terça-feira, 13 de janeiro de 2015

HOMÍLIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DOS DIAS 13/01/2015 a 20/01/2015

ANO B





13 de Janeiro de 2015

Mc 1,21b-28

Comentário do Evangelho

O ensinamento de Jesus expressa sua coerência

Jesus é um judeu de fé e praticante. Um dos traços de Jesus apresentado pelo evangelho de Marcos é que ele está sempre ensinando; é um Mestre. Em nossa perícope, o ambiente do ensinamento é o da liturgia sinagogal, durante o descanso sabático. No entanto, quanto ao conteúdo específico do ensinamento, o ouvinte ou leitor do evangelho não é informado. O evangelista centra a sua observação na reação das pessoas diante do ensinamento de Jesus: admiração. A causa da admiração é que Jesus ensina com autoridade, isto é, no ensinamento de Jesus é expressa sua coerência, o acordo interno de si consigo mesmo. Essa coerência faz de Jesus uma pessoa crível, distinguindo-o dos escribas e dos fariseus, criticados com frequência nos evangelhos como hipócritas. A hipocrisia é o reino da aparência e da representação. Mas, onde surge o mal, superabunda a graça. Jesus é mais forte que qualquer força maligna; o Cristo de Deus vence e destrói o mal que desfigura e escraviza o ser humano. Este é o ensinamento a reter: no Cristo todo mal já está vencido!
Pe. Carlos Alberto Contieri
Oração
Senhor Jesus, leva-me a perceber, por trás de teus gestos e palavras, a presença do Pai agindo por meio de ti.
FONTE: PAULINAS

Reflexão

Jesus tem como costume ensinar nas sinagogas e o conhecimento da fé é a maior arma que o cristão tem para vencer o mal e o pecado, pois não só nos mostra o caminho para chegarmos até Deus e o valor da verdade para nós, além de nos revelar o amor que Deus tem por nós e a necessidade que temos de corresponder a esse amor por uma vida santa para que possamos vencer toda sorte de mal que venha a acontecer em nossas vidas e sentirmos o poder amoroso de Deus que se faz presente na vida de todas as pessoas que acolhem o que Jesus veio revelar a respeito de Deus e do seu Reino.
FONTE: CNBB

Comentário do Evangelho

PERSONALIDADES INCOMPATÍVEIS

A pergunta desesperada do homem possuído por um espírito imundo revela a incompatibilidade radical que existe entre Jesus e tudo quanto lhe é contrário. A frase "Que temos nós contigo, Jesus de Nazaré?" pode ser assim desdobrada: "Que existe em comum entre nós?"; "O que você está querendo fazer conosco?"; "Qual a sua intenção a nosso respeito?".
Evidentemente, entre Jesus e o espírito imundo nada havia em comum. Um libertava o ser humano, o outro o escravizava. Um recuperava as pessoas para Deus, já o outro as afastava sempre mais do projeto do Pai, numa aberta afronta a ele. Um restaurava no coração humano o sentido da vida fraterna e solidária, o outro, pelo contrário, gerava discórdia e divisão. Um encarnava a novidade da misericórdia de Deus, o outro insistia no caminho inconveniente da soberba. Por isso, a única intenção de Jesus era derrotar este espírito mau.
À ordem do Mestre, ele deixou o possesso, depois de agitá-lo violentamente e fazer grande alarido.
Esta é a imagem do que se passa no coração de cada um de nós: o mau espírito reluta em abandonar o espaço conquistado no nosso interior. Se não nos deixamos ajudar por Jesus, corremos o risco de permanecer escravos desse espírito do mal. O discipulado cristão exige que façamos a experiência de ser libertados pelo Mestre, pois é impossível compatibilizá-lo com as forças do mal que age dentro de nós.
Oração
Pai, dá-me forças para que jamais eu permita ao poder do mal prevalecer sobre mim. Seja o meu coração totalmente voltado para ti e para o teu Reino.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Ó Deus, atendei como pai às preces do vosso povo; dai-nos a compreensão dos nossos deveres e a força de cumpri-los. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
FONTE: dom total


