18 de Maio de
2014
ANO A

Jo 14,1-12
Comentário do
Evangelho
O que a falta de fé pode fazer
na vida do discípulo...
Toda a liturgia da palavra deste quinto domingo da Páscoa
repousa sobre a preocupação com a unidade da comunidade, depois da morte e
ressurreição do Senhor. A unidade e a comunhão dos discípulos são sinais e, ao
mesmo tempo, frutos da presença de Jesus Cristo ressuscitado dos mortos. No
caso do início do capítulo 6 dos Atos dos Apóstolos, a unidade da comunidade é
ameaçada pelo aumento do número dos que aderiam à fé em Jesus Cristo. Com esse
aumento, começou a haver uma contenda entre dois grupos: os cristãos
convertidos do judaísmo e os cristãos convertidos do paganismo. Quando cresce o
número de pessoas, quando aumenta a diversidade, inclusive cultural, a
comunidade pode apresentar seu ponto de fragilidade e necessita de atenção. O
problema é que as viúvas dos gregos não eram assistidas em suas carências. Os
Doze não dão mais conta de todo trabalho a ser feito e de socorrer todas as
necessidades. É preciso que eles permaneçam fiéis ao seu ministério específico
(v. 4), suscitando e verificando os diferentes carismas de serviço presentes na
comunidade, e colocando-os a serviço do bem de todos. A proposta e a escolha
dos “sete” (vv. 3.5) foram a solução para aquele problema específico da
comunidade.
Há outras ameaças à unidade da comunidade: a
tristeza, a desilusão, a frustração. O capítulo 14 de João é a continuação do
discurso de despedida de Jesus no contexto da última ceia. O anúncio da paixão
e morte desconcerta os discípulos, na linguagem do próprio evangelho,
“perturba”, agita. A preocupação de Jesus nesse discurso é com essa situação
dos discípulos. A preocupação é com o que a falta de fé pode fazer na vida do
discípulo decepcionado, frustrado, perturbado. A falta de fé fez e faz os
discípulos abandonarem o Senhor e a própria comunidade. Por isso, o início do
trecho de hoje do evangelho é um convite à fé (v. 1). O apoio da vida em Deus é
o que sustenta o discípulo ante o desfecho dramático da existência terrena de
Jesus. É a fé que permite ver um sentido em todas as coisas, até mesmo nas mais
trágicas situações da nossa história, da história de Jesus que “passou por este
mundo fazendo o bem”. A fé é que permitirá, mais tarde, sentir a morte de Jesus
como lugar a partir do qual brilha a Glória de Deus.
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, não deixes que jamais o medo tome
conta de meu coração, a ponto de impedir-me de caminhar rumo à tua casa, pelo
caminho aberto por teu Filho Jesus.
Vivendo a Palavra
O Espírito Santo nos faz ver: ver o Filho,
enviado pelo Pai, encarnado em Jesus de Nazaré. E o mesmo Espírito nos dá a
certeza de que tudo é possível para aquele que acredita. Abramos o coração para
acolher os irmãos de caminhada e, certamente, junto com eles, virão até nós o
Pai, o Filho e o Espírito Santo.
Recadinho

Jesus
é a verdade. Você está caminhando na verdade? - Jesus é a vida. Você vive nesta
vida? Exemplifique. Jesus é o caminho. Você segue por este caminho para
encontrar o Pai? - Suas obras testemunham esta realidade?
Padre Geraldo
Rodrigues, C.Ss.R
http://www.a12.com/santuario-nacional/santuario-virtual/evangelho-do-dia/18/05/2014
Comentário do Evangelho
NÃO SE PERTURBEM!
A Voz do Pastor - 5º
Domingo da Páscoa -- Domingo 18/05/2014
HOMILIA
Comentário do Evangelho
NÃO SE PERTURBEM!
O imperativo de Jesus – "Que o coração de
vocês não se perturbe!" – sublinha a situação dos discípulos, tomados de
medo, quando o Mestre anunciou-lhes estar próxima a sua partida. O medo está na
raiz da imobilidade. Os medrosos recusam-se a agir e a buscar vias de saída.
São levados a esconder-se, a fugir, a evitar o confronto com a realidade.
Era
preciso reverter, urgentemente, o sentimento que despontava no coração dos
discípulos. Eles já começavam a apavorar-se diante do que lhes estava sendo
revelado. As palavras do Mestre havia-os pego de surpresa, pois não percebiam
para onde estavam sendo conduzidos. Por conseguinte, foram tomados de pavor
quando perceberam o que efetivamente se lhes descortinava no horizonte.
No
mundo bíblico, o coração é carregado de simbolismo. É considerado como a sede
dos sentimentos, do desejo, da razão, da decisão da vontade. Portanto, o centro
da ação dos discípulos é que se encontrava afetado. Daí o risco de ficarem
reduzidos à inatividade. Com o coração perturbado, sentiam-se incapazes de agir.
Só
havia um caminho para superar o medo: dar crédito à palavra de Jesus. Sua morte
deveria ser entendida como etapa do processo de preparação de um lugar para os
discípulos, na casa do Pai. Se quisessem viver a comunhão plena com Jesus e o
Pai, seria necessário lançar-se à ação. E o "Caminho" já lhes havia
sido indicado!
Oração
Pai, não deixes que jamais
o medo tome conta de meu coração, a ponto de impedir-me de caminhar rumo à tua
casa, pelo caminho aberto por teu Filho Jesus.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório –
Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado
neste Portal a cada mês)
Oração
Ó Deus, Pai de bondade,
que nos redimistes e adotastes como filhos e filhas, concedei aos que crêem em
Cristo a liberdade verdadeira e a herança eterna. Por Nosso Senhor Jesus
Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
REFLEXÕES DE HOJE

DIA 18 DE MAIO – DOMINGO
http://homiliadominical2.blogspot.com.br/
18 de maio – 5º DOMINGO DA PÁSCOA
Por Pe. Johan Konings, sj
I. INTRODUÇÃO GERAL
A liturgia de hoje
deve ser contemplada à luz da leitura evangélica, tomada de João. Essa leitura,
junto com o prólogo de João, fornece, como veremos, a chave da mensagem do
Quarto Evangelho: a manifestação de Deus em Jesus Cristo. Por outro lado, a
primeira e a segunda leituras dirigem nosso olhar para a comunidade nascida da
fé em Jesus, a Igreja. Por isso, a dinâmica da homilia poderá desdobrar-se na
ordem inversa das leituras, pois o que o evangelho faz entrever é a base
daquilo que as leituras evocam.
