sábado, 24 de novembro de 2018

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA 24/11/2018

ANO B



Lc 20,27-40

Comentário do Evangelho


O Deus dos vivos.

A observação do narrador de que os saduceus não creem na ressurreição dos mortos, ao contrário dos fariseus, leva-nos a considerar que a questão que eles põem a Jesus é ironia e, de certo modo, desprezo. Os saduceus não constituem um grupo religioso, mas uma aristocracia ligada ao Templo de Jerusalém, que se beneficiava do comércio lá existente. Ao caso absurdo apresentado por eles, submerge a ideia de que a ressurreição é o prolongamento da vida terrestre do ser humano. Certamente, o intuito deles era ridicularizar a fé na ressurreição. Para isso recorrem à lei do levirato, para a qual o cunhado da viúva devia perpetuar o nome do irmão falecido sem deixar descendência (Dt 25,5-10). A resposta de Jesus revela a mais profunda ignorância deles e denota o ridículo do caso apresentado. Eles interpretam mal a Escritura e desconhecem o poder de Deus. Sem a relação com o Deus dos vivos, a Escritura é letra morta. Jesus faz remontar a crença na ressurreição dos mortos a Moisés. A ressurreição não é pura continuidade da vida terrestre. Mas tentar descrevê-la é um esforço inútil. É preciso, confiantemente, abrir-se a essa novidade do dom de Deus em Jesus Cristo, vitorioso sobre o mal e a morte.
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Espírito de imortalidade, reforça minha fé na ressurreição e minha esperança de encontrar-me com o Deus da vida eterna.
Fonte: Paulinas em 22/11/2014

Vivendo a Palavra

O tema da ressurreição atravessa as leituras do dia. O Apocalipse fala na ressurreição de dois profetas e Jesus recorda a fala de Moisés: “O Senhor é Deus de Abraão, Isaac e Jacó, como um Deus de vivos!” Essas referências ganham força com a ressurreição do próprio Jesus, base real de toda nossa fé.
Fonte: Arquidiocese BH em 22/11/2014

VIVENDO A PALAVRA

A ressurreição nos coloca no terreno da pura fé. É o grande mistério em que acreditamos sem compreender, realidade que ultrapassa a nossa limitada capacidade racional e se torna a oportunidade maior de nossa entrega confiante de filhos, que nos sentimos muito amados, ao Pai Misericordioso que tem carinho maternal.

Reflexão

Como todos nós vivemos num mundo marcado pelo materialismo, cada vez mais somos tentados a fazer da matéria a causa da nossa felicidade e nos fecharmos nessa realidade para analisar todas as coisas e, com isso, não somos capazes de ver outros caminhos para a felicidade ou até mesmo outras condições de vida que Deus pode nos conceder para o nosso bem, como é o caso da vida eterna. O erro que os saduceus cometeram e que aparece no evangelho de hoje é esse: se tornaram tão materialistas que ficaram incapazes de abrir o próprio coração para a proposta da vida plena que nos é feita pelo próprio Deus.
Fonte: CNBB em 22/11/2014

Reflexão

Os saduceus, que não acreditam na ressurreição, atacam Jesus no campo religioso. Pretendem mostrar que é absurdo crer na ressurreição. Com base na Lei de Moisés, apresentam a Jesus um caso complicado sobre certa mulher que teve por marido, sucessivamente, sete irmãos. Depois desta vida, de quem ela será esposa? De ninguém. Homem e mulher se casam para esta vida terrena; procriam filhos e dão continuidade ao gênero humano. Na vida futura, as pessoas já não morrem, são como anjos, “e são filhos de Deus, sendo filhos da ressurreição”. Citando Êxodo 3,2.6, Jesus põe em destaque a ressurreição de todo ser humano: Deus não está ligado aos mortos, mas aos vivos, pois “para Deus todos vivem”. Na Carta aos Romanos, Paulo escreve: “Se vivemos, é para o Senhor que vivemos” (Rm 14,8).
(Dia a dia com o Evangelho 2018 – Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp)

