ANO C

Mt 20,1-16a
Comentário do
Evangelho
A justiça de Deus é amar sem distinção e sem medida.
A parábola, em primeiro lugar, revela algo de
Deus: Deus é bom. A expressão dessa bondade é que ele chama a todos para a sua
vinha. O amor ou bondade de Deus não são calculados. Em todo tempo, o Senhor
toma a iniciativa de chamar a todos para o seu Reino. O amor não se compra, ele
é oferecido. A justiça de Deus é amar sem distinção e sem medida.
De algum modo, e em relação aos outros, todos
somos operários da undécima hora. O modo de agir de Deus faz balançar nossa
escala de valores: “Eu quero dar a este último o mesmo que dei a ti. Acaso não tenho o direito de fazer o que
quero com aquilo que me pertence” (v. 15).
Aos olhos de Deus, o importante é ouvir o convite
e aceitar os trabalhos na vinha. Este é o verdadeiro e justo salário.O amor de
Deus toca as pessoas; ele não faz diferenças. O essencial é acolhê-lo.
Carlos Alberto Contieri, sj
Fonte: Paulinas em 21/08/2013
Vivendo a Palavra
A parábola quer nos fazer compreender que no
Reino do Céu não prevalece a contabilidade de créditos/débitos/saldo, mas o que
conta é a gratuidade do Amor. Ela se põe aqui como um convite para que nós nos
guiemos, já nesta terra abençoada em que vivemos, pela mesma lei do Amor,
esquecendo-nos de nossas contas miúdas...
Fonte: Arquidiocese BH em 21/08/2013
VIVENDO A PALAVRA
A parábola quer nos fazer compreender que no
Reino do Céu não prevalece a nossa contabilidade de créditos, débitos e saldo,
mas o que conta é a gratuidade do Amor. Ela se põe aqui como um convite para
que nós nos guiemos, nesta terra abençoada em que vivemos, pela Lei do Amor
generoso, esquecendo-nos de nossas continhas miúdas do toma lá, dá cá...
Reflexão
Nós estamos acostumados com a forma de justiça
que foi estabelecida pelos homens e, por causa disso, encontramos dificuldades
para compreender a justiça divina, principalmente porque os principais
critérios da justiça dos homens são a diferença entre as pessoas e a troca
entre os valores enquanto que os principais critérios da justiça divina são a
igualdade entre as pessoas e a gratuidade dos valores. Isso nos mostra que a
lógica divina é totalmente diferente da lógica dos homens e que nós vivemos
reivindicado valores que, na verdade, são valores humanos e que não nos conduzem
a Deus. Também nos mostra o quanto todos nós somos comprometidos com os valores
humanos e deixamos de lado os valores do Reino.
Fonte: CNBB em 21/08/2013
Reflexão
Qualquer
administrador, em nossos dias, acha estranha a matemática que Jesus propõe
nesta parábola. Acontece que a lógica do Reino dos Céus não segue a lógica da
administração terrena. Os judeus pensam que o Reino pertence somente a eles;
não compreendem o zelo de Jesus pelos publicanos e pecadores. Não compreendem a
misericórdia divina. Por isso, arriscam a ser os últimos, enquanto os primeiros
serão os que se abrem ao amor gratuito de Deus. Para Jesus, de fato, as portas do
Reino estão sempre abertas para todos, já que todos são objeto do amor e da
salvação. Nesse campo não há privilegiados. Não importa a raça, a nação, a
idade, os títulos, as posses, o tempo de pertença. O que conta é a intensidade
do compromisso com Cristo e com o seu projeto de justiça.
(Dia a dia com o Evangelho 2019 - Pe. Luiz Miguel
Duarte, ssp)
Meditação
Qual é o projeto de vida que Deus nos oferece? -
A sociedade se preocupa em dar a cada um o que é seu? - E você, se preocupa em
receber mais que os outros? - Somos chamados a colocar em primeiro lugar o que
em nossa vida? - Deus é misericordioso para conosco. E nós? - Deus nos busca
para trabalhar em sua vinha. Será que assumimos generosamente nossas
responsabilidades?