II. COMENTÁRIO DOS TEXTOS BÍBLICOS
1. I leitura (At 6,1-7)
A primeira leitura
continua a narração dos primórdios da jovem comunidade nos tempos depois da
Páscoa e Pentecostes. A caridade cria novas tarefas, porque o crescimento da
comunidade tinha trazido um novo problema. Além dos convertidos do judaísmo
tradicional de Jerusalém, entraram convertidos do “judeu-helenismo”, judeus
helenizados, que viveram nas cidades comerciais do Mediterrâneo, ou pagãos
convertidos, prosélitos, que tinham aderido ao judaísmo e agora passavam à
comunidade cristã. A entrada dessas pessoas, que não pertenciam aos clãs
tradicionais, tornou necessário um novo serviço na comunidade: a organização da
assistência às viúvas desse grupo e do “ministério dos pobres” em geral, ao
lado dos apóstolos, que serão em primeiro lugar servidores da Palavra e
fundadores de comunidades.
2. II leitura (1Pd 2,4-9)
A segunda leitura
casa bem com a primeira. Fala do mistério da Igreja, templo de pedras vivas,
sustentadas pela pedra de arrimo que é Jesus Cristo, “pedra angular rejeitada
pelos construtores” (1Pd 2,7; cf. o salmo pascal, Sl 118[117],22). Em 1Pd 2,9,
a Igreja é chamada pelo título por excelência do povo de Israel segundo Ex
19,6, “sacerdócio régio”, sacerdócio do Reino. Assim como o povo de Israel foi
escolhido por Deus para celebrar a sua presença no meio das nações, assim a
Igreja é o povo sacerdotal, escolhido por Deus para santificar o mundo. Ela é
chamada a ser o “sacramento do Reino”, sinal e primeira realização do Reino no
mundo. Com essas imagens, Pedro destaca a dignidade e responsabilidade dos que
receberam o batismo na noite pascal. Graças ao Concílio Vaticano II,
valorizamos agora melhor esse sacerdócio dos fiéis, que designa a
santificação do mundo como vocação do povo de Deus como tal, isto é,
de todos os que podem ser chamados de “leigos” (em grego, laós = povo;
nesse sentido, também os membros da hierarquia são “leigos”!). Como o sacerdote
santifica a oferenda, assim todos os que levam o nome cristão devem santificar
o mundo pelo exercício responsável de sua vocação específica, na vida
profissional, no empenho pela transformação da sociedade, na humanização, na
cultura etc. Tal “sacerdócio dos fiéis” não entra em concorrência com o
sacerdócio ministerial, pois este é o serviço (“ministério”) de santificação
dentro da comunidade eclesial, aquele é a missão santificadora da Igreja no
mundo, como tal. O sacerdócio dos fiéis significa que a Igreja, como
comunidade, e todos os fiéis pessoalmente, em virtude de seu batismo, recebem a
missão de santificar o mundo, continuando a obra de Cristo.
3. Evangelho (Jo 14,1-12)
No domingo passado,
Cristo foi chamado a “porta das ovelhas”. No evangelho de hoje,
vemos com maior clareza por que Cristo é o acesso ao Pai: Caminho, Verdade e
Vida. O sentido desses três termos, que constituem uma unidade (o Caminho da
Verdade e da Vida), é apresentado mediante pequena encenação. Jesus inicia sua
despedida (Jo 13,31-17,26) dizendo que sua partida é necessária: ele vai
preparar um lugar para seus discípulos. Quando Jesus sugere que eles conhecem o
caminho, Tomé, o cético, responde que não o conhecem. Então, Jesus explica que
ele mesmo é o caminho da Verdade e da Vida, o caminho pelo qual se chega ao
Pai. Na Bíblia, caminho e caminhar significam muitas vezes o modo de proceder.
O caminho ou caminhar reto é o que hoje chamaríamos de moral ou virtude.
Portanto, se Jesus chama a si mesmo de caminho, não se trata de algo teórico,
uma doutrina, mas de um modo de viver. É vivendo como Jesus viveu que
conhecemos o seu caminho e encontramos a vida e a verdade às quais ele nos
conduz (v. 6a). Se, pois, ele diz que ninguém vai ao Pai senão por ele (v. 6b),
não está proclamando uma ortodoxia que exclui os que não confessam o mesmo
credo, mas dá a entender que os que chegam ao conhecimento/experiência de Deus
são os que praticam o que ele, em plenitude, praticou: o amor e a fidelidade
até o fim. E isso pode acontecer até fora do credo cristão.
Depois da pergunta
de Tomé, temos a pergunta de Filipe: “Mostra-nos o Pai, isso nos basta” (Jo
14,8). Ora, qualquer judeu piedoso, qualquer pessoa piedosa, quer conhecer Deus
– que Jesus costuma chamar de Pai. Porém, diz João no prólogo de seu evangelho,
ninguém jamais viu a Deus (Jo 1,18). Agora, Jesus explica a Filipe: “Quem me
viu, viu o Pai”. Nesse momento, quando (segundo a contagem judaica) já se
iniciou o dia de entregar a vida por amor até o fim, Jesus revela que, nele,
contemplamos Deus. Nosso perguntar encontra nele resposta; nosso espírito,
verdade; nossa angústia, a fonte da vida. Nesse sentido, ele mesmo é o caminho
que nos conduz ao Pai e, ao mesmo tempo, a Verdade e a Vida que se tornam
acessíveis para nós. “O Unigênito, que é Deus e que está no seio do Pai, no-lo
fez conhecer” (Jo 1,18). Jesus não falou assim quando realizava seus “sinais”:
o vinho de Caná, o pão para a multidão, nem mesmo a cura do cego ou a
revivificação de Lázaro. Pois o sentido último para o qual a atuação de Jesus
apontava não era fornecer vinho ou pão, ou substituir um médico ou curandeiro,
mas manifestar o amor do Pai, o Deus-Amor.
Trata-se de ver a
Deus em Jesus Cristo na hora de sua entrega por amor. Para saber como é Deus, o
Absoluto da nossa vida, não precisamos contemplar outra coisa senão a
existência de Jesus de Nazaré, “existência para os outros”, na qual Deus
imprimiu seu selo de garantia, no coroamento que é a ressurreição. Muitas
vezes, tentamos primeiro imaginar Deus para depois projetar em Jesus algo de
divino (geralmente, algo de bem pouco humano…). Devemos fazer o contrário:
olhar para Jesus de Nazaré, para sua vida, para sua palavra e sua morte, e
depois dizer: assim é Deus – isso nos basta (cf. Jo 14,8-9). E isso é possível
porque Jesus, trilhando até o fim o caminho que ele mesmo é, assumindo ser a
“graça e a verdade” (Jo 1,14), o amor e a fidelidade de Deus até o fim, mostra
Deus assim como ele é, pois “Deus é amor”, diz o mesmo João em sua primeira
carta (1Jo 4,8.16). Podemos dizer, com Paulo, que Jesus é o rosto do Pai, a
perfeita imagem dele (cf. Cl 1,15). Assim como Jesus procede, Deus é. Ele está
no Pai e o Pai está nele (Jo 14,11), e quem a ele se une fará o que ele fez, e
mais ainda, agora que ele se vai para junto do Pai (14,12) e deixa, por assim
dizer, o campo aberto para a ação dos que creem nele, animados pelo
Espírito-Paráclito (14,13-17, continuação do texto de hoje).