14 de Janeiro de 2015

Mc 1,29-39

Comentário do Evangelho

Senhor age sempre e em todo lugar

É preciso não esquecer que o Evangelho é uma proclamação pascal cujo conteúdo é a vitória de Jesus Cristo sobre o mal e a morte. A casa de Simão e André fica a poucos metros da sinagoga de Cafarnaum. Ali, o evangelho nos relata a cura, ainda no sábado, da sogra de Simão, acometida de uma febre, e apresenta um sumário da atividade de Jesus, depois do pôr do sol; portanto, depois de ter passado o descanso sabático, à porta da casa onde Jesus se encontrava. A observação temporal, “sábado” e “depois do pôr do sol”, e o deslocamento espacial, da sinagoga à casa, indica que o Senhor age sempre e em todo lugar. Sua presença, onde quer que seja, transforma a vida das pessoas, fazendo-as experimentar a proximidade de Deus. É o Senhor da vida que, tomando a sogra de Simão pela mão, como quem desperta o outro do sono, que é metáfora da morte, a faz levantar para servir. Jesus procura lugares afastados para rezar e não admite perder a dimensão universal de sua missão.
Pe. Carlos Alberto Contieri
Oração
Manifestai, Senhor da Vida, a vossa misericórdia e concedei-nos a cura das enfermidades que nos afligem.
FONTE: PAULINAS

Reflexão

A centralidade da missão de Jesus encontra-se na revelação do Reino de Deus, de modo que para ele é mais importante a pregação do que a realização de curas e outros tipos de milagres. Os milagres estão relacionados com a revelação, pois explicitam o conteúdo principal da pregação de Jesus que é o amor que Deus tem por todos nós e o bem que ele concede a nós como manifestação desse amor. Sendo assim, o mais importante não é o milagre em si, mas a revelação que ele traz junto de si: Deus ama a todos nós com amor eterno e tudo faz pela nossa felicidade, e isso deve ser anunciado a todos os povos.
FONTE: CNBB

Comentário do Evangelho

DO CULTO AO SERVIÇODO CULTO AO SERVIÇO

Como bom judeu, Jesus não se furtava de participar da assembléia sinagogal, em dia de sábado. A celebração do culto oferecia-lhe a possibilidade de exercer o ministério da palavra. Servindo-se de um direito facultado às pessoas adultas, do sexo masculino, ensinava na sinagoga, com uma autoridade desconhecida até então. Sua doutrina deixava os ouvintes admirados, pois era de qualidade diferente daquela dos rabinos tradicionais.
Nós conhecemos muito bem a doutrina de Jesus. Ele falava do amor, da necessidade de viver reconciliado, da urgência de ser solidário com os pobres e pequeninos, por serem os preferidos de Deus, enfim, falava do Reino do Pai a ser implantado num mundo marcado pela impiedade.
Das palavras Jesus passava à ação. E comprovava, com a vida, a força de seus ensinamentos. De certa forma, o culto prosseguia no serviço aos doentes, na libertação dos oprimidos pelos maus espíritos, na sua vida de profunda comunhão com o Pai, mediante a oração, no seu zelo incansável em ajudar a todos. Por isso, recusava-se a ficar preso a um só lugar, ou a esperar que viessem até ele. Pelo contrário, ia pelas cidades e aldeias exercendo o ministério da palavra e o ministério da caridade, duas faces da mesma moeda.
A íntima relação entre palavra e ação dava credibilidade ao ministério de Jesus. Sua vida consistia numa demonstração perfeita do que ensinava. Por conseguinte, ao deixar a sinagoga, só lhe restava fazer o bem.
Oração
Pai, faze minha vida espelhar-se no testemunho de Jesus, o primeiro a pôr em prática seus próprios ensinamentos, mostrando como é possível vivenciá-los.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Ó Deus, atendei como pai às preces do vosso povo; dai-nos a compreensão dos nossos deveres e a força de cumpri-los. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
FONTE: dom total


