quarta-feira, 26 de junho de 2024

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA - 23/06/2024

ANO B


12º DOMINGO DO TEMPO COMUM

Ano B - Verde

"Porque sois tão medrosos? Ainda não tendes fé?" Mc 4,40

Mc 4,35-41

Ambientação

INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL PULSANDINHO: O Senhor permanece junto aos discípulos ao longo da caminhada: quando as circunstâncias parecem desfavoráveis à missão, é Jesus que torna possível o anúncio e a propagação do Reino. Supliquemos que, frente aos desafios, Ele liberte-nos do medo e nos torne capazes de acolher fielmente sua divina vontade.
https://diocesedeapucarana.com.br/portal/userfiles/pulsandinho/12-domingo-tempo-comum-ano-b-23-06-2024.pdf

INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL O POVO DE DEUS: Irmãos e irmãs, neste domingo, dia do Senhor, celebramos a vitória de Cristo sobre as tempestades pelas quais atravessa a barca da Igreja e a barca de nossas vidas. O Senhor deu sua vida por nós: vivamos para Ele! Sabemos que Ele está conosco, sobretudo nos tempos mais difíceis e turbulentos; que esta Eucaristia, celebrada com fé, sustente nossa esperança de que o Senhor virá sempre em nosso socorro.
https://arquisp.org.br/sites/default/files/folheto_povo_deus/ano-48b-39-12o-domingo-do-tempo-comum.pdf

“O MEU SOCORRO VEM DO SENHOR, QUE FEZ OS CÉUS E A TERRA”.

Após minha Ordenação Episcopal, iniciei minha missão como bispo auxiliar da Arquidiocese de São Paulo e Vigário Episcopal da Região Brasilândia. Minha primeira iniciativa foi visitar cada padre para conhecer de perto suas atividades, desafios e sentimentos, buscando compreender sua realidade. Durante uma dessas visitas, fui profundamente tocado por uma cena: um padre já idoso e fragilizado pela saúde, dedicando-se incansavelmente a uma paróquia na periferia, enfrentando inúmeros obstáculos. Mesmo após mais de uma década nessa árdua jornada, ele mantinha-se firme, como me revelou durante nossa conversa. Sua resiliência diante da adversidade me comoveu profundamente. Ao nos despedirmos, ele apertou minha mão e disse: "Fé e Coragem!" Poucos dias depois, soube de seu falecimento, mas suas palavras ecoaram em minha mente. Descobri durante seu velório que essa era sua saudação habitual, um lema que resumia sua maneira de encarar a vida: fé e coragem.
Ao refletir sobre as leituras do décimo segundo domingo do tempo comum, percebo que essa frase recorrente se revela como uma chave essencial de interpretação: a coragem e a confiança que devemos depositar em Deus, mesmo nos momentos mais sombrios e desafiadores. No Evangelho de Marcos 4,35-41, testemunhamos Jesus acalmando uma tempestade no mar, demonstrando seu domínio sobre as forças da natureza e nos ensinando sobre a importância de uma fé inabalável.
É essencial lembrar que não estamos sozinhos em nossas tribulações. Deus está ao nosso lado, cuidando de nós com o amor de um Pai, guiando-nos rumo à vida e à salvação a cada passo do caminho. Assim como os discípulos, que temeram durante a tempestade, enfrentamos nossas próprias tormentas no dia a dia. Diante dos desafios e dores, é fácil fraquejar na fé e duvidar da presença amorosa de Deus em nossas vidas. Devemos nos lembrar que, é nesses momentos que Jesus nos convida a confiar nele plenamente, acalmando as tempestades interiores e exteriores com seu poderoso comando: "Silêncio! Cala-te!"
Diante das incertezas e tribulações, somos questionados: "Por que tendes tanto medo? Ainda não tendes fé?" Essa interpelação nos lembra de confiar totalmente em Deus, reconhecendo que Ele está no controle de todas as coisas e nunca nos abandona. Devemos aprender a enfrentar nossos medos com fé e coragem, seguindo o exemplo daquele padre citado acima, sabendo que Deus está conosco a cada passo do caminho. Com a força do Espírito Santo, fé e coragem, nosso auxílio, segurança e esperança estão no Senhor Deus, criador do céu e da terra, do mar e de tudo que nele existe (cf. Sl 146,6).
Dom Carlos Silva, OFMCap
Bispo Auxiliar de São Paulo
https://arquisp.org.br/sites/default/files/folheto_povo_deus/ano-48b-39-12o-domingo-do-tempo-comum.pdf

