Ano C

Lucas 13,1-9
Comentário do Evangelho
A bondade de Deus
Jesus sobe para Jerusalém. Essa subida é ocasião de ensinamento, por isso ela é constituída de lições que Jesus dá aos seus discípulos. O texto do evangelho deste domingo não encontra paralelo nos outros dois sinóticos. Do ponto de vista histórico, nós não temos nenhuma informação, nem mesmo na literatura extrabíblica, dos fatos mencionados nos versículos 1 a 4. No entanto, o importante, aqui, é o valor de interpelação dos fatos, repetido duas vezes: "... se vós não vos converterdes, perecereis todos do mesmo modo" (vv. 3.5). A teoria da retribuição é ultrapassada: "Pensais que esses galileus eram mais pecadores do que qualquer outro galileu...? Digo-vos que não. Mas se vós não vos converterdes, perecereis todos do mesmo modo? . Pensais que eram mais culpados do que qualquer outro morador de Jerusalém? Eu vos digo que não" (vv. 2-5). A morte de uns e não de outros é sinal do julgamento definitivo, sinal que precisa ser discernido: ". sabeis discernir os aspectos da terra e do céu, e por que não discernis o tempo presente?" (Lc 12,56). São Paulo o exprime muito bem: "Esses acontecimentos se tornaram símbolos para nós, a fim de não desejarmos coisas más." (1Cor 10,6). A morte dos galileus e dos moradores de Jerusalém são um convite à conversão e ao reconhecimento, no tempo presente, da "visita salvífica" de Deus (cf. Lc 1,68).
Os versículos 6 a 9 ilustram os versículos precedentes. A figueira é, na tradição rabínica, símbolo da Torá. Ela está plantada na vinha (cf. v. 6). O povo de Deus tem a Lei cujo fruto deveria ser a conversão. Mas ela não produziu o fruto. Será cortada? Será arrancada do meio da vinha? A parábola acentua a bondade de Deus: a maldade humana não impede Deus de ser bom.
Os versículos 6 a 9 ilustram os versículos precedentes. A figueira é, na tradição rabínica, símbolo da Torá. Ela está plantada na vinha (cf. v. 6). O povo de Deus tem a Lei cujo fruto deveria ser a conversão. Mas ela não produziu o fruto. Será cortada? Será arrancada do meio da vinha? A parábola acentua a bondade de Deus: a maldade humana não impede Deus de ser bom.
Carlos Alberto Contieri,sj
http://www.paulinas.org.br/diafeliz/?system=evangelho&action=busca_result&data=03%2F03%2F2013
Vivendo a Palavra
Vivendo a Palavra
Somos
convidados a pensar nos frutos que produzimos. Nossa vida alimenta a esperança
dos irmãos? Correspondemos aos cuidados do Criador, que nos cerca de talentos e
de bens, partilhando-os com generosidade e desapego? Pelo menos reconheço,
acolho e sou grato pela vida e pela fé – os dons maiores que recebo para
cultivar e anunciar ao mundo?
http://www.arquidiocesebh.org.br/mdo/pg05.php
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. O JULGAMENTO É CERTO!
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)
Nesta vida tudo é discutível e negociável à exceção da morte, que irá nos acontecer mais cedo ou mais tarde, sendo que a morte nos trará o juízo de Deus. É uma verdade que não gostamos nem de pensar e que na quaresma somos convidados pela palavra de Deus a pensarmos naquele primeiro momento, em que estaremos diante de Deus, após a morte.
Sabemos que haverá um julgamento e isso significa que Deus espera algo de cada um de nós e poderíamos até afirmar que temos uma meta a ser alcançada, uma missão a ser cumprida e nesse caso, a primeira coisa a ser feita é estarmos disponíveis para Deus, mesmo que não nos julguemos capazes para tanto, como aconteceu com Moisés, conforme a primeira leitura desse domingo.
Mas essa disponibilidade deve sempre vir acompanhada de uma total confiança em Deus, alimentando em nós a esperança e a certeza de que ele caminha conosco, mesmo que às vezes a estrada seja íngreme como um deserto, e a esse respeito, o apóstolo Paulo lembra-nos, que quando falta esta confiança inabalável no Senhor que nos conduz, poderemos estar caminhando para a morte e não para a vida.