15 de Janeiro de 2015

Mc 1,40-45

Comentário do Evangelho

A súplica do leproso é ouvida pelo Senhor

Os que estavam afastados de Deus encontram acolhida por parte de Jesus. A lepra era compreendida como um castigo de Deus. Os leprosos eram considerados impuros e sua situação, praticamente irreversível; viviam como desgraçados, fora dos muros das cidades. Humilhados e excluídos, deviam gritar declarando a sua impureza, caso alguém se aproximasse deles; suas vestes em trapos, e as unhas e cabelos sem corte, os tornavam repugnantes. Somente a misericórdia de Deus podia arrancá-los de tal situação. Efetivamente, aquele homem anônimo, diante de Jesus, se encontra com a compaixão de Deus. A súplica do leproso é ouvida pelo Senhor. Tocando com a mão o leproso, Jesus comunica o Espírito que purifica, devolvendo ao homem o brilho originário da sua criação. Ao sacerdote cabia expulsar alguém da comunidade, uma vez constatada a lepra, e a ele cabia reintegrar a pessoa no seio da mesma comunidade, uma vez verificada a cura. Ora, a constatação da cura é o reconhecimento da intervenção divina. Purificado, o homem pôde proclamar o que Jesus fez por ele.
Pe. Carlos Alberto Contieri
Oração
Precisamos de tua beleza para amenizar nossa dureza. Precisamos de tua paz para nossos conflitos. Precisamos de teu contato para curar nossas feridas. Ó Jesus Mestre, Verdade, Caminho, Vida, tem piedade de nós!
FONTE: PAULINAS

Reflexão

Uma das promessas que sempre estão presentes nas profecias do Antigo Testamento a respeito dos tempos messiânicos é a cura da lepra. Isso acontece porque a lepra era uma das doenças mais temidas entre as pessoas, principalmente porque uma das suas conseqüências era a exclusão social e religiosa. Ao curar uma pessoa da lepra, Jesus não apenas o livra da doença em si que a faz sofrer como também a reintegra na vida social e religiosa. Por isso entendemos a alegria do homem que foi curado, que fez com que ele não fosse capaz de guardar o fato só para si, mas passou a divulgá-lo de tal modo que Jesus não podia mais aparecer em público.
FONTE: CNBB

Comentário do Evangelho

OS LUGARES DESERTOS

O assédio das multidões fazia Jesus evitar as cidades e preferir os lugares desertos, para onde acorria quem precisava de sua ajuda. Esta opção explica-se pelo desejo de realizar sua missão com plena liberdade, sem ser pressionado pelos ideais messiânicos, largamente difundidos nos meios populares. O deserto era apropriado para ele se proteger.
Mas é possível fazer uma interpretação simbólica desta opção de Jesus. O imaginário da época reportava-se às agruras do êxodo do Egito, quando pensava no deserto. Sendo desabitado, sem vegetação, este se torna perigoso e mortífero. O deserto é lugar de provação. Nele é preciso escolher entre confiar em Deus ou confiar em si mesmo e nas capacidades pessoais de vencer os desafios.
A configuração terrível do deserto gerou a crença de que, nele, habita o Diabo, como se fosse o lugar escolhido, por ser neutro, para o confronto com Deus. As cenas evangélicas da tentação são, por isso, situadas no deserto, para onde Jesus é conduzido pelo Espírito.
Escolhendo o deserto como lugar de ação, Jesus combatia o inimigo da humanidade, dentro dos domínios deste. Esta luta sem trégua marcou a ação do Mestre, pois a implantação do Reino supunha a derrota das forças diabólicas. Ele as enfrentou e venceu, com destemor. Sinal disto foram as curas e os milagres realizados nas regiões desertas. Com a chegada de Jesus, o Diabo perdeu o poder de oprimir o ser humano.
Oração
Pai, dá-me forças para combater e vencer as forças do mal que impedem o Reino acontecer na minha vida e na história humana.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Ó Deus, atendei como pai às preces do vosso povo; dai-nos a compreensão dos nossos deveres e a força de cumpri-los. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
FONTE: dom total


16 de Janeiro de 2015

Mc 2,1-12

Comentário do Evangelho

Quem pode perdoar os pecados?

