quarta-feira, 16 de agosto de 2017

HOMÍLIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DOS DIAS 17/08/2017 A 19/08/2017

Ano A



17 de Agosto de 2017

Mt 18,21–19,1

Comentário do Evangelho

Não se pode pôr limite à disposição de perdoar.

O evangelho de hoje é o último trecho do discurso sobre a Igreja. À pergunta de Pedro, porta-voz do grupo dos discípulos, sobre quantas vezes se devia perdoar o irmão reincidente no seu pecado, Jesus responde com a parábola do devedor implacável ou sem compaixão. Pedro certamente pensa ser generoso ao indicar a cifra sete como número de vezes para perdoar alguém. Mas, corrigindo Pedro, Jesus diz “setenta vezes sete”. Isso significa que não se pode pôr limite à disposição de perdoar. As cifras “sete” e “setenta vezes sete” evocam Gn 4,24. À cadeia de vingança e violência, Jesus opõe a fraternidade disposta a perdoar sem limite. A razão do por que não se deve colocar limite ao perdão é dada na parábola do devedor sem compaixão. O sentido de toda a parábola se encontra na boca do próprio monarca (vv. 32-33): o devedor de uma soma incalculável devia perdoar seu semelhante, que lhe devia uma quantia irrisória, porque ele mesmo tinha sido beneficiado pela generosidade do rei. De certo modo, o servo sem compaixão fere seu senhor, pois a sua atitude impiedosa em relação ao seu semelhante demonstra a sua total incompreensão em relação à graça que ele mesmo recebeu. A lição é clara: é necessário perdoar de coração o irmão, como Deus perdoa generosamente a cada um.
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, predispõe meu coração para o perdão, e que eu esteja sempre disposto a perdoar e a querer viver reconciliado com meu semelhante.
Fonte: Paulinas em 14/08/2014

Vivendo a Palavra

‘Pai, perdoa as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos que nos devem.’ Nós deveríamos viver esta oração, invertendo: ‘Pai, ajuda-nos a perdoar aos que nos devem, pois Tu já nos perdoaste com o perdão infinito de Pai que tem coração de Mãe...
Fonte: Arquidiocese BH em 14/08/2014

VIVENDO A PALAVRA

Lembremo-nos da oração que o Senhor nos ensinou: O Pai é misericordioso e o perdão que Ele nos oferece é uma fonte inesgotável. Entretanto, só podemos colher dessa fonte até a capacidade do recipiente que levamos: o perdão que oferecemos ao nosso próximo. Vamos construir com os irmãos, a Igreja do Perdão!

Reflexão

Nós não temos como pagar a Deus para obtermos o perdão dos nossos pecados, de modo que merecemos a paga pelos mesmos que é a morte. Mas o amor misericordioso de Deus não permite que nenhum dos seus filhos e filhas seja entregue à morte, de modo que a verdadeira paga pelos nossos pecados foi a obediência de Jesus, amando-nos até o fim e, assim, apesar dos nossos pecados, temos a eterna aliança com ele. Desse modo, Deus nos dá o exemplo do verdadeiro perdão, nos ensinando que tudo devemos fazer para restaurar a unidade perdida por causa dos males que as pessoas comentem contra nós.
Fonte: CNBB em 14/08/2014

Recadinho

É fácil perdoar? - Pense em alguma situação de sua vida que `depois da tempestade´ trouxe-lhe a bonança. - Conhece alguma situação de devedor cuja situação chegou a bom termo? - E o contrário? - Comente o “perdoai assim como nós perdoamos” do pai nosso.
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
Fonte: a12 - Santuário Nacional em 14/08/2014

