sexta-feira, 7 de julho de 2017

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA 08/07/2017

Ano A


Mt 9,14-17

Comentário do Evangelho

O sentido do jejum

O texto do evangelho é composto de duas partes: uma controvérsia sobre o jejum (vv. 14-15), seguida de duas pequenas parábolas (vv. 16-17).
A questão sobre a prática do jejum põe a pergunta acerca de que jejum se está falando: do recomendado pela Lei em vista do perdão dos pecados (Lv 16,29-31; 23,27-32) ou o das práticas de devoção, sobretudo dos fariseus, que visavam impor como obrigação para todos? Parece-nos que se trata mais da prática devocional, mas o texto não nos oferece nenhuma especificação a respeito. A resposta de Jesus situa o jejum num outro patamar. No novo tempo inaugurado pelo advento do Messias, a questão fundamental é o sentido do jejum. A imagem da festa de casamento (v. 15) para simbolizar os tempos messiânicos é atestada no Antigo Testamento (ver: Is 61,10; 62,5), ainda que a metáfora do Messias como o esposa não se encontra na tradição vetero-testamentária. Seja como for, a ideia é importante: as práticas penitenciais devocionais para apressar a vinda do Messias são inadequadas, pois ele já se encontra presente. É em relação à pessoa de Jesus que o jejum é ou não praticado. O jejum recebe um sentido cristológico. As duas parábolas (vv. 16-17) são um convite a se abrir para a novidade dos tempos messiânicos; é preciso uma verdadeira conversão.
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, dá-me suficiente bom senso para reconhecer o que corresponde ao projeto de Jesus, sem querer misturá-lo com esquemas incompatíveis com a novidade do Reino.
Fonte: Paulinas em 06/07/2013

Comentário do Evangelho

O jejum recebe, no novo tempo, um sentido cristológico.

Qual jejum é objeto da controvérsia? É difícil imaginar que se trate do jejum prescrito pela Lei por ocasião da festa do perdão dos pecados (Lv 16,29-31; 23,27-32). É bastante provável se tratar das práticas devocionais do partido dos fariseus que eles visavam impor como obrigatórias para todo o povo. Dos fariseus nós sabemos que eles jejuavam duas vezes por semana (Lc 18,12), mas da prática dos discípulos de João não temos nenhuma informação. Seja como for, a resposta de Jesus situa a questão noutra perspectiva. Na plenitude dos tempos (Gl 4,4) a questão do jejum encontra seu sentido em referência à presença ou ausência do Messias. A imagem da festa de casamento para simbolizar os tempos messiânicos é atestada no Antigo Testamento (Is 61,10; 62,5). Ainda que a metáfora do Messias como esposo não se encontre nos textos veterotestamentários, a ideia que essas imagens transmitem é o que importa: as práticas penitenciais devocionais para apressar a vinda do Messias são obsoletas, pois ele já se encontra presente. O jejum recebe, no novo tempo, um sentido cristológico: quando o Messias for tirado, referência à morte de Jesus, aí será o tempo de jejuar. Para essa novidade é que as duas parábolas (vv. 16-17) são convites a se abrir.
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, dá-me suficiente bom senso para reconhecer o que corresponde ao projeto de Jesus, sem querer misturá-lo com esquemas incompatíveis com a novidade do Reino.
Fonte: Paulinas em 05/07/2014

Vivendo a Palavra

O jejum ensinado pelo Mestre não é um rito para consumo externo, que possa ser conferido pelas autoridades, mas uma atitude interior de luta contra os nossos instintos maus, contra nosso egoísmo e nossas paixões. Temos que nos tornar pessoas novas para viver o seguimento do Caminho Novo de Jesus.
Fonte: Arquidiocese BH em 06/07/2013

VIVENDO A PALAVRA

O vinho novo trazido por Jesus – a Boa Notícia do Reino do Pai entre nós – não pode ser guardado nos nossos velhos barris. Não poucas vezes nós tentamos ‘ajeitar’ o Mandamento Novo à nossa antiga maneira acomodada de viver. Não é possível. Seguir o Mestre exige a opção radical de vida pelo Amor.