Padre Geraldo
Rodrigues, C.Ss.R
Fonte: a12 - Santuário em 21/08/2013
Meditando o evangelho
OS OPERÁRIOS DO REINO
Surgira, na comunidade primitiva, uma discussão em torno do privilégio
dos que tinham conhecido Jesus e trabalhado com ele, bem como dos que se tinham
convertido à fé no começo da pregação apostólica. Quanto mais tarde alguém se
tornara discípulo, menos direito teria de participar da recompensa devida aos
operários do Reino.
Esta mentalidade estreita não encontrava amparo no ensinamento de Jesus.
A parábola dos operários contratados para trabalhar na vinha aponta para
o modo divino de retribuir a quem se dedicou ao serviço do Reino de Deus.
Certo patrão saíra, sucessivas vezes, para contratar trabalhadores para
a vinha, até no final da tarde. Os que se fatigaram o dia inteiro acreditaram
merecer salário muito maior, em relação aos que só trabalharam uma hora. Por
isso, não concordaram quando se deram conta de que todos se tornaram
merecedores de igual pagamento. Pareceu-lhes estarem sendo vítimas de uma
injustiça. O dono da vinha denunciou-lhes a maldade de coração. Ao dar a todos
igual salário, o patrão não estava se orientando pelas normas da justiça, e
sim, da misericórdia.
Este era um direito seu, do qual não abriria mão.
A retribuição dos operários do Reino também será feita segundo o
princípio da misericórdia. Aí a precedência cronológica é menos importante que
a disposição para ser servidor.
(O comentário do Evangelho abaixo é
feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica,
Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total).
Oração
Senhor Jesus, faze-me considerar o Reino, segundo o modo de pensar do
Pai e não segundo os estreitos limites da minha mentalidade.
Comentários do Evangelho
1 - Ou estás com inveja, porque estou sendo bom?
- Padre Queiroz
Neste Evangelho, Jesus nos conta a parábola dos
trabalhadores esperando na praça. O patrão é Deus; Os trabalhadores somos nós;
a vinha é o Reino de Deus. A parábola se refere, ao mesmo tempo, aos dois
aspectos: Aos direitos trabalhistas e à nossa atuação, como cristãos, no Reino
de Deus. No procedimento do patrão está o procedimento de Deus para conosco, e
também o nosso procedimento correto uns com os outros.
O patrão “saiu de madrugada para contratar
trabalhadores”. Deus não perde tempo, e nós também não podemos perder. Deus não
quer o desemprego. Quer que todos trabalhem. Ele não quer ver ninguém parado na
praça.
“Combinou com os trabalhadores uma moeda de prata por
dia.” Era o salário justo na época. Os trabalhadores têm direito à remuneração
justa.
“Saiu outra vez pelas cinco horas da tarde,
encontrou outros que estavam na praça e lhes disse: Por que estais aí o dia
inteiro desocupados? Eles responderam: Porque ninguém nos contratou”. O
desemprego deles era culpa, não deles, mas da sociedade que não lhes dava
oportunidades de trabalho. Mas, tanto eles como seus familiares, precisavam comer, do mesmo
modo que aqueles que foram contratados de manhã. Ao pagar o salário, o patrão
deve considerar também essa parte: aquilo que o trabalhador e sua família
precisam para viver.
“Quando chegou a tarde, o patrão disse ao
administrador: Chama os trabalhadores e paga-lhes uma diária a todos, começando
pelos últimos até os primeiros”. Esta decisão é o coração da parábola. Aí está
a diferença entre a justiça do Reino de Deus e a “justiça” do reino do Dragão
(Cf Ap 12). Na justiça do Dragão, cada um recebe pelo que produziu, sem levar
em conta as necessidades do trabalhador, nem os motivos pelos quais as pessoas
estavam desempregadas. No Reino de Deus é o contrário: Todos têm direito à
vida, tanto os empregados como os desempregados. E, se os desempregados têm
esse direito, ajudá-los não é um favor, uma esmola, mas uma obrigação nossa.