COMENTÁRIO DO EVANGELHO

Jesus acalma a tempestade


Deus é o Senhor do mar. Do meio da tempestade, assim se revelou a Jó. Quem é este a quem obedecem até o vento e o mar? A forte ventania sacudia o barco, e Jesus dormia sobre um travesseiro. O barco está afundando, e ele não se importa? “Silêncio, cala-te.” Levanta-se o Senhor e repreende o vento e o mar.
O vento parou e o mar se acalmou. “Vocês são medrosos! Ainda não têm fé?” Jesus está presente. É preciso acreditar que ele é o Senhor do mar. “Ainda não tendes fé?” Se a tivéssemos, poderíamos dizer ao vento e ao mar: “Silêncio, cala-te!”? É Deus quem põe limites às forças da natureza.
Nós, por vezes, perturbamos a ordem do universo. Algumas vezes, usando para o bem a inteligência que Deus nos deu, somos capazes de evitar grandes males ou de corrigi-los depois de acontecidos. Podemos nos tornar novas criaturas com visão nova de tudo o que foi criado. Vivendo para Cristo e vendo com seus olhos pessoas e coisas, tudo pode se tornar novo. O que era antigo passou. Mar agitado pela tempestade. O vento sopra forte, tudo se agita, a frágil embarcação parece soçobrar. É um momento da história da nossa vida, é uma fase da história da Igreja e da humanidade.
Nossos corações desfalecem de pavor. Na aflição, gritamos ao Senhor e a tempestade se converte em bonança. É uma certeza. Já podemos agradecer a Deus por seu amor e pelas maravilhas operadas entre nós. Só não sabemos quando. Quando virá a bonança? Misturada ao som do vento e do mar agitado, ouvia-se a voz amedrontada dos discípulos: “Não te importa que estejamos perecendo?”.
Nós, por vezes, perturbamos a ordem do universo. Algumas vezes, usando para o bem a inteligência que Deus nos deu, somos capazes de evitar grandes males ou de corrigi-los depois de acontecidos. Podemos nos tornar novas criaturas com visão nova de tudo o que foi criado. Vivendo para Cristo e vendo com seus olhos pessoas e coisas, tudo pode se tornar novo. O que era antigo passou. Mar agitado pela tempestade. O vento sopra forte, tudo se agita, a frágil embarcação parece soçobrar. É um momento da história da nossa vida, é uma fase da história da Igreja e da humanidade.
Nossos corações desfalecem de pavor. Na aflição, gritamos ao Senhor e a tempestade se converte em bonança. É uma certeza. Já podemos agradecer a Deus por seu amor e pelas maravilhas operadas entre nós. Só não sabemos quando. Quando virá a bonança? Misturada ao som do vento e do mar agitado, ouvia-se a voz amedrontada dos discípulos: “Não te importa que estejamos perecendo?”.
Cônego Celso Pedro da Silva,
Fontes: https://catequisar.com.br/liturgia/jesus-acalma-a-tempestade-2/ https://www.comeceodiafeliz.com.br/evangelho/quem-e-este-que-ate-o-vento-e-o-mar-lhe-obedecem-23062024

Reflexão

Passar para a outra margem supõe confronto com nova realidade. O outro lado é território dos não judeus, e Jesus convida seus discípulos a anunciar também lá a Boa-nova do Reino. Isso pode gerar incertezas e medos, aqui representados pela turbulência da travessia. Em nossas atividades pastorais, estamos sujeitos a oposições, críticas, falta de apoio, por parte da comunidade ou dos dirigentes. Além disso, levamos para a missão nossos limites e nossas crises pessoais. Para não sermos tragados pelas forças contrárias, temos de despertar Jesus, que já está conosco, mas o imaginamos ausente. Precisamos renovar a confiança em sua presença e no poder de sua palavra que acalma o vento e o mar (“Silêncio!”, “Quieto!”) e nos encoraja e questiona (“Por que vocês são medrosos? Ainda não têm fé?”).
(Dia a dia com o Evangelho 2024)
Fonte: https://www.paulus.com.br/portal/liturgia-diaria/23-domingo-6/

Reflexão

«Mestre, não te importa que estejamos perecendo?»

