domingo, 23 de novembro de 2014

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA 23/11/2014

ANO A


Mt 25,31-46

Comentário do Evangelho

O critério último da salvação é a caridade.

Neste último domingo do ano litúrgico, celebramos a solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do universo. Enquanto Rei, e como tal, Jesus Cristo é o pastor que reúne, cuida e conduz às boas pastagens o rebanho de Deus. A sua vida e a sua presença gloriosa (Mt 28,20) iluminam o ser humano, fazendo com que cada um esteja diante da verdade de si mesmo.
O profeta Ezequiel, contemporâneo do profeta Jeremias, foi com os exilados para a Babilônia. Papel fundamental do profeta Ezequiel foi o de exortar o povo para que não caísse no desânimo e confiasse que Deus, que nunca os havia abandonado, iria reconduzi-los à terra de Israel. Diante da infidelidade dos pastores de Israel que apascentavam a si mesmos e abandonaram o rebanho (Ez 34,1-10), Deus mesmo promete apascentar, cuidar e curar das feridas o seu rebanho. Deus, o pastor de Israel, promete, Ele mesmo, reunir as ovelhas que foram dispersas por causa da maldade daqueles que tinham por missão cuidar do povo de Deus.
O evangelho de hoje é uma parábola no contexto do discurso escatológico (24–25). De certa forma, essa parábola resume todo o evangelho e, particularmente, é um resumo dos capítulos que integram o discurso escatológico. A manifestação definitiva do mistério do Reino de Deus se dará em gestos pequenos, simbólicos e significativos. Alguns desses gestos, como os elencados em nosso texto, fazem parte de nossa vida cotidiana: dar de comer aos que têm fome, de beber aos que têm sede, vestir os que estão nus etc. O que é dito no texto vale não somente para os cristãos, mas para todo ser humano que vive neste mundo. É bastante provável que Ez 34,17-22 tenha servido de inspiração para esse discurso escatológico. Lá também encontramos a separação de ovelhas, carneiros e bodes pelo pastor. A separação, ou juízo, é feita em razão da vida vivida na caridade ou pela indiferença diante do sofrimento e necessidade alheios. Somente o olhar penetrante do pastor, do Filho do Homem, que ultrapassa as aparências, pode com verdade conhecer a situação de cada um e o que se é de fato. Se o texto fala de condenação, é para fazer apelo a viver no amor que exige o serviço ao semelhante. O critério último da salvação, que é dom de Deus, não é a fé, mas a caridade.
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, coloca no meu coração um amor entranhado pelos que são teus preferidos. É por meio deles que chegarei a ti.

Vivendo a Palavra

Ao encerrarmos mais um ano litúrgico, nós celebramos a festa do Cristo Rei: Aquele que valoriza não o número das orações formais que fizemos durante a vida, mas o que nós demos de comer, de beber, que acolhida nós oferecemos em casa, a quais irmãos necessitados nós vestimos, cuidamos e visitamos.

Homilia de Cristo Rei do Universo (23.11.14)

Pe. Luiz Carlos de Oliveira, C.Ss.R.

“Cristo, Rei do Universo”
Um rei diferente

A festa de Cristo Rei foi instituída pelo Papa Pio XI dia 11.12.1925 para fazer frente à onda de secularismo e ódio à Igreja que ocorreram no início do século passado. Grandes inimigos perseguiam a Igreja: comunismo, fascismo, nazismo e o ateísmo. O mal usa os humanos para atingir o Senhor. Pode ser uma visão retrograda, mas o mal continua.
A perseguição é um sinal muito bom para a Igreja. Ela é rejeitada porque reconhece em Cristo o Senhor para o qual se direciona todo o universo (Ef 1,10). A Verdade anunciada toca as consciências e exige conversão radical do ser humano para que corresponda mais à verdade. Somente em Cristo o homem atinge seu ideal. Vemos que os males que há nas pessoas e na sociedade são o resultado da ausência de Cristo.
Por que temer Cristo? Ele é juiz, mas é o Bom Pastor que conduz a bons lugares (Sl 22). Ele cuida de todos e nos confia o Reino. Ele é o Ressuscitado, o Vivo, que quer dar vida em abundância. Cristo Rei não se iguala às realezas da história que se aproveitaram do sangue do povo e amontoaram riquezas. Na Escritura o rei devia ser aquele que estaria no lugar de Deus para cuidar dos necessitados. A liturgia de hoje mostra a finalidade da festa: “Deus que dispusestes restaurar todas as coisas no vosso amado Filho, Rei do universo...” (oração) ... “Que conceda a paz e a união a todos os povos.” (oferendas)..” e “que possamos viver com ele eternamente no Reino dos Céus” (pós-comunhão).
A realeza de Cristo se inaugura no trono da cruz onde, com o manto de sangue, coroa de espinhos e as perolas de suas chagas, se apresenta o Rei. Basta de Cristo fantasiado para um teatro sem resultados. É mais fácil adotar essa realeza que unir-se a Cristo sofredor que se oferece ao Pai pelo mundo.