Quanto àqueles que o patrão encontrou na praça às
cinco horas da tarde, os motivos do atraso não foram apresentados. Mas, sejam
quais forem, estes também têm, assim como suas famílias, as necessidades de
todo ser humano: alimentação, vestuário, saúde etc. E mais: O mundo pecador,
que leva em conta só a produtividade, marginaliza-os. Por isso no Reino de Deus
eles são colocados em primeiro lugar.
Nesta parábola está a chave para entendermos o
plano de Deus a respeito do trabalho e toda a questão trabalhista. O mais
importante não é o que a pessoa produz, mas a própria pessoa que trabalha.
Lei fundamental na questão do salário é a
igualdade, pois todos temos o estômago do mesmo tamanho. Se a diferença entre o
salário dos trabalhadores é muito Grande, está havendo injustiça, pois perante
Deus nós somos todos iguais.
“Em seguida, vieram os que foram contratados
primeiro, e pensavam que iam receber mais.” É o protesto dos egoístas, daqueles
que só pensam em si,
esquecendo-se dos demais. Veja que o que eles acham
errado não é o salário deles, que sabiam que inclusive foi combinado antes com
o patrão, mas a igualdade de tratamento usada pelo patrão. Por isso que o
patrão os chama de invejosos. Cada vez que alguém quer aumentar o próprio
salário sem levar em conta aqueles que ganham menos, está sendo como essa
turma, isto é, está contra o plano de Deus!
E Jesus termina a parábola apresentando a lei
geral do Reino de Deus: “Os últimos serão os primeiros, e os primeiros serão os
últimos”. Em outras palavras, no Reino de Deus os últimos da sociedade são
colocados em primeiro lugar, e os primeiros da sociedade são colocados em
último lugar. Só quem age desse modo entra no céu.
“Se a vossa justiça não for maior que a dos
escribas e dos fariseus, não entrareis no Reino dos Céus” (Mt 5,20). A justiça
do mundo nem sempre coloca a pessoa humana em primeiro lugar.
“Construirão casas e nelas habitarão. Plantarão
vinhas e comerão seus frutos. Ninguém construirá para outro morar, nem plantará
para outro comer. E a vida do meu povo será longa como a das árvores. Meus
escolhidos poderão gastar o que suas mãos fabricarem” (Is 52,21-22).
“No princípio, Deus criou o céu e a terra. A
terra estava sem forma e vazia; as trevas cobriam o abismo... Deus disse: Que
exista a luz!... Então Deus disse: Façamos o homem à nossa imagem e semelhança.
Que ele domine os peixes do mar, as aves do céu... E Deus viu que tudo o que
havia criado era muito bom. Foi o sexto dia. No sétimo dia Deus terminou o seu
trabalho e descansou. Então Deus abençoou e santificou o sétimo dia, porque
nele, descansou do seu trabalho” (Gn 1,1-2,3). Pelo trabalho, continuamos a
obra de Deus na criação do mundo. Deus trabalha e nos manda trabalhar
também, mas sempre dentro do seu plano amoroso.
Certa vez, um empregado chegou para o seu patrão
e disse: “É melhor o senhor me dar um aumento de salário”. O patrão perguntou:
“Por quê?” O empregado respondeu: “É porque há várias empresas atrás de mim”. O
patrão, com um ar muito desconfiado, perguntou: “Quais são essas empresas?” O
empregado respondeu: “As empresas são as de água, de luz, de telefone, de
cobranças...”
Esse patrão foi convidado a olhar também o lado
das necessidades do seu empregado, não apenas a produtividade dele.
Maria Santíssima era uma mulher trabalhadeira.
Nas Bodas de Caná, tudo indica que ela, apesar de simples convidada, estava
ajudando a servir. Que ela nos ajude a agir corretamente no vasto mundo do
trabalho humano.
Ou estás com inveja, porque estou sendo bom?
2 - Ou estás com inveja,
porque estou sendo bom? – Claretianos
Primeira
leitura: Juízes 9,6-15 - Dissestes:
é um rei que deve reinar sobre nós, quando o Senhor vosso Deus é o vosso rei.