III. DICAS PARA REFLEXÃO:
A manifestação de Deus-Amor em Cristo e em sua comunidade
Para o cristão, o
gesto de amor e fidelidade de Jesus até o fim é a suprema revelação de Deus.
Não podemos, nesta existência terrena, conhecer a Deus em si. Ele é “o além de
nossos horizontes”. Mas ele se manifesta a nós no justo e santo, aquele que faz
sua vontade e lhe pertence por excelência, Jesus de Nazaré. Mais exatamente:
quando este, “na carne” (cf. 1Jo 4,2), leva a termo o amor e a fidelidade (“a
graça e a verdade”, Jo 1,14), os traços fundamentais de Deus já manifestados no
seu agir em relação a Israel (veja, por exemplo, Ex 34,6). Jesus, Palavra de
Deus “acontecendo em carne” (cf. Jo 1,14), não se limita a um só povo. Toda a
carne humana é assumida nesse homem, que vive o amor e a fidelidade de Deus até
o fim, de modo que o que se pode dizer de Deus é isto: “Deus é amor”. Amor que
ama primeiro e é conhecido em Jesus, mas também quando amamos nossos irmãos
(1Jo 4,10-12).
Aí entra o
pensamento acerca da comunidade eclesial, que constitui o segundo grande tema
deste domingo. Como Cristo encarnou o que Deus fundamentalmente significa para
a humanidade – amor radical –, sua comunidade é chamada a manifestar essa mesma
realidade de Deus ao mundo. Aí está sua santa vocação, seu sacerdócio, de que
participam todos os que foram batizados em Cristo (e, assim, no Pai e no
Espírito). Ser cristão não é simplesmente proclamar um credo ou pertencer a uma
instituição, mas encarnar o Deus-Amor trilhando o “caminho” que é Jesus.
Pe. Johan Konings, sj
Nascido na Bélgica,
reside há muitos anos no Brasil, onde leciona desde 1972. É doutor em Teologia
e mestre em Filosofia e em Filologia Bíblica pela Universidade Católica de
Lovaina. Atualmente é professor de Exegese Bíblica na Faje, em Belo Horizonte.
Dedica-se principalmente aos seguintes assuntos: Bíblia – Antigo e Novo
Testamento (tradução), evangelhos (especialmente o de João) e hermenêutica
bíblica. Entre outras obras, publicou: Descobrir a Bíblia a partir da liturgia;
A Palavra se fez livro; Liturgia dominical: mistério de Cristo e formação dos
fiéis – anos A-B-C; Ser cristão; Evangelho segundo João: amor e fidelidade; A
Bíblia nas suas origens e hoje; Sinopse dos Evangelhos de Mateus, Marcos e
Lucas e da “Fonte Q”.
18 de maio: 5º Domingo
da Páscoa
O VERDADEIRO CAMINHO PARA A VIDA
A liturgia deste domingo do tempo pascal nos recorda que Jesus,
ressuscitado, está presente em nosso meio como caminho, verdade e vida. A
promessa de Jesus, de que vai nos preparar um lugar, vem junto com a afirmação
de que na casa do Pai há muitas moradas.
Não há nenhum motivo para nos preocupar, portanto, questionando se na
casa haverá um quarto desocupado para nós. Jesus nos mostra – lembremo-nos –
que Deus mora onde mora o amor, e o amor de Deus não conhece limites.
O lugar que Jesus nos está preparando junto do Pai não será, pois,
nosso próprio coração, já que somos morada do Espírito Santo?
Faz então todo o sentido o Mestre se apresentar como o caminho, a
verdade e a vida. Jesus não é um mestre que ensina fórmulas. Ele se apresenta e
ensina com um modo de ser e agir, acolhendo os necessitados e sendo
misericordioso com os sofredores. Seu caminho é o caminho até a cruz da doação
total, o caminho que chega à ressurreição e ao próprio Pai. Suas palavras e
ações revelam sua fidelidade à missão que o Pai lhe confiara, e aí está a
verdade, na sua fidelidade ao Pai. A vida que ele oferece pela vida do mundo
nos alimenta na caminhada e traz de volta a dignidade de filhos e filhas de
Deus.
Em outras palavras, Jesus ressuscitado é o verdadeiro caminho para a
vida ou o caminho de fidelidade que leva à vida. Para chegar ao Pai, é preciso
passar por Jesus, segui-lo no caminho que ele seguiu, assimilando sua vida e
seu modo de ser, até que ele seja de fato o nosso caminho para a vida plena de
Deus.
Ressuscitado, o Senhor continua conosco, preparando-nos um lugar. Somos
morada do seu Espírito, e nos gestos concretos e decisões do dia a dia
permitimos que ele transforme nosso coração. O amor que vivemos, as comunidades
de fé que formamos são a antecipação da morada eterna, onde Deus será tudo em
nós.
Pe. Paulo Bazaglia,
SSP
18 de maio – 5º
Domingo da Páscoa
JESUS CAMINHO,
VERDADE E VIDA
O evangelho de hoje
é parte do discurso de despedida de Jesus. As palavras iniciais nos permitem
imaginar a situação da comunidade à qual o evangelista se dirige. Ela parece
estar perturbada, desanimada, desorientada, desesperada. Por isso Jesus lhe
diz: “Não se perturbe o vosso coração. Tendes fé em Deus, tende fé em mim
também”.
Essas palavras de
Jesus valem também para nós hoje, que muitas vezes experimentamos o desânimo,
sem saber por onde ou para onde caminhar. São uma exortação, palavras
verdadeiramente provocantes para todos e cada um de nós. Neste mundo complexo,
nesta realidade plena de desafios, em nossa vida pessoal tantas vezes sofrida,
ferida, cheia de contradições e desafios, o Senhor nos olha, estende-nos as
mãos; abre-nos o coração e nos enche de serenidade e confiança: “Não se
perturbe o vosso coração”.