Reflexão

Muitas vezes somos totalmente incapazes de compreender o momento que estamos vivendo e a graça que Deus está nos proporcionando. Assim aconteceu com os judeus no tempo de Jesus e acontece hoje. Enquanto Jesus estava mostrando a presença do Reino e a atuação de Deus na vida do povo, os judeus estavam mais preocupados com práticas religiosas tradicionais como o jejum. É claro que a história e a tradição, assim como as práticas religiosas em geral possuem seus valores, mas é importante que não nos fixemos na tradição pela tradição ou na prática religiosa pela prática em si ou por ser costume, mas é necessário que saibamos descobrir os valores do Reino presentes, pois caso contrário podemos reduzir até mesmo a eucaristia a uma prática religiosa como as demais, sendo apenas remendo novo em pano velho.
Fonte: CNBB em 05/07/2014

Meditação

Tenho tido oportunidades de jejuar de vez em quando? - Em que consiste meu jejum? - Que motivos me levam a jejuar? - Comente a afirmação de que “a vida com Deus é uma festa contínua!” - Peço sempre a Deus que renove meu espírito e meu coração?
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
Fonte: a12 - Santuário em 06/07/2013

Recadinho

Tenho tido oportunidades de jejuar de vez em quando? - Em que consiste meu jejum? - Que motivos me levam a jejuar? - Comente a afirmação de que “a vida com Deus é uma festa contínua!” - Peço sempre a Deus que renove meu espírito e meu coração?
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
Fonte: a12 - Santuário Nacional em 05/07/2014

Meditando o evangelho

NÃO É HORA DE TRISTEZA

O tempo da existência terrena de Jesus foi entendido como antecipação da alegria que seria experimentada quando o Reino de Deus se manifestasse em plenitude. Quando não mais houvesse lugar para lágrima ou tristeza e tudo fosse felicidade. Sendo assim, não tinha sentido seus discípulos se entregarem à penitência e ao jejum, como faziam certos grupos, enquanto tinham consigo Jesus. Não era hora de tristeza! Não fica bem alguém recusar-se a comer em plena festa de casamento, quando o noivo ainda está presente.
Todavia, o jejum se justificaria quando os discípulos fossem privados da presença física de Jesus. O jejum, então, teria um sentido diferente do rigorismo ascético da piedade judaica. E deveria ser pensado a partir do projeto de Reino proclamado por Jesus. A prática penitencial não visaria tanto a busca da própria perfeição, num sentido individualista, nem seria uma forma velada de masoquismo. O jejum teria duplo significado. Ele seria uma forma de proclamar o absoluto de Deus e seu Reino na vida do discípulo, através da vitória sobre os instintos e as paixões desordenadas. Por outro lado, indicaria estar o discípulo em contínua preparação para o festim definitivo do Reino. Ninguém se alimenta fartamente antes de ir a uma festa. Pelo contrário, priva-se de alimentos na perspectiva do que encontrará. O jejum cristão prepara o discípulo para a festa que o Pai lhe preparou.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Senhor Jesus, faz-me compreender a prática do jejum como preparação para o encontro definitivo contigo no teu Reino.