Salmo responsorial: Salmo 20,2-7 (R. 2a)
- Ó Senhor, em vossa
força o rei se alegra.
Evangelho: Mateus 20, 1-16ª - Ou estás com inveja, porque estou sendo
bom?
A avareza do jovem rico,
apegado às suas riquezas, contrasta com a grande generosidade de Deus, que paga
mais do que o estabelecido. A vinha simbolizava o povo de Israel, agora o novo
povo de Deus, que corresponde a toda a humanidade. O ensino é claro. Não é a
antiguidade, a qualificação, a quantidade de horas trabalhadas, os cargos que
exercemos ou a riqueza que possuímos o que gera privilégios no chamado de
Jesus, mas a gratidão e a misericórdia de um chamado que somente espera uma
resposta generosa e desinteressada.
Na parábola está refletida
a posição de alguns membros da comunidade de Mateus, que não viam com bons
olhos que os pagãos, chegados à última hora, tivessem os mesmos privilégios que
os judeus que trabalharam desde a primeira hora. Nesta lógica, a frase final,
“os últimos serão os primeiros e os primeiros serão últimos”, sublinha a
premissa de que no Reino de Deus e na comunidade cristã todos somos iguais.
Essa realidade, em nossas
comunidades e sociedades cristãs, infelizmente, está muito distante deste
ideal de Jesus. Por sua situação econômica, por sua posição política, seu credo
religioso ou sua cultura, muitos cristãos continuam sendo discriminados,
excluídos e ignorados.
3 - Trabalhadores de última hora - Ou estás com inveja, porque
estou sendo bom? - Padre Antonio Queiroz
Neste Evangelho, Jesus
nos conta a parábola dos trabalhadores esperando na praça. O patrão é Deus; Os
trabalhadores somos nós; a vinha é o Reino de Deus. A parábola se refere, ao
mesmo tempo, aos dois aspectos: Aos direitos trabalhistas e à nossa atuação,
como cristãos, no Reino de Deus. No procedimento do patrão está o procedimento
de Deus para conosco, e também o nosso procedimento correto uns com os outros.
O patrão "saiu de
madrugada para contratar trabalhadores". Deus não perde tempo, e nós
também não podemos perder. Deus não quer o desemprego. Quer que todos
trabalhem. Ele não quer ver ninguém parado na praça.
"Combinou com OS
trabalhadores uma moeda de prata por dia." Era o salário justo na época.
Os trabalhadores têm direito à remuneração justa.
"Saiu outra vez
pelas cinco horas DA tarde, encontrou outros que estavam na praça e lhes disse:
Por que estais aí o dia inteiro desocupados? Else responderam: Porque ninguém
nos contratou". O desemprego deles era culpa, não deles, mas DA sociedade
que não lhes dava oportunidades de trabalho. Mas, tanto else como seus
familiares, precisavam comer, do mesmo modo que aqueles que foram contratados
de manhã. Ao pagar o salário, o patrão deve considerar também essa parte:
aquilo que o trabalhador e sua família precisam para viver.
"Quando chegou a
tarde, o patrão disse ao administrador: Chama os trabalhadores e paga-lhes uma
diária a todos, começando pelos últimos até os primeiros". Esta decisão é
o coração da parábola. Aí está a diferença entre a justiça do Reino de Deus e a
"justiça" do reino do Dragão (Cf Ap 12). Na justiça do Dragão, cada
um recebe pelo que produziu, sem levar em conta as necessidades do trabalhador,
nem os motivos pelos quais as pessoas estavam desempregadas. No Reino de Deus é
o contrário: Todos têm direito à vida, tanto os empregados como os
desempregados. E, se os desempregados têm esse direito, ajudá-Los não é um
favor, uma esmola, mas uma obrigação nossa.
Quanto àqueles que o
patrão encontrou na praça às cinco horas DA tarde, OS motivos do atraso não
foram apresentados. Mas, sejam quais forem, estes também têm, assim como suas
famílias, as necessidades de todo ser humano: alimentação, vestuário, saúde
etc. E mais: o mundo pecador, que leva em conta só a produtividade,
marginaliza-OS. Por isso no Reino de Deus else são colocados em primeiro lugar.
