ANO A

Mt
25,31-46
Comentário do Evangelho
O critério último da salvação é a caridade.
Neste
último domingo do ano litúrgico, celebramos a solenidade de Nosso Senhor Jesus
Cristo, Rei do universo. Enquanto Rei, e como tal, Jesus Cristo é o pastor que
reúne, cuida e conduz às boas pastagens o rebanho de Deus. A sua vida e a sua
presença gloriosa (Mt 28,20) iluminam o ser humano, fazendo com que cada um
esteja diante da verdade de si mesmo.
O profeta Ezequiel, contemporâneo do profeta
Jeremias, foi com os exilados para a Babilônia. Papel fundamental do profeta
Ezequiel foi o de exortar o povo para que não caísse no desânimo e confiasse
que Deus, que nunca os havia abandonado, iria reconduzi-los à terra de Israel.
Diante da infidelidade dos pastores de Israel que apascentavam a si mesmos e
abandonaram o rebanho (Ez 34,1-10), Deus mesmo promete apascentar, cuidar e
curar das feridas o seu rebanho. Deus, o pastor de Israel, promete, Ele mesmo,
reunir as ovelhas que foram dispersas por causa da maldade daqueles que tinham
por missão cuidar do povo de Deus.
O evangelho de hoje é uma parábola no contexto do
discurso escatológico (24–25). De certa forma, essa parábola resume todo o
evangelho e, particularmente, é um resumo dos capítulos que integram o discurso
escatológico. A manifestação definitiva do mistério do Reino de Deus se dará em
gestos pequenos, simbólicos e significativos. Alguns desses gestos, como os
elencados em nosso texto, fazem parte de nossa vida cotidiana: dar de comer aos
que têm fome, de beber aos que têm sede, vestir os que estão nus etc. O que é
dito no texto vale não somente para os cristãos, mas para todo ser humano que
vive neste mundo. É bastante provável que Ez 34,17-22 tenha servido de
inspiração para esse discurso escatológico. Lá também encontramos a separação
de ovelhas, carneiros e bodes pelo pastor. A separação, ou juízo, é feita em
razão da vida vivida na caridade ou pela indiferença diante do sofrimento e
necessidade alheios. Somente o olhar penetrante do pastor, do Filho do Homem,
que ultrapassa as aparências, pode com verdade conhecer a situação de cada um e
o que se é de fato. Se o texto fala de condenação, é para fazer apelo a viver
no amor que exige o serviço ao semelhante. O critério último da salvação, que é
dom de Deus, não é a fé, mas a caridade.
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, coloca no meu coração um amor entranhado pelos que são teus
preferidos. É por meio deles que chegarei a ti.
Vivendo a Palavra
Ao encerrarmos mais um ano litúrgico, nós celebramos a festa
do Cristo Rei: Aquele que valoriza não o número das orações formais que fizemos
durante a vida, mas o que nós demos de comer, de beber, que acolhida nós
oferecemos em casa, a quais irmãos necessitados nós vestimos, cuidamos e
visitamos.
Homilia de Cristo Rei do Universo
(23.11.14)
Pe. Luiz Carlos de Oliveira, C.Ss.R.
“Cristo, Rei do Universo”
Um rei diferente
A festa de Cristo Rei foi instituída pelo Papa Pio
XI dia 11.12.1925 para fazer frente à onda de secularismo e ódio à Igreja que
ocorreram no início do século passado. Grandes inimigos perseguiam a Igreja:
comunismo, fascismo, nazismo e o ateísmo. O mal usa os humanos para atingir o
Senhor. Pode ser uma visão retrograda, mas o mal continua.
A perseguição é um sinal muito bom para a Igreja.
Ela é rejeitada porque reconhece em Cristo o Senhor para o qual se direciona
todo o universo (Ef 1,10). A Verdade anunciada toca as consciências e exige
conversão radical do ser humano para que corresponda mais à verdade. Somente em
Cristo o homem atinge seu ideal. Vemos que os males que há nas pessoas e na
sociedade são o resultado da ausência de Cristo.
Por que temer Cristo? Ele é juiz, mas é o Bom
Pastor que conduz a bons lugares (Sl 22). Ele cuida de todos e nos confia o
Reino. Ele é o Ressuscitado, o Vivo, que quer dar vida em abundância. Cristo
Rei não se iguala às realezas da história que se aproveitaram do sangue do povo
e amontoaram riquezas. Na Escritura o rei devia ser aquele que estaria no lugar
de Deus para cuidar dos necessitados. A liturgia de hoje mostra a finalidade da
festa: “Deus que dispusestes restaurar todas as coisas no vosso amado Filho,
Rei do universo...” (oração) ... “Que conceda a paz e a união a todos os
povos.” (oferendas)..” e “que possamos viver com ele eternamente no Reino dos
Céus” (pós-comunhão).
A realeza de Cristo se inaugura no trono da cruz
onde, com o manto de sangue, coroa de espinhos e as perolas de suas chagas, se
apresenta o Rei. Basta de Cristo fantasiado para um teatro sem resultados. É
mais fácil adotar essa realeza que unir-se a Cristo sofredor que se oferece ao
Pai pelo mundo.
Responsabilidades do Reino
Infelizmente a festa se caracterizou pela coroa,
manto, centro e esplendor. Era o momento. O que pode anima a nos unir a este
Rei são os ministérios que nos confia para a vivência de seu Reino. As linhas
de ação estão estampadas no texto do juizo final. Somos responsáveis pelos
irmãos: Tudo o que fizestes ao menor dos seus, foi a Ele que fizestes. Seremos