HOMILIA

JESUS E O JEJUM

João Batista, cujo ministério tinha por finalidade preparar o povo para a chegada do Messias, tinha discípulos que ainda haviam ficado com ele durante o princípio do ministério do Senhor Jesus.
Eles observavam os discípulos do Messias, alguns dos quais também haviam sido de João, e vieram perguntar porque eles não jejuavam como os de João e os fariseus faziam? Era uma crítica, pois o ritual do jejum representava muito para eles.
Para compreendermos melhor o que se passou naquela ocasião, devemos lembrar que João Batista fora ainda um profeta do Velho Testamento, e ele e os seus discípulos ainda estavam presos à lei de Moisés, com seus preceitos e rituais. Ele apresentara o Messias, e foi Este que deu início a uma nova era, ou dispensação, introduzindo o Novo Testamento entre Deus e a humanidade com a propiciação feita com o Seu sangue.
O curto ministério do Messias aqui na terra foi um intervalo durante o qual Ele anunciou o início do Seu reino e preparou os Seus discípulos para a nova dispensação.
Os "filhos das bodas" mencionados na resposta são uma expressão idiomática da época significando os convidados a um casamento. O jejum entre os judeus era um ato de abnegação devido a tristeza e contrição. Assim como os convidados não podem demonstrar tristeza na presença de um noivo no seu casamento, também não era próprio para os discípulos demonstrarem tristeza enquanto o seu Salvador estivesse junto com eles.
Mas haveria ocasião para jejum quando Ele voltasse para o céu, completada a obra de redenção que viera fazer, quando então estaria fisicamente ausente dos seus discípulos.
Não existe um mandamento para jejuar como havia no Velho Testamento. O jejum é encontrado junto com a oração na igreja primitiva, em ocasiões em que a direção de Deus era pedida para a tomada de grandes decisões. Também, nas versões mais antigas, aparece com a oração em 1 Coríntios 4:5. É um ato de abnegação diante de Deus, aprovado aqui pelo Senhor Jesus.
Em seguida o Senhor usa duas ilustrações para mostrar a mudança da dispensação do Velho Testamento para a do Novo Testamento, e para ensinar que os seus princípios não devem ser misturados: Ninguém usa um retalho de pano novo para remendar uma roupa velha; pois o remendo novo encolhe e rasga a roupa velha, aumentando o buraco. Ninguém põe vinho novo em odres velhos. Se alguém fizer isso, os odres rebentam, o vinho se perde, e os odres ficam estragados. Pelo contrário, o vinho novo é posto em odres novos, e assim não se perdem nem os odres nem o vinho.
A utilidade do Velho Testamento, com a lei de Moisés, estava no fim, e o Senhor Jesus não veio para lhe dar continuidade mediante alguns remendos pois estes só podiam piorar a sua situação. O Velho Testamento não podia conter o Evangelho da salvação unicamente mediante a fé na obra redentora de Cristo.
O Senhor Jesus veio para introduzir uma veste totalmente nova, um vinho completamente novo, para substituir de uma só vez o que existia naquela época. O apóstolo João abrevia isso assim "a lei foi dada por Moisés; a graça e a verdade vieram por Jesus Cristo".
Pelo jejum devemos proclamar que temos fome de Deus e significar que só encontramos sentido para nós na verdadeira liberdade face a tudo que é terreno e material. O nosso coração só encontra felicidade quando repousa em Deus.
Pai dá-me suficiente bom senso para reconhecer o que corresponde ao projeto de Jesus, sem querer misturá-lo com esquemas incompatíveis com a novidade do Reino.
Fonte Padre Bantu Mendonça Katchipwi Sayla
Fonte: Liturgia da Palavra em 05/07/2014

COMENTÁRIO DO EVANGELHO

1. Quando o Jejum não têm sentido.
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Aviso aos navegantes: este evangelho não é uma crítica a quem tem o costume de jejuar, Jesus não é contra o jejum, ele mesmo jejuou no deserto por 40 dias quando se preparava para iniciar o seu ministério publicamente. O problema aqui é outro, por que jejuar ? Os discípulos de João e os Fariseus jejuavam, mas os discípulos de Jesus não. O que isso significa?
Naquele tempo o jejum também era uma forma de suplicar a Deus para que mandasse o prometido Messias pois Jejum ( que significa estar privado de alimentação que é essencial) queria significar exatamente isso, que sem o Messias Enviado de Deus, o homem estava privado da Verdadeira Vida. Jejum era dizer a Deus, que mais importante do que o alimento material que sustenta o corpo, era o alimento da Salvação, que alimentava a alma.
Pronto! Agora ficou fácil entender a censura que Jesus faz nesse evangelho. Exatamente porque os seus discípulos já estavam saboreando a bênção e a graça do seu messianismo, enquanto que os discípulos de João e os Fariseus, mais preocupados em seguir a Lei e a tradição, ainda estavam a espera do tal Messias, sem se dar conta de que ele já estava no meio deles.
Tudo o que os outros suplicavam e esperavam, para que suas vidas fossem mudadas, os discípulos de Jesus já estavam experimentando essa mudança interior. O Jejum de hoje tem quase esse mesmos sentido, nosso único e verdadeiro alimento é Deus pois dele em Jesus Cristo nos vêm a Vida Nova, é portanto, apenas Dele que temos necessidade. Jejuar na quaresma, nos dois dias determinados pela Igreja: Quarta Feira de Cinzas e Sexta Feira Santa, é reafirmamos a nossa Fé e esperança em Cristo Jesus, pois a sua morte na cruz tornou possível essa Vida Nova em nós, cuja necessidade supera até a nossa fome material. Claro que o jejum vem acompanhado pela oração e práticas de caridade, sem isso, ele não têm sentido nenhum e de nada nos valerá.
Fonte: NPD Brasil em 06/07/2013

