ANO C
Mt 9,27-31
Comentário do Evangelho
O Milagre para fortalecer a fé
Mateus cria aqui, com algumas adaptações, uma duplicata de sua narrativa em 20,29-34, na qual dois cegos são curados em Jericó. Em Marcos e Lucas, nesta mesma narrativa, trata-se de apenas um cego (cf. 19 nov.). Com a duplicata, Mateus completa um bloco de dez milagres, narrados em vista de fortalecer a fé, preparando o discurso apostólico, apresentado em seguida. Os cegos seguem Jesus e pedem-lhe compaixão. Dirigem-se a Jesus como "filho de Davi". A tradição da volta de um descendente de Davi, messias, para restaurar a glória de Israel tem um caráter ideológico e foi elaborada pelas elites do judaísmo que surgiu a partir do exílio. Vemos, agora, dois pobres cegos impregnados por essa ideologia do poder. Aí está a sua verdadeira cegueira. Jesus provoca nos cegos sua confissão de fé, tendo resposta afirmativa. Tocando-lhes nos olhos, atende-lhes o pedido feito com fé, e seus olhos se abrem. Abrir os olhos aos cegos é um dos sinais da chegada da salvação e da libertação, anunciados pelos profetas (cf. Lc 4,16-19). A advertência para manter segredo ("segredo messiânico") parece ser uma criação do evangelista, tendo suscitado várias interpretações.
José Raimundo Oliva
Oração
Pai, cura-me da cegueira que me impede de reconhecer a presença de tua salvação na minha vida, realizada pela ação misericordiosa de teu Filho Jesus.
Fonte: Paulinas em 07/12/2012
Comentário do Evangelho
Jesus caminha fazendo o bem
Jesus é um pregador itinerante e, por onde passa, vai fazendo o bem, dando boa acolhida aos pecadores (Mt 9,1-8.18-26). Enquanto está a caminho, dois cegos gritam insistentemente por compaixão: “Tem compaixão de nós, filho de Davi” (v. 27). Em casa, o diálogo de Jesus com eles suscita-lhes a fé (cf. v. 28).
O gesto da cura é acompanhado da palavra que o explica: “[Jesus] tocou nos olhos deles, dizendo: ‘Faça-se conforme a vossa fé’” (v. 29). Ao centurião que suplicava pela saúde do seu servo, Jesus disse: “Vai e aconteça como acreditaste” (8,13); será o caso também de outra pagã, uma mulher Cananeia: “Mulher, grande é a tua fé! Seja feito como queres” (15,28). É estabelecida uma relação entre a fé e a cura. A fé não é a causa da cura, mas a confiança em Jesus abre o coração para receber a cura como dom. A fé é a cura de tantos males do coração do ser humano. O nosso texto continua: “E os olhos deles se abriram” (v. 30a) – o que nos faz lembrar uma vez mais Is 35,5 e a promessa dos tempos messiânicos: “E os olhos dos cegos se abrirão”. Aqui, como no texto que dá origem a este relato (Mc 10,46-52), a questão é a fé que faz ver; a fé em Jesus Cristo é verdadeira iluminação. A interdição de não falar a ninguém acerca do acontecido (cf. v. 30b) tem por função evitar equívocos e abrir as pessoas para a novidade, podemos dizer, do messianismo revelado em Jesus.
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, cura-me da cegueira que me impede de reconhecer a presença de tua salvação na minha vida, realizada pela ação misericordiosa de teu Filho Jesus.
Fonte: Paulinas em 06/12/2013
Vivendo a Palavra
Jesus pedia que não divulgassem os sinais que fazia. Era preciso, antes, que o povo compreendesse que o Cristo prometido não viria como um chefe militar poderoso, ou um novo Davi, rei capaz de dilatar fronteiras, mas seria como um cordeiro, manso e humilde de coração, pronto para doar a vida anunciando o Reino de Amor.
Fonte: Arquidiocese BH em 07/12/2012 e 07/12/2018
Vivendo a Palavra
A religião nova trazida por Jesus: não mais a imposição de pesadas obrigações rituais, mas a cura, a libertação, a possibilidade de uma Vida Nova para todos. Que nós, desejosos de ser a Igreja do Mestre, sigamos a novidade vivida por Ele, cuidando dos irmãos colocados pelo Pai em nosso caminho.
Fonte: Arquidiocese BH em 06/12/2013
VIVENDO A PALAVRA
A religião vivida e ensinada por Jesus de Nazaré não era mais a antiga imposição de pesadas obrigações rituais. A grande novidade era a cura, a purificação, a libertação e a possibilidade de uma Vida Nova para todos. Que nós, desejosos de ser a Igreja do Mestre, sigamos essa novidade vivida por Ele, cuidando dos irmãos colocados pelo Pai ao nosso lado nos caminhos desta terra encantada.
Fonte: Arquidiocese BH em 06/12/2019
VIVENDO A PALAVRA
Mais uma vez Jesus põe em relevo o valor da Fé e nos ensina que é ela que produz o milagre. A Fé é uma sementinha – pequena, como o grão da mostarda – que o Criador planta em cada coração e que devemos cultivar com carinho e gratidão, em silêncio e oração, na certeza de que ela crescerá e se tornará árvore. Será, então, capaz de oferecer frutos suculentos, sombra acolhedora e abrigo para as aves do céu – os nossos irmãos peregrinos.
Fonte: Arquidiocese BH em 04/12/2020
Reflexão
Jesus é reconhecido pelos cegos como o Filho de Davi, como aquele que realiza o que foi prometido por Deus a Davi no tempo em que ele era o Rei de Israel, de lhe dar um sucessor no trono. Mas Deus vai muito além do que foi prometido a Davi e instala, por meio de Jesus, o seu próprio Reino no meio dos homens, o Reino que é infinitamente superior ao Reino de Israel do Antigo Testamento e totalmente diferente dele. Mas só percebe a presença deste Reino quem tem fé, quem não é cego, mas tem os olhos abertos para as realidades espirituais.
Fonte: CNBB em 07/12/2012 e 06/12/2013
Reflexão
A cura dos dois cegos é fruto da fé que eles têm no poder de Jesus, o “filho de Davi”, e da insistente súplica a Jesus, a quem “seguiram gritando”. Os dois cegos expressam seu profundo desejo de enxergar. Querem ser reintegrados na sociedade. Valorizando-lhes a fé sincera, Jesus lhes restitui a visão. Motivo bastante para os recém-curados saírem anunciando por toda a parte a bondade de Deus. Libertados da cegueira, terão novo modo de vida. Se Jesus pede que “ninguém fique sabendo”, é porque eles precisavam de melhor formação antes do anúncio correto a respeito do Messias. Além disso, Jesus quer preservar sua própria vida, não despertando tão cedo a inveja e a ira dos adversários do Reino. Afinal, Jesus tem ainda um longo caminho a percorrer fazendo o bem.