A fé em Jesus nos
traz serenidade, esperança e conforto. Como discípulos e discípulas, precisamos
proclamar em alta voz nossa fé nele, nossa entrega a ele, a certeza de que pode
dar um sentido à nossa vida. Por isso ele se revela no evangelho como o
caminho, a verdade e a vida. Ninguém vai ao Pai senão por Jesus. É precisamente
neste mundo de tantos caminhos que o Senhor Jesus nos diz: Eu sou o Caminho.
Nestes tempos de tantas “verdades”, ele nos proclama: Eu sou a verdade. Neste
mundo que nos tenta, oferecendo vida onde não há vida verdadeira, Jesus
anuncia: Eu sou a vida.
Jesus se nos
apresenta como aquele que vem de Deus e o único que nos pode revelar de modo
pleno, claro e conclusivo o caminho para Deus. Mais ainda, aquele que é nosso
caminho é também nossa única verdade e nossa única e verdadeira vida. É diante
dele que somos chamados a dar um rumo à nossa existência e à existência da
sociedade, da família, da nossa comunidade, das relações sociais, do mundo. O
papa Bento XVI dizia: “o mundo tem tantas e tantas medidas para avaliar o bem e
o mal, o certo e o errado…” E advertia: “nossa medida é Cristo. Ele é nossa
medida porque é o único caminho, a única verdade, a única vida”.
Somos convidados a
ficar em contato permanente com Jesus caminho, verdade e vida. E é pela oração,
pelos gestos de solidariedade, pela prática do amor que podemos manter esse
contato vital com o Mestre.
Pe. Gilbert Mika Alemick, ssp
5º
Domingo da Páscoa - 18 de maio de 2014
‘’EU SOU O CAMINHO A VERDADE E A VIDA.
NINGUÉM
VAI AO PAI SENÃO POR MIM’’.
Leituras:
Atos 6,1-7;
Salmo 32(33), 1-2. 4-5.18-19 (R.22);
1 Pedro 2,4-9;
João 14,1-12.
Situando-nos brevemente
O Ressuscitado hoje se revela como o
Caminho, a Verdade e a Vida. Perante as inseguranças do seguimento e das
incertezas da estrada, Ele nos alenta em nossa caminhada com sua presença
confortadora. Ele nos mostra o Pai por meio de suas palavras, seus gestos, ou
seja, a pessoa de Jesus revela o Pai.
Sejamos seguidores e seguidoras do
Senhor Ressuscitado. Como povo da aliança selada em Jesus, que fez do novo povo
um ‘’reino de sacerdotes para seu Deus e Pai’’ (Ap. 1,6; cf. 5,9-10),
ofereçamos oblações espirituais e anunciemos os louvores daquele que das trevas
nos chamou à sua admirável luz (cf. 1 Pd 2,4-10). Todos nós, discípulos de
Cristo, perseverando na oração e louvando a Deus (cf. At 2,42-47), ofereçamos a
nós mesmos como hóstias vivas, santas, agradáveis a Deus (cf. Rm 12,1), demos
testemunho de Cristo em toda parte (cf. LG 10). Como Igreja que caminha na
estrada de Jesus, empenhemo-nos a assumir nosso Batismo.
Recordando a Palavra
A leitura do evangelho de João está situada no contexto da despedida de Jesus da comunidade dos
discípulos e discípulas. A morte de Cristo na cruz havia abalado a fé de seus
seguidores. Eles, porém, iluminados pela Páscoa, compreendem as palavras de
Jesus. O sentido de sua entrega total faz renascer a esperança e impele os
discípulos a seguir o caminho pascal, no serviço e no amor incondicional aos
irmãos.
As palavras de Jesus fortalecem a fé e
a confiança dos discípulos: ’’Não se perturbe o vosso coração! Credes em Deus,
crede também em mim (14,1). A partida de Jesus abre o caminho para a vida plena
em Deus: ‘’Na casa de meu Pai há muitas moradas. (...) Vou preparar um lugar
para vós’’ (14,2). A vida de Jesus, doada totalmente pelo bem da humanidade,
prepara um lugar digno para todos viverem como filhos amados do Pai. A adesão à
palavra, manifestada no amor fraterno, proporciona formar uma comunidade de
irmãos, conduzidas pelo Espírito do Ressuscitado. Essa experiência de amor em
Cristo conduz à comunhão com o Pai, na história e na eternidade.
Os discípulos, que haviam compartilhado
a vida com o Mestre, precisam agora acreditar em Jesus ressuscitado como o
caminho para chegar ao Pai. Tomé expressa o anseio da comunidade para conhecer,
de maneira experiencial, o caminho e a mensagem de Jesus: ‘’Como podemos
conhecer o caminho?’’ (14,4). A resposta de Jesus é reveladora: ‘’Eu sou o
caminho, a verdade e a vida. Ninguém vai ao Pai se não por mim’’ (14,6). Jesus
é o caminho que conduz ao Pai, pois ele é a verdade que liberta testemunhada no
amor e na fidelidade até o fim (cf. 1,14; 8,31-32; 18,37-38). Assim, ele é o
caminho da salvação que oferece a vida plena (cf. 1,4; 5,26; 10,10. 28;
11,25-26). Quem segue os passos de Jesus encontra o caminho, a verdade e a vida
em sua Pessoa, que proporciona a experiência de Deus como Pai.
A vida plena está unida ao conhecimento
do Pai, como único Deus verdadeiro e a Cristo, como seu Enviado (cf.17,3). A
pergunta de Filipe: ‘’Senhor, mostra-nos o Pai, isso nos basta’’ (14,8)
manifesta a necessidade do encontro profundo com o Pai através de Cristo. A
resposta de Jesus: ‘’Há tanto tempo estou convosco, e não me conheces? Quem me
viu, tem visto o Pai’’ (14,9) mostra a comunhão perfeita de amor que há entre
ele e o Pai. Jesus revela o rosto do Pai através de sua vida, palavras e ações
salvíficas: Quem me vê, vê aquele que me enviou’’ (12,45). O ver, o acreditar
em Jesus, o Filho, proporcionam a vida eterna (cf. 6,40). Jesus ‘’veio morar
entre nós’’ (1,14), para manifestar o amor predileto pelos excluídos expressam
a bondade e a compaixão do Pai pelo ser humano. Mediante sua doação total por
amor e o dom de seu Espírito, Jesus ensina a viver na comunhão filial com o Pai
e no serviço generoso aos irmãos.
Jesus forma uma unidade perfeita com o
Pai, na vida e na missão: ‘’Eu estou no Pai e o Pai está em mim’’ (14,10. 11;
cf. 10,38). Ele cumpriu plenamente a obra confiada pelo Pai. Como o Mestre
Jesus, os discípulos revelem o Pai através de uma vida centrada no amor
misericordioso. Quem permanece com Jesus está em comunhão com o Pai e realiza
suas obras de amor. O envio do Espírito Santo, sua ação nos discípulos e
discípulas assegura obras maiores (cf.14,12), ou seja, a expansão da obra
salvadora de Jesus. Como continuadores da missão, os seguidores de Cristo
testemunham a unidade entre o Pai e o Filho.
