínodo arquidiocesano para renovar
a consciência sobre a vida e a missão da Igreja na cidade de São Paulo. Como
cristãos e católicos, temos a missão de ser testemunhas do Evangelho na Cidade
através de nossas muitas formas de presença e ação em cada paróquia e
organização eclesial e na vida pessoal: Ser testemunhas da caridade e da
misericórdia de Cristo em relação a todos os “próximos”, uma “Igreja
samaritana” diante dos muitos irmãos caídos e espoliados ao nosso redor. Não
podemos ficar indiferentes diante dos sofrimentos e necessidades dos irmãos.
A pesquisa feita em 2018 em todas as nossas paróquias mostrou algumas
situações que nos devem questionar: Apenas 50,47% dos católicos conhecem algum
trabalho social feito nas paróquias. Os outros 49,53% disseram que não
conhecem. Nesse caso, ou porque não há trabalho social, ou porque,
absolutamente, esse trabalho não aparece, ou não chega a interessar a metade
dos nossos católicos. Mais claramente ainda, em outra pergunta, 62,46% dos
católicos responderam que não costumam colaborar com os trabalhos de caridade
social na paróquia. E menos da metade dos entrevistados estariam dispostos a se
envolver em alguma ação de voluntariado, ou de caridade social.
O sínodo arquidiocesano nos propõe um “caminho de comunhão, conversão e
renovação missionária”. Aqui temos muito caminho a fazer para nossa conversão e
renovação pastoral e missionária. Somos chamados a ser testemunhas da caridade
de Cristo e do amor misericordioso de Deus para com todos. Cada um de nós deve
ser o bom samaritano da parábola...
Cardeal Odilo Pedro Scherer
Arcebispo de São Paulo
Comentário do Evangelho
“E quem é o meu próximo”
O texto do evangelho deste domingo
é próprio a Lucas e pode ser dividido em dois episódios: a) questão sobre a
vida eterna (vv. 25-28); b) questão sobre o próximo e como proceder em caso de
conflito entre dois mandamentos da Lei (vv. 29-37).
Os dois estão estreitamente
relacionados pela observação do narrador: “… e, querendo experimentar Jesus…” e
a pergunta do legista: “E quem é o meu próximo” (v. 29). A perícope tem um tom
de controvérsia: “Um doutor da Lei se levantou e, querendo experimentar Jesus,
perguntou...” (v. 25).
A resposta de Jesus com uma
pergunta faz com que o doutor da Lei responda citando os mandamentos
fundamentais da Lei mosaica (cf. Dt 6,4-9; Lv 19,18). A apresentação unitária
destes mandamentos é uma leitura da Lei: “Que está escrito na Lei? Como lês (=
interpreta)?” (v. 26). Segundo Lucas, Jesus encontra nas próprias palavras da
Escritura o conselho, o mandamento fundamental para a vida do cristão: “Faze
isso e viverás” (v. 28), isto é, ajudando dessa maneira poderás herdar a vida
eterna. O amor é o caminho para herdar a vida eterna.
Motivado pela pergunta do legista,
Jesus conta a parábola do “bom samaritano” (vv. 30-37). Tal parábola é uma
discussão haláquica (precisa e legal) acerca do conflito entre a Lei da pureza
(Lv 21,1-3; 22,3-7) e o amor ao próximo (Lv 19,18). Numa situação como a que a
parábola nos apresenta, qual dos dois mandamentos tem precedência sobre o
outro? Se a resposta, hoje, é evidente para nós cristãos, não o era,
certamente, para os contemporâneos de Jesus.
Sem podermos nos delongar,
estudando cada um dos personagens da parábola, passemos à resposta: se o
ouvinte e/ou leitor julga que o sacerdote, mesmo obrigado pela Lei da pureza,
deveria ter ajudado o moribundo, pois neste caso o mandamento do amor ao
próximo tem precedência sobre a Lei de pureza, a consequência não é que as leis
de pureza são inválidas ou podem ser ignoradas, mas que a Lei do amor ao
próximo é o mandamento-chave que precisa ser escolhido entre qualquer outro
mandamento, em caso de conflito. O amor ao próximo é uma exigência primordial
da Torá. A presença do samaritano na parábola confirma que a questão é a da
correta obediência à Lei de Moisés. O samaritano, não aceito pelos judeus,
conhece a mesma Torá que o judeu, e está obrigado a obedecer todos os
mandamentos. Ajudando o homem quase morto, ele está obedecendo ao mandamento.