(Dia a dia com o Evangelho 2018 – Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp)
Fonte: Paulus em 07/12/2018
Reflexão
Pelo órgão da visão, os dois cegos não enxergam Jesus, mas pelos olhos da fé já o reconhecem, ao implorar: “Tem piedade de nós, filho de Davi!”. Os cegos, os aleijados, os doentes, em geral, parecem ter certa facilidade para ver a obra de Deus e acolher o seu enviado, Jesus Cristo. A fé dos dois cegos e seu pedido por compaixão alcançam de Jesus a cura dos olhos e desperta no coração deles um anseio irreprimível de contar o fato por toda a região. Tornam-se, desse modo, anunciadores das maravilhas realizadas pelo Messias no meio do povo. Peçamos a Cristo, o médico divino, que abra nossos olhos e nos faça colaboradores seus: para aliviar o sofrimento alheio e proporcionar alegria aos mais pobres.
(Dia a dia com o Evangelho 2019 - Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp)
Fonte: Paulus em 06/12/2019
Reflexão
A cura dos dois cegos é fruto da fé que eles têm no poder de Jesus, o “Filho de Davi”, e da insistente súplica a Jesus, a quem “seguiram gritando”. Os dois cegos expressam seu profundo desejo de enxergar. Querem ser reintegrados na sociedade. Valorizando-lhes a fé sincera, Jesus lhes restitui a visão. Motivo bastante para os recém-curados saírem anunciando por toda a parte a bondade de Deus. Libertados da cegueira, terão novo modo de vida. Se Jesus pede que “ninguém fique sabendo”, é porque eles precisavam de melhor formação antes do anúncio correto a respeito do Messias. Além disso, Jesus quer preservar sua própria vida, não despertando tão cedo a inveja e a ira dos adversários do Reino. Afinal, Jesus tem ainda um longo caminho a percorrer fazendo o bem.
Oração
Divino Mestre, luz do mundo, aos dois cegos que te seguiam, implorando piedade e cura, deste a condição de enxergar. Abre, Senhor, nossos olhos para que possamos reconhecer-te nos pobres e marginalizados de nossa sociedade, e firma nossos passos no caminho que nos conduz a ti. Amém.
(Dia a dia com o Evangelho 2020 - Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp (dias de semana) Pe. Nilo Luza, ssp (domingos e solenidades))
Fonte: Paulus em 04/12/2020
Reflexão
Dois cegos seguem Jesus, pedindo piedade. Eles acreditam que Jesus possa fazer alguma coisa por eles. Pessoas cegas têm dificuldade para exercer suas atividades físicas, têm sua autonomia limitada. No Antigo Testamento, o cego não podia participar do culto (cf. Lv 21,18); portanto, era uma pessoa marginalizada e excluída do templo. Os dois cegos gritando atrás de Jesus representam a oração de angústia de quem está sofrendo por causa da cegueira. Professam sua fé em Jesus, que toca nos olhos deles e lhes devolve “conforme a fé que têm”. A fé provoca a recuperação da vista e da dignidade e a integração na comunidade. A comunidade cristã (casa) é o ponto de chegada, onde manifestamos nossa fé, e o ponto de partida para o anúncio da mensagem de quem nos estendeu as mãos e nos salvou.
Oração
Divino Mestre, Luz do mundo, aos dois cegos que te seguiam, implorando piedade e cura, deste a condição de enxergar. Abre, Senhor, nossos olhos para que possamos reconhecer-te nos pobres e marginalizados de nossa sociedade e firma nossos passos no caminho que nos conduz a ti. Amém.
(Dia a dia com o Evangelho 2021 - Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp e Pe. Nilo Luza, ssp)
Fonte: Paulus em 03/12/2021
Reflexão
A cura dos dois cegos é fruto da fé que eles têm no poder de Jesus, o “Filho de Davi”, e da insistente súplica a Jesus, a quem “seguiram gritando”. Os dois cegos expressam seu profundo desejo de enxergar. Querem ser reintegrados na sociedade. Valorizando-lhes a fé sincera, Jesus lhes restitui a visão. Motivo bastante para os recém-curados saírem anunciando por toda a parte a bondade de Deus. Libertados da cegueira, terão novo modo de vida. Se Jesus pede que “ninguém fique sabendo”, é porque eles precisavam de melhor formação antes do anúncio correto a respeito do Messias. Além disso, Jesus quer preservar sua própria vida, não despertando tão cedo a inveja e a ira dos adversários do Reino. Afinal, Jesus tem ainda um longo caminho a percorrer fazendo o bem.
(Dia a dia com o Evangelho 2022)
Fonte: Paulus em 02/12/2022
Recadinho
Você procura se fortalecer na fé? - Que meios emprega para isso? - Fortalecendo sua fé, o que você faz para fortalecer seu próximo na fé? Você se considera discípulo de Jesus? - O que faz para ser missionário(a) seu, isto é, anunciador(a) do Evangelho?
Fonte: a12 - Santuário Nacional em 06/12/2013
Meditando o evangelho
TEM COMPAIXÃO DE NÓS!
O milagre que beneficiou os dois cegos prenuncia a experiência dos discípulos do Reino, à espera do Senhor. Urge que o próprio Mestre lhes abra os olhos, de modo a poderem discernir sua presença na história humana.
Ter os olhos abertos é sinal de libertação da tirania do egoísmo, que faz o ser humano centrar-se em si mesmo e ser incapaz de perceber a maravilhosa obra de Deus acontecendo a seu redor. Desfeitas as trevas do erro e do pecado, torna-se possível ao discípulo perceber a revelação divina em acontecimentos singelos, imperceptíveis ao olhar puramente humano. Sem perfeita visão espiritual fica-se impossibilitado de reconhecer o Senhor.
A superação da cegueira começa quando o discípulo volta-se confiante para o Senhor, de quem implora compaixão. É a humildade de quem se reconhece carente da misericórdia divina.
Outro pressuposto é a fé. Ela é, em última análise, o princípio de tudo. Porque crê em Jesus, o discípulo deseja ter "olhos" para vê-lo, quer ser curado de sua cegueira, predispõe-se a fazer tudo quanto for necessário para ver realizado o seu desejo, deixa-se tocar por Jesus e sabe aproveitar do encontro com ele.
Jesus sempre está disposto a curar a cegueira de quem o desejar. Afinal, um dos sinais da presença do Messias na história humana, conforme os profetas anunciaram, consiste exatamente na restituição da vista aos cegos.