Nesta parábola está a
chave para entendermos o plano de Deus a respeito do trabalho e toda a questão
trabalhista. O mais importante não é o que a pessoa produz, mas a própria
pessoa que trabalha.
Lei fundamental na
questão do salário é a igualdade, pois todos temos o estômago do mesmo tamanho.
Se a diferença entre o salário dos trabalhadores é muito Grande, está havendo
injustiça, pois perante Deus nós somos todos iguais.
"Em seguida, vieram
OS que foram contratador primeiro, e pensavam que iam receber mais." É o
protesto dos egoístas, daqueles que só pensam em is, esquecendo-se dos demais.
Veja que o que else acham errado não é o salário deles, que sabiam que
inclusive foi combinado antes com o patrão, mas a igualdade de tratamento usada
pelo patrão. Por isso que o patrão OS chama de invejosos. Cada vez que alguém
quer aumentar o próprio salário sem levar em conta aqueles que ganham menos,
está sendo como essa turma, isto é, está contra o plano de Deus!
E Jesus termina a
parábola apresentando a lei geral do Reino de Deus: "Os últimos serão OS
primeiros, e OS primeiros serão OS últimos". Em outras palavras, no Reino
de Deus OS últimos DA sociedade são colocados em primeiro lugar, e OS primeiros
DA sociedade são colocados em último lugar. Só quem age desse modo entra no céu.
"Se a vossa justiça
não for maior que a dos escribas e dos fariseus, não entrareis no Reino dos
Céus" (Mt 5,20). A justiça do mundo nem sempre coloca a pessoa humana em
primeiro lugar.
"Construirão casas
e nelas habitarão. Plantarão vinhas e comerão seus frutos. Ninguém construirá
para outro morar, nem plantará para outro comer. E a vida do meu povo será
longa como a das árvores. Meus escolhidos poderão gastar o que suas mãos
fabricarem" (Is 52,21-22).
"No princípio, Deus
criou o céu e a terra. A terra estava sem forma e vazia; as trevas cobriam o
abismo... Deus disse: Que exista a luz!... Então Deus disse: Façamos o homem à
nossa imagem e semelhança. Que ele domine OS peixes do mar, as aves do céu... E
Deus viu que tudo o que havia criado era muito bom. Foi o sexto dia. No sétimo
dia Deus terminou o seu trabalho e descansou. Então Deus abençoou e santificou
o sétimo dia, porque nele, descansou do seu trabalho" (Gn 1,1-2,3). Pelo
trabalho, continuamos a obra de Deus na criação do mundo. Deus trabalha e nos
manda trabalhar também, mas sempre dentro do seu plano amoroso.
Certa vez, um empregado
chegou para o seu patrão e disse: "É melhor o senhor me dar um aumento de
salário". O patrão perguntou: "Por quê?" O empregado respondeu:
"É porque há várias empresas atrás de mim". O patrão, com um ar muito
desconfiado, perguntou: "Quais são essas empresas?" O empregado
respondeu: "As empresas são as de água, de luz, de telefone, de
cobranças..."
Esse patrão foi
convidado a olhar também o lado das necessidades do seu empregado, não apenas a
produtividade dele.
Maria Santíssima era uma
mulher trabalhadeira. Nas Bodas de Caná, tudo indica que ela, apesar de simples
convidada, estava ajudando a servir. Que ela nos ajude a agir corretamente no
vasto mundo do trabalho humano.
Ou estás com inveja,
porque estou sendo bom?
Liturgia Diária Comentada2 em 21/08/2013
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. A VINHA DO SENHOR!
(O comentário do Evangelho abaixo é feito
pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata –
Votorantim – SP)
Quem já ficou desempregado meses a fio a espera de uma vaga,
sabe o quanto esta é uma experiência triste, a reserva financeira vai se
acabando, as despesas vão sendo cortadas e só se mantém o essencial, e se a
vaga demora a chegar, até aquilo que é essencial, como a alimentação, por
exemplo, vai começando a rarear.