HOMILIA DIÁRIA

Uma nova mentalidade e um novo coração

Se nós queremos escolher a novidade do Reino que chega até nós, precisamos ter uma nova mentalidade e um novo coração.
“Dias virão em que o noivo será tirado do meio deles. Então, sim, eles jejuarão” (Mt 9,15).
Os fariseus questionam por que eles jejuam duas vezes por semana, mas os discípulos de Jesus não estão jejuando.
O Senhor, então, lhes disse: “Por acaso, os amigos do noivo podem estar de luto enquanto o noivo está com eles?”. Por isso a Igreja jejua toda sexta-feira, em memória daquele dia em que o noivo Jesus foi tirado da Sua Igreja.
Não basta ter essa atitude de querer jejuar, não basta a atitude de querer fazer muitos sacrifícios, rezar muitos terços, muitas orações… Tudo isso é justo, louvável, pois precisamos fazer obras de penitência para nossa conversão e mudança de vida; no entanto, as obras de penitência precisam estar ligadas a uma conversão do nosso coração, a uma profunda misericórdia. Nós precisamos, acima de tudo, ter uma atitude nova, um coração novo, uma nova visão diante das pessoas e dos fatos. Sabemos que um coração está sendo purificado por Deus quando ele pára de julgar os outros, condená-los ou ainda se sentir melhor que eles.
Quando um coração se aproxima de Deus para ser renovado, ele reconhece primeiro, e com muita insistência, os seus próprios pecados para com os pecadores, para com aqueles que tem este ou aquele defeito, um olhar e uma atitude de misericórdia.
Nós precisamos aprender com o nosso Mestre Jesus. Se nós queremos escolher a novidade do Reino que chega até nós, precisamos ter uma nova mentalidade e um novo coração.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo – Comunidade Canção Nova
Fonte: Canção Nova em 06/07/2013

HOMILIA DIÁRIA

Abramos o coração para acolher a novidade de Deus

Abramos o coração para acolher a novidade Deus. Não fiquemos com os velhos conceitos de outrora. Estejamos dispostos todos os dias a aprender com Jesus o Seu modo de ser!
“Também não se põe vinho novo em odres velhos. Mas vinho novo se põe em odres novos, e assim os dois se conservam” (Mateus 9,7).
Jesus hoje nos mostra de que forma podemos acolher o Reino de Deus, porque a Boa Nova, transmitida pelo Evangelho, a mensagem de Jesus, é a grande novidade que salva toda a humanidade. Deixe-me dizer: como Deus deseja que a Sua Palavra penetre em nosso coração e, quando a Palavra de Deus, a mensagem de Deus, a mensagem do Evangelho, entra, de fato, em nossa vida e em nosso interior, ela vai nos lavando, nos renovando e nos purificando e, assim, vamos nos tornando novos pela graça de Deus!
Mas se não abrimos a cabeça, se não abrimos o coração, se ficamos com aqueles velhos argumentos, com aquelas velhas explicações ou com aquelas justificativas de sempre a novidade de Deus não acontece em nossa vida. Cada vez que nos aproximamos da Palavra de Deus ela é uma novidade para nós, por mais que a tenhamos lido e a escutado mil vezes – as mil vezes que ela se apresenta a nós se tornam sempre uma novidade quando temos a mente nova, o coração novo e a disposição nova para a [Palavra de Deus] acolher como novidade.
Se antes tínhamos essa postura, se pensávamos dessa forma, a sabedoria não é termos a cabeça dura, não é ficarmos fechados nas nossas tradições, conceitos e em nosso ponto de vista. Ser sábio é sabermos nos abrir para o novo, é acolher a novidade de Deus.
Algumas vezes, as pessoas perguntam: “Por que Deus não me renova? Por que Deus não me faz de novo? Por que eu não experimento as novidades de Deus em minha vida?”. Isso acontece porque não abrimos a mente e o coração.
O novo, quando é colocado no velho, fica velho também. Então, se se põe um remendo novo em uma calça velha, ninguém vai perceber o novo. Da mesma forma, vinho novo precisa de odres novos, para que o sabor se conserve (cf. Mt 9,7).
Para que a Palavra de Deus se conserve em nós, para que a novidade de Deus tenha efeito em nós, abramos o nosso coração e a nossa mente. Não sejamos fechados, não fiquemos com as velhas posturas e com os velhos conceitos de outrora, mas que estejamos dispostos, todos os dias, a aprender com Jesus o Seu modo de ser!
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo - Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 05/07/2014

ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, dá-nos coragem para atravessar a porta estreita e seguir pelo caminho áspero da conversão. Que vivamos nesta terra, alegres e agradecidos, a certeza de já estarmos, ainda que não em plenitude, vivendo o teu Reino de Amor. Pelo Cristo Jesus, teu Filho e nosso Irmão, que contigo reina na unidade do Espírito Santo.

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