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total)
Oração
Pai, cura-me da cegueira que me impede de reconhecer a presença de tua salvação na minha vida, realizada pela ação misericordiosa de teu Filho Jesus.
Fonte: Dom Total em 06/12/2013, 07/12/2018 e 06/12/2019
Oração
Despertai, Senhor, vosso poder e vinde, para que vossa proteção afaste os perigos a que nossos pecados nos expõem e a vossa salvação nos liberte. Vós que sois Deus como Pai, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Dom Total em 06/12/2013
Comentário ao Evangelho
A CURA PELA FÉ
A cura dos cegos pode ser considerada sob dois aspectos. No aspecto físico, a recuperação da vista representou para eles o descortinar de uma perspectiva nova de existência, para além da exclusão e do estigma social de serem tidos como punidos por Deus por causa de pecados próprios ou alheios. Realizar isto já seria um gesto espetacular de Jesus. Entretanto, aconteceu, também, uma outra transformação na vida daqueles homens: a cura da cegueira espiritual. Esta libertação possibilitou-lhes reconhecer Jesus como o Filho de Davi, ou seja, o Messias esperado, e os levou a recorrer a ele na certeza de serem curados. O pedido desses dois cegos foi aceito, porque acreditaram em Jesus e em seu poder.
Só é possível reconhecer o Senhor, na medida em que a cegueira é superada. Isto acontece quando o discípulo recorre ao Mestre e, uma vez curado da cegueira espiritual, torna-se capaz de perceber sua condição messiânica, sem se deter nas aparências exteriores. Ademais, consegue confessá-lo como a presença da misericórdia divina na história humana e a concretização da esperança do povo.
Como os dois cegos, o discípulo deve sempre suplicar ao Senhor para ser curado de sua cegueira espiritual.
Fonte: Dom Total em 04/12/2020, 03/12/2021 e 02/12/2022
Oração
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Senhor Jesus, liberta-me da cegueira que me impede de recorrer a ti como a presença da misericórdia de Deus em minha vida.
Fonte: Dom Total em 04/12/2020 e 03/12/2021
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. Que queres de nós, Filho de Deus?
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - comece o dia feliz)
“Que homem é este?”, perguntaram, quando Jesus acalmou a tempestade. E nós perguntamos: “Que homem é este que faleceu em 397?”. É Santo Ambrósio, grande bispo e doutor da Igreja. A mesma pergunta é feita por quem não tem medo e está disposto a seguir o Filho de Deus: “Que queres de nós, que queres de mim?”. Morrera o bispo de Milão e o povo se reuniu para eleger um novo bispo. As pessoas que se reuniram elegeram por aclamação Ambrósio, que ainda não era batizado. Com aprovação do Papa e do imperador, Ambrósio recebeu os sacramentos e se tornou bispo de Milão. “Queremos Ambrósio”, gritava o povo. Durante uma semana Ambrósio perguntou: “Que queres de mim, Senhor?”. E aceitou a missão. Foi um homem muito completo no campo pastoral, político, doutrinal e litúrgico. Antes de morrer, com 60 anos, disse: “Não vivi de tal modo que tenha vergonha de continuar vivendo; mas não tenho medo de morrer, porque temos um Senhor que é bom”. Junto com São Jerônimo, Santo Agostinho e outros, faz parte da lista dos Padres da Igreja latina.
Fonte: NPD Brasil em 07/12/2018
COMENTÁRIO DO EVANGELHO
1. Filho de Davi, tem compaixão! - Mt 9,27-31
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - comece o dia feliz)
Num relato muito simples, São Mateus nos conta que dois cegos se aproximaram de Jesus, gritando: “Tem compaixão de nós, filho de Davi!”. Mais tarde, nossos irmãos do Oriente vão chamar esse grito de “oração do coração”. Em cada palpitação, nosso coração estará dizendo: “Tem compaixão de mim, filho de Davi!”. Jesus lhes pergunta: “Acreditais que eu posso fazer isso?”. Resposta simples e direta: “Sim, Senhor”. Jesus toca nos olhos dos cegos. É o gesto. Em seguida vem a palavra. Neste caso foi palavra de verificação: “Faça-se conforme a vossa fé”. Que aconteça aquilo que eles de fato acreditam. E os olhos deles se abriram. No fim desta primeira semana do Advento, queremos aprender a repetir muitas vezes: “Jesus, filho de Davi, tem compaixão de mim!”. E queremos também que nossos olhos se abram e vejam Jesus já agora para poderem reconhecê-lo quando ele vier em sua glória. Não será o encontro de dois desconhecidos. Ao contrário. Nossos olhos verão aquele que já tínhamos visto muitas vezes nos irmãos e nas irmãs, sobretudo nos mais necessitados. Nossos olhos verão aquele cuja presença experimentamos na celebração dos sacramentos. Nos sacramentos está a resposta à pergunta de Jesus: “Vocês acreditam que eu possa fazer isso?”. Acreditamos, e vemos com os olhos da fé.
Fonte: NPD Brasil em 06/12/2019
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. Crer para Ver
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)
_____ Você é da comunidade de Mateus?
_____ Sim, pertenço a essa comunidade desde o seu início.
_____O episódio desses dois cegos do evangelho de hoje, o que significou para vocês?
_____Na nossa comunidade e também fora dela, predominavam os Judeus e a maioria deles, os mais conservadores não viam em Jesus de Nazaré os sinais messiânicos de que falavam as escrituras através dos profetas...
_____Mas esses dois cegos o chamaram de “Filho de Davi” ....
_____Pois aí é que está... Os dois que estavam à margem do ambiente religioso, justamente por causa da sua deficiência visual, conseguem “enxergar” em Jesus, algo que os perfeitos da religião judaica não conseguiam enxergar, creem nele enquanto Messias, o Salvador....e legitimam esse título quando o chamam de Filho de Davi.
_____Mas e a cura física, não é ela que aparece como o grande milagre realizado por Jesus?
____Olha, na nossa comunidade tinham deficientes visuais, mas não foi nenhum deles que Jesus curou, o que não significa que eles não tinham fé, ou que Jesus tinha má vontade de curá-los...
____Mas então você não conheceu esses dois cegos que começaram a ver naquele dia?
____Sinceramente não. Mas na comunidade tinham pessoas, mesmo vindos do Judaísmo, que acreditavam em Jesus e junto aos apóstolos davam continuidade á sua missão. Viam nele o Messias prometido, aquele que lhes trouxera uma Salvação que não passava pela questão do Poder institucionalizado, nem da Supremacia de um Povo, nem do Poder de um Rei Libertador. Eles sentiam no coração alegria de terem sidos libertos da “Cegueira Espiritual” dos seus Líderes, e agora viam um mundo totalmente renovado, onde estava presente o Reino que Jesus havia inaugurado...