Rev. D. Antoni CAROL i Hostench
(Sant Cugat del Vallès, Barcelona, Espanha)

Hoje ―nestes tempos de «forte ventania»― nos encontramos interpelados pelo Evangelho. A humanidade viveu dramas que, como ondas violentas, irromperam sobre homens e povos inteiros, particularmente durante o século XX e o início do XXI. E, às vezes, sai do fundo da alma perguntar-lhe: «Mestre, não te importa que pereçamos?» (Mc 4,38); se Tu verdadeiramente existes, se Tu és Pai, por que ocorrem estes episódios?
Ante a lembrança dos horrores dos campos de concentração da II Guerra Mundial, o Papa Bento se pergunta: «Onde estava Deus nesses dias? Por que permaneceu calado? Como pôde tolerar este excesso de destruição?». Uma pergunta que Israel, ainda no Antigo Testamento, se fazia: «Por que dormes? (...). Por que escondes teu rosto e esqueces nossa desgraça» (Sal 44,24-25).
Deus não responderá a estas perguntas: podemos pedir tudo a Ele, menos o porquê das coisas; não temos o direito de pedir-Lhe contas. Na realidade, Deus está e está falando; somos-nos quem não estamos [na sua presença] e, portanto, não ouvimos a sua voz. «Nos ―diz Bento XVI― não podemos escrutar o segredo de Deus e da historia. Neste caso, não defenderíamos ao homem, mas contribuiríamos somente à sua destruição».
Efetivamente, o problema não é que Deus não exista ou que não esteja, porém que os homens vivamos como se Deus não existisse. Aqui está a resposta de Deus: «Por que estais com tanto medo? Como não tens fé?» (Mc 4,40). Isso disse Jesus aos Apóstolos, e o mesmo lhe disse a Santa Faustina Kowalska: «Minha filha, não tenhas medo de nada, Eu sempre estou contigo, ainda que te pareça que não esteja»
Não lhe perguntemos, melhor rezemos e respeitemos a sua vontade e..., então haverá menos dramas... E, assombrados, exclamaremos: «Quem é este que até o vento e o mar lhe obedecem» (Mc 4,41). ―Jesus, em vos confio!
Pensamentos para o Evangelho de hoje

- «Nos momentos de agitação, não vos deixeis vencer pelas ondas. Porém, se o vento sopra, se as paixões da nossa alma se agitam, não desesperemos: despertemos Cristo, para que possamos navegar com calma e chegar ao porto da pátria» (Santo Agostinho)

- «Quando Jesus entra naquele barco, o clima muda imediatamente: todos se sentem unidos na fé Nele. A fé dá-nos a segurança da presença de Jesus, sempre ao nosso lado, da sua mão que nos agarra para nos afastar dos perigos» (Francisco)

- «(…) ‘assim como foi na pobreza e na perseguição que Cristo realizou a redenção, assim também a Igreja é chamada a seguir pelo mesmo caminho, para comunicar aos homens os frutos da salvação’ (Concílio Vaticano II)» (Catecismo da Igreja Católica, nº 853)
https://evangeli.net/evangelho/feria/2024-06-23

Reflexão

A Igreja logo foi uma “Igreja perseguida”, inclusive, “por causa da justiça”

REDAÇÃO evangeli.net (elaborado com base nos textos de Bento XVI)
(Città del Vaticano, Vaticano)