A nossa Fé deverá ser inabalável, mesmo que algo dê errado, pois como simples mortais, estamos sujeitos as imprevisibilidades desta vida que são aqueles acontecimentos que não esperamos, e que podem nos atingir ou a alguém do nosso relacionamento, como aqueles galileus, que se envolveram em um conflito com os soldados de Pilatos no templo de Jerusalém e foram brutalmente assassinados, ou como aquele grupo de trabalhadores que morreram tragicamente na queda de uma torre que estava sendo construída.
Não é Deus que provoca esses acontecimentos, para punir e castigar os pecadores, como podem pensar algumas correntes religiosas, o massacre dos galileus foi um ato de violência contra a vida, a mando de Pilatos, e a queda da torre, pelo menos naquele tempo, não foi nenhum atentado terrorista, mas um acidente de trabalho, aliás, que também merece uma reflexão, pois os acidentes de trabalho acontecem por causa de alguma falha humana ou alguma condição insegura. Porém, Deus consente estes fatos porque respeita a liberdade humana, mas a partir da tragédia, nos ensina alguma verdade que serve para a nossa edificação.
Sobre tudo o que ocorre no mundo de hoje, guerras, conflitos, chacinas, execuções, crimes hediondos até contra crianças, falamos e ouvimos muitos discursos inflamados, desde o simples cidadão até as altas celebridades que nos grandes meios de comunicação promovem debates acirrados, ao lado de uma imprensa sensacionalista onde indignados jornalistas gritam palavras de ordem, dando-se a impressão de que, por conta disso, grandes mudanças irão ocorrer. Mas ao final, tudo continua como antes até que aconteça a próxima tragédia, para sacudir a opinião pública.
Jesus não entra nessa onda, não declarou guerra contra Pilatos, que era o que muitas lideranças queriam, e nem arquitetou alguma severa punição para aplicar aos responsáveis pela queda da torre. De investigação e denúncias, o povo já está saturado, porque no final da história, os culpados sempre ficam impunes.
Jesus aproveita o fato para nos alertar sobre a urgência da nossa conversão, que se inicia quando mudamos a nossa mentalidade em relação a Deus, ele não é aquele que abençoa dando saúde e bens materiais a quem lhe obedece, e que faz cair a desgraça na cabeça de quem não o aceita, pois se fosse assim, não ocorreriam tragédias na vida de um cristão.
Ele quer que concentremos nossa atenção no presente, percebendo a cada minuto á sua vontade a nosso respeito, fazendo o reino acontecer a partir de pequenos gestos de amor e de solidariedade em nosso quotidiano, porque se deixarmos esta vida passar em branco, sem nos darmos conta de que temos uma missão a cumprir, frutificando segundo a palavra e a graça de Deus, iremos nos surpreender ao final, porque seremos semelhantes a uma árvore seca e improdutiva justo na hora da colheita.
Nesta vida Deus nos fertiliza todos os dias com a sua graça e a sua santa palavra dando-nos todas as condições para produzirmos bons frutos. Só depende de nós! E não precisa dizer o que vai acontecer com a árvore seca, que não dá nenhum fruto...
José da Cruz é Diácono da
Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP
E-mail cruzsm@uol.com.br
E-mail cruzsm@uol.com.br
2. A bondade de Deus
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Carlos Alberto Contieri, sj - e disponibilizado no Portal Paulinas)
VIDE ACIMA
ORAÇÃO
Pai, que a minha vida seja uma contínua busca de comunhão contigo, por meio de um arrependimento sincero e de minha conversão urgente para ti.
3. UM PENSAMENTO ILUSÓRIO
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês).
Certos cristãos iludem-se, quando pensam que a conversão é necessária para os outros, ao passo que eles mesmos se julgam dispensados dela. Um forma de miopia espiritual está na raiz desta maneira de pensar. Com muita facilidade, estas pessoas comparam-se com as outras, descobrindo nelas defeitos e pecados. Por isso, há quem viva como se carregasse, gravados na fronte, os estigmas das próprias faltas. Sempre que se fala em urgência de conversão, já se sabe em quem pensar. É como se, ao apontar a necessidade da conversão alheia, nós mesmos estivéssemos dispensados de nos converter.