A cura do paralítico é o primeiro episódio de uma seção denominada, no evangelho de Marcos, de “controvérsias galileanas”, cuja finalidade é apresentar as dificuldades enfrentadas por Jesus, por causa dos seus opositores, na realização da sua missão. A questão da controvérsia, aqui, é o perdão dos pecados. Quem pode perdoar os pecados? No centro do relato, contudo, está a fé dos quatro homens anônimos que carregam o paralítico e o conduzem até Jesus. A fé, aqui, aparece na atitude prática daqueles quatro homens que fizeram todo o possível para o paralítico estar diante de Jesus. Por que tanta gente procurava Jesus? Porque o ensinamento de Jesus fazia sentido e dava sentido à vida; comunicava um sopro que despertava a fé na vida. Para a mentalidade da época, a enfermidade estava relacionada com o pecado. A oposição a Jesus aparece na forma de murmuração e na acusação de blasfêmia. Mas o Senhor, que vê o que está oculto, revela a maldade dos seus opositores e os convida a mudar de mentalidade, a superar a rigidez do preconceito e a dureza do coração para chegarem à fé que permite reconhecer que Deus perdoa os pecados através do seu Filho.
Pe. Carlos Alberto Contieri
Oração
Pai, cura os pecados que me paralisam e me impedem de caminhar para ti. Realiza em minha vida a maravilha do perdão.
FONTE: PAULINAS

Reflexão

As pessoas do tempo de Jesus têm muita dificuldade para acreditar que ele tenha poder de perdoar pecados. Isso acontece porque perdoar pecados é algo que compete unicamente a Deus, e as pessoas da época de Jesus, principalmente as autoridades religiosas, não o reconheceram como o Filho de Deus. Hoje em dia, porém, vemos acontecer o contrário. Parece que o perdão dos pecados é algo tão comum que a maioria das pessoas não valoriza mais isso como algo excepcional que Deus realiza em nossas vidas, vulgarizando a graça sacramental e não dando o devido valor ao Sacramento da Reconciliação.
FONTE: CNBB

Comentário do Evangelho

SOB O PESO DO PECADO

A insistência sobre o tema do perdão dos pecados chama a atenção, na cena da cura do homem paralítico. Assim que Jesus o vê descer através de um buraco aberto no teto, declara que seus pecados estão perdoados. Esta declaração provoca alguns escribas que estavam por perto. Para eles, a palavra do Mestre soava como uma verdadeira usurpação de algo reservado exclusivamente a Deus. Portanto, Jesus era um blasfemo! A maneira como ele rebate a maledicência dos escribas é significativa: cura o paralítico para provar que "o Filho do Homem tem, na Terra, o poder de perdoar os pecados". O gesto poderoso de cura parece insignificante diante do poder maior de perdoar os pecados. E Jesus, de certo modo, parece sentir-se mais feliz por perdoar os pecados do que por curar. Por quê?
O perdão dos pecados tem, também, uma função terapêutica. Trata-se da cura do ser humano na dimensão mais profunda de sua existência, ali onde acontece seu relacionamento com Deus. Sendo esta dimensão invisível aos olhos, as pessoas tendem a se preocupar mais com as dimensões aparentes de sua vida, buscando a cura quando algo não está bem no âmbito corporal. Jesus vê além, preocupando-se por libertar quem pena sob o peso do pecado, mais do que sob o peso da doença. O primeiro é muito mais grave. Permanecer no pecado significa viver afastado de Deus e correr o risco de ser condenado. Este é o motivo por que o Mestre, antes de mais nada, que ver o ser humano liberto de seus pecados.
Oração
Pai, cura os pecados que me paralisam e me impedem de caminhar para ti. Realiza em minha vida a maravilha do perdão.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Ó Deus, atendei como pai às preces do vosso povo; dai-nos a compreensão dos nossos deveres e a força de cumpri-los. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
FONTE: dom total


