ANO A
Mt 12,1-8
Comentário do
Evangelho
O sábado é dom de Deus.
O relato da controvérsia de Jesus com os fariseus acerca das
espigas arrancadas num dia de sábado pertence à tríplice tradição (Mc 2,23-28;
Lc 6,1-5). Há no Pentateuco duas tradições acerca do descanso sabático (Ex
20,8-11; Dt 5,12-15). Seja como for, o sábado é dom de Deus (Ex 16,29). À
objeção dos fariseus Jesus responde recorrendo ao exemplo de Davi (1Sm
21,1-10). A necessidade de preservar em boas condições a vida justificou a atitude
de Davi. O exemplo de Davi serve de argumento da defesa que Jesus faz de seus
discípulos. Jesus é o verdadeiro intérprete da Torá, pois a Lei foi dada para
preservar o dom da vida e o dom da liberdade. O sábado não pode representar uma
escravidão nem deixar a vida se deteriorar. Fazendo a memória, no sábado, do
dom da vida e do dom da liberdade, impõe-se ao fiel fazer o bem e salvar a vida
no dia de sábado. Nesse contexto, a citação de Os 6,6 tem por finalidade
declarar que os fariseus se equivocam na interpretação do mandamento sobre o
sábado e afirmar que a misericórdia tem precedência sobre qualquer outro
preceito, pois ela é uma exigência do amor.
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, faze-me misericordioso no trato com o
meu semelhante, e livra-me de toda tendência ao legalismo sem piedade, que se
coloca a serviço da morte.
Vivendo a Palavra
Jesus trouxe visões novas de Deus, do Homem e do
Mundo. Ele via o Deus-juiz, poderoso, pronto para condenar, como nosso Pai
Misericordioso; o Homem, pecador a ser castigado, como filho e senhor da
Criação; o Mundo, aquele vale de lágrimas, como planeta-jardim criado pelo Pai
para ser cuidado e partilhado por toda a humanidade. Assim deve ser o
testemunho de nossa vida.
Reflexão
Existem pessoas que acham que é difícil seguir
Jesus por causa da radicalidade das exigências evangélicas, no entanto, essas
mesmas pessoas ficam criando uma série de dificuldades a partir de um legalismo
ritual, moral e religioso que acabam por fazer do seguimento de Jesus uma causa
de sofrimento e de dor e não uma causa de alegria e felicidade de quem descobre
os valores que o conduz para a vida eterna. Muitos cristãos vivem colocando
proibições e ficam contentes quando podem falar "não" a alguém. De
fato, essas pessoas não entenderam o Evangelho de hoje, muito menos o amor que
Deus tem para com seus filhos e filhas.
Recadinho

Você
se dá conta sempre de que Deus é misericórdia? - Você também é misericordioso
para com o próximo? - Sabe compreender as dificuldades de seus irmãos? - Você
tem consciência de que antes de falar do Evangelho tem que se preocupar com a
pessoa que passa fome? - Não corre o risco de ficar só em coisas espirituais da
vida do irmão?
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
Comentário do Evangelho
O IMPERATIVO
DA VIDA
Jesus foi firme ao rebater as críticas dos
fariseus quando viram os discípulos colhendo espigas de trigo e comendo-as, em
dia de sábado. Para os fariseus, este fato configurava-se como um aberto
desrespeito à Lei. E, pior ainda, praticado com a anuência do Mestre Jesus.
Algo de errado estava acontecendo: alguém, pensando ensinar em nome de Deus,
mostrava-se incapaz de respeitar uma Lei dada pelo mesmo Deus. Daí podia-se
concluir, sem perigo de errar, que Jesus não vinha da parte de Deus.
Entretanto,
este desrespeito à Lei de Deus era só aparente. Jesus estava em perfeita
comunhão com Deus ao concordar que, quem estivesse com fome, podia encontrar um
meio de saciá-la, mesmo atropelando uma Lei religiosa. O imperativo da vida
estava perfeitamente de acordo com a vontade de Deus. Errado seria obrigar os
discípulos do Mestre a desfalecer pelo caminho, embora tivessem alimento à mão,
só porque a colheita estava no rol das atividades proibidas em dia de sábado.
O
gesto de Jesus teve um antecedente no Antigo Testamento, na pessoa de Davi.
Fugindo da perseguição de Saul, chegara faminto a um santuário, cujo sacerdote,
na falta de outro pão, ofereceu ao fugitivo o pão consagrado, que só aos
sacerdotes era permitido comer. Gesto sensato, pois o pão consagrado
destinava-se a garantir a vida de um ser humano. Portanto, a atitude do
sacerdote foi plenamente agradável a Deus. O mesmo aconteceu com Jesus!