Comentário do Evangelho

A VIDA SUPERA A MORTE

Ao questionar Jesus, os saduceus tinham a intenção de ridicularizar os fariseus, cuja fé na ressurreição dos mortos era bem conhecida, por ser uma crença propagada nos meios populares. Os saduceus queriam também conhecer a posição de Jesus, para saber de que lado se posicionava.
O ponto de partida da pergunta foi uma história um tanto grotesca, fundada numa teologia mal-enfocada. Supunha-se, erroneamente, que a ressurreição fosse a continuação pura e simples da vida terrena. Que a humanidade está envolvida por um determinismo cruel, estando todos os seres humanos fadados a idêntico destino eterno. Que a morte supera a vida, pois é para o sheol, lugar de trevas e sombra, que caminham todas as pessoas. Que Deus não tem o poder de interferir no destino eterno delas.
Jesus responde, estabelecendo uma distinção entre "este mundo" e o "outro mundo". O erro dos saduceus consiste em confundi-los. O ser humano está destinado a viver neste mundo, sem perder de vista o outro. Sendo Deus o Senhor da vida, pode doá-la tanto neste mundo quanto no outro. Entretanto, no mundo vindouro, a vida será vida plena, sem as limitações da vida terrena. Cessam, aí, as preocupações terrenas, como casar-se e dar-se em casamento, e desaparece, também, as ameaças da morte. A comunhão com o Pai torna-se penhor de vida eterna. A morte dá início, neste caso, a uma explosão de vida.
Oração
Espírito vivificador, que a esperança na ressurreição dos mortos me faça viver neste mundo, sem perder de vista que meu destino é a vida plena, na comunhão com o Pai.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Ó Deus, sede favorável às nossas preces pela intercessão de santa Cecília. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Dom Total em 22/11/2014

Meditando o evangelho

O SENHOR DOS VIVOS

O tema da ressurreição opunha os fariseus aos saduceus. Os primeiros afirmavam que haveria a ressurreição, enquanto que os outros a negavam. Quando os saduceus interrogaram Jesus a respeito desta questão, tinham em mente colocá-lo em apuros, além de ridicularizar o partido rival. Por isso, bolaram uma situação grotesca, partindo da Lei do levirato que obrigava o irmão desposar a cunhada viúva, caso não tivesse gerado filhos com seu marido.
Jesus não caiu na armadilha dos saduceus. O fato aludido comportava duas sérias lacunas. A primeira consistia em imaginar que a vida eterna seria uma continuação pura e simples da vida terrena, de forma que, na ressurreição, persistiriam as encrencas da vida presente. A vida eterna, na verdade, consiste na participação da vida divina, longe da ameaça da morte. Aí, os esquemas terrenos não têm validade. O segundo pressuposto falso consistia em considerar Deus como Senhor dos mortos e não como Senhor dos vivos. Na verdade, para ele, todos estão vivos, até mesmo os patriarcas do povo. Ele se mantém em comunhão com os justos, mesmo além da morte, quando são estabelecidos relacionamentos duradouros, numa explosão de vida, sem a menor influência da morte. Por conseguinte, a ressurreição deve ser pensada a partir do amor misericordioso de Deus, que partilha vida abundante com a humanidade, e não a partir dos esquemas mesquinhos do pecado e da morte.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Senhor Jesus, ilumina minha mente e meu coração, para que eu possa compreender a ressurreição como manifestação do amor misericordioso do Pai pela humanidade.

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. Lá vem os Saduceus com suas historinhas...
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Quem é que já não teve a tentação de imaginar o céu como uma continuidade dessa vida? A Vida Plena de comunhão com Deus comporta uma continuidade, mas também uma descontinuidade: seremos nós mesmos, mas de um outro jeito! Nesta vida terrena as nossas relações, ao mesmo tempo em que nos aguça para o amor, também denuncia a nossa incapacidade de um amor total como o de Jesus, entretanto, ao atingirmos a plenitude do céu não haverá mais limites ou qualquer impossibilidade nesse sentido, porque estaremos em Deus e com Deus, que é a Plenitude da plenitude.
O Céu é uma comunidade, estaremos em comunhão com as pessoas, mas o elo dessa comunhão não será mais o nosso empenho e esforço, as relações serão perfeitas porque Deus mesmo será o nosso elo de comunhão, em Deus seremos Tudo em Todos.
Então para que servem as nossas relações neste mundo, principalmente a vida conjugal apresentada neste evangelho? Exatamente para exercitarmos a vivência desta comunhão que jamais deve buscar a si mas ao outro, fazer o outro feliz, ao passo que o outro, deverá ter tomado a decisão de ser sempre feliz, independente se o outro irá fazê-lo feliz ou não pois no céu, para ser feliz não dependeremos mais uns dos outros, mas apenas de Deus e por isso, essa esperada e sonhada felicidade, já está de certo modo garantida em Jesus Cristo.
Os Saduceus só conseguem imaginar o céu dentro de categorias humanas, se fosse assim, o céu de Deus não seria um lugar tão bonito e perfeito!

