sábado, 29 de junho de 2019

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA 29/06/2019

ANO C


Lc 2,41-51

Comentário do Evangelho

"Por que me procuráveis? Não sabíeis que devo estar na casa de meu Pai?”

O relato de Jesus no Templo, aos doze anos, idade em que Jesus assume as obrigações legais tornando-se “filho do preceito”, é a transição dos relatos da infância para o relato do seu batismo e de toda a sua missão. Todo o episódio está centrado na primeira palavra de Jesus que, por sua vez, está voltada para o futuro, e não para a sua infância: “Por que me procuráveis? Não sabíeis que devo estar na casa de meu Pai?” (v. 49). Esta palavra confirma a mensagem do anúncio do nascimento de Jesus: “… será chamado Filho de Deus” (1,35), e é prelúdio das revelações do evangelho.
 Maria e José não compreenderam o que ele lhes dissera, e sua mãe “guardava todas estas coisas no coração”. Maria, como também José, terá que fazer a mesma peregrinação pela qual se chega à compreensão do mistério da encarnação e do nascimento de Jesus. Será preciso acompanhar o desenvolvimento do filho, passar a vida com ele, sofrer com ele a paixão, experimentar a ruptura da morte, para que no advento da Luz da ressurreição ela possa compreender o mistério daquele que ela gerou.
Carlos Albero Contieri, sj
Oração
Espírito que orienta nossa vida para Deus, ajuda-me a crescer, cada dia, em sabedoria e graça, buscando, como Jesus, adequar minha vida ao querer do Pai.
Fonte: Paulinas em 08/06/2013

Vivendo a Palavra

Um exemplo que devemos seguir em nossa vida: a única referência evangélica a Jesus adolescente é rica em informações preciosas, como a normalidade da vida em Família; o cumprimento dos preceitos da Lei; a fé de Maria e José, que não compreendiam o Mistério do Divino Filho, mas o guardavam no coração; e sua humilde discrição, seu silêncio respeitoso.
Fonte: Arquidiocese BH em 08/06/2013

VIVENDO A PALAVRA

Os pais de Jesus estavam ‘angustiados’… É importante notar a face humana da história familiar de Jesus. Seus pais não compreendiam os desígnios do Senhor para aquele Filho (o Evangelho diz que ‘Maria guardava essas coisas no coração’). A caminhada de Maria e José se fazia no terreno da fé – que Jesus mais tarde definiria: ‘Felizes daqueles que não viram, mas acreditaram!

Reflexão

Conforme o pensamento bíblico, o coração é o centro de toda a vida interior de uma pessoa. Em Maria, o coração corresponde ao lugar onde se realiza o encontro de Deus com ela e o encontro dela com o próximo. Santo Agostinho afirmava que a Virgem Maria “concebeu o Verbo de Deus antes no coração e depois na carne”. Essa intuição favoreceu o desenvolvimento de uma devoção especial ao Coração de Maria. Quem deu forte impulso à propagação do culto ao Imaculado Coração de Maria foi São João Eudes, em 1643. Cerca de trezentos anos mais tarde, em 1942, durante a Segunda Guerra Mundial, o papa Pio XII consagrou a Igreja e a humanidade ao Coração Imaculado de Maria. Dois anos depois, o mesmo papa Pio XII estendeu essa festividade a toda a Igreja latina.
(Dia a dia com o Evangelho 2019 - Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp)

COMENTÁRIO DO EVANGELHO

1. Simplicidade e Humildade...
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Em nossas comunidades ocorre uma situação não muito diferente desse quadro que se apresenta aos olhos de Jesus, narrado por São Marcos, onde os afortunados desfilavam de maneira ostentosa na hora de levar a sua oferta para o lugar a elas destinado. Sem discutir aqui a questão do valor do dízimo que ofertamos, vamos conduzir a mesma reflexão em uma outra direção: vamos como Jesus observar com atenção a comunidade, há nela uma verdadeira passarela onde ostentamos nossos carismas e talentos naturais, gostamos muito de rasgação de seda, e chuva de confetes sobre nós, e assim nossos egos são constantemente alisados e nos sentimos sempre lisonjeados pelo que fazemos, e do modo como fazemos. É a mesma situação que Jesus presencia no templo, onde muitos ricos depositavam grandes quantias.
De repente, no meio de tantos talentos grandiosos de causar admiração, surge aquela viúva que devia ser idosa, não entrou na fila da oferta de cabeça baixa, constrangida pelas suas duas pequeninas moedinhas que carregava para ofertar, mas com consciência de quem sabe que está dando tudo de si, colocou na cesta de coleta e voltou ao seu lugar na assembleia. Jesus não olhou o valor, mas o modo como estava sendo ofertado.
Certamente os que ofertavam grandes quantias eram os “Mandões” da comunidade, suas ofertas eram como se fossem quotas de participação no empreendimento, exigiam prestação de contas e não admitiam que se tomassem decisões sem consultá-los previamente.
Mas e a nossa viúva, quem era ela na comunidade? Era alguém considerada? Ouviam sempre sua opinião? Davam-lhe sempre atenção necessária? Chamavam-na para participar da reunião do Conselho? Estamos acostumados a pensar que pessoas simplesinhas dessa maneira, só atrapalham porque nunca têm uma opinião formada e, coitadinhas, às vezes nem sabem falar o que pensam...
Recentemente o nosso Arcebispo foi laureado em uma Universidade local, com o título de “Doutor em Honoris Causa”, e no momento em que fez os agradecimentos, mandou levantar-se uma mulher humilde que estava ali na assembleia e afirmou “Essa é minha convidada muito especial, trata-se da minha cozinheira, e sem ela o meu intelecto nem funcionaria direito, por isso reparto com ela esse título que vocês me concedem”.
E nesse momento a mesa das autoridades e toda a assembleia aplaudiu com entusiasmo aquela mulher tão simples, que se sentiu valorizada e que, quem sabe, jamais poria os pés em uma Universidade, a não ser para trabalhar na cozinha...
Há em nossas comunidades irmãos e irmãs que aparentemente dão pouco, mas pelo modo como dão, superam aos talentosos e importantes, porque se dão com toda humildade e alegria, oferecendo o melhor de si naquilo que fazem...
Fonte: NPD Brasil em 08/06/2013

