terça-feira, 28 de maio de 2024

COLETÂNEA DE HOMÍLIAS DIÁRIAS, COMENTÁRIOS E REFLEXÕES DO EVANGELHO DO DIA, DE ANOS ANTERIORES - 28/05/2024

ANO B


Mc 10,28-31

Comentário do Evangelho

Partilha e abundância para todos

O piedoso homem rico não quis abrir mão de sua riqueza e rejeitou a proposta de Jesus de ingresso na vida eterna (cf. 28 maio). Em contraposição, Marcos apresenta, em seguida, o testemunho de Pedro e dos discípulos que seguiam Jesus, embora vacilantes e sem bem entendê-lo. Jesus não responde diretamente às expectativas de Pedro e dos demais, mas dá uma resposta geral, dirigida a todos que efetivamente deixam tudo para segui-lo. Aquele que partilhar seus bens receberá cem vezes mais, agora, e a vida eterna que transcende o tempo. Nesta partilha dos bens temos uma versão, em termos econômicos, da partilha do pão na montanha, a partir da qual os pães se multiplicaram e houve abundância. Além do mais, o desapego às conservadoras tradições familiares, que reproduzem o sistema social de privilégios e dominação, proporciona o ingresso na grande família daqueles que fazem a vontade de Deus. Contudo, a adesão a Jesus e ao evangelho pode ser motivo da conquista da bem-aventurança da perseguição por causa do Reino.
No novo mundo possível e já em construção, não haverá exploração e miséria, mas sim compaixão, solidariedade, partilha e abundância para todos.
José Raimundo Oliva
Oração
Pai, dá-me a graça de entregar-me totalmente ao serviço do Reino, sem esperar outra recompensa além de saber-me amado por ti.
Fonte: Paulinas em 29/05/2012

Comentário do Evangelho

No seguimento de Cristo tudo adquire sentido

“... nós deixamos tudo e te seguimos” (v. 28). Podemos interpretar este versículo de duas formas: a) nós deixamos tudo e te seguimos, qual será a nossa recompensa?; b) nós deixamos tudo e te seguimos, então, teremos a vida eterna. A resposta de Jesus vai noutra direção. As “cem vezes mais” prometidas para esta vida (v. 30) significam que no seguimento de Cristo tudo adquire sentido e ocupa o seu devido lugar. A “recompensa é dom”. A “vida eterna”, comunhão plena com o Pai e o Filho, no Espírito Santo, é dom que, como num espelho, se experimenta aqui, em nossa peregrinação terrestre, e tende ao definitivo, na vida transfigurada em Cristo. A vida eterna não é conquista, é dom de Deus. A recompensa do discípulo é seguir Jesus Cristo (cf. Mc 10,21).
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, dá-me a graça de entregar-me totalmente ao serviço do Reino, sem esperar outra recompensa além de saber-me amado por ti.
Fonte: Paulinas em 28/05/2013

Comentário do Evangelho

Deixar para se ter a plenitude

Em continuidade com o episódio anterior, temos a impressão de que, no trecho de hoje, a questão da vida eterna continua, agora, na observação de Pedro. Esse diálogo dá a Jesus a possibilidade de afirmar que, deixando tudo, em razão do chamado ao seu seguimento, é que se tem o cêntuplo (v. 30). Deixar para ter a plenitude. “Cem vezes mais” não é uma operação matemática; ela simboliza que no seguimento de Jesus Cristo, e para além do tempo de sua vida terrestre, tudo adquire sentido para o discípulo e tudo ocupa o seu devido lugar. A recompensa do discípulo é o chamado a seguir Jesus e o próprio seguimento, pois ele permite a graça de viver a vida do Senhor. A recompensa não é acerto de contas por algo realizado e merecido. Na vida cristã a recompensa é um dom de Deus. A vida eterna, enquanto dom, é a comunhão com o Pai e o Filho (cf. Jo 17,2-3) no Espírito Santo. Nesse sentido, ela não é um dom exclusivo para a “outra vida”, mas uma graça dada na provisoriedade do tempo para que se possa desejar essa comunhão na eternidade, onde nossa vida será plenamente transfigurada em Cristo.
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, dá-me a graça de entregar-me totalmente ao serviço do Reino, sem esperar outra recompensa além de saber-me amado por ti.
Fonte: Paulinas em 04/03/2014

