
COMENTÁRIOS
Jesus escolhe os doze
apóstolos.
ANO C - DIA
28/10
A escolha dos Doze é
precedida de uma longa oração sobre a montanha.
Trata-se de uma segunda etapa no chamado dos doze
apóstolos. O primeiro relato do chamado foi junto ao mar da Galileia (5,1-11).
Que sejam “doze” (v. 13), significa que eles representam todo o Israel, as doze
tribos (ver: Lc 22,28-30). Não se fala ainda de sua missão, o que será questão
somente em 9,1-12. Há, como se pode notar, dois grupos doravante: o grupo maior
dos discípulos e o grupo dos Doze (cf. v. 13). O auditório amplo, aí presentes
judeus, pagãos e enfermos, já sinaliza para a universalidade da missão da Igreja.
A escolha dos Doze é precedida de uma longa oração
de Jesus sobre a montanha. A montanha é o lugar do conhecimento de Deus, lugar
de sua revelação; o monte é o lugar onde é dado ao ser humano conhecer os
desígnios salvíficos de Deus. É na oração que é concebida a escolha dos Doze.
Dizer isso não significa que a oração nos exime de equívocos. Ao nome de Judas
é acrescentada a observação de que ele se tornou o traidor. O ser humano é
livre e, muitas vezes, submetido a muitos condicionamentos. Isso pode fazer com
que ele não persevere no caminho que, inicialmente, aceitou trilhar.
Ao tocar Jesus, as pessoas se sentiam tocadas pela
força que saía dele e curava a
todos. É a força do Espírito Santo da qual ele foi revestido e que move toda a
sua existência terrestre.
Carlos Alberto Contieri,sj
ORAÇÃO
Pai, transforma-me em
apóstolo de teu Filho Jesus para que, movido pelo Espírito, eu possa ser sinal
da presença dele neste mundo tão carente de salvação.
28 de Outubro de 2013
Reflexão
- Lc 6, 12-19
Jesus não quis realizar sozinho a obra
do Reino, mas chamou apóstolos e discípulos para serem seus colaboradores. Nós,
ao contrário, muitas vezes queremos fazer tudo sozinhos e afirmamos que os
outros mais atrapalham que ajudam. Com isso, negamos a principal característica
da obra evangelizadora que é a sua dimensão comunitário-participativa, além de
nos fazermos auto-suficientes, perfeccionistas e maquiavélicos, pois em nome do
resultado do trabalho evangelizador, excluímos os próprios evangelizadores, fazendo
com que os fins justifiquem os meios e vivendo a mentalidade do mundo moderno
da política de resultados, isto porque muitas vezes não somos evangelizadores,
mas adoradores de nós mesmos.

COMENTÁRIOS
O Reino de Deus é como
uma semente.
ANO C - DIA 29/10
No dinamismo do Reino é
preciso empenho e confiança na ação de Deus.
A perícope do evangelho de hoje é constituída por duas pequenas parábolas do Reino, que visam ilustrar o dinamismo do seu crescimento: do pequeno/pouco se torna grande. Nas duas parábolas se diz da contribuição das pessoas no crescimento do Reino de Deus: na parábola do grão de mostarda, “alguém pegou e semeou no seu jardim” (v. 19); na parábola do fermento, uma mulher pegou o fermento “e pôs em três porções de farinha” (v. 21). Numa e noutra parábola, o Reino de Deus conta com a colaboração do ser humano, mas germinar, crescer e se tornar um arbusto, além do crescimento da massa, já não depende do homem. É Deus quem faz crescer. No dinamismo do Reino em crescimento é preciso empenho e, ao mesmo tempo, paciência e confiança na ação de Deus.
Carlos
Alberto Contieri,sj
ORAÇÃO
Senhor, faze de mim
instrumento de teu Reino para que ele chegue a todas as pessoas, sem exceção,
mormente os pobres e marginalizados.
29 de Outubro de 2013
Reflexão
- Lc 13, 18-21
Muitas vezes falamos que o Reino de
Deus é sobrenatural, mas queremos que ele se manifeste em coisas naturais
grandiosas. Isto demonstra que na verdade vemos a sua grandiosidade, mas não
percebemos a sua natureza, o que faz com que a grandiosidade seja vista a
partir da materialidade, o que é um erro, e não a partir da grandiosidade que
Deus faz a partir do pequeno, do grão de mostarda ou da levedura do fermento,
ou seja, das pequenas coisas que surpreendem os que olham com o olhar da fé a
realidade. Deus escolhe as coisas pequenas do mundo para revelar o Reino, e nos
mostra a força do seu braço a partir das transformações que os pequenos
realizam no dia a dia.