Jesus combateu tal mentalidade. É arriscado pensar que os outros são mais pecadores do que nós mesmos e, assim, acomodar-nos em nossas limitações. Esta acomodação pode ser fatal. A pessoa não cairá na conta de que deve produzir os frutos esperados pelo Senhor, tornando sua vida totalmente estéril. Quando o Senhor vier, o que acontecerá? A sorte desta pessoa será como a de uma figueira infrutífera: apesar dos esforços do chacareiro, deverá ser abatida.
A prudência recomenda-nos a deixar de lado os pensamentos ilusórios a respeito da conversão, e a decidir-nos, resolutamente, a voltar, cada dia, para Deus. Não aconteça que, iludindo-nos, venhamos a ser punidos por nossos pecados.
Oração
Espírito de conversão, que eu não me iluda, dispensando-me de voltar, cada dia, confiante, para o Pai.
03.03.2013
3º Domingo da Quaresma — ANO C
(ROXO, CREIO – III SEMANA DO SALTÉRIO)
__ "Deus nos atrai com sinais. Preste atenção, Deus não nos salva sem nós!" __
3º Domingo da Quaresma — ANO C
(ROXO, CREIO – III SEMANA DO SALTÉRIO)
__ "Deus nos atrai com sinais. Preste atenção, Deus não nos salva sem nós!" __
|
http://www.npdbrasil.com.br/religiao/evangelho_do_dia_semana.htm#d8
3 de março: 3º domingo da Quaresma
TEMPO
DE DAR FRUTOS
A tragédia dos galileus assassinados por Herodes e
dos dezoito mortos pela queda da torre de Siloé, Jesus garante, não foi
consequência dos pecados deles. Considerar tragédias e desastres como castigo
de Deus é esquecer o que Jesus veio revelar: o rosto de um Pai que é amor e
misericórdia, e não um carrasco vingador.
Longe de associar a morte ao pecado e à culpa das
criaturas, Jesus convida a aprender das tragédias e desastres, a aprender das
mortes prematuras, no sentido de valorizar o presente e converter-se para dar
frutos. Pois a morte virá para todos, e a questão são os frutos que deixaremos
por aqui, a diferença que tivermos feito para melhorar este mundo.
A parábola da figueira fala de um Deus paciente,
que envia seu Filho para que as pessoas se deixem transformar e produzir
frutos. É que, ao nos criar, Deus espera nada mais que frutos de bondade, de
misericórdia, de solidariedade. Quando faltam tais frutos, falta a vida
verdadeira que ele deseja.
O Filho enviado pelo Pai caminha conosco e quer nos
transformar. Estar abertos à ação de Deus, porém, depende somente de nós. E
aqui a importância do chamado à conversão feito por Jesus. Converter-se é tomar
consciência dos próprios limites e pecados, em primeiro lugar. E, na prática,
mudar de mentalidade e de vida. Mas não basta mudar, e sim mudar segundo o
plano de Deus, que nos cria para relações que humanizem, que nos irmanem no
perdão e no amor.
Conscientes de que as tragédias e desastres não
podem ser castigo do Deus bondoso de Jesus, perguntamo-nos sobre o sentido que
estamos dando à nossa vida hoje. Uma vida sem frutos para Deus é vida que perde
o próprio sentido. No dia do acerto de contas, diante de um Deus que ama, que
frutos lhe apresentaremos? O tempo que temos neste mundo é o tempo que Deus nos
dá. É agora o tempo de conversão. É agora o tempo de dar frutos.
Pe.
Paulo Bazaglia, SSP
http://www.paulus.com.br/institucional/o-domingo#.UTJwTDDU_2u
Arrependimento, uma resposta positiva a Cristo
Postado por: homilia
março 3rd, 2013
Esses dois episódios, como sinais dos tempos, dizem que a morte pode vir de improviso. Assim também o juízo de Deus pode chegar quando menos esperarmos. Por isso, precisamos e devemos nos arrepender de todos os nossos pecados.
Neste Evangelho do 3º Domingo da Quaresma, Jesus deixa claro que não necessariamente há uma relação direta de causalidade entre culpa e sofrimento. Mas as desgraças públicas são, como sinais dos tempos, oportunidade para reflexão e penitência dos pecados. Jesus adverte que toda nação caminha para a ruína se não se converter ao Messias. Todos necessitamos de conversão contínua porque todos erramos. O mistério do sofrimento sem espírito de fé esmaga o homem.
Primeiro, arrepender-se é desviar do pecado, mudando de direção em relação à iniquidade.