Sua compaixão não é uma alternativa ao legalismo; ela é o que o mandamento do
amor ao próximo exige dele.
Ele ilustra o que significa
obedecer a este mandamento, nesta situação concreta. Quem cumpre o mandamento
do amor cumpre a Lei plenamente.
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, dá-me um coração cheio de
misericórdia, como o de teu Filho Jesus, pois só assim terei certeza
de estar em comunhão contigo, a caminho da vida eterna.
Fonte: Paulinas em 14/07/2013
Vivendo a Palavra
O bom samaritano não nos foi
apresentado para ser só admirado, mas para ser seguido. Essa história se repete
hoje. Muitos irmãos nossos, como aquele homem que ia para Jericó, estão à
margem do nosso caminho, talvez sem a visibilidade daquela cena, mas igualmente
espoliados pelo próprio homem. Será que temos consciência disso e nos fazemos
próximos deles?
Fonte: Arquidiocese BH em 14/07/2013
VIVENDO A PALAVRA
O bom samaritano não nos foi apresentado para
ser só admirado, mas para ser seguido. Essa história se repete hoje. Muitos
irmãos nossos, como aquele homem que ia para Jericó, estão à margem do nosso
caminho, talvez sem a visibilidade daquela cena, mas igualmente espoliados pelo
próprio homem. Será que temos consciência disso e nos fazemos próximos deles?
Reflexão
MISERICÓRDIA QUE APROXIMA
Com a pergunta que faz a Jesus, o
mestre da lei mostra-se preocupado em garantir para si a vida eterna. Uma resposta
que o entendido em leis conhecia de cor e salteado: o destino eterno de nossa
vida tem que ver com o amor que demonstramos a Deus e ao próximo nesta terra.
Mas a segunda pergunta do mestre
da lei era quanto ao limite desse amor: quem é meu próximo, ou seja, quem eu
devo amar para cumprir a lei de Deus e receber dele a vida eterna? Uma resposta
que ele também já conhecia, pois, no ambiente de então, o próximo de um judeu
era alguém igual a ele, ou seja, outro judeu. Não, definitivamente, um samaritano,
considerado impuro e inimigo.
É a ocasião para Jesus contar uma
parábola, a fim de mostrar ao mestre da lei o que realmente importava: não se
trata de saber quem é o próximo, mas de fazer-se concretamente próximo dos
outros, superando inclusive preconceitos e barreiras culturais e religiosas.
A misericórdia daquele bom
samaritano salva o homem assaltado e deixado quase morto no caminho. É o
espelho da misericórdia de Deus, que Jesus vem mostrar e realizar no amor que
não conhece limite, na solidariedade que supera a hipocrisia.
A resposta de Jesus, portanto, fez
o entendido na lei de Deus refletir sobre suas atitudes para com quem estava
necessitado. No amor pelos necessitados se demonstra o amor a Deus, que leva à
vida eterna. Pensamos hoje em tantos bons samaritanos que fizeram a diferença,
que mudaram o mundo porque ajudaram a mudar vidas concretas. Pensamos,
sobretudo, no Bom Samaritano, o Mestre que nos ensina a fazer o bem sem olhar a
quem. Suas palavras ressoam hoje: “Vá e faça o mesmo”.
Declarar-se por uma religião e por
uma vida piedosa não é garantia de nada, sobretudo se passamos adiante, alheios
aos filhos de Deus caídos em nosso caminho.
