Por Nicolás de Cárdenas
22 de ago de 2025 às 11:06
O papa Leão XIV fez um apelo ecumênico a todos os cristãos para que assumam a tarefa de serem arquitetos da reconciliação e da paz em todo o mundo, por ocasião da Semana Ecumênica, que está sendo celebrada em Estocolmo, Suécia, até o domingo (24).
Em mensagem publicada hoje (22) pela Sala de Imprensa da Santa Sé, o papa disse que essa iniciativa, que envolve cristãos de várias confissões, coincide com o centenário da Conferência Cristã sobre a Vida e a Obra, feita em 1925, e o 1.700º aniversário do Concílio de Niceia.
Leão XIV disse que, com a elaboração do Credo, os padres conciliares do Concílio de Niceia “articularam a fé que continua a unir os cristãos”, tornando aquela ocasião “um sinal corajoso de unidade em meio às diferenças, um testemunho precoce da convicção de que nossa confissão comum pode superar as divisões e promover a comunhão”.
Segundo o papa, a força motriz do encontro de Estocolmo há 100 anos, foi "um pioneiro do movimento ecumênico inicial, o arcebispo Nathan Södeblom, então arcebispo Luterano de Uppsala". Södeblom acreditava que "o serviço une" e propôs unir forças num "cristianismo prático para servir o mundo juntos na busca pela paz, pela justiça e pela dignidade humana", disse Leão XIV.
Embora a Igreja Católica não estivesse presente naquele encontro, “estamos hoje convosco como companheiros e discípulos de Cristo, reconhecendo que o que nos une é muito maior do que o que nos divide”, disse o papa.
Desde o Concílio Vaticano II, "a Igreja Católica abraçou de todo o coração o caminho ecumênico", como refletido no decreto Unitatis redintegratio, que pede "o diálogo em fraternidade humilde e amorosa, baseado em nosso batismo comum e em nossa missão compartilhada no mundo", disse Leão XIV. "Acreditamos que a unidade que Cristo deseja para sua Igreja deve ser visível, e que essa unidade cresce por meio do diálogo teológico, do culto compartilhado sempre que possível e do testemunho compartilhado do sofrimento da humanidade".
Leão XIV comentou o tema do encontro deste ano, Um Tempo para a Paz de Deus, como uma mensagem que "não poderia ser mais oportuna" ao contemplar "as profundas cicatrizes do conflito, da desigualdade, da degradação ambiental e de um crescente sentimento de desconexão espiritual".
A paz "não é meramente uma conquista humana, mas um sinal da presença do Senhor entre nós”, disse o papa. “É ao mesmo tempo uma promessa e uma tarefa, pois os seguidores de Cristo são chamados a se tornarem arquitetos da reconciliação: a enfrentar a divisão com coragem, a indiferença com compaixão e a levar cura onde houve dor".
No fim de sua mensagem, Leão XIV elogiou o fato de que, no encontro ecumênico, sua delegação “pôde estar presente como um sinal do compromisso da Igreja Católica em continuar o caminho da oração e do trabalho conjunto, onde quer que possamos, pela paz, pela justiça e pelo bem de todos".
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