17 de Janeiro de 2015

Mc 2,13-17

Comentário do Evangelho

A acolhida dos pecadores por Jesus

Jesus atrai multidões. A bondade, a misericórdia, a acolhida, a palavra que faz sentido e dá sentido atraem a multidão. Toda a região do mar da Galileia é lugar-chave da atividade de Jesus. Não obstante a multidão que o cerca, Jesus vê cada um em sua situação particular; seu olhar é penetrante. Ele vê Levi, publicano, considerado impuro pelo próprio exercício da profissão de coletor de impostos, a serviço do império romano. Jesus o chama ao seu seguimento. Ele, deixando a coletoria, aceita o convite de Jesus. No versículo conclusivo do episódio de Zaqueu, Jesus diz com clareza qual sua missão: “o Filho do homem veio buscar e salvar o que estava perdido”. A refeição na casa de Levi, com outros publicanos e pecadores, tem ares, ao mesmo tempo, de festa de despedida e de inauguração: despedida da vida passada e inauguração de uma vida nova junto de Jesus. A acolhida dos pecadores por Jesus provoca crise em um sistema de pureza que exclui as pessoas. A acolhida que Jesus dá aos pecadores está enraizada na misericórdia que resgata e aproxima as pessoas de Deus.
Pe. Carlos Alberto Contieri
Oração
Pai, coloca-me, cada dia, no seguimento de Jesus, pois, assim, estarei no bom caminho que me conduz a ti.
FONTE: PAULINAS

Reflexão

Ser coletor de impostos na época de Jesus era ser um pecador profissional. Por isso, a escolha de Levi, ou Mateus, para ser discípulo de Jesus e ir comer na casa dele com os outros cobradores de impostos e pecadores, significava que Jesus comungava com eles, o que era muito grave. No entanto, esse fato nos mostra que Jesus veio para nos mostrar o amor misericordioso de Deus, que havia dito pelo profeta que não quer a morte do pecador, mas que se converta e viva e que Deus quer que todas as pessoas participem do banquete do Reino definitivo.
FONTE: CNBB

Comentário do Evangelho

DA MARGINALIZAÇÃO AO DISCIPULADO

A passagem de Jesus pela vida de Levi provocou nele uma transformação considerável. Ele saiu imediatamente da marginalização sócio-religiosa para ingressar no discipulado, ao aceitar o convite do Mestre, exigindo dele a renúncia a uma atividade odiosa aos olhos de seus contemporâneos. Doravante, Levi não seria mais um publicano, e sim um discípulo de Jesus. A opção religiosa desse discípulo teve conseqüências também no plano social.
Na percepção de Jesus, porém, a mudança na vida de Levi deu-se num nível bem diverso. A discriminação, devida à profissão de cobrador de impostos, era irrelevante para o Mestre. Este procurava colocar-se acima dos preconceitos humanos. Importava-lhe, antes, o que se passava no coração de Levi, sentado no seu local de trabalho. Embora vivendo num ambiente corrompido e corruptor, sem dúvida, ele mantinha um elevado padrão de religiosidade. Os preconceitos que recaíam sobre sua categoria profissional não foram suficientes para levá-lo a apegar-se aos bens materiais. Assim, quando Jesus passou, estava suficientemente livre para segui-lo, sem restrições.
Ninguém ficou sabendo da mudança operada na vida de Levi, além dele mesmo, e do próprio Mestre. O homem de fé viu concretizar-se o que, até então, era objeto de esperança. Seguir o Messias Jesus significava ver realizada a promessa divina. Assim, mais que uma marginalização social, Levi superou a verdadeira marginalização religiosa, ao se fazer discípulo do Reino.
Oração
Pai, coloca-me, cada dia, no seguimento de Jesus, pois, assim, estarei no bom caminho que me conduz a ti.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Ó Deus, que chamastes ao deserto santo Antão, pai dos monges, para vos servir por uma vida heróica, dai-nos, por suas preces, a graça de renunciar a nós mesmos e amar-vos acima de tudo. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
FONTE: dom total


