
João Damasceno ainda jovem e ajudante do pai gozava de muitos privilégios financeiros, mas ao crescer no amor ao Cristo pobre, deu atenção a Palavra que mostra a dificuldade dos ricos (apegados) para entrarem no Reino dos Céus. Assim, num impulso para a santidade, renunciou todos os bens e deu aos pobres. Preferiu São João uma vida de maus tratos ao se entregar as "delícias venenosas" do pecado.
Retirou-se para um convento de São Sabas perto de Jerusalém e passou a viver na humildade, caridade e alegria. Escreveu inúmeras obras tratando de vários assuntos sobre teologia, dogmática, apologética e outros campos que fizeram de São João digno do título de Doutor da Igreja. Com escritos defendeu principalmente a Igreja contra os iconoclastas, que condenavam o uso de imagens nas Igrejas.
Certa vez, os hereges prenderam São João e cortaram-lhe a mão direita a fim de não mais escrever, mas por intervenção de Nossa Senhora foi curado. Seu amor a Mãe de Jesus foi tão concreto que foi São João quem tornou presente a doutrina sobre a Imaculada Conceição, Maternidade divina, Virgindade perpétua e Assunção de corpo e alma de Maria. Este filho predileto da Mãe faleceu em 749, quase centenário.
Foi declarado Doutor da Igreja pelo Papa Leão XIII em 1890.
São João Damasceno, rogai por nós!
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São João Damasceno

São João Damasceno
675-749
675-749
João Damasceno é considerado o último dos santos
Padres orientais da Igreja, antes que o Oriente se separasse definitivamente de
Roma, no ano 1054. Uma das grandes figuras do cristianismo, não só da época em
que viveu, mas de todos os tempos, especialmente pela obra teológica que nos
legou.
Seu nome de batismo era João Mansur. Nasceu no seio de uma família árabe cristã
no ano 675, em Damasco, na Síria. Veio daí seu apelido "Damasceno" ou
"de Damasco". Nessa época a cidade já estava dominada pelos árabes muçulmanos,
que acabavam de conquistar, também, a Palestina. No início da ocupação, ainda
se permitia alguma liberdade de culto e organização dos cristãos, dessa forma o
convívio entre as duas religiões era até possível. A família dos Mansur ocupava
altos postos no governo da cidade, sob a administração do califa muçulmano,
espécie de prefeito árabe.
Dessa maneira, na juventude, João, culto e brilhante, se tornou amigo do
califa, que depois o nomeou seu conselheiro, com o título de grão-visir de
Damasco. Mas como era, ao mesmo tempo, um cristão reto e intransigente com a
verdadeira doutrina, logo preferiu se retirar na Palestina. Foi ordenado
sacerdote e ingressou na comunidade religiosa de São Sabas, e desde então viveu
na penitência, na solidão, no estudo das Sagradas Escrituras, dedicado à
atividade literária e à pregação.
Saía do convento apenas para pregar na igreja do Santo Sepulcro, para defender
o rigor da doutrina. Suas homilias, depois, eram escritas e distribuídas para
as mais diversas dioceses, o que o fez respeitado no meio do clero e do povo.
Também a convite de João V, bispo de Jerusalém, participou, ao seu lado, no
Concílio ecumênico de Nicéia, defendendo a posição da Igreja contra os hereges
iconoclastas. O valor que passou para a Igreja foi através da santidade de
vida, da humildade e da caridade, que fazia com que o povo já o venerasse como
santo ainda em vida. Além disso, por sua obra escrita, sintetizando os cinco
primeiros séculos de tentativas e esforços de sedimentação do cristianismo.
Suas obras mais importantes são "A fonte da ciência", "A fé
ortodoxa", "Sacra paralela" e "Orações sobre as imagens
sagradas", onde defende o culto das imagens nas igrejas, contra o conceito
dos iconoclastas. Por causa desse livro, João Damasceno foi muito perseguido e
até preso pelos hereges. Até mesmo o califa foi induzido a acreditar que João
Damasceno conspirava, junto com os cristãos, contra ele. Mandou prendê-lo a
aplicar-lhe a lei muçulmana: sua mão direita foi decepada, para que não
escrevesse mais.
Mas pela fé e devoção que dedicava à Virgem Maria tanto rezou que a Mãe
recolocou a mão no lugar e ele ficou curado. E foram inúmeras orações, hinos,
poesias e homilias que dedicou, especialmente, a Nossa Senhora. Através de sua
obra teológica foi ele quem deu início à teologia mariana. Morreu no ano 749,
segundo a tradição, no Mosteiro de São Sabas. Tão importante foi sua
contribuição para a Igreja que o papa Leão XIII o proclamou doutor da Igreja e
os críticos e teólogos o declararam "são Tomás do Oriente". Sua
celebração, no novo calendário litúrgico da Igreja, ocorre no dia 4 de
dezembro.
São João Damasceno, Doutor da Igreja
São João Damasceno, o primeiro da
longa fila de aristotélicos cristãos, foi também um dos dois grandes poetas da
Igreja oriental. O santo passou sua vida inteira sob o governo de uma califa
maometano e este fato mostra o estranho caso de um Padre da Igreja cristã,
protegido das vinganças de um imperador, cujas heresias podia atacar
impunemente, já que vivia sob o governo muçulmano. Foi um dos maiores e fortes
defensores do culto das sagradas imagens na amarga época da controvérsia
iconoclasta. Como escritor teológico e filósofo, não tentou nunca ser original
já que seu trabalho se reduziu apenas em compilar e pôr em ordem o que seus predecessores
tinham escrito.
Apesar de sua formação teológica, não parece ter considerado a
princípio, outra carreira a não ser a de seu pai, Chefe do departamento de
arrecadação de impostos, a quem ensinou seu ofício. Na corte podia levar
livremente uma vida cristã e aí se fez notável por suas virtudes e
especialmente por sua humildade. Entretanto, o santo renunciou a seu ofício e
se foi de monge à "a Laura" de São Sabas, lugar onde escreveu suas
primeiras obras contra os iconoclastas, compôs hinos e poemas. O resto de sua
vida a passou escrevendo teologia e poesia em São Sabas, onde morreu na uma
idade avançada.
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