Vivendo a Palavra

Pedro ensaiava os primeiros passos no caminho da sua conversão: ele ainda não tinha se libertado do que abandonara para seguir o Mestre, e se lembrava – quem sabe, com saudade? – de ‘tudo’ que deixou. A nossa conversão exige que nos desapeguemos de tudo o que somos e do que temos.
Fonte: Arquidiocese BH em 29/05/2012

Vivendo a Palavra

Jesus ensina um jeito novo de posse: dar e receber. Dar por amor, sem interesse de retribuições, por pura gratuidade. E receber da misericórdia do Pai a Paz que só Ele é capaz de nos dar; a alegria que brota da certeza de que caminhamos, já nesta vida, nas terras do Reino de Deus.
Fonte: Arquidiocese BH em 28/05/2013

VIVENDO A PALAVRA

O Mestre aprofunda a lição: não basta ‘deixar coisas’… vale mais a motivação: deve ser ‘por causa da Boa Notícia’. A nossa generosidade não deve visar à retribuição, ainda que seja aquela lembrada no próprio texto, mas deve ser motivada pelo Amor gratuito e misericordioso, que nada pede em troca, nem mesmo que seja reconhecido.
Fonte: Arquidiocese BH em 29/05/2018

Reflexão

Eu posso contribuir para a minha salvação na medida em que eu faço de Deus o centro da minha vida e a causa da minha felicidade, submetendo-me totalmente a ele. Se eu vivo apegado às coisas do mundo, eu vivo em função delas e coloco nelas a minha felicidade, fechando o meu coração à ação divina e a minha vida ao projeto do reino dos céus. Para conseguir o desapego das coisas do mundo, é necessário que a gente procure assumir uma nova hierarquia de valores que faz com que sejamos capazes de desprezar os bens materiais, mas rejeitar os valores do mundo significa sofrer perseguições nesta vida. É preciso renunciar aos valores do mundo para ter a vida em Cristo.

Reflexão

Faz sentido a pergunta de Pedro. Os apóstolos sabem que Jesus é pobre, e eles próprios deixaram para trás tudo o que possuíam. Jesus, então, mostra-lhes um lado novo da sua comunidade: a partilha dos bens entre todos. Nada faltará a ninguém; ao contrário, tudo se multiplica. Não vai faltar tampouco a perseguição (“Se perseguiram a mim, vão perseguir também a vocês”, Jo 15,20). As primeiras comunidades cristãs viveram essa proposta: partiam o pão pelas casas e celebravam a eucaristia. Havia um clima de satisfação geral e acentuado espírito de partilha, de tal modo que “ninguém dizia que eram seus os bens que possuía, mas tudo entre eles era posto em comum” (At 4,32). Tudo pode continuar dando certo, a menos que na comunidade se infiltre o egoísmo e vigore o apego aos bens materiais.
(Dia a dia com o Evangelho 2018 – Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp)
Fonte: Paulus em 29/05/2018

Recadinho

Pedro era muito prático! Queria logo saber o que ganhariam com terem deixado tudo para seguir o Mestre! E Jesus, como sempre, mostra-se muito generoso. Quem se habilita a, como Pedro e muitos outros, ser o último agora, em troca de ser o primeiro no Reino de Deus?! - Deus nos criou para servir. Não temos outra opção. Como é minha vida de serviço? - Procuro controlar minha vida para que não me apegue demais às coisas passageiras deste mundo? - O que de mais relevante faço por meu próximo? - Quais são meus próximos mais próximos?
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
Fonte: a12 - Santuário Nacional em 04/03/2014