18 de Janeiro de 2015

Jo 1,35-42

Comentário do Evangelho

Jesus chama à comunhão com Ele no seguimento

Deus fala ao ser humano e sua voz pode ser ouvida e reconhecida. Deus chama Samuel; Jesus, os seus discípulos. A voz que fala em nós precisa ser discernida, para que a voz de Deus não se confunda com outras tantas vozes que falam em nosso interior. Do ser humano é requerida abertura do coração para deixar Deus falar e para escutar a sua voz. Confiado por sua mãe ao sacerdote Eli, Samuel cresceu no Templo do Senhor. Eli ensinou Samuel a reconhecer a voz do Senhor e a se dispor generosamente a escutá-lo. Para isso, é preciso fazer calar toda fantasia e barulho interno. Sob a orientação de Eli, Samuel pôde se abrir à graça da presença de Deus: “Fala que teu servo escuta!”. Diante de sua disposição, abre-se para ele um verdadeiro caminho de serviço a Deus. No evangelho, é Jesus quem chama e convida à comunhão com ele no seu seguimento: “vinde e vede”. João Batista não era um asceta itinerante; ele continuava em Bethabara, do outro lado do Jordão, lugar em que ministrava um batismo provisório para a conversão, tendo em vista a vinda do Messias (cf. Jo 1,28). Somente o evangelho de João informa ao leitor de que discípulos de João Batista se tornaram discípulos de Jesus. Nisso também se mostra que a missão do Batista estava orientada para o Messias. Uma das características do quarto evangelho é a corrente de testemunhas que, no trecho de hoje, tem sua origem no testemunho de João Batista sobre Jesus. João aponta para Jesus nomeando-o com um título soteriológico: “cordeiro de Deus”. Com isso, deixa livre os seus discípulos para irem atrás de Jesus. Os dois discípulos, um dos quais o leitor não conhece o nome, aceitam o convite de Jesus, de conhecerem não um lugar, mas a relação que une o Pai e o Filho. Tendo aceitado o convite, eles decidem “permanecer” com o Senhor, isto é, viver em comunhão com o Senhor. A nomeação de André, irmão de Simão Pedro, prepara o encontro deste com Jesus, encontro que mudará profundamente a orientação da sua vida. Foi André quem apresentou seu irmão a Jesus. O outro discípulo, no entanto, como dissemos, permanece anônimo, sugerindo que o leitor se identifique com ele e deseje, como ele, conhecer e viver com Jesus. A vida cristã se exprime nesse desejo contínuo de “permanecer” com Jesus.
Pe. Carlos Alberto Contieri
Oração
Jesus, Mestre Divino, que chamastes os apóstolos a vos seguirem, continuai a passar pelos nossos caminhos, pelas nossas famílias, pelas nossas escolas, e continuai a repetir o convite a muitos jovens. Daí coragem aos convidados, forças para que vos sejam fiéis, como apóstolos leigos, como sacerdotes, como religiosos e religiosas, para o bem do povo de Deus e de toda a humanidade. Amém.
FONTE: PAULINAS

Comentário do Evangelho

VINDE E VEDE!

O modo como se dava o discipulado de Jesus era muito distinto daquele dos rabinos. Na tradição rabínica, o discípulo escolhia seu mestre e por este era instruído na arte de interpretar as Escrituras. Esta atividade de caráter intelectual desenvolvia-se numa escola onde o mestre distinguia-se pela excelência do saber e o discípulo, pelo desejo de conhecer.
O método adotado por Jesus consistia na transmissão de um modo de ser, mais do que uma ciência. Os discípulos não estavam confinados numa escola, mas se colocavam no seguimento do Mestre e aprendiam, ouvindo suas palavras e presenciando o que ele fazia em favor do povo. Este aprendizado existencial ia transformando a vida do discípulo, num processo paulatino de assimilação de tudo que o Mestre realizava.
O discipulado, neste caso, consistia num duplo movimento. "Vinde" indicava que o discipulado se dava pela iniciativa de Jesus que convocava para o seu seguimento. Era ele quem chamava. Cabia ao discípulo aceitar o convite. "Vede" supunha concentrar a atenção na pessoa de Jesus para captar os valores que regiam sua ação e deixar-se moldar por eles.
Os primeiros discípulos aceitaram o convite de Jesus, ficaram fascinados por ele, e saíram para partilhar com os irmãos a experiência deste encontro transformador. Quem quiser se fazer discípulo do Senhor deverá trilhar o mesmo caminho.
Oração
Senhor Jesus, tu me chamaste para seguir-te. Faze de mim um discípulo autêntico, e que minha vida se espelhe na tua.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Deus eterno e todo-poderoso, que governais o céu e a terra, escutai com bondade as preces do vosso povo e dai ao nosso tempo a vossa paz. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
FONTE: dom total