Oração
Espírito de flexibilidade,
que eu não seja contaminado pela subserviência à Lei, sabendo que, para Deus, o
imperativo da vida é mais importante.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório –
Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado
neste Portal a cada mês)
Oração
Ó Deus, que mostrais a
luz da verdade aos que erram para retomarem o bom caminho, dai a todos os que
professam a fé rejeitar o que não convém ao cristão e abraçar tudo o que é
digno desse nome. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do
Espírito Santo.
REFLEXÕES DE HOJE
DIA 18 DE JULHO – SEXTA
HOMILIA
O SÁBADO DA
VIDA ETERNA
Na Lei dada por Moisés, que não era mais que
uma sombra, Deus ordenou a todos que repousassem e não fizessem nenhum trabalho
no dia de sábado. Mas isso não era senão uma imagem e uma sombra do verdadeiro
sábado, o qual é concedido à alma pelo Senhor. Com efeito, a alma que foi
julgada digna do verdadeiro sábado cessa de se abandonar às suas preocupações
vergonhosas e humilhantes e repousa; celebra o verdadeiro sábado e goza do
verdadeiro repouso, estando liberta de todas as obras das trevas. Ela prova o
repouso eterno e a alegria do Senhor.
Dantes, estava prescrito que mesmo os animais
desprovidos de razão deviam repousar no dia de sábado: o boi não devia ser
submetido à canga, nem o burro carregar o fardo, porque os próprios animais
repousavam dos trabalhos penosos. Ao vir para o meio de nós, o Senhor trouxe o
repouso à alma que estava carregada e oprimida pelo fardo do pecado, e que
morria sob o constrangimento das obras de injustiça, subjugada como estava por
mestres cruéis. Ele aliviou-a do peso intolerável das ideias vãs e ignóbeis,
libertou-a do jugo doloroso das obras de injustiça, deu-lhe o repouso. É este
repouso pelo qual todos nós lutamos e esperamos um dia alcançar em Cristo Jesus.
Senhor Deus, Tu que nos cumulaste de tudo,
dá-nos a paz (Is 26, 12), a paz do repouso, a paz do sábado, do sábado que não
tem ocaso. Porque esta tão bela ordem das coisas que criaste, e que são “muito
boas” (Gn 1, 31), passará quando tiver chegado ao termo do seu destino. Sim,
elas tiveram a sua manhã e terão a sua tarde. Mas o sétimo dia não tem tarde,
não tem ocaso, porque Tu o santificaste a fim de que ele dure para sempre. No
termo das Tuas obras “muito boas”, que, contudo, fizeste em repouso, Tu
repousaste ao sétimo dia, a fim de nos fazeres compreender que, no termo das
nossas obras, que são muito boas porque foste Tu que no-las deste (Is 26, 12),
também nós repousaremos em Ti, no sábado da vida eterna. Então repousarás em
nós como agora ages em nós; assim, o repouso que experimentaremos será o Teu,
tal como as obras que fazemos são as Tuas.
Tu, Senhor, trabalhas constantemente e estás constantemente em repouso. Quanto a nós, chega um momento em que somos levados a faz er o bem, depois de o nosso coração o ter concebido pelo Teu Espírito, enquanto anteriormente éramos levados a fazer o mal, quando Te abandonávamos. Tu, único Deus bom, nunca deixaste de fazer o bem. Algumas das nossas obras são boas – pela Tua graça, é certo –, mas não são eternas; depois de as fazermos, esperamos repousar na Tua inefável santificação. Mas Tu, Bem que não precisa de nenhum outro bem, Tu estás constantemente em repouso, porque Tu próprio és o Teu repouso.
Quem, de entre os homens, poderá dar a conhecer tudo isto ao homem? Que anjo o dará a conhecer aos anjos? Que anjo ao homem? É a Ti que devemos pedir esse conhecimento, em Ti que devemos procurá-lo, à Tua porta que devemos bater. E dessa maneira sim, dessa maneira receberemos, dessa maneira encontraremos, dessa maneira abrir-se-á a Tua porta, para nos conceder a verdadeira Paz, que só o vosso coração sabe dar aos que lha pedem com fé, esperança e confiança. Portanto, Senhor conceda-nos o verdadeiro Sábado, no qual teremos a verdadeira paz e convosco haveremos de descansar eternamente!