2. Ele é Deus não de mortos, mas de vivos, pois todos vivem para ele
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)

Jesus chorou sobre o Templo e lamentou sua destruição. Jerusalém não se converteu e não reconheceu o profeta que a visitou. Tudo será destruído, mas reconstruído no terceiro dia. Um novo Templo está para surgir. No Evangelho de São João, quando Jesus purifica o Templo, pedem-lhe um sinal que justifique o que ele fez. Jesus responde dizendo que, depois de destruído, o Templo será reconstruído em três dias. Não falava, porém, do Templo de pedra. Falava da sua própria ressurreição. “Destruído o nosso corpo mortal nos é dado no céu um corpo imperecível”, assim rezamos no Prefácio dos mortos.

HOMILIA

A PERGUNTA SOBRE A RESSURREIÇÃO

A propósito de uma pergunta capciosa dos seus adversários que negavam a ressurreição dos mortos, Jesus procura fazer-lhes compreender que, no mundo novo da ressurreição, as coisas estão fora e acima do nosso modo de pensar terreno. A ressurreição dos mortos pertence já a esse “mundo que há-de vir” para além da morte, em que Deus vive como Deus de vivos, como Ele Se tinha revelado no episódio da sarça ardente, ao apresentar-Se a Moisés como Deus dos que tinham vivido antes, mas que para Ele são sempre vivos, Ele “o Deus de Abraão, o Deus de Isaac, o Deus de Jacob”.
Os saduceus, grandes proprietários de terras, formavam a elite dos sacerdotes(20,27-40). Não acreditavam na ressurreição, e propõem a Jesus um caso difícil, para mostrar que é absurdo crer na ressurreição. Jesus retifica a questão, mostrando que a vida da ressurreição não deve ser concebida como mera cópia da vida na dimensão presente. E os mortos ressuscitam? Referindo-se à célebre forma “Deus de Abraão, Deus de Isaac e Deus de Jacó”, Jesus mostra que, sendo Deus dos vivos e da Vida, também Abraão, Isaac e Jacó devem estar vivos com ele. Com efeito, o sentido de toda a criação é viver para Deus, e essa vida não conhece fim. Ruma para a plenitude, sempre. O que está com Deus está vivo para gozar a vida em abundância.
Os saduceus queriam embaraçar Jesus fazendo perguntas a partir da prática do levirato (Dt 25.5-6). No livro do Deuteronômio está ordenado que, no caso de um irmão falecer sem descendência, é a obrigação de um irmão casar com a viúva para dar o nome à família. Se, nessa prática, uma viúva casar sucessivamente, de quem será a mulher na ressurreição? Jesus afirma a ressurreição (vv. 35-37), e mostra aos saduceus que as instituições pertencentes a esta ordem das coisas não continuarão pós-ressurreição. Em outras palavras, as instituições terrenas não continuarão no céu, que é o mundo da justiça plena. O mundo onde está presente o Reino de Deus. Todas as instituições e poderes são transitórios e provisórios, ainda.
A continuidade entre o agora e o então está em Deus e na sua graça. E Jesus faz excursão mais profunda no Pentateuco, lembrando-os do que Moisés disse a respeito de Deus como o Deus de Abraão, de Isaac e de Jacó. A ressurreição é contrastada, por isso, pela imposição da morte; pelos determinismos e fatalismos da cultura, da religião, da política corrompida, nos sistemas de pensar. A ressurreição é a dádiva da vida e vem de Deus. Assim, à luz da ressurreição, a vida é vista e vivida sob o poder da graça. Em Lucas a ênfase recai na expressão: “não podem mais morrer” com referência aos filhos da ressurreição.
Pai, és Deus da vida e Deus dos vivos, e queres todos os seres humanos em comunhão contigo para sempre. Ajuda-me a viver, já nesta vida, esta comunhão eterna.
Padre BANTU SAYLA
Fonte: Liturgia da Palavra em 22/11/2014

HOMILIA DIÁRIA

A Ressurreição de Cristo é a verdade maior da nossa fé

Aquele que crê em Jesus, o Senhor da vida, não crê em reencarnação nem dá ouvidos a quem prega a negação da verdade principal da nossa fé. A Ressurreição é a verdade maior da fé cristã!