Pe. Paulo Bazaglia, ssp
Fonte: Paulus em 14/07/2013
Reflexão
Na
viagem para Jerusalém, onde será julgado e condenado, Jesus se defronta com um
mestre da lei, o qual quer saber o que fazer para herdar a vida eterna. Jesus
não responde diretamente, mas pergunta sobre o que está escrito na Lei. Como é
conhecedor das leis, o rabino responde sabiamente, mas resta uma dúvida: quem é
“meu próximo”? A partir dessa pergunta, Jesus conta a bela parábola do “bom
samaritano”. O homem caído à beira da estrada é ignorado pelo sacerdote e pelo
levita, os quais, provavelmente, estavam voltando para casa depois de terem
cumprido seus deveres religiosos. Não querem se tornar impuros se aproximando
de um ferido. Um samaritano, detestado pelos judeus, talvez indo para seu
trabalho, defronta-se com o moribundo, tem compaixão dele e lhe oferece
cuidados. O diálogo entre Jesus e o especialista em leis leva à conclusão de
quem é o nosso próximo. A parábola, contada por Jesus, talvez não tenha tanto a
pretensão de definir “quem é o próximo”, mas “como tornar-se próximo” de alguém
necessitado. Jesus, ao contar essa parábola, tem em mente sua própria vida. Ele
anuncia que “tornar-se próximo” é a razão de sua encarnação, fazendo da
humanidade o lugar predileto da sua presença. A compaixão e a misericórdia são
a genuína solidariedade que conduzem para a vida.
(Dia a dia com o Evangelho 2019 - Pe. Luiz Miguel
Duarte, ssp)
Reflexão
O MANDAMENTO QUE CONDUZ
À VIDA ETERNA
I. INTRODUÇÃO GERAL
A liturgia deste domingo nos
confronta com o ensinamento de Jesus sobre o amor fraterno, supremo mandamento
da vida cristã. Trata-se do ponto fulcral da prática cristã. As leituras
apresentam dois aspectos principais: o que é amar e a quem se dirige nosso
amor? As duas perguntas fundem-se numa só compreensão: quem ama descobre logo a
quem amar. Como lema, que pode ser repetido na homilia e nos comentários,
sugerimos: “Torne-se próximo de seu irmão necessitado”, ou a sabedoria popular:
“A melhor maneira de ter amigos é ser amigo”.
II. COMENTÁRIO DOS TEXTOS BÍBLICOS
1. I leitura (Dt 30,10-14)
A primeira leitura funciona como
verdadeira abertura solene para a liturgia da Palavra. O livro mais imponente
da Torá, o Deuteronômio, ensina-nos que o mandamento de Deus não está fora de
nosso alcance. Deus fez de Israel seu povo, não por este ser importante, mas
por amor e fidelidade à sua promessa (Dt 7,7-8). O amor de Deus por Israel não
tem explicação, mas tem consequências: Israel deve amar a Deus com todas as
suas forças (Dt 6,4-5). Deve escutar sua voz e não se afastar de suas
orientações; e, quando se afasta, deve “voltar”, converter-se (30,10). E, se o
povo diz que a Lei é difícil, Deus responde que não: não é coisa de outro
mundo. Está perto, ao alcance de quem o ama (30,11-14; cf. Jr 31,33; Br
3,15-29; Rm 10,6-8).
Hoje importa redescobrir que lei e
mandamentos não são coisas do passado, inimigas da liberdade moderna. O termo
que traduzimos por lei (torah) deveria, na realidade, ser traduzido como
ensinamento, instrução. É uma sabedoria (cf. Sl 19 e Sl 119!). Ora, um bom
conselho vale mais do que ouro. Para os teólogos que redigiram o livro do
Deuteronômio (no século VIII-VI a.C.), a Lei de Moisés era inigualável tesouro
de sabedoria, um rumo seguro para a vida, em todas as circunstâncias. Para
tê-la sempre diante dos olhos, deviam colocá-la numa faixa amarrada na testa
(Dt 6,8; cf. Ex 13,9 etc.). Os “deuteronomistas” enfrentavam um tempo de
afrouxamento em Israel, mais ou menos como nós, hoje. A quem achava difíceis as
orientações de Deus, respondiam: “Não é verdade. A Lei não é coisa do outro mundo,
ninguém a precisa procurar no céu ou no inferno, ela está perto de ti”.
Dificilmente poderia estar mais perto do que naquela faixa na testa. Mas não é
só por meio dessa faixa que ela pode estar perto. Ela é uma palavra viva,
lembrada continuamente pelos próprios profetas, que viviam no meio do povo. E
em Cristo ela se torna mais próxima do que nunca.