examinados sobre o que fizemos para melhorar a fome e a sede do mundo. Qual foi
nossa atenção para resolver os problemas da migração. Como estabelecemos a
solução dos graves problemas da doença e dos prisioneiros. Jesus Rei tem sua
atenção voltada para os necessitados. Aqui temos que acusar a pregação da
Igreja oficial e dos fiéis que procuraram uma espiritualidade e uma religião
distante dos problemas esquecidos do homem caído à beira do caminho, como lemos
na parábola do samaritano. O Juiz quer dignidade a todo homem e mulher, desde
sua concepção. Não é política. É evangelho.
Submeter tudo a Deus
Quando dizemos que Cristo é o centro, não pensamos
em uma estrutura de comunidade, mas nas atitudes que devem penetrar as
estruturas do mundo. Submeter a Cristo todas as coisas é fazer que sua missão
de manifestar o amor do Pai atinja todas as pessoas para que se sintam amadas
por Ele.
Submeter é agir de acordo com o coração do Bom
Pastor que dá a vida pelas ovelhas. Paulo diz que o mal nasce do pecado e traz
a morte. Por Cristo nos veio a Vida que atingirá todas as pessoas e a natureza.
Ele é o Rei da verdade e da vida, da santidade e da graça, da justiça, do amor
e da paz (Prefácio). Nós O faremos presente na
atenção a todos, pois Ele vai apascentar suas ovelhas.
Leituras: Ezequiel 34,11-12,15-17; Salmo 22;
1Coríntios 15,20-26.28;Mateus 22,34-40
Ficha nº 1390 - Homilia de Cristo Rei do Universo
(23.11.14)
A finalidade a festa instituída por Pio XI foi
fazer frente a todos os perseguidores. A Igreja é perseguida porque toca a
consciência. O mal vem a ausência de Cristo na vida. O Rei devia estar no lugar
de Deus para cuidar dos necessitados. A realeza de Cristo não corresponde às realezas
do mundo. Ele é o Rei Crucificado.
Cristo nos confia os ministérios do Reino. As
exigências do Juizo final são os problemas do mundo que nos são confiados. Uma
realeza política não resolve. É mais fácil uma religião que não elimina a
dignidade do homem.
Aclamar Cristo é pensar nas atitudes que devem
penetrar as estruturas do mundo. Submeter o mundo a Cristo é realizar sua
missão de manifestar o amor do Pai. É agir como o Bom Pastor. Nós O faremos
presente na atenção a todos.
Escolhendo o partido
No encerramento do Ano Litúrgico celebramos a festa
de Cristo Rei. Ela ensina que tudo converge para Cristo. Paulo diz que no fim
Cristo vai entregar a realeza ao Pai depois de dominar todos os inimigos,
inclusive a morte.
Deus nos conduz como um pastor a seu rebanho. Cuida
bem e só tem nosso interesse. Pouco exige. Sua única preocupação é que todos
sejam bem cuidados por nós. Ao anunciar o julgamento do fim dos tempos coloca
os itens sobre os quais vamos ser julgados. Tudo o que fizemos aos outros, ou
não fizemos, é feito a Ele.
Os itens do julgamento são simples: tive fome e me
destes de comer; tive sede e me destes de beber; era estrangeiro e me
recebestes em casa, estava nu e me vestistes; estava doente e cuidastes de mim;
estava na prisão e fostes me visitar.
Vejamos bem que estes itens são os grandes
problemas do mundo atual: fome, água, migração, saúde, sistema carcerário. São
os direitos da pessoa humana. E muita gente não faz nada disso e se maquia com
rezas, movimentos, grupos e o necessitado fica a definhar. Vamos ter surpresa.
Cristo é Rei e nós cuidamos de seus súditos.
Comentário do Evangelho
Temos neste texto do
evangelho de Mateus uma das páginas mais expressivas no sentido de indicar que
a comunhão com os excluídos e oprimidos é a própria comunhão com Jesus e com
Deus. Na solidariedade com os excluídos, os famintos, os sedentos, os sem teto,
os nus, os doentes e os presos, encontramos com o próprio Jesus, realizando-se,
assim, a sua "vinda na glória". A promoção da vida é a comunhão com
Jesus em sua vida divina e eterna, em qualquer tempo e em qualquer povo. Desde
a sua criação, os homens e as mulheres foram predestinados a participar da vida
eterna, através da prática do amor e do serviço. Nas comunidades, o verdadeiro
"pastor" (primeira leitura) é aquele que se dedica ao serviço em
atender as necessidades de todos, estando atento a cada um. Quem se dedica ao
cultivo da vida está vencendo a morte e promovendo a ressurreição (segunda
leitura).
Oração
Deus eterno
e todo-poderoso, que dispusestes restaurar todas as coisas no vosso amado
Filho, rei do universo, fazei que todas as criaturas, libertas da escravidão e
servindo à vossa majestade, vos glorifiquem eternamente. Por Nosso Senhor Jesus
Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
REFLEXÕES
DE HOJE

DIA 23 DE NOVEMBRO – DOMINGO
3 - Alegrai-vos e exultai, porque será grande a vossa
recompensa nos céus. - Igreja Matriz de Dracena
VEJA AQUI MAIS
HOMILIAS PARA O PRÓXIMO DOMINGO
Oração Final
Pai Santo, faze-nos amigos compassivos dos
peregrinos que seguem sua jornada de volta à tua Morada Celeste próximos de
nós. Que sejamos para eles fontes de Esperança, de Fé e testemunhas do teu Amor
de Pai que tem coração de Mãe. Pelo Cristo Jesus, teu Filho e nosso Irmão, na
unidade do Espírito Santo.

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