Padre Bantu Mendonça Katchipwi Sayla
HOMILIA
Domingo é o Dia do Senhor; não um dia qualquer!
Não podemos fazer do domingo um dia como outro
qualquer. Faça do Dia do Senhor um dia para louvar, para engrandecer e
agradecer ao Senhor.
“Ora,
eu vos digo: aqui está quem é maior do que o Templo.” (Mateus 12, 6)
Os fariseus querem, de alguma forma, incriminar Jesus, querem
realmente colocá-Lo em contradição, porque Ele parece não respeitar o
sábado, violar o sábado, porque os Seus discípulos estão fazendo nesse dia
aquilo que não lhes é permitido.
Jesus lembra que o próprio Davi soube também não transgredir o
sábado, mas soube colocar a misericórdia a uma necessidade maior em favor do
outro, acima do sábado. E os próprios sacerdotes de Israeal que, muitas vezes,
não observam a lei do Templo em função de si mesmos. Jesus diz: “Aqui
está quem é maior do que o Templo” (Mateus 12, 6). Em outras
palavras também – “Aqui está quem é maior do que o sábado”.
A Palavra de Deus hoje é, para nós, um motivo para refletirmos
sobre a importância do “Dia do Senhor” em nossa vida. Para nós, cristãos, o
domingo é um dia sagrado, nós não podemos vivê-lo como os outros dias da
semana, como se ele fosse um dia qualquer. Alguém pode dizer: “Mas
todos os dias são dias do Senhor!“. É verdade que todos os dias são
dias do Senhor, mas na observância da lei de Deus existe um dia, por
excelência, consagrado ao Senhor e àqueles que servem ao Senhor: o domingo, “Dominus“.
O domingo não em função do shopping, da compra disso ou daquilo, ele é domingo
em função e em honra do Senhor!
Nós não podemos viver os dois extremos: como
viveram e interpretaram os fariseus, que se escravizaram por causa deste dia e
não tiveram a liberdade de viver a Lei conforme a vontade do Senhor. Mas nós
também não podemos cair no extremo do relaxo, e fazermos do domingo um dia como
outro qualquer.
Daí duas coisas importantes, primeiro: santificar o Dia do
Senhor. A Santa Missa dominical, o preceito dominical, é sagrado, é mandamento
de Deus para nós, é dia de sairmos de nós e irmos ao encontro do Senhor. A
segunda coisa: evitar fazer aos domingos aquilo que fazemos todos os dias em
nossa vida. Domingo não é dia de trabalharmos para ganhar mais nem dia de
colocarmos fardos pesados ou mais trabalho naqueles que estão ao nosso
dispor. No ritmo frenético da vida muitas pessoas, hoje, costumam dizer: “Eu
preciso adiantar o meu trabalho”. E estão de domingo a domingo, de segunda
a segunda, entristecidos e consumidos pelo seu trabalho.
O domingo existe como Dia do Senhor em memória ao dia em que
Deus descansou. Se Deus não se cansa e quis descansar – imagine nós,
pobres mortais! Além do mais, nós precisaremos recorrer a Deus e a um monte de
remédios para curar o nosso estresse e o nosso cansaço se nós não soubermos dar
o valor sagrado que o descanso tem em nossa vida.
Faça do Dia do Senhor um dia para louvar, para engrandecer e
agradecer ao Senhor; mas também faça dele um dia de descanso, um dia de repor
as energias para que a vida seja mais saudável!
Deus
abençoe!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
LEITURA ORANTE
Mt 12,1-8 - Jesus é mais importante que o Templo
"Eu quero que as pessoas sejam bondosos!"
Preparo-me para a Leitura Orante,
rezando:
Espírito de verdade,
a ti consagro a mente e meus pensamentos:
ilumina-me.
Que eu conheça Jesus Mestre
e compreenda o seu Evangelho.
Ó Jesus Mestre, Verdade, Caminho e Vida, tem
piedade de nós.
1.
Leitura (Verdade)
O que diz o texto do dia?
Leio atentamente o texto: Mt 12, 1-8,
e observo as recomendações de Jesus.
Poucos dias depois,
num sábado, Jesus estava atravessando uma plantação de trigo. Os seus
discípulos estavam com fome e por isso começaram a colher espigas e a comer os
grãos de trigo. Quando alguns fariseus viram aquilo, disseram a Jesus: - Veja!