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. Pai e Mãe
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

O lugar privilegiado para darmos o nosso testemunho cristão é na vida familiar onde os pais são os educadores e catequistas de seus filhos. Infelizmente o quadro familiar é muito caótico porque a família é agredida todos os dias de muitas formas, esvaziando-a de seus valores sagrados, de suas virtudes que lhe dão a dignidade a cada membro, moldando um caráter cristão despertando-lhes a consciência de que são filhos e filhas queridas de Deus.
Por isso o casal cristão recebe o Sacramento do matrimônio ao se unirem um dia, sacramento quer dizer sinal do amor de Deus, porque a missão do casal é despertar nos filhos o amor para o qual foram criados porque Deus nos fez para o amor e somente na família é que podemos ter esse conhecimento.
A Sagrada Família vivia esse propósito, Maria e José educaram Jesus desta maneira e ele aprendeu muito com seus pais, a revelação de que era Filho de Deus foi acontecendo aos poucos, graças ao testemunho de seus pais. De maneira muito equivocada pensamos que Jesus já sabia tudo e que seus pais eram figuras meramente decorativas em sua vida. Isso não é verdade! Além do sustento material do menino, Maria e José, como qualquer pai e mãe, tiveram de assumir a formação religiosa de Jesus e o fizeram dentro do Judaísmo, que era a religião que frequentavam, com todas as dificuldades próprias daquele tempo.
Talvez hoje, muitos pais achem praticamente impossível  educar um filho ou uma filha na fé, se a história da Salvação acontecesse hoje, José e Maria, vivendo em nosso tempo, saberiam cumprir a missão de educar o filho dentro dos princípios cristãos, para que ele descobrisse a sua identidade de Filho de Deus.
Mas não foi assim tão simples muita coisa Maria e José não entenderam, como esse susto que Jesus deu neles, aos 12 anos, por ocasião da festa da páscoa, ao retornarem em comitiva como era comum naquele tempo, o grupo dos homens e das mulheres em separado pelo caminho, José pensou que o menino estivesse com a mãe, e esta pensou o mesmo. As crianças e adolescentes caminhavam juntos durante o dia e só a noite é que vinham para perto dos adultos.
Na noite do primeiro dia de caminhada deram pela sua ausência e voltaram desesperados a Jerusalém onde depois de três dias o encontraram no templo entre os Doutores da Lei, discutindo com eles, ensinando mas também apreendendo, porque como qualquer criança, Jesus passou pela catequese.
Ocupar-se das coisas de Deus – foi a resposta até um pouco “atravessada” que Jesus deu aos pais. Após os sacramentos da iniciação cristã, se o testemunho dos pais for autêntico, a criança já terá descoberto em si mesmo essa vocação para viver o amor na comunidade no serviço aos irmãos e irmãs. No texto é bonito a firmeza da Virgem Maria, que não entrou na onda do “Menino Prodígio”. Talvez até sentiu orgulho e alegria, Lucas escreve que ela ficou admirada, mas imediatamente assumiu a sua missão e autoridade de Mãe “Eu e teu pai te procurávamos aflitos”. Em outras palavras “O mocinho ficou aqui em Jerusalém com ordem de quem? Quem lhe autorizou?”  Jesus parece que recorreu á sua missão querendo assim lembrar os pais que ele era um caso especial, como aliás, ambos sabiam. O evangelista não menciona mas Maria com certeza, como faria qualquer mãe, não arrefeceu na disciplina e nos limites, tão necessários na formação de juma criança. “Está bem meu filho, tudo bem que você estivesse aqui no templo, mas agora se levante daí, vamos embora e nada de sumir de novo heim?”
O fato de Maria não entender certas coisas na sua relação com o filho, não queria dizer que ele é que fosse tomar as rédeas da relação. Ao contrário, impôs sua autoridade de Mãe e o levou de volta para casa. O texto menciona que Jesus foi com eles e lhes era submisso. Será que a´pi não está o problema da nossa sociedade? No fato de Pai e Mãe ter perdido a sua autoridade sobre os filhos?