“Mas os que forem julgados dignos da ressurreição dos mortos e de participar da vida futura, nem eles se casam nem elas se dão em casamento” (Lucas 20, 35).

A Palavra de Deus apresentada hoje nos dá a graça de refletirmos dois pontos fundamentais da nossa vida eterna, da nossa vida futura, mas que começam a ser vividos já na vida presente. A primeira delas é a convicção na Ressurreição, porque a questão, hoje apresentada pelos saduceus a Jesus, é para colocá-Lo em uma situação difícil, porque estes não acreditavam na Ressurreição.
Se um homem está casado com uma mulher e este vem a falecer, e essa mesma mulher casa-se com um irmão e depois com outro. Na vida futura, falando de ressurreição, afinal de contas, quem será o marido dela? (cf. Lucas 20,34-36).
A primeira coisa: a Ressurreição é um fato, não é fantasia nem teoria para nos deixar consolados. A Ressurreição é a verdade maior da nossa fé! Se com Jesus morrermos, com Ele também ressuscitaremos. É muito importante que, a cada dia, tenhamos mais convicção disso. Vivemos cercados de uma atmosfera religiosa chamada de “mística” ou “espiritual”, mas, na verdade, são filosofias, religiões, são crenças que, muitas vezes, nos confundem. Sim, existem religiões que fazem muitas coisas boas, pregam a bondade, mas não creem na Ressurreição. Estão disseminado, no meio de nós, a crença na reencarnação.
Preciso ser bem objetivo com você: aquele que crê em Jesus, o Senhor da vida, não crê em reencarnação nem dá ouvidos a quem prega a negação da verdade principal da nossa fé. Assim como Jesus ressuscitou, nós também ressuscitaremos, e não voltaremos mais a essa vida nem nos casaremos de novo em outra vida.
A outra dimensão do Evangelho de hoje é a pureza definitiva. Aqui, na terra, as pessoas se casam, porque vão se multiplicar, gerar outros filhos. Na vida futura, não teremos mais necessidade disso. Primeiro, porque estaremos plenamente saciados pelo amor divino. Segundo, porque não multiplicaremos mais aquele amor humano, aquele amor paixão, o amor eros. O amor que une um homem e uma mulher dura enquanto dura esta vida; depois, o único amor que permanece é a caridade, que nos faz irmãos e irmãs.
Podemos até dizer: “Ah, e na outra vida, padre, como vai ser? Não vou mais conhecer a minha mulher?”. Claro que vai! É claro que seus filhos serão seus filhos, mas já não serão mais nessa condição humana. Será numa condição divina, suprema e espiritual que Deus prepara para nós.
Vale a pena esperar aquilo que o Senhor preparou para quem O ama de verdade!
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 22/11/2014

Oração Final
Pai Santo, a nossa compreensão é limitada e o orgulho quer nos impedir de aceitar o fato de que a fé ultrapassa os limites da razão humana. Nós queremos crer, Pai amado, no teu Amor inefável que, ressuscitando o Cristo Jesus, teu Filho Unigênito que se fez nosso Irmão, justificou a nossa esperança de atingirmos igual destino glorioso.
Fonte: Arquidiocese BH em 22/11/2014

ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, faze-nos humildes e sábios para receber com alegria a Promessa de Vida Plena que fizeste anunciar pelo Cristo Jesus, teu Filho Unigênito. Nós Te pedimos, amado Pai, por Ele mesmo, que se tornou humano como nós, viveu fazendo o bem, foi condenado e morto pela injustiça dos homens, mas ressuscitou, vive, e contigo reina na unidade do Espírito Santo.