2. Evangelho (Lc 10,25-37)
No evangelho ouvimos o ensinamento
do grande mandamento do amor e a parábola do bom samaritano. O trecho faz parte
de um conjunto do Evangelho de Lucas (Lc 10,26-11,13) que apresenta três
exigências fundamentais do ser cristão: 1) o “grande mandamento” do amor a Deus
e ao próximo (10,25-37); 2) o “único necessário” (10,38-42); 3) a “oração por
excelência” (11,1-13). O “grande mandamento” responde à pergunta pelo caminho
da vida eterna: amar a Deus e o próximo. Defrontamo-nos com um especialista da
Lei que procurava, em meio à multidão de prescrições, saber o que devia fazer
para “herdar a vida eterna”, a vida da era vindoura, do reino que Deus
estabeleceria no mundo para sempre (pois era assim que se concebia a vida
eterna) (Lc 10,25-28; cf. Mt 22,35-40; Mc 12,28-31). Jesus o remete à Lei
ensinada por Moisés. Pergunta o que aí se encontra. O escriba responde: amar a
Deus acima de tudo (cf. Dt 6,5) e o próximo como a si mesmo (cf. Lv 19,18). “É
isso mesmo que deves fazer”, responde Jesus. Novamente: não é coisa de outro
mundo!
Depois, porém, o escriba pergunta
quem é seu próximo. A resposta de Jesus revoluciona suas categorias: o próximo
não é um arbitrário “objeto de caridade”; é todo homem, desde que eu me torne
próximo dele. Todos nós estamos de acordo em que devemos amar nosso próximo.
Mas quem é ele? Minha velha tia rica, prestes a ceder sua herança, ou meu
empregado, com cuja família nada tenho que ver? Visto que argumentar não
adianta, Jesus conta uma história. Um homem cai nas mãos de ladrões. Passa um
sacerdote, mas não tem tempo para parar, pois deve celebrar um sacrifício.
Passa um especialista das leis de pureza (um levita): este tem medo de sujar as
mãos com o sangue do homem que ficou semimorto na beira da estrada. Passa,
depois, um inimigo, um samaritano, talvez um comerciante concorrente do homem
que foi assaltado. E esse samaritano, inimigo dos judeus, cuida do homem à sua
própria custa. Nesse ponto da narrativa, Jesus pergunta não quem é o próximo a
quem se devem fazer obras caritativas, mas quem é o próximo do homem que foi
assaltado. A inversão da pergunta é significativa, porque o especialista da Lei
é obrigado a responder que um vil samaritano é o próximo de um judeu assaltado.
Para todos nós, isso significa: eu sou próximo de quem encontro no meu
caminho, sou chamado a ser solidário com ele, a me tornar próximo dele.
Ao analisar o texto, aparecem
detalhes mais significativos ainda. O samaritano “comiserou-se”,
“aproximou-se”: uma linguagem que poderia ser aplicada ao próprio Deus. Deus
comiserou-se do ser humano, tornou-se próximo dele e salvou-o à sua própria
custa: custou a vida de seu Filho. O próximo, “aquele que se comiserou do
homem” (Lc 10,37), é Deus mesmo. “Vai e então faze a mesma coisa”, e já
não precisarás perguntar quem é teu próximo. E terás a vida eterna, porque
desde já estarás vivendo a vida de Deus mesmo.
Gostamos de escolher nossos próximos.
Está errado. Somos próximos de quem encontramos. Deus nos colocou perto deles
para os tratarmos com o mesmo amor gratuito que ele nos dedica.
3. II leitura (Cl 1,15-20)
A segunda leitura apresenta o belo
hino cristológico da carta aos Colossenses. Essa carta dá uma resposta à
introdução de doutrinas falsas na comunidade. Alguns ensinam que, além de
Cristo, devem-se venerar outros seres transcendentes, “espíritos” etc. É
difícil ser livre! Por isso, Paulo realça o lugar central exclusivo de Cristo.
Ele nos redimiu, dando a sua vida até a morte. Só compreenderemos bem isso
quando formos conscientes de que Cristo é também o criador, com o Pai. Ele
assume nossa vida e nosso mundo não por fora, mas por dentro. No íntimo do ser
homem, ele vive a plenitude de ser Deus. Quando todos chegarem a essa
plenitude, a criação estará completa.