Não tendo nem o essencial para dar à família, o desempregado vai
aos poucos perdendo a autoestima, começa a andar pelas ruas e praças meio sem
destino, ou então, o que é pior, torna-se frequentador dos botecos da vida,
onde se joga muita conversa fora e reclama da situação, tomando “umas e outras”
que algum amigo oferece, um conhecido contou-me que se tornou um alcoólatra
quando ficou desempregado, ficar sem fazer nada não é coisa boa, pois dizem até
que “mente ociosa é oficina do capeta”.
Fiz esta introdução porque me parece ser esta a situação do
pessoal da última hora, mencionado nesse evangelho, e que deviam estar bem
desanimados quando foram para a praça no final de tarde, jogar conversa fora ou
quem sabe, “bater um truquinho”. A colheita em uma vinha carecia de muita mão
de obra e para os desempregados era uma ótima oportunidade para ganhar uns
“cobres”. Nos que buscam uma oportunidade, sempre há os madrugadores, que
acreditam naquele ditado “Quem madruga, Deus ajuda”, eles botam fé em seu
potencial e se colocam a disposição bem cedo, para serem logo contratados.
Há os que já estão meio calejados e que dormem um pouco mais,
mas às nove horas já estão na praça, à espera de quem os contrate, pois também
se julgam eficientes. Não faltam aqueles que só acordam para o almoço, mas
ouvindo falar que tem vaga na empreitada, preparam um “miojo” para não perder
muito tempo, e vão voando para a praça, nem que seja ao Meio Dia, pois
acreditam que também têm chance. A notícia corre rápida e chega até a turma do
“Ainda resta uma esperança”, que também animados resolvem arriscar e vão para a
praça às três horas da tarde, dando a maior sorte porque acabaram também
contratados.
Mas agora, falemos dos desanimados, que já estão a tempo vivendo de JURO, “juro
que vou pagar”, para não sucumbirem, assumiram dívidas com o padeiro,
açougueiro, leiteiro, verdureiro, aquele dia para eles já está perdido e então
vão para a praça às cinco da tarde, só para saber se há alguma novidade, e são
surpreendidos pelo Dono da empreiteira, que os interroga, porque estão ali
parados, sem fazer nada... Ninguém nos contratou, não temos nenhum valor,
ninguém presta atenção no nosso sofrimento, ninguém nos confia um serviço, onde
possamos ganhar o pão para o nosso sustento! E foi assim a ladainha de lamentações.
A Turma das cinco nem acreditou, quando o Patrão mandou que fossem para a
vinha, juntar-se aos outros trabalhadores. Certamente pensaram que fossem fazer
Terceira turma, mas às dezoito horas em ponto, soou o apito e a jornada de
trabalho acabou, trabalharam só uma hora, não ia dar nem para o leite e o
filãozinho... Pensaram os trabalhadores. Então veio a surpresa agradável, foram
os primeirões a receber e ganharam uma moeda de prata, que dava para fazer a
compra do mês e ainda pagar umas contas, imaginem a alegria desses
trabalhadores de última hora.
O clima era de festa e alegria quando a turma dos Madrugadores,
profissionais competentes, que deram duro o dia inteiro, desde o nascer do sol,
armou o maior barraco e chamaram o sindicato, pois não acharam certo receber
apenas uma moeda de prata, tinham plena certeza de que iriam receber muito
mais, pois se julgavam merecedores, mas o Patrão os lembrou sobre o contrato
assinado: o pagamento da diária seria uma moeda de prata.
Na religião de Israel e no cristianismo de hoje, acontece a
mesma coisa, o título de cristãos e o fato de ser membro de uma igreja, faz com
que as pessoas sintam-se privilegiadas diante de Deus, merecedores de sua
graça, do seu amor, das suas bênçãos e de todos os seus favores, se a pessoa
atua em alguma pastoral ou movimento, então aumenta a obrigatoriedade de Deus
atender. Infelizmente é essa a imagem que muitos fazem de Deus, que sempre
surpreende os que buscam conhecê-lo melhor.
