ANO C

Mt 13,1-9
Comentário do
Evangelho
Deus confia na humanidade
A parábola do semeador, para transmitir sua
mensagem, descreve uma atividade muito comum em Israel: a semeadura. O
agricultor semeia para poder colher (ver: Is 55,10-11), e da sua colheita
depende a sua vida e a de toda a sua família. Qualquer agricultor, depois de
semear, fica preocupado com o crescimento da semente, e se a produção
corresponderá ao esforço empreendido. A parábola mostra que o insucesso da
semeadura é uma realidade para quem planta.
Não obstante, a esperança move sempre o
agricultor: ele sabe, quando semeia, que há um terreno produtivo, uma terra
boa, que não lhe decepcionará. O agricultor confia na sua terra, na sua
semente. Se não houvesse essa confiança, ele iria para um outro lugar. O
sentido para o ouvinte e para o leitor é este: se Deus envia o semeador para
semear a boa semente é porque ele confia na terra e na humanidade: “Deus amou
tanto o mundo que enviou o seu Filho único…” (Jo 3,16).
Deus semeia e sabe que a terra, não obstante
tantas dificuldades, produzirá fruto. A parábola nos ensina, em primeiro lugar,
algo sobre Deus: Deus confia na humanidade, e é esta fé de Deus em nós que
alimenta nossa esperança e move nosso empenho em receber generosamente sua
Palavra. Outro aspecto importante: o crescimento da semente depende de um
processo, de tempo, para produzir seus frutos.
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, dá-me ouvidos dóceis que me coloquem em
comunhão com Jesus, de modo que eu possa deixar-me instruir e me transformar
por ele.
Fonte: Paulinas em 24/07/2013
Vivendo a Palavra
A nossa palavra é, quase sempre, dirigida a
alguém ou a alguns. É semeadura seletiva. O testemunho de vida que damos é como
aquele semeador que saiu a semear, indiferente da natureza do campo que acolhia
sua semente. Todos os irmãos podem nos ver, buscando o Caminho, a Verdade
e a Vida. Se o terreno for favorável, a semente germinará e dará muitos frutos.
Fonte: Arquidiocese BH em 24/07/2013
Reflexão
Jesus começa a ensinar por meio de parábolas.
Então perguntamos: o que de fato é necessário para que possamos entender as
parábolas de Jesus? Para respondermos a esta pergunta, precisamos fazer outra:
Por que Jesus ensina em parábolas? Respondendo a esta pergunta entendemos o
significado da ação de Jesus em ensinar em parábolas. A parábola parte de uma
situação da vida para mostrar os valores do Evangelho e isso nos mostra que os
valores evangélicos são para serem vividos e não simplesmente entendidos. Portanto,
não é quem teoriza a fé que entende as parábolas, mas quem vive a fé. O que é
necessário para entender as parábolas de Jesus? A resposta é: unir a fé à vida.
Fonte: CNBB em 24/07/2013
Reflexão
Contar
parábolas era um recurso pedagógico de que Jesus se servia com frequência, para
falar do Reino de Deus. Em todos os tempos e lugares, as histórias, os
testemunhos edificantes sempre penetraram mais facilmente na alma do povo. A
parábola do semeador descreve o dinamismo da palavra proclamada, as
dificuldades que encontra em seu desenvolvimento, o êxito final. É possível que
as multidões logo tenham entendido que Jesus fazia referência à Palavra de Deus
espalhada abundantemente por toda parte. A Palavra (semente) era de boa
qualidade, mas os resultados dependeriam do modo como seria ouvida e acolhida.
“Quem tiver ouvidos, ouça!” concluía Jesus. Ouça a Palavra de Deus e deixe-se
penetrar e transformar por ela, para dar frutos na sociedade. Nada de ouvintes
superficiais.
(Dia a dia com o Evangelho 2019 - Pe. Luiz Miguel
Duarte, ssp)
Meditação
Meu coração é sempre bom terreno para acolher a
semente do bem? - A semente da Fé foi colocada em meu coração no Batismo. Tem
crescido sempre? - Procuro ouvir a Palavra de Deus para fazer crescer minha Fé?
- A semente da Graça de Deus cai sempre em meu coração? - Crio condições para
que a Graça de Deus possa frutificar?