Meditando o evangelho

SEMPRE DISPOSTO A PERDOAR

No tempo de Jesus, os rabinos discutiam a respeito de quantas vezes a pessoa ofendida era obrigada a perdoar. Chegava-se ao número máximo de quatro vezes. Pedro, para mostrar-se generoso, propôs uma quantidade maior: sete vezes. A "generosidade" do apóstolo fazia uma espécie de contraponto com um episódio do Antigo Testamento, no qual Lamec, descendente de Caim, prometeu vingar-se sete vezes de quem levantasse a mão contra ele. À máxima vingança, Pedro pensava contrapor o máximo perdão. Enganou-se!
O discípulo do Reino deve estar disposto a perdoar, não apenas sete vezes, mas setenta vezes sete vezes, ou seja, sempre. A parábola do servo cruel oferece o fundamento teológico da postura do discípulo: este deve agir de forma idêntica ao agir de Deus.
Deus está sempre pronto a perdoar as ofensas dos seres humanos, por maiores que elas sejam. Foi o que fez o senhor do Evangelho. Bastou que o devedor lhe suplicasse clemência, para se ver logo perdoado.
A contrapartida do gesto divino deve acontecer em forma de perdão das ofensas recebidas. Quem foi perdoado por Deus deve dispor-se a perdoar. Mas quem age de maneira diferente não pode contar com o perdão divino. Esta foi a sorte do servo cruel que se recusou a perdoar uma pequena dívida de seu companheiro.
O discípulo deve espelhar-se no comportamento misericordioso de Deus.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Pai, predispõe meu coração para o perdão, e que eu esteja sempre disposto a perdoar e a querer viver reconciliado com meu semelhante.

COMENTÁRIO DO EVANGELHO

1. PERDÃO ILIMITADO
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês).

A capacidade de perdoar, sem limites, deve caracterizar as relações na comunidade cristã. Esta exigência diz respeito, de forma especial, à liderança da comunidade, quando esta deve lidar com aqueles que apenas iniciam sua caminhada de fé. As contínuas recaídas destes iniciantes não podem ser motivo para desespero. Pelo contrário, deve haver sempre a predisposição para o perdão.
Esta predisposição brota sempre no coração de quem experimentou o perdão ilimitado de Deus. Quem é perdoado, ilimitadamente, pelo Pai deve perdoar, ilimitadamente, os irmãos. Seria sinal de mesquinhez agir de maneira diferente. O próprio Deus não suporta esta atitude contraditória. Quem não está sempre disposto a perdoar, ilude-se, ao contar com o perdão divino.
A atitude do servo impiedoso da parábola chama a atenção para o comportamento de certos líderes das comunidades primitivas.
Tendo sido perdoado de uma dívida fabulosa, este servo omitiu-se de perdoar uma dívida ínfima de um companheiro seu. Tamanha crueldade levou o senhor daquele servo a rever o seu perdão e a exigir dele o pagamento de quanto devia, até o último centavo.
Essa parábola foi um alerta para os líderes da comunidade: que não se enganassem quanto ao erro que cometiam, recusando-se a perdoar as fraquezas dos pequeninos!
Oração
Senhor Jesus, que eu me inspire na atitude do Pai, o qual oferece a todos perdão ilimitado.
Fonte: NPD Brasil em 16/08/2012

HOMÍLIA DIÁRIA

A exemplo de Jesus, ofereça um perdão sem limites

Postado por: homilia
agosto 16th, 2012

Diante das palavras de Jesus sobre a correção fraterna e a reconciliação, Pedro pergunta:“Quantas vezes devo perdoar? Até sete vezes?”.
Nesta pergunta do discípulo, podemos ver o conhecimento dele sobre a necessidade de perdoar sempre. Até porque o número “sete”, segundo as Sagradas Escrituras, significa “perfeição”. A este nobre pensamento, Jesus quer que os discípulos avancem para mais longe, por isso não põe limites para o perdão: “Não te digo até sete, mas até setenta vezes sete!”.
O homem, sendo imagem e semelhança de Deus, está vocacionado a viver o perdão divino por amor às criaturas. Assim como Deus é amor, misericórdia e perdão para com os homens, assim deve ser o homem para com os seus irmãos.
A parábola que Jesus conta a Pedro é uma forma pedagógica para esclarecer Sua resposta. Assim como o perdão de Deus não tem limites, assim também deve ser o meu e o seu.
Se nós não aprendermos a perdoar nossos irmãos, Deus virá e nos chamará de “miseráveis”; então, nos mandará para fora do Seu Reino como aquele empregado que não soube perdoar seu semelhante.
Existe, nos dias de hoje, quem diga: “Eu perdoo, mas não esqueço!”. Como cristão, qual tem sido a sua posição ante o infinito perdão de Deus, no trato com os seus semelhantes? Jesus deu o exemplo. Na hora de ser morto, pediu perdão para os Seus assassinos (cf. Lc 23,34). Será que somos capazes de imitar Jesus?
Muitas vezes, queremos que Deus nos perdoe pelos nossos pecados, mas não queremos perdoar os outros. Como Ele nos perdoará se nós mesmos não o fazemos? Veja o que Jesus disse: “É isso o que o meu Pai, que está no céu, vai fazer com vocês se cada um não perdoar sinceramente o seu irmão”.
“Senhor Jesus, ensinai-me a graça de perdoar sempre. Amém.”
Padre Bantu Mendonça
Fonte: Canção Nova em 16/08/2012

ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, cura a nossa alma de todo ressentimento e mesmo do desejo de julgar os companheiros do caminho. Inspira-nos o perdão sincero, a acolhida carinhosa e fraterna, a alegria por nos sabermos infinitamente amados por Ti. Nós te pedimos, Pai Amado, por Jesus Cristo, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo. Amém.


18 de Agosto de 2017

Mt 19,3-12

Comentário do Evangelho

A dureza do coração.

Os fariseus testam Jesus a todo tempo. A perícope sobre o repúdio da mulher se encontra num contexto de controvérsia. A questão é posta a Jesus para testá-lo, a fim de verificarem o quanto Jesus conhece da lei de Moisés. A questão aproveita a omissão de Dt 24,1, uma vez que referido texto não explicita o que se deve entender por “algo vergonhoso” pelo qual se poderia repudiar a esposa. Por essa razão, mesmo entre os fariseus, havia discussões e desacordos no que se refere aos motivos legítimos do repúdio. A resposta de Jesus é absolutamente clara: não é permitido o divórcio, salvo em caso de “união ilegítima”. O termo grego pornéia pode referir-se tanto a uma conduta sexual inadmissível por parte da mulher como a um matrimônio em que o grau de parentesco tenha sido interditado por Lv 18,6-18. Quanto à razão da concessão de Moisés, concessão com a qual Jesus não consente, é a “dureza de coração”, a saber, a incapacidade de compreender e pôr em prática os mandamentos de Deus e de amar verdadeiramente alguém. Para Mt 5,32, o divórcio equivale ao adultério. Quem compreende o projeto original de Deus, é curado da dureza do coração, luta por um verdadeiro amor e considera o seu matrimônio algo intocável.
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, infunde nos casais cristãos o desejo de experimentarem a santidade do matrimônio, porque tu és a causa e a razão da comunhão que existe entre eles.
Fonte: Paulinas em 15/08/2014

Vivendo a Palavra

«O que Deus uniu, o homem não deve separar.» João nos lembra que Deus é Amor – e assim, a união em Deus é uma união no Amor. Amor de verdade, como o de Jesus: Amor querer-bem, Amor generoso, gratuito, livre e libertador; é o Amor capaz de criar.
Fonte: Arquidiocese BH em 15/08/2014

Reflexão

Quem comete adultério, peca duas vezes. O primeiro pecado é o da fornicação, do desrespeito da pessoa do outro ou da outra como templo do Espírito Santo, o que se constitui em profanação do sagrado, da propriedade divina pela consagração batismal. O segundo pecado é contra o vínculo matrimonial, é o rompimento de uma promessa que foi feita diante de Deus e da Igreja. E a causa de tão grave pecado encontra-se na dureza do próprio coração, que não é capaz de abrir-se à graça divina e aos verdadeiros valores e se torna escravo da luxúria, fazendo dela o verdadeiro deus da própria vida.
Fonte: CNBB em 15/08/2014

Recadinho

Pense num exemplo de alguém que não se casou para se dedicar mais e melhor ao serviço do reino de Deus. - O que você pessoalmente pode fazer para o bem do casamento? - Qual deve ser o modo de agir de sogros e sogras na educação dos netos? - E no campo de interferências? - E no que se refere a autoridade e privacidade?
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
Fonte: a12 - Santuário Nacional em 15/08/2014