Esse hino é uma das obras-primas
do Novo Testamento. A ideia principal é a unidade da ordem da criação e da
redenção, em Cristo. Ele é a cabeça da redenção, assumindo a todos na sua
glória, porque é também a cabeça da criação. O hino expressa isso em termos que
lembram fortemente o prólogo de João (Jo 1,1-18) e os textos que falam da
Sabedoria como hipóstase unida a Deus desde antes da criação do mundo (Pr
8,22-36; Eclo 24; Sb 7). O hino combina a figura da Sabedoria que preside à
criação, identificada a Cristo, com aquela outra imagem paulina de Cristo,
cabeça da Igreja, que é seu corpo. No pensamento bíblico, todo o corpo
participa da realidade de seu princípio vital (no caso, a cabeça). No
sacrifício e na glória de Cristo, assume-se todo o universo na reconciliação
com Deus. A “plenitude” (termo helenístico-gnóstico, indicando o “uno”, ou
seja, o ser perfeito) mora nele: a plenitude de Deus, englobando todos os
seus filhos.
Esse texto pode ser interpretado
como elo entre as duas outras leituras, neste sentido: o amor a Deus e a seu
ensinamento (primeira leitura) encontra sua plenitude na fé que se concentra em
Cristo e sua palavra, proclamada no evangelho. (Um texto que melhor
combinaria com o tema da primeira leitura e do evangelho seria, por exemplo, Tg
1,21-25, sobre ouvir e praticar a palavra.)
III. PISTAS PARA REFLEXÃO
Amor ao próximo e solidariedade:
Os profetas de Israel teceram os mais sublimes elogios à Lei, ou melhor, ao
ensinamento (torah) de Deus. Era um caminho de vida. Mesmo assim, havia quem
achasse a Lei complicada e procurasse um resumo ou pelo menos um
mandamento-chave que, por assim dizer, a resumisse. Essa questão foi
apresentada também a Jesus, e ele deu, sem hesitar, a resposta. Menciona o
mandamento que todo judeu recita diariamente na oração do “Shemá Israel” (Dt
6,4-5) – “Amar a Deus com todas as forças” – e acrescenta: “e ao próximo como a
si mesmo” (como está em Lv 19,18.35). Esses dois mandamentos são inseparáveis,
pois o amor ao próximo é o dever número um de quem ama a Deus. Paulo (Gl 5,13)
e Tiago (Tg 2,8) resumem toda a moral cristã nesse único mandamento. João nos
diz ser impossível amar a Deus sem amar o irmão (1Jo 4,21). Não se pode amar o
Pai sem amar os filhos. Mas o que é amar? E quem são nossos próximos?
Os judeus consideravam como
“próximos”, isto é, como candidatos à sua solidariedade, os membros da
comunidade judaica e os estrangeiros residentes que viviam em seu meio (e
cooperavam com eles): a esses era preciso “amá-los como a si mesmo” (Lv
19,18.35). No caso dos inimigos, sobretudo dos samaritanos, a esses não se
devia amar, pelo contrário (cf. Mt 5,43). Ora, exatamente um samaritano se
torna solidário com um judeu jogado à beira da estrada, depois que dois
ilustres “próximos” judeus, um sacerdote e um levita, deram uma volta para não
se incomodarem com o compatriota assaltado…
Jesus não respondeu diretamente à
pergunta do mestre da Lei: “Quem é o meu próximo?”. Ele respondeu por meio de
uma parábola, porque a questão não é descobrir, teoricamente, quem é e quem não
é próximo. A parábola insere o ouvinte numa nova situação prática, existencial.
Coração generoso se torna próximo de qualquer um que precisa; a melhor maneira
de ter amigos é ser amigo; a melhor maneira de encontrar o próximo é tornar-se próximo,
aproximar-se. A questão não é teórica, mas prática. Ora, nós, na prática,
esquecemos a parábola de Jesus e fazemos como o sacerdote e o levita:
afastamo-nos do necessitado – mesmo se pertence à nossa comunidade! – e não
“nos aproximamos” dele. Tornar-se próximo é ser solidário. Será que somos
solidários com os que vivem na margem da estrada de nossa sociedade? Mesmo
quando damos uma esmola a um coitado, não é para nos desviarmos dele?
“Vai e faze a mesma coisa”, diz
Jesus. Imitar o samaritano exige solidariedade, assumir a vida do outro, não
livrar-se dele. Torná-lo um irmão, pois esse é o sentido verdadeiro da palavra
“próximo”.