Na primeira leitura dos Atos Apóstolos, o aumento do
número dos discípulos suscita o surgimento de novas lideranças, para superar os
desafios e aprimorar a atuação missionária das comunidades primitivas. Os
cristãos judeus de língua grega (helenistas), com gentios convertidos e
prosélitos, que haviam aderido à comunidade cristã, unem-se aos cristãos judeus
de língua aramaica, convertidos pela pregação de Jesus ou dos apóstolos. A
eleição dos sete diáconos helenistas contribui para abertura e a unidade da
comunidade cristã. A dedicação ‘’a oração e ao serviço da palavra’’ (6,4)
assegura a formação de novas comunidades, a eficácia apostólica e a
transformação social.
O serviço às mesas, a ‘’diaconia’’, é
confiado a pessoas indicadas pela comunidade. Os primeiros sete diáconos,
‘’repletos do Espírito Santo e de sabedoria’’, tornam-se colaboradores dos
apóstolos na evangelização. Seu comprometimento assegura a assistência às
viúvas desamparadas, representantes dos pobres e excluídos. Os diáconos se
dedicavam também ao anúncio do evangelho e à administração do sacramento do
Batismo (cf.At 8,4ss). Os apóstolos ‘’oraram e impuseram as mãos sobre eles’’
(At 6,6), demonstrando que o serviço do amor ao próximo deve ser exercido de
forma comunitária e ordenado. O dinamismo do Espírito, a força da oração e da
palavra de Deus proporciona o crescimento das comunidades, multiplica o número
dos discípulos que aderem à fé em Cristo (cf. 6,7).
O salmo 32 (33) convida a
louvar o Senhor ao som de instrumentos musicais, a cantar um cântico novo de
alegria e júbilo. O Senhor manifesta sua bondade e sua fidelidade na criação do
universo e na caminhada de libertação do povo. Sua palavra realiza a verdade, o
direito, a justiça. Seu olhar pousa sobre os que confiam e esperam em seu amor.
Jesus Cristo, a Palavra criadora e eterna do Pai, veio morar entre nós para
cumprir plenamente o plano de salvação.
Na segunda leitura da primeira carta de
Pedro, a
comunidade eclesial, templo de pedras vivas, é sustentada por Jesus Cristo, ‘’a
pedra que os construtores rejeitaram (e que) tornou-se a pedra angular’’ (2,7;
cf. Sl 117 {118}, 22). Os cristãos, unidos a Jesus Cristo, pelo Batismo,
participam de sua vida, morte salvífica e ressurreição e tornam-se pedras vivas
na construção de um mundo melhor. A missão batismal é ressaltada por meio das
expressões: ‘’a gente escolhida, o sacerdócio régio, a nação santa, o povo que
ele adquiriu’’ (2,9). Essas imagens remetem à comunidade da aliança (cf. Ex
19,5-6), ao compromisso de Israel, o povo escolhido e formado por Deus para
anunciar o louvor (cf. Is 43,20-21).
Os cristãos, como pedras vivas da
comunidade solidificada em Cristo e no alicerce dos apóstolos (cf. Ef 2,19-22),
formam um povo sacerdotal, chamado a exercer a missão santificadora no mundo.
Como comunidade da nova aliança, eles não precisam oferecer sacrifícios de
animais, para expressar a comunhão com Deus, pois foram libertados pela entrega
total de Cristo por amor. Unidos a Jesus ressuscitado, ‘’oferecem sacrifícios
espirituais agradáveis a Deus’’, através de uma vida entregue a serviço dos
irmãos. O exemplo de Cristo, que se tornou a pedra angular por sua fidelidade
ao plano salvífico, fortalece seus seguidores no testemunho da fé, em meio às
rejeições e adversidades.
Atualizando a Palavra
Jesus se manifesta como o Caminho, a
Verdade e a Vida, através de sua entrega por amor, que culminou na morte
salvífica e ressurreição. Nas comunidades primitivas, os cristãos eram
identificados como o ‘’caminho’’ (cf. At 9,2; 18,25; 24,22), pois seguiam a
Cristo de forma radical, na vida e na missão. Iluminado pela fé dos primeiros
cristãos é chamado a seguir Cristo como o caminho, para construirmos um mundo
mais justo e solidário. Ao levar a termo o amor e a fidelidade, ou seja, ‘’a
graça e a verdade’’ (cf Jo 1,14), características da ação de Deus (cf Ex 34,6),
Cristo nos ensina a amar os que sofrem e são esquecidos. Seguindo o Cristo
vivo, encontramos o caminho da verdade e da vida em plenitude.
Padre Tiago Alberione, fundador da
Família Paulina, nos ensina a colocar a esperança de vida e salvação em Jesus
Mestre, Caminho, Verdade e Vida, através de uma prece confiante: ’’Eu vos adoro
e vos dou graças, ó Mestre Divino, que vos declarastes o Caminho, a Verdade, a
Vida. Eu vos reconheço como Caminho que devo percorrer Verdade que devo crer
Vida que devo ardentemente desejar. Vós sois meu tudo; e eu quero estar todo em
vós: mente vontade e coração’’.
Os seguidores e seguidoras de Cristo
encontram, na oração e na adesão à Palavra, os meios essenciais para assegurar
a eficácia da evangelização, o serviço solidário aos irmãos necessitados. A
ação do Espírito, o testemunho e o anúncio da Boa-Nova de Jesus proporcionam o
surgimento de pessoas comprometidas com os pobres e excluídos. O exemplo de
Jesus, Caminho, Verdade e Vida, que se entregou totalmente por amor, leva à
formação de comunidades servidoras da Palavra e da caridade.
Pelo Batismo, participamos da vida nova em Cristo e nos tornamos gente escolhida, sacerdócio régio, nação santa e povo de sua particular propriedade, para anunciar as maravilhas da salvação. A palavra do Senhor faz renascer a confiança e leva a reconhecermos que somos o seu povo: ‘’Vós sois aqueles que antes não eram povo, agora, porém, são povo de Deus’’ (1Pd 2,10). Guiados pela luz de Cristo, nos tornamos povo sacerdotal, com a missão de transformar a sociedade e santificar o mundo, através do amor e da solidariedade. Com a força de Cristo ressuscitado, a ‘’pedra angular’’, trilhamos o caminho a serviço da vida em meios aos desafios.