Meditando o evangelho

A SANTIDADE DO MATRIMÔNIO

A questão levantada pelos fariseus expressava a mentalidade da época que legitimava o divórcio.
Em geral, a decisão era tomada pelo marido, sem que a mulher tivesse o direito de se defender. Os rabinos discutiam acerca dos motivos que o marido podia alegar para mandar embora sua esposa.
As duas principais escolas defendiam posições diferentes: uma, mais rigorista, exigia um ato de infidelidade da mulher; outra, mais laxista, ensinava bastar motivos triviais para que o marido pudesse repudiar sua esposa.
Jesus se recusa a tomar partido na discussão de escolas, antes proclama a santidade do matrimônio, apelando para o projeto original de Deus ao criar o ser humano. Com isto, condena a mentalidade divorcista e declara inúteis as discussões a respeito dos motivos que levam ao divórcio.
No projeto de Deus, pelo matrimônio o homem está de tal forma unido à sua mulher a ponto de formar "uma só carne". Esta expressão revela a profundidade da comunhão que o matrimônio estabelece entre os cônjuges. Separá-los seria dividir em dois o corpo humano. Coisa impensável!
Portanto, os discípulos do Reino devem precaver-se contra a profanação do matrimônio. É loucura querer destruir a obra de Deus. Aos casais cristãos, a responsabilidade de conservar essa união!
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Pai, infunde nos casais cristãos o desejo de experimentarem a santidade do matrimônio, porque tu és a causa e a razão da comunhão que existe entre eles.