Como fica essa solidariedade nesse
tempo em que a doutrina da competição, do lucro e do proveito ilimitado solapou
o tecido social, as relações de gratuidade entreas pessoas?
Pe. Johan Konings, sj
Nascido na Bélgica, reside há
muitos anos no Brasil, onde leciona desde 1972. É doutor em Teologia e
licenciado em Filosofia e em Filologia Bíblica pela Universidade Católica de Leuven
(Lovaina). Atualmente é professor de Exegese Bíblica na Faje, em Belo
Horizonte. Entre outras obras, publicou: Descobrir a Bíblia a partir da
liturgia; A Palavra se fez livro; Liturgia dominical: mistério de Cristo e
formação dos fiéis – anos A - B - C; Ser cristão; Evangelho segundo João: amor
e fidelidade; A Bíblia nas suas origens e hoje.
E-mail: konings@faculdadejesuita.edu.br
Fonte: Vida Pastoral em 14/07/2013
Meditação
Como você encara o sofrimento alheio?
- Dê algum exemplo que ilustre sua vivência do amor. - É fácil para você
praticar a caridade? - Em seu contexto de vida há muitas instituições que se
preocupam com os necessitados? - Troque ideias com alguém sobre solidariedade
para com o próximo.
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
Fonte: a12 em 14/07/2013
Meditando o evangelho
FAZE TU O MESMO!
Existe uma ligação evidente entre a questão dirigida pelo mestre a Lei a
Jesus e a ordem conclusiva do relato. O mestre da Lei queria conhecer os
caminhos para se obter a vida eterna, e Jesus ordena-lhe que imite o gesto
misericordioso do samaritano.
A preocupação com a vida eterna corresponde a reconhecer os caminhos que
conduzem ao Pai, fonte da verdadeira vida. O mestre da Lei estava no bom
caminho ao confessar que a via que conduz ao Pai é o caminho do amor.
Consciência fenomenal, se levamos em conta a mentalidade legalista, muito
difundida na época.
Faltava-lhe apenas refazer sua concepção de próximo. A parábola contada
por Jesus não deixa margem para dúvidas: próximo é qualquer pessoa que,
encontrada pelos caminhos da vida, carece do nosso amor misericordioso. Diante
deste apelo, caem todas as barreiras sociais, culturais, religiosas, étnicas. O
próximo carente é a mediação da comunhão com o Pai. Quem tem sensibilidade e é
capaz de desfazer-se de seus planos para se mostrar solidário, estará no
caminho da vida eterna. Quem, pelo contrário, desvia-se do próximo carente de
solidariedade, desvia-se do caminho que conduz ao Pai.
Assim, a vida eterna define-se pela disposição de se tornar servidor do próximo, em quem o Pai é servido. Quem é misericordioso, está no bom caminho.
Assim, a vida eterna define-se pela disposição de se tornar servidor do próximo, em quem o Pai é servido. Quem é misericordioso, está no bom caminho.
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo
Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado
no Portal Dom Total).
Oração
Espírito de sintonia com o próximo, não me deixes ser insensível ao meu
próximo carente de solidariedade, pois a misericórdia me conduz à vida eterna.
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. Os
Feridos à beira do caminho
(O
comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da
Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)
Nas nossas comunidades cristãs há um caminho igual a esse que descia de
Jerusalém a Jericó, bastante movimentado e por onde passam pessoas importantes
como o Sacerdote e o Levita, são nossos Ministros Ordenados, os Ministros
leigos, os coordenadores, leitores, salmistas, líderes de pastorais, catequese
e movimentos. Todos sempre muito ocupados com seus afazeres. Quase não se tem
tempo de olhar para os lados, muitos há que olham para o seu “Ego”, inchados de
orgulho, sempre vaidosos com aquilo que fazem na comunidade, e que chama
atenção sobre si.
Nem sempre prestamos atenção á beira do caminho onde estão os que, por
alguma razão não podem caminhar, os feridos e machucados por neuroses, dores
morais ou físicas, gente simples, ferida por certos acontecimentos que fogem ao
nosso controle. Pessoas que são da comunidade, mas estão á margem. Casais recasados,
mães solteiras, pessoas com má fama no campo da moral cristã. Irmãos e irmãs
com quem ninguém quer perder tempo, estão ali mas não significam nada para os
que se julgam importantes.