____Mas Mateus teria então inventado essa história? Jesus não curou cego algum? Se for assim, muitas pessoas aqui do nosso tempo, vão deixar de acreditar...
____Claro que Jesus realizou “milagres”, curou cegos, fez andar paralíticos, ressuscitou mortos, fez mudos falarem e aí no seu tempo também com certeza continua a realizar tais milagres. Entretanto... os milagres aqui do nosso tempo e aí do tempo de vocês, serão sempre sinais de uma Realidade maior que é o Reino de Deus presente na humanidade. A pessoa curada descobre isso e passa a ser discípulo missionário, exatamente como aconteceu na vida desses dois Ex Cegos, que bem antes da cura já viam Jesus com os olhos da Fé presente no coração.
2. Faça-se conforme a vossa fé - Mt 9,27-31
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - comece o dia feliz)
No dia de hoje, em 749, morria São João Damasceno no mosteiro de Mar Saba, no deserto de Belém, na Judeia. Foi alguém que meditou profundamente o mistério da encarnação do Filho de Deus e ensinou que, depois da encarnação, podemos representar Jesus em imagens e pinturas e venerar os santos e as relíquias. Deus nunca tinha sido representado em imagens, porque não tinha corpo nem rosto. “Mas dado que agora Deus foi visto na carne e viveu no meio dos homens, eu represento aquilo que é visível em Deus. Não venero a matéria, mas o criador da matéria, que por mim se fez matéria e se dignou habitar na matéria e realizar a minha salvação por meio da matéria. Por isso, não cessarei de venerar a matéria pela qual chegou a minha salvação. Mas não a venero de modo algum como Deus! […] Não é por acaso matéria o madeiro da cruz três vezes santa? […] E a tinta e o livro santíssimo dos Evangelhos não são matéria? O altar salvífico que nos dispensa o pão da vida não é matéria? […] E, antes de tudo, não são matéria a carne e o sangue do meu Senhor? […] Portanto, não ofendas a matéria: ela não é desprezível, porque nada do que Deus fez é desprezível.” Os olhos dos cegos se abriram para que pudessem ver as figuras que Deus criou. Não adoramos a figura que vemos. Adoramos o Criador.
Fonte: NPD Brasil em 04/12/2020
Liturgia comentada
Segundo a vossa fé... (Mt 9, 27-31)
Força misteriosa é a fé! Como disse o próprio Mestre, a fé remove montanhas. Aqui e ali, na caminhada de Jesus, ele se defronta com pessoas capazes de apostar tudo no poder de Deus. Podem ser estrangeiros, como o centurião, uma pobre viúva que perdeu o filho único, e chegam a provocar a admiração de Jesus: “Grande é a tua fé!”
Mas os Evangelhos falam também de um apóstolo que só aceitava fazer a aposta da fé naquilo que pudesse ver. E registram, ainda, que em certo lugar Jesus “não pode fazer milagre algum, devido à desconfiança daquele povo. (Mc 6, 5-6.) Afinal, viver da fé parece arriscado demais... É mais fácil alimentar a ilusão de que temos controle de tudo. Ou afundar no desespero, pois o céu está vazio e não há ninguém para cuidar de nós...
No Evangelho de hoje, dois cegos se aproximam de Jesus e pedem “compaixão”. No texto grego, o verbo “eleéson” é da mesma família que o latim “eleemosyna”, de onde nos veio o substantivo “esmola”. Dá para pensar: afinal, eles pediam mesmo a cura dos olhos cegos ou apenas esperavam por algumas moedas? Acabariam surpreendidos ao receber mais do que estavam pedindo?
Seja como for, nós podemos entender que o homem de fé é parecido a um mendigo: estende a mão para Deus na esperança de receber aquilo de que necessita e não pode providenciar por si mesmo. O homem de fé sabe que não é Deus. O ateu pode se enganar neste particular, decidindo assumir nas próprias mãos o controle de sua vida.
Claro, falo do ateísmo prático. O ateísmo daqueles que dizem crer em Deus mas agem como se Deus não existisse. Daí, tanta preocupação com o futuro. Daí, tanto medo da morte. Daí, o excesso de trabalho e a ânsia de acumular recursos materiais...
Quando se tem fé, é possível descansar como a criancinha, pois ela sabe que tudo providenciará o Pai. É possível, sim, dirigir-se a Jesus e dizer que acreditamos de todo o coração que ele pode, se quiser, realizar os nossos impossíveis.
E, ao fazê-lo, certamente ouviremos do Senhor a mesma frase que disse aos dois ceguinhos da Palestina: “Faça-se conforme a vossa fé.” E os nossos olhos se abrirão para a luz...
Orai sem cessar: “Meus olhos estão sempre fixos no Senhor.” (Sl 25, 15)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
santini@novaalianca.com.br
Fonte: NS Rainha em 06/12/2013
HOMILIA
A CURA DE JESUS
Jesus passou os seus três anos de vida pública pregando o Reino do Pai e operando milagres em benefício daquele povo que sofria muito, por pertencer a uma classe desprivilegiada, muito pobre e excluída.
Um dia, Jesus passava pelas ruas e em determinado local passa por dois cegos, à beira do caminho, que gritam chamando-lhe a atenção. Os cegos acompanham Jesus “que vai saindo de lá”, e vão “gritando”, como são sempre apresentados os cegos nos Evangelhos. O título “Filho de David” designava o Messias e já fora empregado pela Cananéia. Não é plausível que eles soubessem que se tratava do Messias. Mais viável que, desejando um favor, atribuíssem interessadamente, um título que honrava a pessoa: bem David. É mais da psicologia humana, não só daquele tempo, como de hoje: elogiar aquele de quem esperamos um favor.
Jesus primeiro pergunta se eles acreditam que Ele tenha a força de fazer isso. A resposta é singela: “Sim, Senhor”, “meu senhor”. Em resposta, Jesus lhes diz: “faça-se a vós segundo a vossa crença”, e lhes toca os olhos, recuperando eles imediatamente a visão. Depois adverte-os, que ninguém saiba. Mas bastava olharem para eles, para verificar que haviam recuperado a visão, e eles tornam Jesus conhecido em toda a região.