HOMILIA

A INDISSOLUBILIDADE DO MATRIMÔNIO

Deus, que é amor e criou o homem por amor, chamou-o a amar. Criando o homem e a mulher, chamou-os ao Matrimônio a uma íntima comunhão de vida e amor entre eles, "de maneira que já não são dois, mas uma só carne.
Esta é a verdade que a Igreja proclama ao mundo sem cessar. O Papa João Paulo II dizia que "O homem se tornou "imagem e semelhança" de Deus, não somente através da própria humanidade, mas também através da comunhão das pessoas que o varão e a mulher formam desde o princípio. Tornam-se a imagem de Deus não tanto no momento da solidão quanto no momento da comunhão (Audiência geral de 14.11.1979).
A família é uma instituição de mediação entre o indivíduo e a sociedade, e nada a pode substituir totalmente. Ela mesma apoia-se, sobretudo numa profunda relação interpessoal entre o esposo e a esposa, sustentada pelo afeto e compreensão mútua. No sacramento do Matrimônio, ela recebe a abundante ajuda de Deus, que comporta a verdadeira vocação para a santidade. Queira Deus que os filhos contemplem mais os momentos de harmonia e afeto dos pais e não os de discórdia e distanciamento, pois o amor entre o pai e a mãe oferece aos filhos uma grande segurança e ensina-lhes a beleza do amor fiel e duradouro.
O testemunho fundamental acerca do valor da indissolubilidade é dado com a vida matrimonial dos cônjuges, na fidelidade ao seu vínculo, através das alegrias e das provas da vida. Mas o valor da indissolubilidade não pode ser considerado o objecto de uma mera escolha privada: ele diz respeito a um dos pontos de referência de toda a sociedade. E por isso, enquanto devem ser encorajadas quer as iniciativas que os cristãos com outras pessoas de boa vontade promovem para o bem das famílias, deve evitar-se o risco do permissivismo em questões de fundo que se referem à essência do matrimônio e da família.
A família é um bem necessário para os povos, um fundamento indispensável para a sociedade e um grande tesouro dos esposos durante toda a sua vida. É um bem insubstituível para os filhos, que hão-de ser fruto do amor, da doação total e generosa dos pais. Proclamar a verdade integral da família, fundada no matrimônio, como Igreja doméstica e santuário da vida é uma grande responsabilidade de todos.
Diante do Senhor, a mulher é inseparável do homem e o homem da mulher, diz o apóstolo Paulo (1Cor 11,11). Através do Evangelho, o homem e a mulher caminham em conjunto para o Reino. Cristo chama conjuntamente, sem os separar, homem e mulher, que Deus une e a natureza junta, fazendo-os, por uma admirável conformidade, partilhar os mesmos gestos e as mesmas funções. Pelo laço do matrimônio, Deus faz que dois seres não sejam senão um, e que um só ser seja dois, de modo que assim descubra um outro de si, sem perder a sua personalidade, nem se confundir no casal.
Mas por que é que, nas imagens que nos dá do Seu Reino, Deus faz intervir deste modo o homem e a mulher? Porque sugere Ele tanta grandeza através de exemplos que podem parecer fracos e despropositados? Irmãos, um mistério precioso esconde-se debaixo desta pobreza.
Segundo a palavra do apóstolo Paulo, « É grande este mistério, pois que é o de Cristo e da Sua Igreja» (Ef 5,32). Isto evoca o maior projeto da humanidade. O homem e a mulher puseram fim ao processo do mundo, um processo que se arrastava há séculos. Adão, o primeiro homem, e Eva, a primeira mulher, são conduzidos da árvore do conhecimento do bem e do mal para o fogo do fermento da Boa Nova. Esses olhos que a árvore da tentação fechara à verdade, abrindo-os à ilusão do mal, a luz da Boa Nova abre-os fechando-os. Essas bocas tornadas doentes pelo fruto da árvore envenenada são salvas pelo sabor.
O matrimônio "é" indissolúvel: esta prioridade exprime uma dimensão do seu próprio ser objetivo, não é um mero fato subjetivo. Por conseguinte, o bem da indissolubilidade é o bem do próprio matrimônio; e a incompreensão da índole indissolúvel constitui a incompreensão do matrimônio na sua essência. Disto deriva que o "peso" da indissolubilidade e os limites que ela comporta para a liberdade humana mais não são do que o reverso, por assim dizer, da medalha em relação ao bem e às potencialidades inerentes à instituição matrimonial como tal. Nesta perspectiva, não tem sentido falar de imposição por parte da lei humana, porque ela deve refletir e tutelar a lei natural e divina, que é sempre verdade libertadora (cf. Jo 8, 32).
Esta verdade acerca da indissolubilidade do matrimônio, como toda a mensagem cristã, destina-se aos homens e às mulheres de todos as épocas e lugares. Para que isto se realize, é preciso que esta verdade seja testemunhada pela Igreja e, sobretudo, pelas famílias individualmente, enquanto "igrejas domésticas", nas quais marido e esposa se reconhecem reciprocamente unidos para sempre, com um vínculo que requer um amor sempre renovado, generoso e pronto para o sacrifício.
Não nos podemos deixar vencer pela mentalidade divorcista: impede-o a confiança nos dons naturais e sobrenaturais de Deus ao homem. A atividade pastoral deve apoiar e promover a indissolubilidade. Os aspectos doutrinais devem ser transmitidos, esclarecidos e defendidos, mas são ainda mais importantes as ações coerentes. Quando um casal atravessa dificuldades, a compreensão dos Pastores e dos outros fiéis deve ser acompanhada da clareza e da fortaleza ao recordar que o amor conjugal é o caminho para resolver positivamente a crise. Precisamente porque Deus os uniu mediante um vínculo indissolúvel, marido e esposa, usando todos os seus recursos humanos com boa vontade, mas, sobretudo confiando na ajuda da graça divina, podem e devem sair dos momentos de perturbação renovados e fortalecidos.
Padre Bantu Mendonça Katchipwi Sayla
Fonte: Liturgia da Palavra em 15/08/2014