OU

Mt 10,17-22

Comentário do Evangelho

O preço do testemunho

Nosso texto é parte do discurso missionário de Jesus (Mt 10). Os discípulos devem ter presente, olhando para o seu próprio Senhor, a possibilidade de ser ameaçados, hostilizados e perseguidos. O mais doloroso é que a perseguição, a hostilidade, não vêm somente de fora, mas também de dentro da comunidade, da própria família (cf. v. 21).
Na perseguição é preciso prudência e simplicidade (v. 16); é preciso discernir para não se deixar enredar por quem quer que seja. É por causa de Jesus que os discípulos são perseguidos (v. 18a). Esse sofrimento é o preço do testemunho: “... dareis testemunho diante deles e diante dos pagãos” (v. 18b). Em tudo isso é preciso confiança, pois o “Espírito do vosso Pai falará em vós” (v. 20). O Espírito Santo, dom gratuito do Pai, é que inspira os discípulos. Essa confiança é que deve sustentar a vida dos discípulos enviados em missão. As traições, o ódio, a rejeição por causa de Jesus e do seu evangelho não têm por que nos assustar. Todos nós somos às vezes cordeiro e lobo, até que se realize a identificação do discípulo com o Mestre.
A missão é universal porque os doze discípulos escolhidos por Jesus não acabarão “de percorrer as cidades de Israel, até que venha o Filho do Homem” (v. 23). A tarefa de conduzir as pessoas ao único e verdadeiro pastor (cf. Ex 34,23-34) será permanente, enquanto houver ódio entre os irmãos (cf. v. 21), enquanto houver perseguições em nome de Jesus (cf. v. 22).
Carlos Alberto Contieri, sj
ORAÇÃO
Espírito de coragem perseverante, nas adversidades da vida, vem em meu auxílio, e ajuda-me para que não arrefeça a minha adesão a Jesus e ao Reino.
Fonte: Paulinas em 26/12/2013

Vivendo a Palavra

A profecia de Jesus que lemos se realiza literalmente no martírio dos cristãos. Estêvão acreditou e confiou até o fim. Viveu a glória de ver o céu aberto e o Filho do Homem, de pé, à direita do Pai. Que a coragem do mártir nos inspire a testemunhar ao mundo que o Reino de Deus já chegou: ele está dentro de nós!
Fonte: Arquidiocese BH em 26/12/2013

VIVENDO A PALAVRA

O mundo mudou: hoje, os anunciadores do Reinado de Deus não são punidos com açoites e nem levados a tribunais, mas recebidos com indiferença – o que talvez seja pior. Portanto, continuam válidas as instruções carinhosas do nosso Mestre: não nos preocupemos em sair por aí dizendo ‘Senhor, Senhor!’, mas em cumprir a vontade do nosso amado Pai.
Fonte: Arquidiocese BH em 26/12/2017

Recadinho

Jesus alerta seus discípulos para que tomem cuidado com os homens! Hoje não é diferente! Procuro tomar cuidado, estar atento, mas não renegar minha fé? Tenho consciência de que o Espírito Santo está comigo? Rezo pedindo sua presença? É evidente que o espírito do mal nos assusta. Procuro colocar sempre minha vida nas mãos de Deus? Procuro fazer minha parte para que haja paz e harmonia? Contribuo para que haja compreensão e amor em família?
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
Fonte: a12 - Santuário Nacional em 26/12/2013

Comentário do Evangelho

SEREIS ODIADOS POR TODOS

A encarnação de Jesus não baniu o pecado da história humana. Embora ela se tenha constituído na possibilidade concreta de superação do pecado, muitos ainda haveriam de resistir, preferindo um projeto de vida cujo desfecho é a condenação.
Por outro lado, a quem optasse por ele, o Messias não apresentava uma vida de segurança e de comodidade. A resistência que Jesus experimentou por parte de seus contemporâneos teve prosseguimento na experiência dos discípulos. A opção pelo caminho de Jesus exigia força e coragem diante das perseguições, dos flagelos, dos processos nos tribunais que os inimigos de Deus haveriam de impingir aos seguidores de seu Filho. Como Jesus, o discípulo seria também a presença questionadora da salvação na história humana, embora muitos iriam persistir no caminho do pecado.
A história da fé cristã, por isso, estava fadada a ser uma história de martírio e de testemunho da fé, pela entrega corajosa da própria vida. Por conseguinte, o discípulo deve considerar estas circunstâncias como possibilidade de comprovar a profundidade de sua opção pelo Reino anunciado por Jesus.
Oração
Senhor Jesus, apesar das dificuldades que encontro para te seguir, faze-me caminhar, com fidelidade, nas estradas da salvação, que abriste para a humanidade.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Ensinai-nos, ó Deus, a imitar o que celebramos, amando os nossos próprios inimigos.Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Dom Total em 26/12/2013