Meditando o evangelho

SEGUIMENTO GRATUITO

A preocupação de Pedro e dos outros discípulos com a recompensa que haveriam de receber, por serem seguidores de Jesus, tem sua razão de ser. Eles haviam deixado para trás família, profissão, projetos pessoais, para seguir o chamado do Mestre. Quem haveria de garantir-lhes o sustento? Qual seria o futuro deles, já que não estava em jogo o recebimento de benefícios financeiros? A pobreza de Jesus não lhes permitia nutrir ilusões. Ele não podia dar o que não tinha. Segui-lo significava tornar-se pobre como ele.
A resposta de Jesus é compreensível à luz da experiência das primeiras comunidades cristãs. Estas conseguiram libertar-se do que possuíam, e se dispuseram a colocar tudo em comum, realizando uma efetiva comunhão de bens e de relações interpessoais. Por isso, quem aderia ao Senhor, mesmo desfazendo-se de seus bens, não corria o risco de ver-se na indigência. A própria comunidade viria em socorro de suas necessidades.
Em decorrência disto, quem se tornava discípulo, mesmo tendo deixado tudo, receberia, já neste mundo, o cêntuplo como recompensa, participaria dos bens comuns, e teria sempre alguém para acudi-lo, quando necessário.
O seguimento gratuito acaba sendo recompensado. Não segundo os esquemas mundanos de acumulação de bens, mas conforme o esquema de partilha, característico do Reino.
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total)
Oração
Espírito de gratuidade, que eu saiba reconhecer, nos bens partilhados comigo pelos irmãos e irmãs de fé, a recompensa que o Senhor preparou para mim.
Fonte: Dom Total em 24/05/2016

Meditando o evangelho

A RECOMPENSA PROMETIDA

Os discípulos não se contentaram de seguir Jesus na gratuidade, uma vez que lhe apresentaram a questão da recompensa por tê-lo seguido. Pensando bem, eles tinham razão. Para seguir Jesus, tiveram de romper com os laços familiares, abandonar as atividades profissionais, deixar para trás suas propriedades e pôr-se à disposição do Mestre. Era justo desejar saber, de antemão, o que receberiam em troca.
Jesus não descarta a questão, mas responde de maneira enigmática. O discípulo, já nesta vida, receberá o cêntuplo de quanto renunciou e, no futuro, a vida eterna. Esta resposta deve ser interpretada não a partir de uma visão puramente materialista e, sim, a partir das nova relações propiciadas pela opção do discípulo. O Reino estabelece vínculos consistentes de comunhão entre seus membros, formando uma grande família onde todos se sentem irmãos, irmãos, mães, pais, filhos e filhas. Ninguém se apega a seus bens a ponto de se tornar insensível à carência dos outros. A solidariedade é um imperativo do Reino. Por conseguinte, a ruptura exigida pelo Reino não deveria deixar o discípulo na insegurança.
A recompensa terrena prometida por Jesus chega em meio a perseguições e dificuldades. O discípulo, neste caso, dá-se conta de que o cêntuplo terreno ainda não é o bem definitivo a ser almejado. O Pai lhe reserva a vida eterna.
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total).
Oração
Senhor Jesus, possa eu experimentar, na solidariedade dos irmãos e irmãs, o cêntuplo reservado para mim, sem perder de vista a vida eterna.
Fonte: Dom Total em 29/05/2018