Além do que, temos a maldita concorrência para ver quem faz melhor, quem
se destaca nos eventos da comunidade, nas grandes celebrações. O veneno da
concorrência desleal, que infecta o comércio e o mercado de trabalho, invade
nossas comunidades cristãs trazendo as disputas de grupos, a eterna briga entre
Pastorais e Movimentos que parece nunca chegar ao fim. Nas pequenas ou grandes
comunidades os “Egos” de pessoas do Clero e do Laicato, se incham, e sempre
brigam pelos primeiros lugares. Mas quem vai cuidar dos feridos á beira do
caminho?
O Doutor da Lei olhava para a Vida Eterna na ótica do Direito. Deveria
haver algo que ele pudesse fazer para ter o Direito de Possuir a Vida Eterna.
“Esse cargo é meu, me pertence, é coisa muito minha, tenho direito e ninguém
pode me tirar” Confundem-se o Céu da Plenitude com os valores terrenos, cargos,
funções, títulos e honrarias que o mundo pode nos dar. Jesus direciona a
questão para a Palavra de Deus manifestada na Lei onde o ato de Amar a Deus e
aos irmãos, exclui a palavra Direito colocando em seu lugar a Doação total de
si mesmo, “amarás de todo teu coração, de toda tua alma e de Todo teu
entendimento” isso é, de tudo o que somos e temos, deve ser dado a Deus e ao
próximo em sua totalidade sem deter nada para si mesmo, ou seja, o Amor não é
posse, mas doação, feita em uma total liberdade, independente de quem seja o
outro, se ele mereça ou não o nosso amor.
E diante disso, o Doutor da Lei perguntou a Jesus “E quem é o meu
próximo?” Na parábola do Bom Samaritano, o homem caído á beira do caminho não
tinha nada a oferecer, ao contrário, era um grande problema que iria exigir
tempo, atenção e algumas providências. O Sacerdote e o Levita não tinham tempo,
estavam muito ocupados com coisas super importantes a fazer no templo. Também
os “Profissionais” das nossas pastorais e movimentos estão sempre ocupados e
não tem tempo para parar e ver de perto os ferimentos dos irmãos e irmãs caídos
à beira do caminho da comunidade.
O Samaritano estava de passagem, talvez aquela pessoa que participa das
celebrações mas não está engajada em nenhuma pastoral ou trabalho da
comunidade, alguém que até é mal visto porque nada faz. Mas tem um coração
generoso, repleto do Amor de Deus, capaz de encher-se de compaixão por aqueles
que estão á margem do caminho.
Ele não pensa em encaminhar o Ferido a alguma pastoral de assistência, e
nem pensa em fazer apenas a sua parte, perguntando ao homem o que lhe
aconteceu, e verificando se os ferimentos são muito sérios, para buscar alguma
assistência. Isso não é Cristianismo!
Cristianismo é compromisso total com os Feridos da Comunidade, é estar
com eles o tempo todo, é cuidar de suas feridas, é providenciar para que sejam
acolhidos e muito bem hospedados na comunidade ou na pastoral. Enfim, é ir além
do procedimento habitual, é dar-se de si, tudo o que tem.
Podemos aqui, pensar nos marginalizados e excluídos da sociedade, mas
penso que primeiramente devemos cuidar, sempre movidos pela compaixão, dos
feridos e marginalizados da nossa Igreja, começando pela nossa comunidade.
José da Cruz é Diácono da
Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP
E-mail jotacruz3051@gmail.com
2. Quem é
o meu próximo?
(O
comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia
dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)
Lucas descreve a subida de Jesus a Jerusalém em sete etapas bem
marcadas. A primeira etapa começa e termina com a presença dos samaritanos. Os
samaritanos não aceitaram receber Jesus em sua aldeia porque ele estava indo
para Jerusalém. Tiago e João, num ímpeto de zelo pelo Mestre, querem destruir
com fogo do céu aqueles samaritanos. Jesus repreende os dois apóstolos. Hoje
ouvimos a história do bom samaritano contada por Jesus. Ela encerra a primeira
etapa da viagem. Os samaritanos que não acolheram Jesus por ser judeu e estar
indo para Jerusalém acolhem o homem ferido e jogado na beira da estrada. Seria
ele judeu? Seria ele samaritano? Um sacerdote e um levita passam adiante e não
dão atenção ao homem ferido. Um samaritano em viagem para e socorre o pobre
homem da melhor maneira possível. Os primeiros samaritanos estavam bloqueados
por preconceitos de raça e religião. O último samaritano posicionou-se diante
de um ser humano maltratado e abandonado. Se todos os samaritanos tivessem sido
destruídos com fogo do céu, não haveria um para socorrer o pobre homem.