19 de Janeiro de 2015

Mc 2,18-22

Comentário do Evangelho

A centralidade de Cristo que determina e orienta o jejum

Trata-se de uma controvérsia sobre o jejum, seguida de dois ditados sapienciais. A questão apresentada a Jesus é sobre o comportamento dos seus discípulos, que não estavam jejuando. Em todo o Novo Testamento, este é o único trecho em que o leitor é informado de que os discípulos de João praticavam jejum. Quanto aos fariseus, jejuavam duas vezes por semana. A Lei de Moisés prescreve o jejum uma vez por ano, no dia do perdão dos pecados. É provável que, aqui, se trate de uma prática ascética de grupo e que os fariseus tivessem a pretensão de impô-la como regra para todo o povo. Seja como for, a controvérsia é ocasião para Jesus afirmar o critério cristológico do jejum. Nesta nova etapa da história da salvação, é a centralidade de Cristo que determina e orienta o jejum. Somente quando o noivo for tirado, alusão à morte de Jesus, é que será o tempo de jejuar. Os dois ditados sapienciais apontam para a incompatibilidade entre o velho e o novo. A revelação de Deus em Jesus Cristo exige deixar cair a rigidez na interpretação e na prática da Lei. Na interpretação que Jesus faz da Lei, é devolvida à misericórdia o seu lugar central.
Pe. Carlos Alberto Contieri
Oração
Pai, a presença de Jesus na nossa história é motivo de grande alegria. Que a minha alegria consista em construir um mundo de amor e de fraternidade, como ele nos ensinou.
FONTE: PAULINAS

Reflexão

Em todas as épocas, as pessoas sempre valorizaram as práticas religiosas, e, entre essas práticas, o jejum. Na época de Jesus, não era diferente. Por isso, os fariseus procuram Jesus e o questionam sobre a prática do jejum por parte dele e dos seus discípulos. Jesus nos mostra que as práticas religiosas só têm sentido enquanto são manifestações do relacionamento que temos com Deus, e que o Novo Testamento apresenta essa grande novidade em relação ao Antigo. Assim, percebemos que Jesus veio nos trazer algo realmente novo, e não apenas colocar rótulos novos nas coisas velhas que já existiam antes da sua vinda ao mundo.
FONTE: CNBB

Comentário do Evangelho

FALANDO DE FESTA

A intransigência dos fariseus, quanto à prática do jejum, foi firmemente rejeitada por Jesus. Para darem prova de piedade, certos fariseus e certos discípulos de João Batista exageravam na prática de jejuns não obrigatórios. E se admiravam por que os discípulos de Jesus não faziam o mesmo.
O jejum tem uma forte conotação de penitência, de recolhimento e de interiorização. Em torno desta prática, cria-se um clima especial que ajuda o jejum a atingir seu objetivo: levar a pessoa a se tornar senhora de si mesma, dominar seus instintos e suas paixões.
Embora desejando que os discípulos tivessem autocontrole, Jesus preferia que, em torno dele, houvesse um clima festivo de alegria. Daí ter falado de sua presença no meio deles servindo-se da metáfora da festa de casamento. Era assim que a piedade popular entendia os tempos messiânicos. Os ditados a respeito de vestidos e vinhos novos e velhos também situam-se neste ambiente de festa.
A presença do Messias Jesus deveria levar o discípulo a superar toda tristeza. Com o Mestre, renascia a esperança, pois a boa-nova do Reino descortinava um horizonte novo. Por conseguinte, seria insensato ficar multiplicando jejuns e penitências, quando era tempo de empenhar-se, festivamente, na vivência do amor e da fraternidade.
Oração
Pai, a presença de Jesus na nossa história é motivo de grande alegria. Que a minha alegria consista em construir um mundo de amor e de fraternidade, como ele nos ensinou.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Deus eterno e todo-poderoso, que governais o céu e a terra, escutai com bondade as preces do vosso povo e dai ao nosso tempo a vossa paz. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
FONTE: dom total