Pelo Batismo, participamos da vida nova em Cristo e nos tornamos gente escolhida, sacerdócio régio, nação santa e povo de sua particular propriedade, para anunciar as maravilhas da salvação. A palavra do Senhor faz renascer a confiança e leva a reconhecermos que somos o seu povo: ‘’Vós sois aqueles que antes não eram povo, agora, porém, são povo de Deus’’ (1Pd 2,10). Guiados pela luz de Cristo, nos tornamos povo sacerdotal, com a missão de transformar a sociedade e santificar o mundo, através do amor e da solidariedade. Com a força de Cristo ressuscitado, a ‘’pedra angular’’, trilhamos o caminho a serviço da vida em meios aos desafios.
Ligando a Palavra com a ação
eucarística
Nós, comunidade de fé, pedras vivas,
raça escolhida, sacerdócio do Reino, nação santa, povo conquistado, nos
reunimos para proclamar as obras admiráveis daquele que nos chamou das trevas
para a luz.
Participamos ativamente da celebração
do Ministério de Cristo, uma vez que ‘’as ações litúrgicas não são ações
privadas, mas celebrações da Igreja, que é ‘sacramento de unidade’, isto é,
Povo santo reunido e ordenado sob a direção dos Bispos’’ (Sacrosanctum
Concilium, n. 26).
Renovamos nossa fé n’Ele, que é o caminho, a Verdade e nos conduz à verdadeira Vida, construindo desde já uma morada de paz e solidariedade.
Renovamos nossa fé n’Ele, que é o caminho, a Verdade e nos conduz à verdadeira Vida, construindo desde já uma morada de paz e solidariedade.
Como povo sacerdotal, ofereçamos com
Ele ao Pai o culto espiritual, a oferta agradável de nosso louvor e de nossa
vida. Que nossos corações não se perturbem, pois Ele está no meio de nós e se
dá como alimento verdadeiro.
Que o Ressuscitado nos transforme em servidores autênticos e capazes de colaborar na transformação pascal de nossa realidade.
Que o Ressuscitado nos transforme em servidores autênticos e capazes de colaborar na transformação pascal de nossa realidade.
Sugestões para a celebração
• Cuidar do espaço para que seja
expressão da Páscoa do Senhor, destacando o círio pascal, a fonte batismal, a
mesa da Palavra e a mesa eucarística.
• Na homilia, algumas pessoas,
servidoras da comunidade, podem dar testemunho do próprio ministério.
• Fazer a bênção final própria para o
Tempo Pascal.
• Os cantos sejam preparados com
antecedência, prevendo ensaios. O Hinário Litúrgico da CNBB possui ótimas
sugestões. As melodias estão gravadas no CD Liturgia XVI – Páscoa –Ano A.
Fonte:
Eis a Luz de Cristo! - Roteiros Homiléticos para o Tríduo Pascal e
Tempo Pascal l– CNBB 2014 - Ano A
DOMINGO, 18 DE MAIO DE 2014
Homilia
do 5º Domingo da Páscoa, por Pe. Paulo Ricardo
http://www.reflexoesfranciscanas.com.br/2014/05/homilia-do-5-domingo-da-pascoa-por-pe.html
Liturgia de 18.05.2014 - 5º Domingo da Páscoa
A Voz do Pastor - 5º
Domingo da Páscoa -- Domingo 18/05/2014
REFLEXÃO - Jo
14,1-12
O caminho se faz caminhando, essa
idéia nos é passada pela liturgia de hoje, especialmente pela primeira leitura.
Jesus jamais falou em sacerdotes e
diáconos, mas em seguidores de sua Palavra, em seus seguidores.
Na leitura dos Atos dos Apóstolos
aparece uma situação que exige uma estruturação no serviço aos carentes,
concretamente um socorro às viúvas. Para ajudar na solução dessa questão, em
clima de oração, é criada a função dos diáconos. Todos têm o dever do anúncio
da Palavra e devem estar plenos do Espírito Santo. Anúncio e ação deverão
caminhar juntos. A ação é consequência do anúncio e sua expressão concreta.
Seguir Jesus como Caminho, Verdade e
Vida é a mensagem central do Evangelho e nos leva a vivenciar a novidade do
Amor de Deus por nós, sempre original, descoberto aos poucos e nos
plenificando.
Jesus é o Caminho para o Pai. Ele
veio do Pai, com o Pai é um e volta para o Pai. Ninguém conhece o Pai a não ser
o Filho e ninguém conhece o Filho a não ser o Pai, nos diz o Senhor (cfr Mt
11,27).
Jesus é a Verdade, a revelação
autêntica do projeto de Deus, a manifestação visível e encarnada do amor do
Pai. A verdade vos libertará (cfr. Jo 8, 32). Em Jesus nos sentimos plenamente
livres e amados.
Jesus é a Vida (cfr. Jo 1,4), é a
própria ressurreição, a vida eterna, a Vida!
Muitas vezes em nossa vida surge uma
novidade, algo com que não contávamos e que precisamos acolher, dar espaço e
lugar. Precisamos saber inserir esse inesperado que parece ter vindo para ficar
e modificar nosso dia a dia e até nossa própria vida.
De acordo com as leituras de hoje é
necessário que sejamos movidos pelo amor, pelo desejo de servir, que recorramos
a Deus na oração e que coloquemos em prática aquilo que o Espírito Santo nos
orientar. Quando Jesus fla que vai nos preparar um lugar no Céu, ele nos está
prestando um serviço.
Na vida cristã o maior é aquele que
serve mais. A vida de Jesus foi um eterno serviço, desde o nascimento até a
morte, sem deixar de lado a ressurreição e os atos após ela.
É necessário seguir Jesus, Caminho,
Verdade e Vida, que se retirava em oração, ouvia o Pai e agia.
Assim, do mesmo modo como fizeram o
Senhor e a primeira comunidade, estaremos anunciando que Deus nos ama e está
conosco e, através de nossas ações, de nossos serviços, continua criando o mundo.
Fonte Pe. César Augusto dos Santos SJ
2014-05-16 Rádio Vaticana
Cidade do Vaticano (RV)
EU SOU O CAMINHO A
VERDADE E A VIDA – Jo 14,1-12
Meu irmão, minha irmã, a liturgia
deste domingo convida-nos a refletir sobre as seguintes perguntas: Por onde
quer passar? Aonde quer chegar e onde pretende ficar?
A estas três perguntas Jesus responde
no Evangelho de hoje. Não se preocupe com o como chegar, o lugar, e o modo como
ficar no lugar escolhido ou pretendido.