Os seus discípulos estão fazendo uma coisa que a nossa Lei proíbe fazer no
sábado! Então Jesus respondeu: - Vocês não leram o que Davi fez, quando ele e
os seus companheiros estavam com fome? Davi entrou na casa de Deus, e ele e os
seus companheiros comeram os pães oferecidos a Deus, embora isso fosse contra a
Lei.
Pois somente os sacerdotes tinham o direito de comer esses pães. Ou vocês
não leram na Lei de Moisés que, nos sábados, os sacerdotes quebram a Lei, no
Templo, e não são culpados? Eu afirmo a vocês que o que está aqui é mais
importante do que o Templo. Se vocês soubessem o que as Escrituras Sagradas
querem dizer quando afirmam: "Eu quero que as pessoas sejam bondosas e não
que me ofereçam sacrifícios de animais", vocês não condenariam os que não
têm culpa. Pois o Filho do Homem tem autoridade sobre o sábado.
Os fariseus acusam Jesus de permitir
que seus discípulos violem o sábado colhendo e comendo os grãos de trigo em dia
de sábado. Jesus responde lembrando um fato sobre Davi e seus soldados, relato
em 1Sm 21,2-7. Aparentemente violaram o sábado, pois comeram o pão das ofertas.
Mas, a necessidade anula a proibição. E ao dizer-se mais importante do que o
Templo, Jesus se contrapôs aos chefes, colocando-se, como realmente é, Senhor
da Lei.
2. Meditação (Caminho)
O que o texto diz para mim, hoje?
Sou legalista?
Ou, para mim, a Lei tem sentido
enquanto defende a vida, o bem, o verdadeiro amor?
Disseram os bispos na Conferência de
Aparecida: "A Igreja está convocada a ser "advogada da justiça e
defensora dos pobres" diante das "intoleráveis desigualdades sociais e
econômicas", que "clamam ao céu". Temos muito que oferecer,
visto que "não há dúvida de que a Doutrina Social da Igreja é capaz de
despertar esperança em meio às situações mais difíceis, porque se não há
esperança para os pobres, não haverá para ninguém, nem sequer para os chamados
ricos". A opção preferencial pelos pobres exige que prestemos especial
atenção àqueles profissionais católicos que são responsáveis pelas finanças das
nações, naqueles que fomentam o emprego, nos políticos que devem criar as condições
para o desenvolvimento econômico dos países, a fim de lhes dar orientações
éticas coerentes com sua fé." (DAp 395)
3. Oração (Vida)
O que o texto me leva a dizer a Deus?
Rezo, a Oração da Paz
Senhor,
Fazei-me um instrumento de vossa paz.
Onde houver ódio, que eu leve o amor;
Onde houver ofensa, que eu leve o perdão;
Onde houver discórdia, que eu leve a união;
Onde houver dúvida, que eu leve a fé;
Onde houver erro, que eu leve a verdade;
Onde houver desespero, que eu leve a esperança;
Onde houver tristeza, que eu leve a alegria;
Onde houver trevas, que eu leve a luz.
Ó Mestre,
Fazei que eu procure mais consolar,
que ser consolado;
Compreender, que ser compreendido;
Amar, que ser amado,
Pois é dando que recebe,
É perdoando que se é perdoado,
E é morrendo que se vive para a vida eterna.
4. Contemplação (Vida e Missão)
Qual meu novo olhar a partir da
Palavra?
Meu novo olhar é o olhar e a preocupação da Igreja, com a justiça
social.
Bênção
A bênção do Deus de Sara,
Abraão e Agar,
a bênção do Filho, nascido de Maria,
a bênção do Espírito Santo de amor,
que cuida com carinho,
qual mãe cuida da gente,
esteja sobre todos nós. Amém!
Ir. Patrícia Silva, fsp
patricia.silva@paulinas.com.br
Sugestão: LEITURA ORANTE NAS CARTAS DE PAULO
Ouça pela Rádio 9 de julho AM 1600, o programa Nos passos de Paulo e
faça a Leitura Orante das cartas de Paulo Apóstolo, de 2ª a 6ª feira, das 20 às
21h
Acesse pela internet: http://www.radiosetvs.com/radio9dejulho.html
ou pelo blog: http://www.nospassosdepaulo.com.br/
Oração
Final
Pai
Santo, ensina-nos o caminho da misericórdia – mais do que do sacrifício – para
que, com todos os irmãos que nos deste para peregrinar neste planeta-jardim,
nós nos sintamos, desde já, mergulhados nos sinais do teu Reino de Amor. Pelo
Cristo Jesus, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.

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