Responsabilidades do Reino

Infelizmente a festa se caracterizou pela coroa, manto, centro e esplendor. Era o momento. O que pode anima a nos unir a este Rei são os ministérios que nos confia para a vivência de seu Reino. As linhas de ação estão estampadas no texto do juizo final. Somos responsáveis pelos irmãos: Tudo o que fizestes ao menor dos seus, foi a Ele que fizestes. Seremos examinados sobre o que fizemos para melhorar a fome e a sede do mundo. Qual foi nossa atenção para resolver os problemas da migração. Como estabelecemos a solução dos graves problemas da doença e dos prisioneiros. Jesus Rei tem sua atenção voltada para os necessitados. Aqui temos que acusar a pregação da Igreja oficial e dos fiéis que procuraram uma espiritualidade e uma religião distante dos problemas esquecidos do homem caído à beira do caminho, como lemos na parábola do samaritano. O Juiz quer dignidade a todo homem e mulher, desde sua concepção. Não é política. É evangelho.

Submeter tudo a Deus

Quando dizemos que Cristo é o centro, não pensamos em uma estrutura de comunidade, mas nas atitudes que devem penetrar as estruturas do mundo. Submeter a Cristo todas as coisas é fazer que sua missão de manifestar o amor do Pai atinja todas as pessoas para que se sintam amadas por Ele.
Submeter é agir de acordo com o coração do Bom Pastor que dá a vida pelas ovelhas. Paulo diz que o mal nasce do pecado e traz a morte. Por Cristo nos veio a Vida que atingirá todas as pessoas e a natureza. Ele é o Rei da verdade e da vida, da santidade e da graça, da justiça, do amor e da paz (Prefácio).  Nós O faremos presente na atenção a todos, pois Ele vai apascentar suas ovelhas.

Leituras: Ezequiel 34,11-12,15-17; Salmo 22; 1Coríntios 15,20-26.28;Mateus 22,34-40
Ficha nº 1390 - Homilia de Cristo Rei do Universo (23.11.14)

A finalidade a festa instituída por Pio XI foi fazer frente a todos os perseguidores. A Igreja é perseguida porque toca a consciência. O mal vem a ausência de Cristo na vida. O Rei devia estar no lugar de Deus para cuidar dos necessitados. A realeza de Cristo não corresponde às realezas do mundo. Ele é o Rei Crucificado.
Cristo nos confia os ministérios do Reino. As exigências do Juizo final são os problemas do mundo que nos são confiados. Uma realeza política não resolve. É mais fácil uma religião que não elimina a dignidade do homem.
Aclamar Cristo é pensar nas atitudes que devem penetrar as estruturas do mundo. Submeter o mundo a Cristo é realizar sua missão de manifestar o amor do Pai. É agir como o Bom Pastor. Nós O faremos presente na atenção a todos.

Escolhendo o partido

No encerramento do Ano Litúrgico celebramos a festa de Cristo Rei. Ela ensina que tudo converge para Cristo. Paulo diz que no fim Cristo vai entregar a realeza ao Pai depois de dominar todos os inimigos, inclusive a morte.
Deus nos conduz como um pastor a seu rebanho. Cuida bem e só tem nosso interesse. Pouco exige. Sua única preocupação é que todos sejam bem cuidados por nós. Ao anunciar o julgamento do fim dos tempos coloca os itens sobre os quais vamos ser julgados. Tudo o que fizemos aos outros, ou não fizemos, é feito a Ele.
Os itens do julgamento são simples: tive fome e me destes de comer; tive sede e me destes de beber; era estrangeiro e me recebestes em casa, estava nu e me vestistes; estava doente e cuidastes de mim; estava na prisão e fostes me visitar.
Vejamos bem que estes itens são os grandes problemas do mundo atual: fome, água, migração, saúde, sistema carcerário. São os direitos da pessoa humana. E muita gente não faz nada disso e se maquia com rezas, movimentos, grupos e o necessitado fica a definhar. Vamos ter surpresa.
Cristo é Rei e nós cuidamos de seus súditos.

Comentário do Evangelho

Temos neste texto do evangelho de Mateus uma das páginas mais expressivas no sentido de indicar que a comunhão com os excluídos e oprimidos é a própria comunhão com Jesus e com Deus. Na solidariedade com os excluídos, os famintos, os sedentos, os sem teto, os nus, os doentes e os presos, encontramos com o próprio Jesus, realizando-se, assim, a sua "vinda na glória". A promoção da vida é a comunhão com Jesus em sua vida divina e eterna, em qualquer tempo e em qualquer povo. Desde a sua criação, os homens e as mulheres foram predestinados a participar da vida eterna, através da prática do amor e do serviço. Nas comunidades, o verdadeiro "pastor" (primeira leitura) é aquele que se dedica ao serviço em atender as necessidades de todos, estando atento a cada um. Quem se dedica ao cultivo da vida está vencendo a morte e promovendo a ressurreição (segunda leitura).
Oração
Deus eterno e todo-poderoso, que dispusestes restaurar todas as coisas no vosso amado Filho, rei do universo, fazei que todas as criaturas, libertas da escravidão e servindo à vossa majestade, vos glorifiquem eternamente. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

REFLEXÕES DE HOJE


DIA 23 DE NOVEMBRO – DOMINGO

VEJA AQUI MAIS HOMILIAS PARA O PRÓXIMO DOMINGO

Oração Final
Pai Santo, faze-nos amigos compassivos dos peregrinos que seguem sua jornada de volta à tua Morada Celeste próximos de nós. Que sejamos para eles fontes de Esperança, de Fé e testemunhas do teu Amor de Pai que tem coração de Mãe. Pelo Cristo Jesus, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.

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