Escute o que Jesus lhe diz: “Ninguém
vai ao Pai sem passar por mim”. Portanto, o caminho por onde você pode passar
para chegar onde quer é Ele mesmo. É por ele que você tem de passar. Ele é o
caminho. “Eu sou o caminho, a verdade e a vida.” Cristo quer confirmar o meu e
o seu lugar ao dizer: “Por onde queres passar? Eu sou o caminho. Onde queres
chegar? Eu sou a verdade. Onde queres ficar? Eu sou a vida.”
Da minha e sua parte cabe somente
caminhar, pois, em plena segurança por este caminho que é Ele mesmo. Saiba que
quem anda na luz sabe onde coloca os pés. E que anda nas trevas não sabe
onde os põe. Fora do caminho, cuidado com as armadilhas, porque, dentro do
caminho, o inimigo não ousa atacar – o caminho é Cristo – mas fora do caminho
ele monta as suas armadilhas.
O nosso caminho é Cristo na sua
humildade; o Cristo verdade e vida é Cristo na sua grandeza, na sua divindade.
Se seguir o caminho da humildade, chegará ao Altíssimo; se, na sua fraqueza,
não desprezar a humildade, permanecerá cheio de força no Altíssimo.
Porque é que Cristo tomou o caminho
da humildade? Foi por causa da minha e da sua fraqueza que estava ali como
obstáculo intransponível; foi para nos libertar dela que tão grande médico veio
a nós. Não podíamos ir até ele; ele veio até nós. Veio ensinar-nos a humildade,
esse caminho de regresso, porque era o orgulho que nos impedia de retornar à
vida que o pecado nos tinha feito perder.
Então, Jesus, tornando-se nosso caminho,
grita-nos: “Entrai pela porta estreita!” (Mt 7,13).
O homem esforça-se por entrar, mas o
inchaço do orgulho impede-nos de entrar. Aceitemos o remédio da humildade,
bebamos esse medicamento amargo, mas salutar.
O homem inchado de orgulho pergunta:
“Como poderei entrar?” Cristo responde: “Eu sou o caminho, entra por mim. Eu
sou a porta (Jo 10,7), por que procurar noutro sítio?” Para que não se perca
ele se fez tudo por você e diz-lhe: “Sê humilde, sê manso” (Mt 11,29).
Vivamos imitando o Filho próprio de
Deus que é o caminho, não apenas pelos seus exemplos e ensinamentos, mas também
porque se identifica com a Verdade e a Vida. Ele está no Pai e o Pai está nele,
fazendo Um com Ele. Por isso afirma que «quem me vê, vê o Pai». Aqui radica o
fato de Jesus ser não apenas o caminho, mas o único caminho para o Pai que é a
Suprema Verdade e Vida.
Fonte Canção Nova
HOMILIA DIÁRIA
Que Deus realize em
nós as obras do Seu Reino!
Como nós precisamos do Reino de Deus
acontecendo no meio de nós! E se ele não acontece no meio de nós é porque
falta, da nossa parte, crer no nome do Senhor e fazer com que Sua obra aconteça
também em nosso meio.
“Em verdade, em verdade vos digo, quem acredita em mim fará as
obras que eu faço, e fará ainda maiores do que estas” (João 14, 12).
Neste quinto domingo da Páscoa, nós queremos ir até o coração do
Mestre Jesus, que nos aponta o caminho, que nos aponta a direção da vida, que
nos convida a olharmos para Ele e encontrarmos n’Ele o sentido da vida.
Jesus diz hoje para nós que quem crer n’Ele, quem acreditar
n’Ele, quem colocar n’Ele a sua confiança, fará as obras que Ele mesmo fez! E
em Seu nome e por causa do Seu nome fará ainda obras maiores do que todas
aquelas que Ele fez.
Vamos então por parte: a primeira coisa necessária, para isso
ocorrer, é crer n’Ele, é saber que Ele é o enviado do Pai e que Ele é um só com
o Pai e o Espírito Santo. Mas aqui não basta uma fé racional, aqui é preciso
uma convicção ou mais do que convicção racional: é preciso uma fé carismática, que
nos dá a certeza e nos impregna do Espírito do Senhor para sabermos que
– tudo que Jesus realizou e fez no meio de nós – é digno de crédito,
de confiança e de convicção plena.
Quando nós cremos n’Ele, nós assumimos Seu Espírito, nós
assumimos o Seu modo de ser e de agir, e aí podemos fazer as obras que Jesus
mesmo fez. Quando falamos das obras de Jesus, nós logo vamos pensar em milagres
e curas, e o Senhor nos diz que isso podemos fazer também ao agirmos no nome
d’Ele e Ele em nós. A grande obra de Jesus foi primeiro anunciar o Reino
de Deus, a grande obra de Jesus foi amar os Seus inimigos, amar os pobres, os
doentes, os enfermos. A grande obra de Jesus foi fazer o Reino de Deus
acontecer no meio do Seu povo.
Como nós precisamos do Reino de Deus acontecendo
no meio de nós! E se ele não acontece no meio de nós é porque falta, da nossa
parte, crer no nome do Senhor e fazer com que Sua obra aconteça também em nosso
meio.
É verdade, meus irmãos, o nosso dever é implantar o Reino de
Jesus! Fazer as obras de Jesus não é promover espetáculos, curas, libertações;
esses são também os sinais do Reino de Deus, mas o grande sinal do Reino de
Deus é fazer as obras do Mestre, é olhar para o Seu coração manso, humilde,
bondoso e misericordioso e saber que é a nossa condição humana – se cremos
n’Ele – primeiro Ele pode nos libertar daquilo que nos escraviza e pode
nos ensinar a viver neste mundo do jeito que o Pai deseja que vivamos.
Que hoje olhemos para Jesus com toda fé e convicção para que
Ele possa realizar no meio de nós as obras do Seu Reino!
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
LEITURA ORANTE
Jo 14,1-12 - Um método de espiritualidade: Verdade, Caminho e Vida
Preparo-me para este momento de
oração,
em união com todos os internautas que passam por aqui.
em união com todos os internautas que passam por aqui.
Espírito
de verdade,
a
ti consagro a mente e meus pensamentos: ilumina-me.
Que eu
conheça Jesus Mestre
e
compreenda o seu Evangelho.
Ó
Jesus Mestre, Verdade, Caminho e Vida, tem piedade de nós.
1. Leitura (Verdade)
O que diz o
texto do dia?
Leio
atentamente, na Bíblia, o texto: Jo 14,1-12, e observo Jesus volta a
exortar à fé.