HOMILIA DIÁRIA

Lutemos para que o matrimônio seja cada vez mais sagrado

Não olhe para o matrimônio como uma coisa descartável. Não façamos do divórcio uma regra; e lutemos para que o matrimônio seja cada vez mais sagrado!
“’Por isso, o homem deixará pai e mãe, e se unirá à sua mulher, e os dois serão uma só carne’? De modo que eles já não são dois, mas uma só carne. Portanto, o que Deus uniu, o homem não separe” (Mateus 19, 5).
Hoje nós queremos, iluminados pela Palavra de Deus, ressaltar a importância e o valor do matrimônio e reconhecer que ele é um sacramento de amor, de união divina e indissolúvel. Quem se decide pelo matrimônio, quem se decide pelo amor, se decide a viver uma vida de unicidade com a outra pessoa.
E, aqui, é preciso entender o que isso, verdadeiramente, opera na vida de um homem e de uma mulher que se casam. Claro que ambos terão suas responsabilidades, seu jeito, suas coisas particulares, sua maneira de ver o mundo e a vida, porque os temperamentos são diferentes. Mas essa é a grande graça que o sacramento do matrimônio opera na vida de um casal: ele une duas realidades diferentes, une dois modos de vida diferentes, duas pessoas diferentes e faz com que seja uma só realidade: a realidade da família, a realidade de um casal.
Sabem, meus irmãos, nós vivemos hoje a “cultura do descartável”, da permissividade, na qual aquilo que não dá mais certo e que não está indo bem nós descartamos, jogamos fora e começamos outro. É tão normal, para algumas pessoas, casarem-se uma vez, duas vezes, três vezes, quatro vezes, cinco vezes. Seja lá o que for, não estamos aqui para julgar nem condenar ninguém. É verdade que muitos relacionamentos não dão ou não deram certo e, por mais que os dois tentaram, ele fracassou; no entanto, não podemos fazer dos fracassos e dos erros a regra. A regra é aquilo que é sagrado, o matrimônio como valor divino, como o amor de Deus.
Nós precisamos, acima de tudo, defender o valor do casamento e da união do homem com a mulher. O divórcio é uma praga social e traz muitas consequências para a criação dos filhos, para a formação da família segundo o plano de Deus e, é claro, para a própria união do homem e da mulher. Nós entendemos as dificuldades de cada um, mas não podemos deixar nunca de ressaltar e exaltar aquilo que é o sonho e o desígnio de Deus para cada homem e para cada mulher.
Não pense em casar, não se case e não olhe para o matrimônio como uma coisa descartável, não caia na mentalidade perversa do mundo moderno, onde se apregoa e se fala com tanta facilidade que aquilo que não dá certo é só desmanchar e começar de novo. Lutemos, demos valor ao matrimônio, contribuamos cada vez mais para que a família tenha esse valor sagrado. Que aquilo que Deus uniu não procure o homem separar. Não façamos do divórcio uma regra; e lutemos para que o matrimônio seja cada vez mais sagrado!
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 15/08/2014

Oração Final
Pai Santo, ensina teus filhos a Amar. Que nós sejamos capazes de partilhar o teu Amor com o nosso próximo, especialmente na constituição de uma família. Que a tua Presença fortaleça os laços do Matrimônio e que nossos lares sejam lugar da tua Paz. Pelo Cristo Jesus, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 15/08/2014


19 de Agosto de 2017

Mt 19,13-15

Comentário do Evangelho

A criança como simbolo do Reino de Deus

No discurso eclesial, Mateus já havia utilizado a imagem da criança (18,1-4) como símbolo de que, no Reino dos céus, o maior é o menor, isto é, aquele que serve a todos. A criança é também um símbolo do próprio Cristo que se fez servo de todos (cf. 18,5). A criança é igualmente símbolo dos membros da comunidade que vivem sua existência na dependência de Deus, como a criança depende de seus pais para crescer e amadurecer. A atitude dos discípulos contrasta com a de Jesus (vv. 13.14). As crianças são membros da Palavra de Deus (ver: Js 8,35) e, como tal, devem ser acolhidas. Nós não temos notícia de que Jesus tenha se recusado a acolher alguém. A Igreja, sacramento de Cristo, não pode proceder diferente daquele que é a sua Cabeça, mas deve ser acolhedora. A atitude das pessoas que levam as crianças até Jesus é uma atitude de fé. As crianças são levadas para ser abençoadas. A comunidade sabe que sua bênção é o Senhor. Impor as mãos é transmitir poder; o poder que Jesus transmite é o Espírito Santo – é ele quem faz crescer e amadurecer na fé. Se as crianças são símbolo de “pureza de coração” e humildade, a elas pertence o Reino dos céus (cf. Mt 5,3.8).
Carlos Alberto Contieri, sj
Fonte: Paulinas em 17/08/2013

Vivendo a Palavra

É tão simples, mas nós insistimos em complicar... O Reino do Céu pertence às crianças! E Jesus indica o caminho seguro: esquecermos as nossas pretensões de saber muitas coisas, de ter muitas riquezas e nos jogarmos confiantes nos braços do Pai. Ele nos conduzirá na estrada da simplicidade e da alegria.
Fonte: Arquidiocese BH em 17/08/2013