Jesus chega até eles e lhes pergunta:- “Que quereis que vos faça?” - “Que enxerguemos, Senhor! Tende piedade de nós!” Jesus coloca os dedos em seus olhos e diz: “Então, que vejam!” E ficaram ambos curados. Saíram gritando e glorificando a Deus pela graça recebida, por toda aquela região. Daí, Jesus, com as Suas pregações e o Seu amor, começa a mudar a vida de muita gente que passa a segui-lo como discípulos; passando da apatia que os dominava, para a certeza em suas esperanças revividas por aquele homem que lhes falava ao coração e lhes trazia a alegria do Senhor. Abriu-lhes os olhos para a realidade das promessas feitas por Deus aos seus antepassados; que começava a ser cumprida ali, em cada encontro. Abriu os olhos a todos que a Ele se achegaram: os olhos do coração, os olhos da decência, os olhos da bondade, os olhos da partilha, os olhos do perdão, da mesma forma que fez aos olhos dos cegos. O povo que O ouvia foi crescendo, crescendo, que mesmo Ele sendo crucificado todos assumiram o seu lugar na Sua vida. E, passado todo aquele tempo da missão de Jesus, todos enxergaram limpidamente, com exceção dos que foram responsáveis por sua morte e, que até hoje esperam o Messias, que já veio, chama-se Jesus e vive no meio de nós, pelo seu Espírito Santo que Ele nos deixou como advogado e defensor. Por isso, todos os dias e a cada Natal, nós, cristãos, fazemos memória e trazemos Jesus à terra, para lhe demonstrarmos que O amamos, na comemoração do Seu nascimento, apesar de sermos fracos, pequenos, mas lutadores e perseverantes para chegarmos até o fim, para recebermos, através da Sua extrema Misericórdia, o lugar no céu, que Ele prometeu a todos que vivessem os Seus ensinamentos.
Pai, cura-me da cegueira que me impede de reconhecer a presença de tua salvação na minha vida, realizada pela ação misericordiosa de teu Filho Jesus.
Pade Bantu Mendonça Katchipwi Sayla
Fonte: Liturgia da Palavra em 06/12/2013
REFLEXÕES DE HOJE
SEXTA
Fonte: Liturgia Diária Comentada2 em 06/12/2013
HOMILIA DIÁRIA
A fé que forma discípulos e missionários da esperança
Postado por: homilia
dezembro 7th, 2012
A passagem de Mateus 9,27-31 está localizada entre temáticas que podem nos ajudar a compreendê-la melhor. No capítulo oitavo é tratado sobre as exigências do discipulado (cf. Mt 8,18-22), logo em seguida é apresentado Jesus Todo-Poderoso e vencendo as diversas situações e agentes que queriam, e ora dominavam o ser humano, não tão diferente aos tempos atuais.
Esses agentes eram: as forças da natureza, especificamente o mar (cf. Mt 8,23-27); os demônios (cf. Mt 8,28-34); o pecado (cf. Mt 9,1-8) e também Jesus antecipa a vitória sobre a temida morte (cf. Mt 9,18-19.23-25).
Enquanto o Evangelho – o qual nos propomos a meditar aplicando-o na nossa vida – pode ser sintetizado como um testemunho sobre Jesus vencendo a cegueira, assim, logo em seguida, Ele atua curando um filho amado de Deus, do mal da mudez (cf. Mt 9,32-34). Na sequência, o capítulo nove e dez tratarão (cf. Mt 9,35-10,42) da revelação sobre as diversas características da missionariedade cristã.
Onde podemos chegar com tantas citações bíblicas? Notemos que entre as exigências de uma heróica prontidão e disponibilidade para o discipulado cristão (e aquilo que é próprio da missão centrada em Jesus, o modelo supremo), encontram-se os diversos testemunhos, acima citados, do poder de Jesus Cristo em seu mistério e ministério.
Sua atuação com o Espírito Santo e segundo a vontade do Pai, não era “mágica” e nem “fábrica de exibicionismos”, mas a autêntica manifestação do amor que chama, cura, liberta, reúne, forma e envia em missão.
Tudo isto é obra do Espírito Santo na Igreja de Cristo (cf. Jo 16,13-14). Obra que compromete a todos com a resposta de uma fé-obediente! Porque assim Cristo se apresentou, de diversas formas… Mas sempre esperando um resposta, uma participação em seu poder.
O diálogo com os dois cegos, torna-se emblemático: «Acreditais que eu posso fazer isso? Eles responderam: “Sim, Senhor”. Então tocou nos olhos deles dizendo: “Faça-se conforme a vossa fé”» (Mt 9,28-29). Esta é a nossa escola divina e humana de discípulos e missionários de Cristo, como Igreja Católica. Por isso parafraseando as súplicas dos dois cegos, podemos sempre pedir: “Tem compaixão de nós e nos faça, neste tempo desafiadores, discípulos e missionários segundo o Teu Coração, rico em misericórdia!”
Mas nos preparemos para uma provável pergunta…«Acreditais?…». Certamente, se a nossa resposta for um sincero: «Sim, Senhor!», então estaremos nos submetendo à formação de Cristo que passa pelo seu poderoso amor misericordioso que sabe personalizar – segundo a necessidade de cada um – e formar a todos para uma união de coração que evangeliza por si só, como testemunhava a Igreja primitiva: «Perseverantes e bem unidos, frequentavam diariamente o templo, partiam o pão pelas casas e tomavam a refeição com alegria e simplicidade de coração. Louvavam a deus e eram estimados por todo o povo. E, cada dia, o Senhor acrescentava a seu número mais pessoas que eram salvas» (At 2,46-47).
Neste Ano da Fé, precisamos crescer nas dimensões e relações entre fé-discipulado-missão. Para assim colocarmos a experiência de Deus, no poder do Espírito Santo, não como uma busca frenética e até egoísta daquilo que Ele pode nos dar, mas em forma de testemunho. Assim ensina o Catecismo da Igreja Católica, exaltando também a Virgem Maria, como modelo: «Somente a fé pode aderir aos caminhos misteriosos da onipotência de Deus. Esta fé gloria-se nas suas fraquezas, a fim de sobre si o poder de Cristo. Desta fé a Virgem Maria é modelo supremo, ela que acreditou que “nada é impossível a Deus” (Lc 1,37) e pôde engrandecer o Senhor: “O Todo-Poderoso fez grandes coisas em meu favor, seu nome é Santo” (Lc 1,49)» (CIC 273).
E no Advento litúrgico que hoje a Igreja vive, precisamos viver o advento existencial e formativo, para que tudo em nós, concorra para sermos discípulos e missionários segundo o coração d’Aquele que nos quer “visionários” de tempos de esperança: «E os olhos deles se abriram» (Mt 9,30).
Padre Fernando Santamaria
Fonte: Canção Nova em 07/12/2012
HOMILIA DIÁRIA
Como há confusão dentro do nosso coração!
Como há confusão dentro do nosso coração! Nós nos machucamos demais na vida, porque não a enxergamos como ela merece.