"Não se perturbe o vosso coração! Credes em Deus, crede também em mim. Na casa de meu Pai há muitas moradas. Não fosse assim, eu vos teria dito. Vou preparar um lugar para vós. E depois que eu tiver ido e preparado um lugar para vós, voltarei e vos levarei comigo, a fim de que, onde eu estiver, estejais vós também. E para onde eu vou, conheceis o caminho". Tomé disse: "Senhor, não sabemos para onde vais. Como podemos conhecer o caminho?" Jesus respondeu: "Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vai ao Pai senão por mim. Se me conhecestes, conhecereis também o meu Pai. Desde já o conheceis e o tendes visto". Filipe disse: "Senhor, mostra-nos o Pai, isso nos basta". Jesus respondeu: "Filipe, há tanto tempo estou convosco, e não me conheces? Quem me viu, tem visto o Pai. Como é que tu dizes: 'Mostra-nos o Pai'? Não acreditas que eu estou no Pai e que o Pai está em mim? As palavras que eu vos digo, não as digo por mim mesmo; é o Pai que, permanecendo em mim, realiza as suas obras. Crede-me: eu estou no Pai e o Pai está em mim. Crede, ao menos, por causa destas obras. "Em verdade, em verdade, vos digo: quem crê em mim fará as obras que eu faço, e fará ainda maiores do que estas. Pois eu vou para o Pai.
"Não se perturbe o vosso coração! Credes em Deus, crede também em mim. Na casa de meu Pai há muitas moradas. Não fosse assim, eu vos teria dito. Vou preparar um lugar para vós. E depois que eu tiver ido e preparado um lugar para vós, voltarei e vos levarei comigo, a fim de que, onde eu estiver, estejais vós também. E para onde eu vou, conheceis o caminho". Tomé disse: "Senhor, não sabemos para onde vais. Como podemos conhecer o caminho?" Jesus respondeu: "Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vai ao Pai senão por mim. Se me conhecestes, conhecereis também o meu Pai. Desde já o conheceis e o tendes visto". Filipe disse: "Senhor, mostra-nos o Pai, isso nos basta". Jesus respondeu: "Filipe, há tanto tempo estou convosco, e não me conheces? Quem me viu, tem visto o Pai. Como é que tu dizes: 'Mostra-nos o Pai'? Não acreditas que eu estou no Pai e que o Pai está em mim? As palavras que eu vos digo, não as digo por mim mesmo; é o Pai que, permanecendo em mim, realiza as suas obras. Crede-me: eu estou no Pai e o Pai está em mim. Crede, ao menos, por causa destas obras. "Em verdade, em verdade, vos digo: quem crê em mim fará as obras que eu faço, e fará ainda maiores do que estas. Pois eu vou para o Pai.
Jesus responde a
uma pergunta de Tomé: "Como podemos conhecer o
caminho?"
Nesta resposta
ele responde fazendo uma completa definição de si: "Eu sou o caminho, a
verdade e a vida; ninguém pode chegar até o Pai a não ser por mim”. Comentando
este texto, o Bem-aventurado Tiago Alberione diz: “Estabelecer-se
totalmente em Jesus Mestre Verdade (mente), Caminho (vontade) e Vida
(sentimento); até chegar à suprema altura da nossa personalidade: eu que penso em
Jesus Cristo, eu que amo em Jesus Cristo, eu que quero em Jesus
Cristo; é o Cristo que pensa em mim, que ama em mim, que quer em mim”.
Alberione fundamenta a
espiritualidade paulina em Jesus Mestre Verdade, Caminho e Vida.
2.
Meditação (Caminho)
O que o texto diz para mim, hoje?
Tenho uma espiritualidade?
Onde fundamento a minha espiritualidade?
Há
tantos métodos bons, baseados na Palavra de Deus. Importante é que tenha um que
me leve a viver em Jesus Cristo, ou melhor, que eu deixe Jesus Cristo
viver em mim. Em Aparecida, na V Conferência, os bispos falaram de um
método: “Olhamos para Jesus, o Mestre que formou pessoalmente a seus apóstolos e
discípulos. Cristo nos dá o método: “Venham e vejam” (Jo 1, 39), “Eu sou o
Caminho, a Verdade e a Vida” (Jo 14,6). Com Ele podemos desenvolver as
potencialidades que estão nas pessoas e formar discípulos missionários. Com
perseverante paciência e sabedoria, Jesus convidou a todos para que o seguissem
e introduziu aqueles que aceitaram segui-lo no mistério do Reino de Deus.
Depois de sua morte e ressurreição, enviou-os a pregar a Boa Nova na força do
Espírito. Seu estilo se torna emblemático para os formadores e cobra especial
relevância quando pensamos na paciente tarefa formativa que a Igreja deve
empreender no novo contexto sócio-cultural da América Latina” (DAp 276).
3.Oração
(Vida)
O que o texto me leva a dizer a Deus?
Rezo, a Jesus Mestre Caminho, Verdade
e Vida:
· Jesus Mestre, santificai minha mente e aumentai a
minha fé.
· Jesus Mestre, libertai-me do erro, dos pensamentos
inúteis e das trevas eternas.
· Jesus Mestre, caminho entre o Pai e nós, tudo vos
ofereço e de vós tudo espero.
· Jesus, caminho de santidade, tornai-me vosso fiel
seguidor.
· Jesus Caminho, tornai-me perfeito como o Pai que
está no céu.
· Jesus Vida, vivei em mim para que eu viva em vós.
· Jesus Vida, não permitais que eu me separe de vós.
· Jesus Vida, fazei-me viver eternamente na alegria
do vosso amor.
· Jesus Verdade, que eu seja luz para o mundo.
· Jesus Caminho, que eu seja vossa testemunha
autêntica diante das pessoas.
· Jesus Vida, que minha presença contagie a todos com
o vosso amor e a vossa alegria.
Pe. Tiago Alberione
4.Contemplação
(Vida e Missão)
Qual meu novo olhar a partir da Palavra?
Meu novo olhar é em busca do seguimento
de Jesus Cristo, com este esquema:
1)
caminhando sobre as pegadas (adesão da vontade),
2) escutando a sua doutrina
(adesão da inteligência),
3) vivendo no seu amor e na sua graça ( adesão do
sentimento e do espírito).
Bênção
- Deus nos abençoe e nos guarde. Amém.
- Deus nos abençoe e nos guarde. Amém.
- Ele nos mostre a sua face e se
compadeça de nós. Amém.
- Volte para nós o seu olhar e nos dê
a sua paz. Amém.
- Abençoe-nos Deus misericordioso,
Pai e Filho e Espírito Santo. Amém.
Irmã Patrícia Silva, fsp
Oração Final
Pai Santo, tu que habitas o coração dos teus filhos que
procuram viver a Lei do Amor, dá-nos discernimento, coragem, força e
perseverança para trilharmos o Caminho mostrado pelo Cristo Jesus, teu Filho
que se fez nosso Irmão e contigo reina na unidade do Espírito Santo.

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