Reflexão

Muitas vezes, pelo fato de procurarmos viver de forma coerente os valores do Evangelho e percebermos os erros e os problemas que existem no mundo de hoje por parte de muitas outras pessoas que não tiveram a oportunidade de conhecer Jesus como nós o conhecemos, corremos o risco de fazer exatamente o contrário daquilo que Jesus exige de nós. Pode acontecer que nos coloquemos como intermediários entre Jesus e as pessoas não para aproximá-las dele, como é a sua vontade, mas para impedir que se aproximem dele por não serem dignas, negando a elas a oportunidade da graça da conversão e da vida nova em Cristo.
Fonte: CNBB em 17/08/2013

Meditação

Você se considera como uma criança indefesa e carente diante de Deus? - Busca aproximar-se cada vez mais dele? - Sua comunidade valoriza as crianças? - O que de mais importante você acha que a comunidade faz por elas? - A criança se sente tranquila e confiante diante de quem as ama. Você se sente assim diante de Deus?
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
Fonte: a12 - Santuário em 17/08/2013

Meditando o evangelho

ACOLHENDO OS PEQUENINOS

No tempo de Jesus costumava-se apresentar as crianças aos rabinos e a outras pessoas importantes para serem abençoadas. Portanto, o fato de trazerem as crianças para que Jesus lhes impusesse as mãos e as abençoasse foi algo absolutamente normal. Por que, então, a atitude violenta dos discípulos, para impedir que as crianças se aproximassem de Jesus?
É que eles ainda não haviam entendido em profundidade o sentido do ministério do Mestre, o motivo de sua presença na história humana. Faltava-lhes compreender que Jesus viera para servir os marginalizados de forma a devolver-lhes a dignidade. E as crianças pertenciam a uma categoria social à qual se devia especial atenção, por serem vítimas da exclusão da sociedade. Eram consideradas propriedade do pai, juntamente com os outros haveres. Eram "coisificadas"!
As palavras de Jesus revestem as crianças de uma dignidade incomparável: o Reino pertence às pessoas que se assemelham a elas! Portanto, quem deseja fazer-se discípulo do Reino deve espelhar-se na simplicidade e na confiança das crianças, deixando de lado a soberba e a arrogância para revestir-se da pureza de coração, característica dos pequeninos.
Jesus tinha, pois, motivos suficientes para dedicar tempo às crianças. Ele não podia privá-las de sua amizade, por terem um lugar especial no Reino.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Pai, seja a simplicidade e a pureza de coração das crianças um exemplo no qual devo inspirar-me para ser fiel a ti.

Liturgia comentada

Deixai vir a mim as criancinhas!
Este é um imperativo de Jesus a seus discípulos. Entre outras qualidades, ressalta a “modernidade de Jesus”, seu caráter inovador para a época. Com certeza, seus discípulos devem ter ficado surpresos com a atitude do Mestre. Em seu tempo, a criança ainda não era reconhecida como “pessoa”. No máximo, um “homúnculo” – futuro homem, projeto de pessoa. Em certas civilizações, após o nascimento de um bebê, cabia ao pai decidir se a criança deveria viver, ou não.
Foi apenas no papado de S. Pio X (1903-1914) que as crianças tiveram autorização para comungar. Mesmo nos anos 50, no Brasil, o mundo dos adultos era praticamente inacessível à criança. “Criança não dá palpite! Isto não é assunto de criança” – verberavam os adultos. Por isso mesmo, é admirável que Jesus proteja os pequeninos da irritabilidade dos adultos. Mas não se trata de simples afetividade ou simpatia: Jesus vê a criança como pessoa. Também a elas se dirige o Evangelho. Também elas têm direito à evangelização.
Jesus não endossaria afirmações comuns entre nós: “criança dá trabalho / criança é problema / adolescentes são aborrecentes / Deus me livre de mais um filho!...” Filho muito amado por Maria e José, Jesus sabia do inestimável valor de um lar simples, mas cheio de amor... A família permitiu que ele crescesse em estatura, sabedoria e graça (cf. Lc 2,52). Assim, sabia que a criança tem valor.
Hoje, para nós, que significa “deixar que as crianças vão a Jesus”? Sem dúvida, significa considerar como prioridade da família e da Igreja o batismo das crianças, sua catequese e iniciação para a vida sacramental. Significa que o aborto é crime inominável, pois impede que venham à vida novos adoradores do Pai. Significa que pais e professores carregam sobre os ombros uma séria responsabilidade diante de Deus. Significa que governantes são instrumentos de Deus junto à infância. Sua omissão certamente terá um preço...
Mais uma vez, nosso olhar deve voltar-se para os santos. Eles jamais fecharam os olhos para os pequeninos. Lembremos os santos que fundaram escolas e institutos destinados a educar as crianças, como José de Calasanz, Paula Montal, Joana de Lestonnac, Dom Bosco, Dom Orione e tantos outros. Seu amor pela criança irradiava em sociedades ásperas e indiferentes o mesmo amor de Cristo pelos pequenos.
As crianças estão bem perto de nós? Vamos levá-las a Jesus?
Orai sem cessar: “Virei em socorro de minhas ovelhas!” (Ez 34, 22)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
santini@novaalianca.com.br
Fonte: NS Rainha em 17/08/2013