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
Fonte: a12 - Santuário em 24/07/2013
Meditando o evangelho
A SORTE DA SEMENTE
Dispostos a se tornarem servidores do Reino, os discípulos não deveriam
pensar que só encontrariam sucesso pela frente. Era preciso ser realista e, de
antemão, dar-se conta da dinâmica do Reino. O sucesso, sem dúvida, viria, porém
em meio a perdas e fracassos.
O processo de semeadura serviu para ilustrar este aspecto do Reino. O
semeador, segundo o costume da época, lançava a semente ao deus-dará. Umas
caíam à beira do caminho, outras, em terreno pedregoso, outras, no meio de
espinhos. A condição precária do terreno impedia que a semente desse frutos.
Talvez chegasse a germinar e tentar crescer. Sua sorte, porém, era murchar e
morrer. Só uma pequena porção de semente caía em terreno fértil e chegava a
frutificar. Mesmo assim, a colheita variava na base de cem, sessenta e trinta
por um.
Nem por isso o semeador deixava de semear. Embora soubesse que boa parte
da semente haveria de se perder, valia a pena continuar semeando.
O discípulo do Reino, como o semeador, não pode deixar de semear a
semente da Palavra de Deus, mesmo sabendo que seu trabalho não frutificará cem
por cento. Ele deve contar com a perda inevitável e se contentar com o que for
produzido de bom, embora seja pouco.
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo
Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da
FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total).
Oração
Senhor Jesus, ajuda-me a não desanimar na tarefa de semear tua Palavra,
mesmo contando com perdas e fracassos.
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. A boa semente
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo
Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim
– SP)
Com certeza Jesus passava perto de algum sítio com seus discípulos e viu
um homem semeando seu campo. Naquele tempo não havia tecnologia para a
semeadura, que era feita manualmente. Todos nós, mesmo não sendo agricultores,
sabemos que, para que uma semente possa desenvolver-se é necessário que ela
atinja as profundezas da terra, seja esmagada e morra, para que possa brotar.
Certa ocasião Jesus comparou-se a um grão de trigo que tem que passar por esse
processo de permanecer na escuridão e ser esmagado, referindo-se à sua
ressurreição.
Podemos aplicar o mesmo raciocínio em relação a esta Parábola do
Semeador. Quando não se está disposto a morrer interiormente, mediante a
Palavra Escutada e Meditada, ocorrem as situações que Jesus exemplifica nesta
parábola. As sementes que caíram ao longo do caminho eram boas e poderiam
produzir, mas não foram recolhidas, são os recados que em nosso dia a dia Deus
nos dá, através de acontecimentos do quotidiano, ou pessoas com quem nos
relacionamos, como não foi anunciada de um presbitério ou púlpito, não damos
muito crédito, foi á beira do caminho, não demos tanto valor ou importância e
os pássaros comeram tudo.
Outra parte caiu em solo pedregoso, uma vez eu estava em meio a uma
torcida, vi alguém ser solidário a uma pessoa que não estava bem, inclusive
abandonou a arquibancada para acompanhar o outro. Deus falou forte naquele
momento, mas como eu iria adivinhar que Deus me falaria no meio da torcida do
time da minha cidade, que disputava um título importante em uma das divisões do
Campeonato Paulista? O solo era pedregoso, até dei atenção ao fato, achei
maravilhoso, porém, minhas atenções logo voltaram para a partida e a Palavra
não frutificou.
Outras sementes caíram entre os espinhos, estas não têm nenhuma chance
de frutificar. Contou-me um jovem, que estava em uma balada onde rolava droga
pesada, promiscuidade e até certas manifestações satânicas de um elemento da
Banda que animava o evento. Em meio aquela balbúrdia surgiu uma jovem que ele
não conhecia, mostrou-lhe no peito um crucifixo e cantou aos seus ouvidos “No
peito eu trago uma cruz, no meu coração o que disse Jesus”. Ele ficara
perplexo, a jovem sumiu em meio à multidão. Tentou procurá-la, mas foi inútil.
Logo a sua patota o arrastou para o “delírio”. A sua conversão ocorreu muito
tempo depois em um retiro de carnaval onde ele lembrou-se que Deus lhe falara
em meio a uma Balada, mas os “espinhos” a sufocaram.