Na parábola em questão, contratou pessoas sem nenhum valor, e
que, entretanto, apesar de terem chegado muito depois dos Madrugadores, foram
alvos da mesma atenção e receberam o mesmo tratamento. Na verdade, ao invés de
sermos a imagem e semelhança de Deus, muitas vezes projetamos Nele a nossa
imagem e semelhança, para que seja bom com quem mereça, que trate as pessoas a
partir dos seus merecimentos, o que na lógica humana é muito justo.
Porém, o amor e a justiça de Deus vai sempre buscar os últimos,
os renegados, o que não tem mais nenhuma chance diante da sociedade “perfeita”
ou da religião padrão, os que não têm o que fazer porque ainda não acharam um
sentido para suas vidas. Os desprezados, tratados com frieza e que nunca são
levados a sério.
E quando descobrimos que Deus os ama tanto quanto a nós, que nos
julgamos “justos” em vez de fazermos com eles uma grande festa, manifestando
alegria, agimos como o irmão mais velho do Filho Pródigo: derrubamos o beiço e
nos recusamos a entrar na casa do Pai, isso é, a vivermos na comunhão com Deus,
ao lado dos trabalhadores da última hora, sonhamos com um céu especial e nos
frustramos ao ver que o coração de Deus, cheio de misericórdia, manifestada em
Jesus, há lugar para todos os homens.
2. Toma o que é teu e vai!
(O
comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia
dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)
Sinta-se feliz com o bem do outro. Não permita que a inveja
corroa seus bons sentimentos. Não houve nenhuma injustiça no pagamento dos
trabalhadores das diversas horas. Houve protegidos beneficiados, diríamos. A
grande questão está dentro de nós. Por que ele e não eu? O patrão pode ser bom
somente para comigo e não ser bom para mais ninguém?
Liturgia comentada
Dar-vos-ei o que for justo... (Mt 20,1-16a)
Desconcertante esta parábola! Uma das numerosas
parábolas que Jesus contou para nos transmitir algo que está acima da humana
capacidade de compreensão: a natureza do Reino dos Céus. A raiz do problema é
que nossos idiomas foram construídos para recortar o mundo em que vivemos:
seres, qualidades, dimensões e quantidades DESTE MUNDO. Ao usar a nossa
linguagem para falar do ALÉM, das realidades espirituais, tudo cai por
terra.
Nesta parábola – a dos trabalhadores da vinha -,
o que deve cair por terra é o nosso senso de justiça humana. Alguns operários
começaram a jornada ao clarear do sol, à hora prima. Outros, às 9 da manhã.
Outros, ainda, ao meio-dia e às três da tarde. E ainda chamou outros quando
sobrava apenas uma hora de luz solar para o trabalho: a undécima hora, 5 da
tarde. Aos primeiros, o dono da vinha prometeu salário normal: um denário.
Aos outros, “o que fosse justo”.
Finda a jornada, na hora do acerto, surpresa
geral! Não só o patrão pagava a jornada integral a todos, mas (não é uma
provocação do próprio narrador, Jesus?) começava o pagamento pelos que haviam
trabalhado apenas uma hora, e já na amenidade da sombra do pôr-do-sol...
Natural, os demais começam a “chiar!” Não era
justo! Ao menos segundo a “justiça” humana, distributiva, toda cálculos e
aritmética. O exegeta J. Jeremias pinta a cena dos “protestantes” reunidos em
piquete diante da casa do patrão, que parece desconhecer as regras elementares
da isonomia salarial, para gritar em altas vozes o seu descontentamento.
E Jesus Cristo sorria do impacto que suas
parábolas causavam no auditório. Afinal, eram judeus, herdeiros das promessas
da Primeira Aliança. Sim, aqueles israelitas eram os que esperavam pelo
Messias, “labutando” desde a madrugada da história da salvação. Agora, em novos
tempos, vinha a reles samaritana ou uma siro-fenícia “impura” e se habilitava a
receber o mesmo “salário”, isto é, a mesma salvação?! Não era justo!