“Dois cegos seguiram Jesus, gritando: ‘Tem piedade de nós, filho de Davi!’.” (Mt 9,27)
Os cegos, diz o Evangelho, representam todos nós que vivemos diversos tipos de cegueira na vida. Cegueira espiritual, cegueira emocional, cegueira intelectual; cegueira da própria vivência, que vai da fé à cegueira emocional. Desse modo, com nossas emoções confusas, confundimos sentimentos e acabamos não sabendo qual o sentimento correto devemos seguir.
Como há confusão dentro do nosso coração! Uma verdadeira cegueira intelectual no mundo de hoje, pensamentos confusos e filosofias controversas, assim, muitos acham que tal coisa é de tal forma e são movidos por esse sentimento. Uma verdadeira cegueira espiritual! Desse modo não conseguem ver as coisas de forma mais ampla e são guiados pelo pensamento: “Eu acho o que eu acho, o que eu vejo é o que Deus quer e me vejo assim”.
O problema é que toda a cegueira não guiada, não conduzida, não curada, nos leva aos atropelos da vida. Por sermos cegos em todas as esferas da vida que possamos imaginar, estamos constantemente a nos atropelar e atropelando os outros também por causa da cegueira que nos envolve.
Às vezes, depois de um tempo, percebemos que a cegueira nos mantém muito machucados. E nos machucamos demais na vida, porque não a enxergamos como ela merece.
Enquanto a maturidade não vem ao nosso encontro, enquanto não permitirmos que a maturidade nos visite e faça crescer em nós a nossa visão de mundo, de fé, de Igreja, nós seremos cegos e, muitas vezes, cegos guiando cegos.
Ao passo que, quando a humildade vem ao nosso coração, tomamos consciência da nossa fragilidade. Com isso, podemos perceber que nada sabemos e que precisamos aprender. Quando tomamos consciência disso, também vamos ao encontro do Senhor e pedimos: “Tenha piedade de mim, Jesus! Abra meus olhos, minha mente, meu coração. Permita-me enxergar aquilo que eu ainda não sei enxergar”.
Essa atitude de humildade é, ao mesmo tempo, de tamanha fé, pois só Jesus pode curar a nossa cegueira. Esses dois cegos do Evangelho de hoje abriram seus olhos e puderam ver o que nunca viram antes, por isso glorificaram a Deus.
Que Deus, hoje, abra nossos olhos, nossa mente e o nosso coração e cure a nossa cegueira.
Que Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Fonte: Canção Nova em 06/12/2013
HOMILIA DIÁRIA
Deixemos a luz da graça de Deus entrar em nossa vida
É o momento, é a hora da graça, de deixarmos Deus abrir os nossos olhos e nos mostrar a luz da vida
“Então Jesus tocou nos olhos deles, dizendo: ‘Faça-se conforme a vossa fé’.” (Mateus 9,29)
São dois cegos que estão gritando: “Jesus, tende piedade de nós! Filho de Davi, tenha compaixão de nós!”. Esses cegos querem ser curados, estão clamando para que Jesus se compadeça deles. Jesus está perguntando se eles têm fé, se eles acreditam que Ele pode fazer algo por eles; então dizem: “Sim, eu creio”. É por isso que Jesus tocou nos olhos deles e disse: “Faça-se segundo a vossa fé”.
Essa é a grande graça que a fé nos concede, ela abre os nossos olhos. A fé nos abre para enxergarmos o que a incredulidade, o orgulho e o pecado não nos permitem enxergar.
Todos nós vivemos a insensatez de não enxergarmos a verdade. Os nossos olhos estão como que cobertos por escamas e não enxergamos a vida e a realidade como de fato ela é, porque não temos os olhos da fé.
A graça que esses dois homens alcançaram é muito mais do que a graça da visão física, propriamente dito. A graça de enxergar é aquilo que eles, como cegos, já estavam enxergando, que Jesus era a luz da vida deles.
É preciso dizer que para nós, que caminhamos, muitas vezes, em meio à escuridão, às obscuridades na alma, na mente, nos relacionamentos e em todas as situações da vida, Jesus é a luz da vida. É Ele quem ilumina os nossos olhos, é Ele quem clareia o nosso coração diante de tantas coisas obscuras que nos cegam.
Acalme o seu coração, silencie a sua alma e busque, com toda intensidade do seu ser, a confiança e a fé n’Ele, porque Ele há de abrir os nossos olhos, vai nos ajudar a enxergar o que não conseguimos.
O cego é aquele que não enxerga a si mesmo. Achamos que enxergamos bem, mas nem óculos nós usamos! Nossa mente, no entanto, está, muitas vezes, obscurecida e ofuscada, nem nos enxergamos, não percebemos quando estamos fazendo mal aos outros, estamos sendo ridículos com nós mesmos, estamos nos enganando, iludindo-nos com tantas coisas que não percebemos. Estamos falhando com o outro.
É o momento, é a hora da graça, de deixarmos Deus abrir os nossos olhos, nos mostrar a luz da vida, para que não morramos na cegueira sem enxergar a luz da vida e ver a vida com a luz da graça, para que a nossa vida caminhe na direção do Céu e da eternidade.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Fonte: Canção Nova em 07/12/2018
HOMILIA DIÁRIA
A fé abre os nossos olhos
“Então, Jesus tocou nos olhos deles, dizendo: ‘Faça-se conforme a vossa fé’. E os olhos deles se abriram.” (Mateus 9,29-30)
No Evangelho de hoje, dois cegos estão gritando a Jesus: “Filho de Davi, tem piedade de nós, da nossa cegueira porque não enxergamos”. Diante dos clamores e da insistência dos dois cegos, é Jesus que se volta a eles e pergunta: “Vocês acreditam e têm fé de que eu posso realizar tal coisa?”. E responderam com toda a intensidade da alma e do coração: “Senhor, nós cremos e acreditamos”, e Jesus disse: “Que se realize aquilo que a vossa fé acredita”.
A fé abriu os olhos daqueles dois homens; é isso que a fé realiza em nós. A fé abre os nossos olhos para que possamos enxergar a Jesus. Muitas vezes, vivemos no mundo e enxergamos tudo: problemas, dificuldades, crises, defeitos dos outros, mas não vemos a Jesus; vemos os problemas, mas não vemos as luzes, não enxergamos a graça. E aqueles cegos sem ver fisicamente, eles “viram” que Jesus podia curá-los, com os olhos da alma, olhos da fé, eles enxergavam o que nós, com nossos dois olhos, muitas vezes, não enxergamos.
Não enxergamos a graça de Deus, por isso, a fé produz esta grande cura: abrir os nossos olhos para enxergarmos a Jesus. A fé precisa sempre, em primeiro lugar, abrir os nossos olhos.