COMENTÁRIO DO EVANGELHO

1. "Fazer, esperando uma recompensa..."
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Este evangelho é sequência do anterior, meditado ontem, Jesus nem tinha acabado de falar e o apóstolo Pedro, todo garboso, achando que ele e o grupo de discípulos eram bem melhores do que o homem rico, que foi embora de cabeça baixa, disse a Jesus "Eis que deixamos tudo e te seguimos...", e em seguida a pergunta que com  certeza ele fez ou deixou no ar "Vamos ganhar o que?".
Na parábola dos empregados convidados para trabalharem na Vinha, aqueles primeiros que madrugaram receberam uma moeda de ouro, e imaginavam que os últimos que começaram as cinco da tarde, receberiam um valor menor. O Filho mais velho, na Parábola do Filho Pródigo, irritou-se e encheu-se de ódio contra o Pai, porque ele dava uma recompensa a quem não merecia, referindo-se a festa e ao boi gordo abatido para o churrasco na recepção do Filho mais novo, que tinha partido um dia dissipando os seus bens em uma vida devassa.
Embora o Judaísmo não influencie mais a vida dos cristãos da Pós-Modernidade, mas a questão da recompensa ainda existe, nos impedindo de amar gratuitamente e incondicionalmente as pessoas. Nas Famílias, mesmo nas cristãs bem constituídas, ainda se premia o filho ou a filha mais comportado, mais estudioso, mais trabalhador. Na sociedade, as pessoas boas sempre são lembradas pelos nossos políticos, ainda em vida, ou virando nome de rua depois de mortas. Quando alguém de uma vida Santa consegue um ótimo emprego, ou algum prêmio que vai mudar sua vida, tipo ganhar na Mega Sena acumuldada, na própria comunidade irão dizer "Deus te abençoou, porque você merece..." E por fim, temos a Teologia da Retribuição e Prosperidade, que lotam templos enriquecendo pastores mal intencionados, tudo para prosperar e ser bem sucedido nesta vida.
Lembro dos meus tempos de catequese lá nos anos sessenta, onde aprendíamos a ser bons para poder ir para o céu, e quando aprontávamos alguma, em casa ou na catequese, alguém nos alertava " Olha, desse jeito você não vai para o céu". Será que hoje em nossas comunidades  muita gente não pensa assim? E pode acontecer ainda pior, alguém ser bom para que nenhum mal lhe aconteça... Essa conduta e modo de pensar estão muito longe de SER CRISTÃO de verdade.
Jesus garante que a renúncia e o desapego a tudo nesta vida, para ficar com ele e se tornar um discípulo, não ficará sem recompensa, de fato, as alegrias que se sente, quando se ama e se doa gratuitamente é algo fantástico, mas que porém pode se tornar frustrante, quando esperamos algum retorno, algum elogio, algum confete, quando queremos uma boa alisada em nosso ego, por conta de sermos bons...
Termino com uma bela oração do Século XVI "Meu Deus, não é o céu que prometestes que me leva a querer-te, também não é o inferno tão temido que me leva a deixar de te ofender... Somente o teu amor leva-me a agir, e de tal modo, que mesmo que não houvesse o céu eu te amaria, e mesmo que não houvesse o inferno eu te temeria. Nada o Senhor tem que me dar para que eu o ame, pois ainda que não esperasse o que espero, eu te amaria do mesmo modo como eu te amo".
Fonte: NPD Brasil em 29/05/2012

COMENTÁRIO DO EVANGELHO

1. Renunciar por causa do Reino, não é perder...
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Sehora Consolata – Votorantim – SP)