20 de Janeiro de 2015

Mc 2,23-28

Comentário do Evangelho

O sábado é dom de Deus para seu povo

- O descanso sabático é a controvérsia mais recorrente nos evangelhos. Na Lei de Moisés há duas formas complementares para a prática do descanso sabático (Ex 20,8-12; Dt 5,12-16). Essas duas tradições oferecem a ocasião para a discussão entre Jesus, os fariseus e os doutores da Lei. Vale, aqui, a referência a Dt 23,26, em que, mesmo não mencionando o sábado, há a permissão ao viajante de entrar na plantação do outro, arrancar as espigas e comer os seus grãos para saciar a fome. Para os fariseus, no entanto, essa atitude, no sábado, não era permitida, pois violava o descanso sabático. Na sua resposta, Jesus evoca o caso de Davi (1Sm 21,1-10), tido em altíssima estima pelos judeus. O que justifica a atitude de Davi e a transgressão da Lei é a fome e a necessidade de preservar a vida em boas condições. O sábado é dom de Deus para que seu povo possa fazer a memória do dom da vida e do dom da libertação da casa da servidão. Essa memória celebrada no descanso sabático deveria ter como consequência prática a defesa da vida, a liberdade e a libertação, inclusive, da mentalidade de escravo. O sábado é, para o Filho do Homem, ocasião de valorizar e promover a vida e a liberdade.
Pe. Carlos Alberto Contieri
Oração
Pai, ensina-me a ser fiel a ti, vivendo os Mandamentos, sem fanatismo, e sim com a liberdade de quem está em plena sintonia contigo.
FONTE: PAULINAS

Reflexão

Novamente entra em discussão a questão das práticas religiosas. O evangelho de hoje nos apresenta a questão do legalismo religioso e da verdadeira finalidade da religião. Muitas vezes, vemos que as religiões estão muito mais fundamentadas em proibições do que em motivações e na criação de novos relacionamentos das pessoas com Deus e das pessoas entre si. O resultado dessa mentalidade é que a religião se torna cada vez mais uma coisa odiosa e insuportável, e Deus aparece não como um Pai amoroso, mas como um carrasco autoritário. A verdadeira religião é aquela que cria valores e leva as pessoas à maturidade em todos os sentidos para que livremente possam optar por Deus.
FONTE: CNBB

Comentário do Evangelho

SUPERANDO O LEGALISMO

Como no caso do jejum, os judeus também era exagerados no tocante ao repouso sabático. Por isso, escandalizam-se ao ver os discípulos de Jesus colher espigas de trigo para comer, enquanto atravessam um trigal em dia de sábado. O fanatismo pela observância da Lei impedia-os de fazer qualquer tipo de contemporização. Jesus ia na direção contrária, procurando mostrar-se fiel a Deus por outros caminhos, e ensinando seus discípulos a fazerem o mesmo.
Para o Mestre a finalidade da Lei era propiciar ao ser humano uma autêntica experiência de encontro com a vontade de Deus. Praticar seus preceitos de maneira puramente mecânica seria inútil. Este tipo de fidelidade exterior à vontade divina não era sinal de que a pessoa havia superado a tirania do egoísmo. Jesus pregava uma fidelidade criativa à Lei, de modo que, ao praticá-la, a pessoa pudesse atingir seu objetivo.
O Mestre apresentou dois motivos para justificar a permissão de colher espigas em dia de sábado. Em primeiro lugar, por ter acontecido coisa semelhante com o rei Davi, o qual, num dia de sábado, matou a fome com os pães consagrados que só aos sacerdotes era permitido comer. Além disso, as espigas não eram consagradas como os pães. Em segundo lugar, porque Jesus tinha autoridade, recebida do Pai, para agir como agiu. Se os discípulos estavam comendo para poder continuar a missão, por que censurá-los?
Oração
Pai, ensina-me a ser fiel a ti, vivendo os Mandamentos, sem fanatismo, e sim com a liberdade de quem está em plena sintonia contigo.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Deus eterno e todo-poderoso, que governais o céu e a terra, escutai com bondade as preces do vosso povo e dai ao nosso tempo a vossa paz. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
FONTE: dom total


2 comentários:

  1. Que banquete!
    Só vive anêmico espiritualmente quem quer, pois ainda existem pessoas cheias de generosidade que distribui gratuitamente tanto Alimento vivificante, vindo diretamente do Trono de DEUS!....Continue assim maravilhoso casal de ungidos....E O SENHOR há de ser convosco sempre!.....Amo vcs... amo essa Palavra.....e Comunidade!
    Abraços....

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    1. Obrigada pelas lindas e ungidas palavras querida filha
      da Mamy e do Papy...
      Te amamos...
      Beijos...
      DEUS ABENÇOE VOCÊ E SUA FAMÍLIA SEMPRE.

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