Infelizmente, estamos com os nossos olhos fechados ou ofuscados pelas buscas dos prazeres, dos bens materiais, dos nossos interesses egoístas e individualistas e, quando enxergamos a Deus, O enxergamos para que Ele nos sirva, para que sacie os nossos interesses e desejos egoístas.
Muitas vezes, as pessoas me perguntam: “Padre, por que Deus não me escuta?”. Deus escuta aquele que O enxerga e não aquele que só enxerga a si mesmo, Deus escuta aqueles que O buscam para encontrá-Lo e não para satisfazerem os seus interesses e necessidades pessoais.
A fé produz esta grande cura: abrir os nossos olhos para enxergarmos a Jesus
Para esses dois cegos do Evangelho, bastava que Jesus abrisse os seus olhos para que pudessem enxergar mais além, para que pudessem ir mais a fundo, porque, no meio daquela multidão, muitos não viam a Jesus.
Estamos no meio de muitas multidões, a multidão que vai para lá e para cá no trânsito da vida; as multidões que estão nas redes virtuais; as multidões que andam pelos caminhos e pelas estradas as quais passamos.
Não podemos ser mais um no meio da multidão, precisamos, no meio dessa multidão, enxergar a luz, enxergar a Jesus e a graça. Por isso, a minha súplica hoje é: “Senhor, que eu veja. Senhor, tem piedade de mim porque eu sou cego; só vejo o meu umbigo e as minhas necessidades; e não enxergo nem o irmão que está ao meu lado nem vejo a dor e o sofrimento do outro. Não vejo a luz, a direção, a seta que o Senhor, tantas vezes, coloca nas estradas da minha vida”.
Senhor, eu sou cego, tem piedade de mim, que a fé abra os meus olhos, para que possa Te enxergar.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Fonte: Canção Nova em 06/12/2019
HOMILIA DIÁRIA
Peçamos ao Senhor que nos ajude a enxergar a nossa vida
“Partindo Jesus, dois cegos o seguiram, gritando: ‘Tem piedade de nós, filho de Davi!’.” (Mateus 9,27)
Aqui, temos duas coisas maravilhosas: Jesus seguindo o caminho do Reino dos Céus e dois cegos O seguiram. Mesmo cegamente, mesmo não enxergando como deveríamos enxergar, precisamos segui-Lo, precisamos ir atrás d’Ele. Esses cegos não só seguiram, mas clamaram e gritaram: “Senhor, tem piedade de nós”. Primeiro, eles manifestaram a sua fé, eles acreditavam que Jesus era o Senhor, o Messias e colocaram n’Ele a sua confiança.
“Senhor, tenha compaixão da nossa cegueira. Tenha compaixão porque não enxergamos. Tenha compaixão porque não vemos como devemos ver”. A pergunta do Senhor é: “Vocês acreditam que posso fazer isso?”; eles respondem: “Sim, Senhor, nós cremos”.
Você crê que Jesus pode fazer você enxergar o que não está enxergando? Você crê que Jesus pode abrir os seus olhos para aquilo que eles não conseguem enxergar como precisam enxergar? Você realmente crê que Jesus pode abrir os seus olhos para você enxergar o seu coração, o que precisa ser mudado, transformado e direcionado? Você acredita que Jesus pode abrir os seus olhos para você parar de reparar a vida dos outros e reparar a sua própria vida? Você crê mesmo que Jesus pode abrir os seus olhos para você enxergar o seu interior, as coisas belas que há na sua alma, mas as coisas profundas que precisam ser mudadas, movidas e removidas?
O grande problema da vida é não se enxergar
Você crê mesmo que Jesus pode abrir os seus olhos para que você, de fato, enxergue os seus defeitos, fragilidades e vendo-as possa trabalhar cada uma delas com a misericórdia divina? Se você realmente crê, Jesus quer fazer você ver; se você crê Jesus quer que você enxergue aquilo que não está enxergando.
Boa parte da nossa vida passamos cegos, enxergando o que não precisamos enxergar, e não vendo o que precisamos, de fato, ver. Passamos boa parte da nossa vida sem nos conhecermos, sem sabermos quem somos, sem trabalharmos com profundidade, seriedade e serenidade o nosso próprio interior.
Já deu para ver que é mais fácil enxergar a vida dos outros, o problema dos outros, a dificuldades dos outros, o erro dos outros. Vemos sempre de uma forma muito superficial aquilo é o nosso próprio problema ou os nossos próprios pecados, erros e fragilidades.
O grande problema da vida é não se enxergar! Por isso, com toda a humildade que esses dois cegos tiveram clamando atrás de Jesus: “Piedade de nós, Senhor”, possamos dobrar os joelhos no chão e clamar: “Senhor, tem piedade de nós. Ajude-nos a enxergar aquilo que, de fato, não conseguimos ver”.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Fonte: Canção Nova em 04/12/2020
HOMILIA DIÁRIA
A luz de Deus quer abrir os nossos olhos
“Partindo Jesus, dois cegos o seguiram, gritando: ‘Tem piedade de nós, filho de Davi!’.” (Mateus 9,27)
O grito dos dois cegos do Evangelho de hoje é por misericórdia, por compaixão, por clemência e socorro. O grito dos dois cegos de hoje mostra o quanto nós, que estamos também cegos nesta vida, precisamos gritar e clamar pela misericórdia de Deus, para que possamos enxergar, para que possamos ver o que não conseguimos ver, para que os nossos olhos possam se abrir.
Às vezes, perguntamos: “O que está acontecendo com a minha vida?”, “O que está acontecendo com a minha família?”, “O que está acontecendo com a minha casa?”, “Não consigo entender, não consigo ver”; e muitas vezes está a nossa frente e nós não enxergamos o problema; muitas vezes, o problema está dentro de nós, mas não o enxergamos.
Deixemos que a graça de Deus nos toque, para que nossos olhos possam se abrir para enxergarmos o que não enxergamos ainda
A primeira coisa é admitir que sou cego, é admitir que a minha visão de vida e de mundo é limitada, muitas vezes distorcida, mal focada e está faltando luz para que eu realmente possa enxergar o que está a minha volta. Mas, mais do que enxergar o que está a minha volta, preciso enxergar o que está dentro de mim e que, muitas vezes, não vejo, porque estou sempre achando que o problema são os outros, não enxergo em mim o que preciso mudar, o que preciso fazer, como preciso me comportar. Vejo pessoas que passam a vida inteira reclamando dos outros, são filhos que não se enxergam, querem sempre colocar a culpa dos seus problemas e dificuldades nos seus pais.