Quando estamos diante de um evangelho como esse, onde fica explicitada a necessidade do discípulo renunciar algo, deixar para trás tantas outras coisas, em um primeiro momento pensamos em uma perda. Lembro-me quando me preparava para a ordenação Diaconal e estava exatamente naquele tempo conseguindo me realizar na área da comunicação, que eu tanto amava, atuando no jornal da minha cidade, fazendo locução de jogos decisivos da nossa Várzea e já dando também os primeiros passos em uma emissora AM participando em um programa de esportes e iniciando uma possível carreira de comentarista esportivo. Lembro-me de uma certa nostalgia nos primeiros domingos em que já tinha me afastado das lides esportivas de repórter varzeano. Acho que isso também aconteceu com os primeiros discípulos que largaram na praia o barco e as redes.
Isso acontece porque olhamos só o Débito e não temos noção, naquele primeiro momento, dos grandiosos Créditos que o Senhor nos dará. Posso testemunhar com alegria, sinceridade e Fidelidade que, decorridos mais de 30 anos desses episódios anteriores a minha ordenação, sinto-me plenamente realizado porque o Trabalho de Comunicação acabou vindo a ser uma diakonia dentro do meu Ministério onde respondo pela Coordenação da Pascom arquidiocesana, como responsável direto pelo Portal, pelo Jornal Arquidiocesano edições impressas e online. É inexplicável a alegria que sinto ao fazer esse trabalho, posso dizer que consegui unir o útil ao agradável, pois, atuar na área de comunicação na vida civil, já me alegrava, agora então, atuando no seio da nossa Mãe Igreja, a alegria é redobrada. Se eu insistisse na carreira de Comunicação, não seria um bom profissional.
Deus Pai presente em Jesus Cristo, nos carismas do Espírito Santo, nunca vai nos chamar para fazer algo para o qual não temos a mínima inclinação, mas dentro do próprio carisma vai pedir de nós uma renúncia, um deixar algo para trás, algo que gostamos muito de fazer. Em uma linguagem bem popular, não se trata aqui de “Trocar seis por meia dúzia”, pois quando descobrimos o que Deus quer de nós, no mesmo lugar onde estamos, e com o carisma que dele recebemos, sempre saímos no lucro, deixamos “pouco” e ganhamos “muito”. Evidentemente que o retorno é total e completo, pois não se restringe a esta Vida Terrena, mas a supõe, como caminho para a Plenitude de uma Vida Eterna, quando daí sim, nos realizaremos de maneira perfeita como pessoas e como Filhos e Filhas de Deus.
Os que se realizam, ou pensam se realizar sem essa opção pelo Reino de Deus e pela adesão total a Jesus Cristo, são os “Primeiros” citados nesse evangelho, que buscam desfrutar o máximo dessa vida, sem se importar com a possibilidade de uma outra, super melhor, e os “Últimos” são os que, pacientemente, com muita Fé, vão construindo a História, vivendo intensamente esta Vida, com todas as alegrias que ela pode nos oferecer, mas muito conscientes de que o “Melhor” ainda está por vir.
Fonte: NPD Brasil em 28/05/2013

HOMILIA DIÁRIA

Seguir Jesus é o caminho certo para a construção do mundo novo

Postado por: homilia
maio 29th, 2012

No texto do Evangelho de hoje, quero crer que, nas palavras de Pedro, não só estavam as dos outros apóstolos como também estão as nossas. Essas são as palavras de todos nós quando nos despimos dos nossos orgulhos, vaidades e soberbas. Assim como Pedro, no Evangelho, tomava decisões em nome da comunidade dos apóstolos, também ele continua, nos dias de hoje, falando a nós e nos representando.
É necessário que façamos a mesma escolha de Pedro, ou seja, abandonar o apego ao bem privado e gozar do bem partilhado, comunitário. Aliás, a partilha, o abandonar-se a si mesmo e o tomar a cruz, todos os dias, para seguir Jesus é o caminho certo para a construção do mundo novo de justiça e paz.
Cristo nos chama para nos justificar sem cessar; cada vez mais, Ele quer nos santificar e nos glorificar. Veja o que Ele diz: “aquele que, por causa de mim e do Evangelho, deixar casa, irmãos, irmãs, mãe, pai, filhos ou terras receberá muito mais ainda nesta vida. Receberá cem vezes mais casas, irmãos, irmãs, mães, filhos, terras e também perseguições”.
Devemos compreendê-Lo, mas somos lentos ao nos dar conta dessa grande verdade: Cristo caminha, de alguma forma, no meio de nós e, com Sua mão, Seus olhos e Sua voz, Ele nos faz sinal para que O sigamos. Não percebemos que o Seu apelo é qualquer coisa que tenha lugar neste mesmo momento.
O chamado do Senhor é atualíssimo e nos propõe a vida em plenitude. Ele é a concretização de uma nova criação e de uma paz total dos homens entre si e com Deus.
Padre Bantu Mendonça
Fonte: Canção Nova em 29/05/2012

HOMILIA DIÁRIA

Chamados a viver a espiritualidade da renúncia

Todos nós discípulos de Jesus Cristo somos chamados a viver a espiritualidade da renúncia. É impossível sermos discípulos de Jesus Cristo e sermos pessoas apegadas às coisas desse mundo.