No Deuteronômio, pela boca de Moisés, Deus nos diz que o que ele nos
prescreve não é difícil nem está fora do nosso alcance. A Palavra está ao nosso
alcance, em nossa boca, em nosso coração. Podemos cumpri-la. Parece difícil
debruçar-nos sobre o infeliz abandonado na beira da estrada, mas não é
impossível. A força do Espírito nos impulsiona para a prática da caridade
fraterna.
Na Carta aos Colossenses lemos que, por Jesus, Deus quis reconciliar
consigo todos os seres, estabelecendo a paz por seu sangue derramado na cruz.
Jesus veio fazer de todos os povos uma só família. Veio trazer a paz para que
todos possam viver em harmonia. Isso custou o seu sangue derramado na cruz. Seu
corpo na cruz, maltratado e ensanguentado, é retrato do que fazemos uns com os
outros na maldade do nosso relacionamento distorcido.
A história humana é marcada por matanças violentas, genocídios,
retaliações em nível internacional. Em nível local, em nossas vizinhanças,
latrocínios, vinganças, ajuste de contas, queima de arquivos. Quando Jesus nos
convida a sermos novas criaturas ainda aqui nesta terra, ele está dizendo que
isso é possível e que alguém deve trabalhar para o bem de todos.
REFLEXÕES DE HOJE
14 DE JULHO-DOMINGO
VEJA
AQUI MAIS HOMILIAS DESTE DOMINGO
HOMILIA DIÁRIA
O desafio de amar como Jesus amou
Que o nosso amor ao próximo seja
cada vez mais intenso
“Amarás o Senhor teu Deus, de todo
o seu coração e de com toda tua alma, de toda tua força e de toda tua
inteligência, e ao teu próximo como a ti mesmo” (Mc 12, 28)
Aprendemos, hoje, que viver em
Deus é viver os mandamentos d’Ele com toda intensidade da nossa alma, do nosso
coração, da nossa vontade e da nossa disposição.
Com que intensidade e bravura nós
devemos nos colocar para viver a Palavra de Jesus Cristo? Primeiro, amando
Deus, fazendo d’Ele a razão única de nossa existência, pois não adianta apenas dizer
que amamos se não somos impelidos a amar uns aos outros.
O Evangelho de hoje responde para
nós uma questão básica e muito importante: “Quem é o nosso próximo?” Ele é
justamente aqueles que rejeitamos ou, por algum motivo, não amamos mais. Talvez
por nos ter desqualificado, rejeitado ou simplesmente por algum problema que
vivenciamos com essa pessoa.
A ela nós devemos o amor
evangélico da oração, do cuidado e da ternura. Que o nosso amor ao próximo seja
cada vez mais intenso. E lembre-se: amar quem já gostamos é fácil, o desafio é
amar quem não nos ama ou quem nós não temos tamanho afeto.
Que o Senhor nos ensine o caminho
da salvação.
Deus abençoe você!
Fonte: Canção Nova em 14/07/2013
Oração Final
Pai Santo, faze-nos bons samaritanos, atentos às
dores e carências dos irmãos. Assim nós formaremos uma Igreja não só justa e
fraterna, mas misericordiosa e compassiva, como Tu és, Pai amado. Que nós
tenhamos coragem e força para seguir os passos do Cristo Jesus, teu Filho e
nosso Irmão, que contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 14/07/2013
ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, faze-nos bons samaritanos, atentos
às dores e carências dos irmãos. Assim nós formaremos uma Igreja não só justa e
fraterna, mas misericordiosa e compassiva, como és Tu, amado Pai. Que nós
tenhamos coragem e força para seguir os passos do Cristo Jesus, teu Filho e
nosso Irmão, que contigo reina na unidade do Espírito Santo.

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