O arrependimento é mais do que um aprimoramento pessoal, é mais do que uma maneira de se controlar a vida. É uma medida profunda, uma decisão de abandonar tudo o que é estranho a Deus. Essa medida contribui para uma transformação total, a que Jesus chama novo nascimento (João 3,3).
Arrepender-se não é simplesmente sentir remorso do pecado cometido. Uma pessoa pode sentir remorso de ter pecado devido às complicações que o pecado trouxe à sua vida, ou devido a uma consequência desvantajosa que tenha de sofrer pelo ato pecaminoso. Judas sentiu remorso por ter traído Jesus, mas não se arrependeu (Mateus 27,3). Pedro, que negou Cristo (Mateus 26,34.69-75), arrependeu-se; Judas sentiu apenas remorso. É possível sentir-se perturbado pelo fato de ter pecado, sem, contudo, arrepender-se.
O arrependimento não é simplesmente uma convicção do pecado. No dia de Pentecostes, Pedro expôs o pecado dos judeus que o ouviam. As palavras do apóstolo levaram convicção ao coração deles, a ponto de clamarem: “Que faremos?” (Atos 2,37). Pedro, porém, não considerou essa convicção como arrependimento; pois ao responder à indagação deles, disse: “Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para remissão dos vossos pecados e recebereis o dom do Espírito Santo” (Atos 2,38).
O arrependimento não é simplesmente uma tristeza divina. A tristeza divina por causa dos pecados precede e produz o arrependimento, segundo o apóstolo Paulo: Porque a tristeza segundo Deus produz arrependimento para a salvação, que a ninguém traz pesar; mas a tristeza segundo o mundo produz morte (2 Coríntios 7,10).
O arrependimento não deve ser tampouco definido como uma mudança de vida. Ele produz, sim, uma mudança de vida. Se o arrependimento não resultar numa vida transformada, então não houve de fato arrependimento genuíno; mas a mudança de vida não é o arrependimento propriamente dito. João Batista advertia o povo que o seguia: “Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento” (Mateus 3,8). O arrependimento real precede os frutos de arrependimento, a saber uma vida mudada.
Arrependimento tem a ver com mudança resoluta da vontade própria em relação ao pecado. Envolve o intelecto, as emoções e a consciência. Essa mudança de atitude em relação ao pecado torna-se tão nítida na personalidade humana, que capacita o crente a desistir de um modo de vida. No batismo, uma pessoa é imersa para morrer espiritualmente para o pecado, crucificando seu “velho eu”, de modo que o corpo do pecado seja destruído (Romanos 6,6).
Em segundo lugar, arrepender-se é voltar-se para Cristo. Não é apenas uma reação negativa ao mal; é também uma resposta positiva a Cristo.
O arrependimento consiste em abandonar o pecado e voltar-se para Cristo para ter vida. Jesus não convidou ninguém para tirar “férias religiosas”, ou dar uma breve trégua na iniquidade.
Ele pediu comprometimento total, descrito como um nascimento da água e do Espírito, um nascimento do alto (João 3,5). Essa transformação é tão radical e duradoura que Paulo a comparou com uma circuncisão espiritual, uma remoção completa do corpo da carne por obra de Deus: Nele, também fostes circuncidados, não por intermédio de mãos, mas no despojamento do corpo da carne, que é a circuncisão de Cristo (Colossenses 2,11).
O arrependimento envolve um compromisso constante. Ao respondermos a Deus, devemos fazer morrer as obras do corpo. Daí para frente, uma tarefa que temos como cristãos é não deixar virem à tona essas obras.
Paulo disse: “Fazei, pois, morrer a vossa natureza terrena: prostituição, impureza, paixão lasciva, desejo maligno e avareza, que é idolatria” (Colossenses 3,5).
É preciso viver no mundo sem ser dele, e nele viver conforme o Espírito de Deus. O juízo de Deus sobre nós pode dar-se quando menos esperamos e, por isso, devemos viver de tal modo que não sejamos surpreendidos. O cristão está em contínua vigilância pela caridade e pela prática da misericórdia.
Pai, que a minha vida seja uma contínua busca de comunhão contigo, por meio de um arrependimento sincero e de minha conversão urgente a Ti. Amém.
Padre Bantu Mendonça
http://blog.cancaonova.com/homilia/2013/03/03/
Nenhum comentário:
Postar um comentário