Sim, parece desigual e injusto a quem não conhece
o coração de Deus. Um coração que ama a todos, sem distinção. Não porque são
bons, mas porque Ele – Deus – é bom. Não os salva por méritos de gente
esforçada que suou a camisa “toda a jornada”, a vida inteira, mas porque
aceitam as condições do dono da vinha, ainda que o façam na prorrogação da
partida que está em jogo...
Se alguém duvida do “sistema de retribuição” do
Patrão, favor recordar que o Reino em questão foi inaugurado por um vil ladrão,
crucificado após uma vida de crimes. Aquele que nós - com boa dose de
preconceito - chamamos de BOM ladrão, tentando fazer dele uma exceção.
Vamos para a vinha do Senhor? Ainda é tempo!
Orai sem cessar: “É eterna, Senhor, a vossa bondade!” (Sl
138,8)
Texto de Antônio
Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
Fonte: NS Rainha em 21/08/2013
HOMILIA DIÁRIA
A
inveja é um mal a ser combatido
A inveja causa tristeza em
nós, gera dentro de nós sentimentos negativos. Começamos a querer o mal do
outro, a falar mal dele. A inveja é um mal a ser combatido.
“Então o patrão disse: ’Por
acaso não tenho o direito de fazer o que quero com aquilo que me pertence? Ou
estás com inveja, porque estou sendo bom?’ Assim, os últimos serão os
primeiros, e os primeiros serão os últimos” (Mt 20,15-16a).
Veja as parábolas que Jesus nos conta sobre os
trabalhadores da vinha, na qual o proprietário mesmo paga para seus
trabalhadores um salário igual, tanto para o que começou a trabalhar cedo
quanto para aquele que veio no meio do dia e para aquele outro que veio no
final da tarde. Olhando assim, o que chegou no final do dia foi mais favorecido
do que aquele que começou a trabalhar cedo.
A pergunta é: O senhor da messe, proprietário
ou administrador, foi injusto com alguém? Óbvio que não, pois ele pagou a cada
um aquilo que havia combinado com eles. No entanto, se ele resolveu ser mais
generoso, nós não podemos ter inveja da generosidade dele, mas nos conformarmos
em receber aquilo que nos foi prometido, aquilo que foi combinado.
O senhor resolveu ser generoso e dar um carinho
igual a todos. Nos critérios humanos, isso se chama injustiça, mas nos
critérios de Deus se chama bondade e misericórdia.
Infelizmente, nós temos um coração movido pela
inveja. Se nós não ficássemos sabendo que aquele homem ganhou o mesmo tanto,
talvez nem nos importássemos com isso. Mas quando sabemos que alguém recebeu
uma gratificação, um elogio, uma bênção ou uma graça, ao invés de nos
alegrarmos com o bem do outro, nós nos entristecemos. Aí está o mal.
A inveja causa tristeza em nós, gera dentro de
nós sentimentos negativos. Começamos a querer o mal do outro, a falar mal dele.
A inveja é um mal a ser combatido.
Que a misericórdia de Deus possa chegar a todos
os corações. E não importa o tamanho da generosidade, o que importa é que o Pai
sabe o carinho, o amor, o afeto que cada um dos Seus filhos merecem. E se há
pessoas que chegam no Reino dos Céus depois de nós, não há problema. O que nós
não podemos é deixar que a inveja mate a graça de Deus que está em nós.
A inveja é maligna, destrói o Reino de Deus em
nós. Que nós possamos combatê-la com toda a força do nosso coração.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista
e colaborador do Portal Canção Nova.
Oração Final
Pai Santo, faze-nos agradecidos pelos dons e
talentos que recebemos de tua misericórdia de Pai que também é Mãe e generosos
para partilhá-los com os companheiros de peregrinação nesta vida. Queremos
seguir os passos do Cristo Jesus, teu Filho que se fez nosso Irmão e contigo
reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 21/08/2013
ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, faze-nos agradecidos pelos dons e
talentos que recebemos de tua misericórdia de Pai que também é Mãe. Ensina-nos
o desapego, para compartilhá-los generosamente com os companheiros de
peregrinação nesta vida. Queremos seguir os passos do Cristo Jesus, teu Filho
que se fez nosso Irmão e contigo reina na unidade do Espírito Santo.

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