REFLEXÃO

O preço do testemunho

Nosso texto é parte do discurso missionário de Jesus (Mt 10). Os discípulos devem ter presente, olhando para o seu próprio Senhor, a possibilidade de ser ameaçados, hostilizados e perseguidos. O mais doloroso é que a perseguição, a hostilidade, não vêm somente de fora, mas também de dentro da comunidade, da própria família (cf. v. 21).
Na perseguição é preciso prudência e simplicidade (v. 16); é preciso discernir para não se deixar enredar por quem quer que seja. É por causa de Jesus que os discípulos são perseguidos (v. 18a). Esse sofrimento é o preço do testemunho: “... dareis testemunho diante deles e diante dos pagãos” (v. 18b). Em tudo isso é preciso confiança, pois o “Espírito do vosso Pai falará em vós” (v. 20). O Espírito Santo, dom gratuito do Pai, é que inspira os discípulos. Essa confiança é que deve sustentar a vida dos discípulos enviados em missão. As traições, o ódio, a rejeição por causa de Jesus e do seu evangelho não têm por que nos assustar. Todos nós somos às vezes cordeiro e lobo, até que se realize a identificação do discípulo com o Mestre.
A missão é universal porque os doze discípulos escolhidos por Jesus não acabarão “de percorrer as cidades de Israel, até que venha o Filho do Homem” (v. 23). A tarefa de conduzir as pessoas ao único e verdadeiro pastor (cf. Ex 34,23-34) será permanente, enquanto houver ódio entre os irmãos (cf. v. 21), enquanto houver perseguições em nome de Jesus (cf. v. 22).
Carlos Alberto Contieri, sj
Fonte: Liturgia da Palavra em 26/12/2013

HOMILIA

QUEM PERMANECER FIRME SERÁ SALVO

Os Evangelhos mostram a Igreja como um barco, no qual Jesus está presente, embora em alguns momentos pareça estar dormindo (Mt 8,23-27). O mar que este barco atravessa é a História, às vezes calmo, outras vezes turbulento e ameaçador. Há quase dois mil anos o barco saiu de seu porto. Não sabemos quando chegará ao seu destino, mas temos certeza de que Jesus nunca o abandonará.
Em Pentecostes, "a Igreja se manifestou publicamente diante da multidão e começou a difusão do Evangelho com a pregação" (Ad Gentes, n. 4).
Pentecostes do ano 30. Todos reunidos: os apóstolos, Maria, parentes de Jesus, algumas mulheres. Um ruído de ventania desce do céu. Línguas como de fogo surgiram e se dividiram entre os presentes. Todos ficaram repletos do Espírito de Deus e começaram a falar em outras línguas.
Esta assembléia inicial, esta igreja, é o princípio. Depois do prodígio das línguas, Pedro dirigiu-se à multidão reunida na praça e fez uma memorável pregação. Muitos se converteram, especialmente judeus vindos da Diáspora. Estes levaram a Boa-Nova aos seus locais de origem, o que provocou o surgimento, bem cedo, de comunidades cristãs em Damasco, Antioquia, Alexandria e mesmo em Roma. Alguns helenistas, no entanto, permaneceram em Jerusalém. Para cuidar de suas necessidades materiais, os apóstolos escolheram sete diáconos. E dentre estes está Estevão de cujo martírio celebramos hoje.
Temos nesta narrativa de Mateus um trecho do discurso atribuído a Jesus ao enviar os doze apóstolos em missão. O texto é escrito em estilo literário-apocalíptico. No evangelho de Marcos, mais primitivo, ele faz parte do discurso escatológico de Jesus ao prenunciar a destruição do Templo de Jerusalém, nas vésperas de sua Paixão (Mc 13,9-13). De fato, muitos dos primeiros cristãos sofreram perseguições tanto da parte dos judeus como do império romano. A alusão à terrível tragédia no seio da família, no texto acima, no seu estilo escatológico-apocalíptico, é uma referência à tradição profética da injustiça universal no fim dos tempos (Mq 7,6). Após a perseguição e morte de Jesus, o diácono Estêvão foi o primeiro dos discípulos a ser martirizado. Embora com uma função subalterna como diácono, ele ousou fazer uma pregação de denúncia do Templo e das tradições do judaísmo, e foi apedrejado.
O seu grupo foi perseguido e disperso, enquanto os chefes da igreja de Jerusalém foram poupados.
Estevão era o diácono que mais se destacava. Por sua pregação incisiva, é detido pelas autoridades judaicas, julgado e apedrejado como blasfemador. Torna-se o primeiro mártir da História da Igreja. Enquanto é assassinado, perdoa os seus perseguidores e entrega, confiante, a sua vida nas mãos de Jesus.
O manto de Estevão foi deixado aos pés de um jovem admirador do ideal farisaico chamado Saulo.
Que ele interceda por nós afim de que não tenhamos medo de ninguém e de nada contando que anunciamos o Evangelho a propósito ou a despropósito.
Padre Bantu Mendonça Katchipwi Sayla
Fonte: Liturgia da Palavra em 26/12/2013