HOMÍLIA DIÁRIA

Abençoe seus filhos

Abençoe seus filhos, abençoe suas crianças, coloque as mãos sobre elas e ore. Não existe carinho ou afeto maior!
“Então, Jesus disse: ‘Deixai as crianças e não as proibais de vir a mim, porque delas é o Reino dos Céus’” (Mt 19,14).
Dizendo isso, Jesus abençoava todas as crianças pondo as mãos sobre elas. Hoje, a primeira coisa que queria chamar você a refletir: Quanto é importante abençoarmos as nossas crianças? Estou me dirigindo primeiro aos pais, falando ao coração deles, pois sobre eles foi constituída uma autoridade divina, uma autoridade que veio do coração de Deus. Sobre os pais foi dada a bênção para que eles a passem aos outros, sobretudo aos filhos.
Às vezes, pai e mãe repreendem a criança, chamam demais a atenção dela! Tudo bem que eles têm de educar os filhos, têm de colocá-los no caminho certo, ensiná-los a viver; mas, primeiro, os pais têm de reconhecer a bênção que o filho é. E a melhor maneira é louvar, agradecer, bendizer a Deus pelos filhos que Ele lhes concedeu; ao mesmo tempo, é importante fazer o que Jesus fez.
Abençoe seus filhos, abençoe suas crianças, coloque as mãos sobre elas e ore. Não existe carinho ou afeto maior! Até a mamãe que tem a criança ainda no seu ventre já pode colocar a mão na sua barriga e pedir: “Pai, abençoe esse dom maravilhoso que o Senhor me deu”. A criança no colo, crescendo e também quando já adulta, não deixe, pais, de abençoá-las. Ao mesmo tempo que nós precisamos abençoar, acolher e amar nossas crianças, nós não podemos impedir que elas se aproximem do Reino do Céus, não podemos proibi-las de ir às igrejas, às comunidades. Muito pelo contrário, temos de cuidar, valorizar, incentivar os nossos pequenos a descobrirem, cada vez mais, o lugar que elas têm no coração de Deus, o lugar que elas merecem em nossas igrejas, em nossas comunidades.
Devemos acolher as crianças com amor e nunca afastá-las da casa de Deus. Ao mesmo tempo, devemos pedir ao Pai do Céu que nos conceda um coração puro e confiante. Ninguém confia mais em um pai e em uma mãe do que uma criança. Por isso, nós precisamos ter o coração simples, pedir a Deus que nos dê essa pureza e essa confiança plena no Seu amor e na Sua bondade, como uma criança tem quando está no regaço acolhedor da sua mãe.
Cada um de nós deve estar, como criança, no coração do Senhor.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 17/08/2013

Oração Final
Pai Santo, que o teu Espírito nos ensine a viver simples e modestamente; que Ele nos dê sobriedade nos desejos, generosidade na partilha dos bens que nos emprestas e um coração capaz de perdoar sem medidas. Pelo Cristo Jesus, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 17/08/2013


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