Hoje contemplamos o "barco" com os Apóstolos, símbolo da Igreja, movido pelo "mar", símbolo do "mundo". Os Apóstolos não devem temer as ameaças: Cristo —mesmo silencioso— está no barco e, por isso mesmo, nunca se afundou.
A Igreja logo foi uma "Igreja perseguida", inclusive "por causa da justiça": pelos judeus, que a perseguiam por "fidelidade à Lei"; pelo Império, pois considerava aos "cristãos" como seguidores de um criminal; pelos que perseguiram a Deus... Além disso, posto que a aspiração do homem tende sempre a emancipar-se da vontade de Deus, a fé aparecerá como algo que se contrapõe ao "mundo", e por isso haverá persecução por causa da justiça em todos os períodos da história.
—Cristo crucificado é o justo perseguido pelos que falam sobre as profecias do Antigo Testamento. Ele mesmo é a chegada do Reino de Deus: "Bem-aventurados os que padecem persecução por causa da justiça, porque seu é o Reino dos Céus".
https://evangeli.net/evangelho-master/feria/2024-06-23

Comentário sobre o Evangelho

Jesus acalma a tempestade


Hoje, estamos a navegar com Jesus e os Apóstolos. Há tempestade no mar, ventos fortes, ondas grandes. Jesus dorme; nós assustamo-nos: parece que a barca se pode afundar de um momento para o outro. E então pensamos em despertar o Senhor.
- Por que temos medo, se Jesus está conosco? Jesus dorme, mas Deus – na verdade - nunca dorme: Ele vê tudo sempre; Ele é o nosso Pai que vela pelos seus filhos. É questão de ter fé!
Fonte: https://family.evangeli.net/pt/feria/2024-06-23

HOMILIA

ESPIRITUALIDADE BÍBLICO-MISSIONÁRIA

Há realidades vitais em nossa existência que até nos parecem intransponíveis. Há limites humanos para tudo, porém, há os que nos parecem mais difíceis, insuportáveis. Aí se pode até pensar que Deus não se compromete com nossa realidade e que estamos à mercê da própria sorte. “Nosso barco” nem sempre está preparado para suportar a “impetuosidade do mar” e os balanços impostos pela vida.
O Evangelho vem deixar claro para nós que não estamos sozinhos, nem perdidos ou abandonados. Mostra-nos que Deus está ao nosso lado. Pode parecer que “está dormindo”, mas, na verdade, está nos testando. Por isso, no Evangelho, Jesus vai censurar os discípulos: “Por que sois tão medrosos? Ainda não tendes fé?”
Temos confiança no Senhor! No entanto, o perigo é que essa confiança seja interesseira, baseada numa fé que espera milagres. Fé é confiar plenamente na pessoa de Cristo e tê-lo como centro da vida. É por isso que Jesus chama a atenção dos discípulos, perguntando-lhes se ainda não tinham fé. Não cabe, pois, a fé em Cristo ser interesseira. Por isso, é bom revisar nossa fé.
Desse modo, o Evangelho vai nos ensinando como nos portarmos diante de Cristo e do mundo. É natural que tenhamos “certas tempestades” em nossa vida e devemos saber como nos portarmos diante delas. Primeiro, devemos ter a certeza de que o Senhor caminha conosco e está bem perto de nós. Depois, que Ele tem a força divina capaz de vencer até mesmo as forças da natureza. Por isso, naquela hora, Jesus vai dizer ao mar: “Silêncio! Cala-te!”
Viver uma fé viva e comprometida com a realidade será sempre exigente. O testemunho verdadeiro da fé nos faz olhar para os discípulos que apostam na pessoa de Jesus. Sabem que o Cristo está com eles e não os abandonará. É nesse mesmo sentido que devemos caminhar na realidade de nosso tempo. Viveremos as perspectivas do mundo, buscaremos compreender os fatos e acontecimentos, mas, jamais deixaremos o Cristo abandonado, pois Ele é nossa vida, o centro, o caminho, a segurança.
O Pai, em seu Filho Jesus, jamais estará indiferente à realidade de nossa vida e nossa história. Nossas interpretações é que não correspondem à verdade de Cristo, à maturidade de nossa fé, que deve ser bem do jeito do Evangelho.
Redação “Deus Conosco”

Oração
— OREMOS: (instante de silêncio) CONCEDEI-NOS, SENHOR, a graça de sempre temer e amar vosso santo nome, pois nunca cessais de conduzir os que firmais solidamente no vosso amor. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus, e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos. Amém.

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