Para mim, uma das maiores calamidades dos nossos tempos é essa: é ver pessoas que já são adultas, que já deveriam ter uma maturidade, mas são cegas e vivem uma verdadeira imaturidade de vida, estão sempre atrás de outros para culpar e para desculpar seus próprios erros. Isso quando não estão culpando os pais, os quais muitas vezes estão idosos, sofridos, e têm que ficar escutando filho reclamando, culpando por isso ou por aquilo. Pode ser que, lá no passado, tenha acontecido algo que o limitou, mas a vida é superar, é ir para frente.
Quanta cegueira no mundo em que estamos, onde as pessoas querem colocar a culpa em Deus pelos desastres, pelo o que não deu certo. Desculpe-me dizer, mas não nos enxergamos, não nos vemos como precisamos realmente nos ver; e aí é preferível ficar naquela bengala, ancorado nas culpas e desculpas, quando o que nós precisamos é enxergar, é reconhecer que estamos cegos, limitados na nossa visão interior, limitados na nossa visão de vida, reconhecer a nossa própria ignorância, aquilo que nós ignoramos, que não conhecemos, e humildemente buscar ajuda.
Os dois cegos buscaram em Jesus a luz. O grito de misericórdia é o grito de reconhecimento da própria fragilidade, na necessidade de socorro, de auxílio e de ajuda. Se somos cegos na visão espiritual, fechamo-nos no nosso orgulho, na nossa soberba e não enxergamos a luz de Deus que quer abrir os nossos olhos.
Você crê que Jesus pode abrir os seus olhos? Se você crê, deixe que a graça de Deus toque em você, para que seus olhos possam se abrir para enxergar o que não enxerga ainda.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Fonte: Canção Nova em 03/12/2021
HOMILIA DIÁRIA
Você é chamado a professar sua fé no Filho de Deus
“Quando Jesus entrou em casa, os cegos se aproximaram dele. Então Jesus perguntou-lhes: ‘Vós acreditais que eu posso fazer isso?’ Eles responderam: ‘Sim, Senhor’.” (Mateus 9,28)
Meus irmãos, neste tempo em que nos preparamos para o nascimento de Nosso Senhor e, ao mesmo tempo, nos preparamos para nos encontrar em definitivo com Ele, precisamos também pedir a graça ao Nosso Senhor de enxergar.
Aqueles cegos nos representam, aqueles cegos representam a humanidade que jaz na escuridão pela falta de Deus, pela falta da verdade, pela falta de uma vida partilhada com o irmão e com o próximo.
Quando nós estamos, infelizmente, no pecado, também estamos na cegueira. E aqueles dois cegos pediram a misericórdia do Senhor, pediram a piedade d’Ele: “Senhor, Filho de Davi, tem piedade de nós”, foi o pedido daqueles cegos. Jesus parou, esteve com eles e os questionou, porque Ele queria provocar realmente a fé, o que eles queriam de fato. E eles responderam que acreditavam que Jesus tinha poder para curá-los.
Aqueles homens evoluíram na sua caminhada. A princípio, o reconheceram como Filho de Davi e, depois, Jesus perguntou se eles tinham fé para aquilo, para que eles pudessem voltar a enxergar; e, para que pudessem enxergar, disseram: “Sim, Senhor!”
Vamos crer em Jesus, professar a nossa fé n’Ele, enxergá-Lo para poder enxergar o caminho
Meu irmão, nesta nossa caminhada, neste novo Tempo Litúrgico que nós estamos vivendo, devemos progredir na nossa caminhada, crer cada vez mais em Nosso Senhor. E é crendo n’Ele, Jesus, que nós vamos enxergar.
Quando enxergamos Jesus, enxergamos também o nosso irmão, enxergamos também o nosso próximo; quando nós olhamos para Jesus, vemos também os nossos erros e precisamos nos arrepender dos nossos erros e pecados. É a fé em Jesus que clareia a nossa vida, que clareia a sua vida.
O Catecismo da Igreja Católica, no parágrafo 147, diz a respeito do crer, de ter fé: “A graça de crer no seu Filho Jesus, guia da nossa fé, que Ele leva à perfeição”. Crer no Filho de Deus, crer em Nosso Senhor nos guia, Ele é o nosso guia.
Vamos crer em Nosso Senhor para chegarmos ao nosso destino, vamos crer em Jesus, professar a nossa fé n’Ele, enxergá-Lo para poder enxergar o caminho. Ele é o caminho, é a verdade, é a vida.
“Senhor, tira-nos da cegueira do pecado e do erro; tira-nos da cegueira de não amar mais o irmão, mas de amá-lo.” Olhando para o Senhor, nós conseguimos enxergar o nosso irmão.
A bênção do Deus Todo-poderoso. Pai, Filho e Espírito Santo. Amém!
Padre Márcio Prado
Sacerdote da Comunidade Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 02/12/2022
Oração Final
Pai Santo, o Cristo testou a fé daqueles cegos, propondo que fosse feito conforme eles cressem. Nós acreditamos, Pai amado, mas aumenta a nossa fé, pois somos seres frágeis! Faze-nos discípulos missionários do Cristo Jesus, teu Filho que se fez nosso Irmão e contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 07/12/2012
Oração Final
Pai Santo, que a fé que nós queremos ter nos dê força para vivermos a solidariedade, a compaixão, a generosidade para com os companheiros de peregrinação por este planeta-jardim que nos confiaste para ser cuidado e repartido. E que o façamos com gratidão e alegria, nós te pedimos pelo Cristo Jesus, teu Filho e nosso Irmão, que contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 06/12/2013
ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, o Cristo testou a fé daqueles cegos, propondo que fosse feito conforme eles cressem. Nós acreditamos, amado Pai, mas aumenta a nossa fé, pois somos seres frágeis! Faze-nos discípulos missionários do Cristo Jesus, teu Filho que se fez nosso Irmão e contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 07/12/2018
ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, que a nossa tão desejada Fé nos dê força e alegria para viver a solidariedade, a compaixão e a generosidade para com todos os companheiros de peregrinação por este planeta-jardim, que nos confias para ser cuidado, usufruído e repartido. E que o façamos com humildade, gratidão e entusiasmo, nós Te pedimos pelo Cristo Jesus, teu Filho e nosso Irmão, que contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 06/12/2019
ORAÇÃO FINAL
Pai, nossa alma tem sede e espera em Ti! Dá-nos Fé parecida com a daqueles cegos que foram curados por Jesus de Nazaré. Que nós compreendamos que a Vida é um milagre constante que deve ser acolhido como dádiva do teu Amor. E que não nos calemos, mas partilhemos a nossa gratidão onde quer que estejamos. Por Jesus, o Cristo teu Filho e nosso Irmão, que contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 04/12/2020
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