A conclusão a que chegamos é bem simples: as sementes em si são ótimas,
mas elas são semeadas em todo tipo de terreno e podem sim, frutificar, se
soubermos acolhê-la, independente do ambiente onde estamos pois, se Deus só
semeasse as sementes em terra boa e fértil, a Salvação não seria
universal. Há sementes que caem em terra boa. São as nossas comunidades, local
propício para a semeadura, entretanto, a produção é diversificada, uns rendem
cem por cento, outros sessenta e outros trinta. Deus não é um empreendedor que
exige retorno total do seu investimento. Ele tem infinita paciência e misericórdia
e mínima abertura e atenção que dermos á sua Palavra, estaremos em comunhão com
Ele e Ele fará maravilhas em nós.
2. Ouça!
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva,
‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)
O segundo sermão de Jesus no Evangelho de São Mateus é formado por sete
parábolas. A primeira é a do semeador. Ele sai a semear a Palavra de Deus e
esta vai caindo em diversos tipos de terra, que são o coração humano. Cai na
beira do caminho, no coração que não a entende; cai no meio de pedras e fica na
superfície, onde qualquer dificuldade é suficiente para provocar desistência;
cai entre espinhos, que são as preocupações com as coisas deste mundo e o
desejo de riquezas. A Palavra é sufocada e não produz nada. O semeador, porém,
vai caminhando, vencendo obstáculos sem desistir, até encontrar terra boa,
coração aberto que acolhe a Palavra e a entende. O coração não é de pedra. É
coração de gente, terra boa, que produz frutos. O solo não é todo igual, mas o
que importa é que está produzindo cem, sessenta ou trinta, graças ao trabalho
do semeador que saiu para semear e não voltou atrás. Perseverou e encontrou
terra boa. A Palavra não volta a Deus sem ter produzido algum fruto.
HOMILIA DIÁRIA
Tenho cuidado com a Palavra de Deus na minha
vida?
Pare um pouquinho hoje para
meditar: qual é o cuidado que você está tendo com a Palavra de Deus na sua vida?
Eu quero fazer parte e convidar você a também
fazer parte dessa multidão que se reúne em torno de Jesus para escutar a Sua
Palavra.
A Palavra de Jesus é poderosa. Ela tem o poder de
transformar a nossa vida. Agora, assim como hoje na parábola do semeador, eu
preciso ver de que maneira essa Palavra – essa semente maravilhosa e poderosa
que é a Palavra do Senhor – está caindo no meu coração e na minha vida.
De que maneira eu estou permitindo que essa
Palavra seja frutífera dentro de mim? Porque parte da semente cai à beira do
caminho, os passarinhos vêm e a comem. Quando nos deixamos distrair e não damos
a atenção que a Palavra merece, os “pássaros” da vida, as distrações da vida,
roubam a riqueza dessa Palavra em nosso coração.
Pode ser que o nosso coração esteja fechado como
um terreno pedregoso, e se eu estou machucado pelas situações da vida, essa
Palavra então também não produzirá frutos na minha vida. Mas, ao mesmo tempo,
se eu deixo que essa Palavra caia num terreno profundo, mas eu não rego, não
cuido, sobretudo, não deixo entrar na essência da minha vida, nas coisas mais
profundas do meu ser, essa Palavra é até vigorosa em mim, mas com o tempo o “sol”,
as tentações, as dificuldades, as preocupações da vida vão fazendo essa Palavra
sucumbir dentro de mim.
Pare um pouquinho hoje para meditar: qual é o
cuidado que você está tendo com a Palavra de Deus na sua vida?
As agitações não estão roubando essa Palavra? As
preocupações exageradas, o excesso de coisas que temos de fazer aqui e ali não
estão tirando a força dessa Palavra de Deus na nossa vida?
Quando eu me abro, quando levo a Palavra de Deus
a sério, quando permito que essa Palavra meditada, ruminada entre dentro de
mim, ela tem um poder transformador. Ela produz frutos: dez, vinte, cinquenta,
cem por cento mais dentro de mim. Onde ontem eu poderia estar com raiva,
magoado, mas se eu deixei essa Palavra entrar dentro de mim ela tira aquilo que
é negativo: a raiva, o ressentimento, a mágoa.
Eu quero que hoje essa Palavra transformadora de
Deus produza muitos frutos na minha, na sua, na nossa vida.
Que Deus abençoe você
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista
e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 24/07/2013
Oração Final
Pai Santo, tira de nós qualquer intenção de
discriminar irmãos. Que a nossa vida mostre a todos que nos vejam o esforço que
fazemos para seguir Jesus de Nazaré, acolhendo, desde agora, os sinais do teu
Reinado de Amor, já presente na nossa história. Pelo mesmo Cristo Jesus, teu
Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 24/07/2013

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