HOMÍLIA DIÁRIA

Somos chamados a testemunhar Jesus com a nossa vida

Nós somos chamados a testemunhar Jesus com a nossa vida!
”Estêvão, cheio do Espírito Santo, olhou para o céu e viu a glória de Deus e Jesus, de pé, à direita de Deus” (Atos dos Apóstolos 7,54-55).
Meus queridos irmãos e irmãs, nós estamos celebrando a oitava do nascimento de Jesus Cristo. Ontem foi Natal, hoje é Natal, amanhã será Natal e depois nós continuamos, com pelo menos oito dias, celebrando-o como se fosse um único dia.
Hoje a liturgia, em vez de usar a cor branca, dourada na festa, nós usamos a cor vermelha. Por que usamos a cor vermelha, cor do sangue, a cor do martírio, em plena celebração do Natal do Senhor? Porque a vida que esse Menino trouxe, a vida que Jesus trouxe a nós, levantou uma legião de homens e mulheres, na história, que se apaixonaram por Ele e foram capazes de derramar seu sangue por causa d’Ele.
O primeiro deles é Estêvão, o protomártir da Igreja. O livro sagrado dos Atos dos Apóstolos conta para nós que ele foi apedrejado por testemunhar o seu amor a Jesus Cristo, por não negar o seu amor a Ele. Por confessar, até o último instante, que jamais renegaria a sua fé por qualquer perseguição ou sofrimento.
Os cristãos ainda sofrem no mundo inteiro. Em alguns lugares o sofrimento é maior, pois a fé cristã, o seguimento de Jesus, o amor a Jesus Cristo, não é permitido, não se pode celebrar o nome do Senhor, invocar o Seu nome. Hoje queremos nos lembrar de milhões de cristãos que sofrem o martírio para testemunhar a sua fé em alguns países em que esta não é aceita. De um lado ou de outro do mundo, vemos pessoas sofrerem para poder viver a sua fé.
No meio de nós, muitas vezes, também sofremos o martírio para vivermos firmes na fé. Para guardarmos a nossa fé e a nossa confiança n’Ele. Alguns conseguem ser firmes e perseverantes; alguns conseguem testemunhar a sua fé até o fim. Sofrem perseguições, calúnias, incompreensão, não aceitação. Ainda mais quando viver a fé hoje é uma questão de testemunho de martírio. Não é uma questão de simplesmente dizer: ‘Eu sou cristão, eu creio em Jesus Cristo’. É uma questão de levar a vida em nome de Jesus.
Quando olhamos para os acontecimentos dos últimos tempos, quando olhamos até para celebrações de Natal em muitas casas e em muitas famílias, vemos que muitas destas comemorações estão mais para pagãs do que para cristãs. O que podemos fazer? Sermos testemunhas de Jesus! Nós somos chamados a amar e a testemunhar Jesus com a nossa vida!
Continuando neste espírito natalino, continuando celebrando a presença maravilhosa de Jesus no meio de nós, hoje somos convidados a testemunhar e a dar a nossa vida por causa do Senhor.
Que Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 26/12/2013

Oração Final
Pai Santo, nós somos tentados a buscar segurança, conforto e prazer no mundo do consumo e do individualismo. Inspira-nos, Pai amado, por teu Espírito, a escolher o caminho heróico dos Santos, para chegarmos ao Teu Reino juntos com o Cristo Jesus, teu Filho e nosso Irmão, que contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Paulinas em 26/12/2013

ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, com Tua Presença fortaleceste Estevão até a glória do martírio. Dá igualmente agora à tua Igreja, que somos nós, fé e coragem para viver conforme a tua vontade, proclamando a chegada do teu Reino de Amor em nós e no meio de nós. Por Jesus, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo. Amém.
Fonte: Arquidiocese BH em 26/12/2017

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