“Muitos que agora são os primeiros serão os últimos. E muitos que agora são os últimos serão os primeiros.” (Mc 10,31)

Hoje, Jesus nos apresenta a espiritualidade do segmento, daqueles que, de forma radical, são capazes de deixar tudo para seguir o Senhor. Ele mesmo dirá que, aquele que deixou casa, mãe, irmãos, campos, por causa do Evangelho, receberá cem vezes mais, ainda aqui no mundo e também na vida futura, a vida eterna.
Se olharmos para os consagrados a Deus, vemos que eles tiveram a ousadia da renúncia, a capacidade de entender o chamado de Jesus, deixaram tudo por causa do Senhor e vivem, com fidelidade, a sua vocação, seu chamado, o segmento de Cristo. É o próprio Senhor a sua recompensa, aqui, nessa vida e também na vida futura, o prêmio da bem-aventurança eterna.
Todos nós discípulos de Jesus Cristo somos chamados a viver a espiritualidade da renúncia. É impossível sermos discípulos de Jesus Cristo e sermos pessoas apegadas às coisas desse mundo. Para irmos à Missa, viver o Evangelho a cada dia, a vida de oração, para vivermos no segmento de Jesus Cristo é necessário renúncia, é necessário deixar aquilo que seria mais prazeroso para nós.
Aquilo que o mundo valoriza, aquilo que o mundo diz – ser o primeiro, ganhar muito dinheiro, dar-se bem nas coisas – é contrário à lógica do Evangelho. O que o mundo valoriza, em primeiro lugar, os valorizados como ‘o mais importante’, poderá ficar em último lugar no Reino de Deus, porque os primeiros serão os últimos e vice-versa.
Valorize a simplicidade, dê valor aos pequenos, dê atenção aos que sofrem, àqueles que precisam de presença fraterna, evangélica e amorosa. Seja sinal do Reino do Senhor onde quer que você se encontre. É Deus quem olha o nosso desprendimento, o qual nos deixa mais próximos do coração de Deus.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Fonte: Canção Nova em 28/05/2013

HOMILIA DIÁRIA

Busquemos nossa santidade

Santidade é, acima de tudo, ter uma vida íntegra, honesta e correta com a graça que recebemos de Deus

“Pois está na Escritura: ‘Sede santos, porque eu sou santo’.” (1Pd 1,16)

Na mentalidade de alguns, santidade é privilégio para poucos, porém, na mentalidade do Reino de Deus, santidade é compromisso para todos, é responsabilidade com a nossa vocação batismal. O Espírito que nos batizou é santo e nos santifica; desse modo, não é nenhum luxo, mas uma obrigação buscarmos a santidade em tudo aquilo que fizermos.
O que é a santidade? Acima de tudo, é ter uma vida íntegra, honesta e correta com a graça que recebemos de Deus. O que nos torna santos não é a quantidade de orações que fazemos nem de Missa que frequentamos. O que nos torna santos é usarmos os instrumentos que o Senhor nos dá, a oração, a Sua Palavra, para sermos melhores, para que as pessoas que conhecem a nossa vida vejam por meio dela a graça de Deus.
A santidade consiste em praticar as virtudes evangélicas da honestidade e bondade, de sermos pessoas boas e, de fato, virtuosas. A santidade consiste na luta interior de mudarmos os nossos hábitos e nossas atitudes.
A graça de Deus nos resgatou de uma vida velha, muitas vezes, manchada pelos pecados, por uma vida desregrada e desgarrada da graça de Deus, de não voltarmos à vida errada que possamos ter vivido em algum momento de nossa vida.
Santidade é combate interior, é luta de alma, é reconhecer que temos fraquezas, limites com a graça de Deus e com nossa disposição nos moldarmos a cada dia para vivermos em nós a imagem de Deus.
Santidade é compromisso de amor, é amar a si mesmo, querer bem a si mesmo, cuidar da saúde, do corpo, da disciplina interior; contudo, santidade é amar o próximo, é ter a graça de saber perdoar, superar o rancor, o ressentimento e as contrariedades que a vida nos impõe.
Santidade não é privilégio, mas obrigação! Que Deus nos dê a graça de lutarmos pela nossa santidade de cada dia.
Padre Roger Araújo
Fonte: Canção Nova em 24/05/2016