2. Guardava no coração
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)

Dizemos que o coração é a sede dos sentimentos. Uma pessoa pode ter um bom coração ou um coração de pedra. Coração de pedra indica alguém insensível. Não percebe os outros e, se percebe, não se interessa por eles. Falamos em coração de pedra por causa da dureza da pedra. Identificamos assim as pessoas insensíveis. Falamos também em coração de ouro pelo valor do ouro. Um coração de ouro é um coração de muito valor. A devoção cristã vê Jesus e Maria com o coração exposto. Significa a bondade de Jesus e de Maria. Celebrando hoje o Coração de Maria, estamos celebrando a bondade de Nossa Senhora, toda a sua gentileza e toda a atenção que ela nos dá.

3. MARIA, CHEIA DE GRAÇA
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total - http://domtotal.com/religiao-liturgia-diaria.php).

A Igreja, refletindo sobre a mãe de Jesus, foi entendendo, pouco a pouco, toda a verdade desta figura singular. Neste processo, a Igreja chegou a professar que o pecado original, tendo marcado para sempre a história da humanidade, mas não lançou raízes no ser de Maria. Vivendo num mundo de egoísmo, ela não foi contaminada pelo pecado.
Esta graça e privilégio, conferidos por Deus à mãe do Salvador, aconteceram por causa de Jesus Cristo. Deus preparou para receber seu Filho, que seria imune da culpa original, um ventre não corrompido pelo pecado. Maria, de certo modo, experimentou, por antecipação, o fruto da ação de seu filho Jesus, que viria ao mundo para salvar a humanidade do pecado. A mãe foi a primeira a tirar partido da missão do Filho. A santidade do Filho Jesus santificou todo o ser da mãe Maria, desde que fora concebida.
A proclamação do anjo "Ave, cheia de graça, o Senhor está contigo" fundamenta a total santidade de Maria. Sendo cheia de graça, nela não podia haver espaço para o pecado e para a infidelidade a Deus. E sua existência, desde o início, só podia ser total comunhão com Deus. Por outro lado, toda a vida de Maria foi marcada pela pessoa de Jesus, a quem estaria ligada desde o momento do anúncio da encarnação.
A concepção imaculada é, pois, mais uma maravilha da graça de Deus na vida de Maria.
Oração
Senhor Jesus, que a contemplação da concepção imaculada de tua mãe desperte em mim o desejo de romper, definitivamente, com o pecado que maculou a humanidade.

HOMILIA DIÁRIA

Consagre o seu coração ao Imaculado Coração de Maria

Quero lhe fazer um convite: consagrar o seu coração ao Imaculado Coração de Maria. Diga a Nossa Senhora que o seu coração é dela.
Nós celebramos, hoje, a memória do Imaculado Coração de Maria. O Evangelho de hoje – e outras passagens –, nos dá a graça de compreender que o coração de Maria guarda os segredos de Deus, a vontade d’Ele. O coração de Nossa Senhora é todo centrado na vontade do Senhor.
Um coração imaculado quer dizer puro, preservado do mal. O coração de Maria bateu mais forte ao lado do coração de Jesus. E como nós precisamos cuidar bem do nosso coração! Precisamos fazer com que ele alcance o ritmo de Deus.
Quero lhe fazer um convite: consagrar o seu coração ao Imaculado Coração de Maria. Este foi um dos segredos de Fátima, essas foram algumas das disposições que o nosso querido Beato João Paulo II proferiu durante seu pontificado, quando consagrou a Rússia e o mundo inteiro ao Imaculado Coração de Maria.
Hoje, estou colocando a mão também no meu coração e pedindo a você que também o faça em algum momento desse dia. Diga a Nossa Senhora que o seu coração é dela.
“Ó, Imaculado Coração de Maria, volte-se para nós, pobres pecadores, e ajude-nos a rever a vontade de Deus. Não deixe o nosso coração se perder nos pecados e no mal desse mundo. Cuide do nosso coração para a eternidade. Que assim o seja!”
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo – Comunidade Canção Nova
Fonte: Canção Nova em 08/06/2013

Oração Final
Pai Santo, faze-nos aceitar no coração, com alegria e gratidão, a humanidade de teu Filho Unigênito, que se fez um da nossa raça. Foi este o seu jeito de nos mostrar que podemos e devemos viver já aqui, neste planeta-jardim, os primeiros sinais do teu Reino de Amor. Pelo mesmo Cristo Jesus, que contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 08/06/2013

ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, ilumina nossa fé, moldando-a ao jeito de Maria. Ela esteve sempre atenta aos teus Sinais, seu coração soube reconhecê-los e acolhê-los com doçura. Sua existência foi uma permanente ação de graças a Ti, Pai querido, que a fizeste mãe de Jesus, o Cristo, teu Filho Unigênito, que contigo vive e reina na unidade do Espírito Santo.

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