HOMILIA DIÁRIA

Deixemo-nos santificar pela presença de Deus

Deixemo-nos santificar por Deus e que a presença d’Ele santifique tudo aquilo que nós realizamos

“Antes, como é santo Aquele que vos chamou, tornai-vos santos, também vós, em todo o vosso proceder. Pois está na Escritura: ‘Sede santos, porque Eu sou santo’.” (1Pd 1, 15)

O Senhor Nosso Deus é santo e não deseja que sejamos menos do que isso, Ele deseja que, também, sejamos santos. A santidade, infelizmente, tornou-se algo ridicularizado, desprezado e concedido apenas a uma casta privilegiada, aqueles que habitam no Céu e que nós os invocamos: os santos da nossa devoção e predileção.
É um engano, uma visão distorcida, pois a santidade é uma obrigação de todos, é um privilégio de nos aproximar de Deus. Vamos nos santificando cada vez mais e levando a vida em Deus.
A santidade não é outra coisa a não ser tornar nossa vida humana digna, justa, honesta e, acima de tudo, uma vida no Espírito. Entretanto, não podemos nos iludir, achar que a vida no Espírito é a vida daquela pessoa que reza o tempo inteiro, sem parar.
A vida no Espírito Santo é fazer todas as coisas na presença do Senhor sem ignorá-Lo em nada do que realizamos. Podemos nos enganar e achar que estamos diante do Senhor quando estamos na Igreja, quando vamos rezar, e lá ganhamos uma carga de santidade e voltamos para viver de qualquer jeito.
É óbvio que, o momento é santificante e especial, é hora de estarmos orantes diante da presença do Senhor, porque Deus, por via da oração, nos santifica, renova e fortalece a nossa disposição interior, mas santidade se faz na vida, se faz vivendo. Se faz com a mãe que carrega o filho no colo, que cuida das enfermidades, das suas obrigações de mãe e esposa. A santidade se faz no homem que leva a sério o casamento, o seu trabalho e as suas responsabilidades.
A santidade não é para ser vivida somente no âmbito daqueles que estão na Igreja rezando, porque, muitas vezes, o excesso das orações pode ser uma fuga da vida presente. E, não se foge da vida presente, dos compromissos e das responsabilidades, pois assim, não nos santificamos e nem santificamos o mundo em que vivemos.
A santidade se faz no dia a dia, por vezes caindo, porém levantando; deixando Deus iluminar-nos, guiar-nos e conduzir-nos, porque Ele nos santifica. Deixemo-nos santificar por Deus e, que a presença d’Ele, santifique tudo aquilo que nós realizamos.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Fonte: Canção Nova em 29/05/2018

Oração Final
Pai Santo, dirige nossa existência no caminho de tua santidade. Faze-nos filhos dóceis, alegres e agradecidos, irmãos generosos da humanidade e discípulos missionários da Igreja do Cristo Jesus, teu Filho que se fez nosso Irmão, e contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 29/05/2012

Oração Final
Pai Santo, concede-nos o dom da gratidão pelos bens que nos emprestas nesta vida. E nos dá, Pai amado, desapego e generosidade para partilhá-los com os irmãos que estão ao nosso lado neste planeta encantado que entregaste ao nosso cuidado. Por Jesus, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 28/05/2013

ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, dá-nos a coragem que deste a Pedro e aos Apóstolos: eles deixaram tudo pelo teu Reino de Amor. Que jamais nos descuidemos dos pequeninos que caminham ao nosso lado nesta viagem que fazemos de volta para o Lar Paterno, buscando seguir o Cristo Jesus, teu Filho que se fez nosso Irmão e contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 29/05/2018

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