COMENTÁRIOS
A porta estreita
ANO C - DIA 30/10
A porta estreita é oposta à
prática da iniquidade .
O texto do evangelho menciona a subida para Jerusalém (v. 22; cf. 9,51). Trata-se da parte central do evangelho segundo Lucas, que, mais que um trajeto geograficamente determinado, tem um valor simbólico e didático: são lições que Jesus dá aos discípulos na perspectiva de sua “saída” deste mundo.
“Senhor, é verdade que são poucos os que se salvam?” (v. 23). A salvação é um
dom de Deus e compete somente a ele. Aos discípulos compete viver esta graça,
configurando a sua vida à vida de Cristo.
O discípulo é chamado a fazer uma opção: entrar pela “porta estreita” (v. 24).
A porta estreita é oposta à prática da iniquidade (v. 27). No evangelho segundo
João, Jesus se apresenta como a porta das ovelhas (Jo 10,7.9): “Eu sou a porta.
Quem entrar por mim será salvo” (Jo 10,9). É por Jesus que se alcança a
salvação. Toda a sua existência terrestre e a sua vida gloriosa é que dá acesso
ao Reino de Deus. Os que “praticam a iniquidade” (v. 27) são os que resistem em
fazer a vontade de Deus, os que, pela dureza de coração, se opõem e perseguem
Jesus. A humanidade inteira é destinatária da salvação de Deus em Jesus Cristo:
“Virão muitos do oriente e do ocidente, do norte e do sul, e tomarão parte à
mesa do Reino de Deus” (v. 29).
Não necessariamente os que foram chamados primeiro aceitarão participar do
banquete do Cordeiro. Mas os últimos, os pagãos, têm também lugar assegurado, desde
que aceitem entrar pela “porta estreita”.
Carlos Alberto Contieri,sj
ORAÇÃO
Pai, conduze-me pelo
verdadeiro caminho da salvação que passa pelo serviço misericordioso e gratuito
a quem carece de meu amor.
30 de Outubro de 2013
Reflexão - Lc 13,
22-30
A porta larga que o mundo oferece para
as pessoas é a busca da felicidade a partir do acúmulo de bens e de riquezas. A
porta estreita é aquela dos que colocam somente em Deus a causa da própria
felicidade e procuram encontrar em Deus o sentido para a sua vida. De fato,
muitas pessoas falam de Deus e praticam atos religiosos, porém suas vidas são
marcadas pelo interesse material, sendo que até mesmo a religião se torna um
meio para o maior crescimento material, seja através da busca da projeção da
própria pessoa através da instituição religiosa, seja por meio de orações que
são muito mais petições relacionadas com o mundo da matéria do que um encontro
pessoal com o Deus vivo e verdadeiro. Passar pela porta estreita significa
assumir que Deus é o centro da nossa vida.

COMENTÁRIOS
O amor de Jesus por
Jerusalém
ANO C - DIA 31/10
Um verdadeiro profeta.
A intenção dos fariseus não é clara. Certamente, não estão preocupados com a vida de Jesus, pois eles mesmos, juntamente com os escribas e os chefes do povo, querem matá-lo, como de fato o farão. O mais provável é que queiram intimidar Jesus. No entanto, Jesus não se deixa intimidar, nem permite que alguém ou algo o demova do firme propósito de fazer a vontade de Deus. No início de seu ministério público, quando os nazarenos queriam precipitá-lo morro abaixo, o narrador do evangelho observa: “Passando pelo meio deles, prosseguia o seu caminho” (4,30). Por que Herodes quereria matar Jesus? Esta notícia parece surpreendente ao leitor e revela mais uma das armadilhas dos fariseus. A rejeição de Jerusalém à mensagem salvífica de Deus vai ser levada a termo na rejeição e condenação à morte de Jesus, Filho de Deus, um verdadeiro profeta, homem poderoso em gestos e palavras.
Carlos
Alberto Contieri,sj
ORAÇÃO
Pai, predispõe-me, pela
força do teu Espírito, a acolher a salvação que teu Filho Jesus me oferece,
fazendo-me digno deste dom supremo de tua bondade.
Reflexão
- Lc 13, 31-35
A ameaça de morte não faz com que Jesus
se acovarde, a sua resposta é bem clara: "devo prosseguir o meu caminho,
pois não convém que um profeta perece fora de Jerusalém". Jesus vai seguir
o seu caminho até o fim porque a sua fidelidade ao Pai está acima de todas as
coisas, inclusive da sua própria vida, que ele vai entregar livremente em
Jerusalém para que o homem seja resgatado do reino da morte. O mundo não quer a
vida do profeta, não quer que ele chegue a realizar a sua missão e todos os que
são do mundo, religiosos ou não, não toleram a presença do profeta, embora a
sua morte contribua para a salvação de todos.
COMENTÁRIOS
Outra cura em dia de sábado
ANO C - DIA 01/11
Olhar com misericórdia.
É a terceira vez que Jesus é convidado para uma refeição na casa de um fariseu (7,36; 11,37). Esta repetição do encontro de Jesus com os fariseus em suas respectivas casas mostra que entre Jesus e os fariseus há uma mescla de simpatia e resistência. Essa proximidade relativa não impede Jesus de alertá-los. Os fariseus, efetivamente, desejam viver fielmente sua religião e creem servir a Deus através de suas práticas, sobretudo, uma determinada prática da Lei. Mas a rigidez quase obsessiva os cega, liga-os de modo estreito à letra do texto; a Lei de Deus é para eles um conjunto de regras e preceitos. Esse modo de cumprir a Lei, que eles julgavam ser o correto, fazia com que se esquecessem do essencial da Lei: o amor a Deus e o amor fraterno. Esse modo de interpretar a Lei os impedia de olhar para os outros com misericórdia e compreender: “É misericórdia que eu quero, não sacrifícios” (Os 6,6).
Nosso texto de hoje mostra uma refeição na casa de um dos chefes dos fariseus,
durante o descanso sabático, dia dado pelo Senhor para celebrar o dom da vida,
através da obra da criação, e a libertação do país da escravidão.
Aproveitando-se da presença de um hidrópico, Jesus provoca a compreensão dos
fariseus sobre o sentido da Lei de Deus: “Em dia de sábado, é permitido curar
ou não? […] Se algum de vós tem um filho ou um boi que caiu num poço, não o
tira logo daí, mesmo em dia de sábado?” (vv. 3.6). Eles não responderam a
nenhuma pergunta porque, efetivamente, não tinham nada a responder.
Carlos Alberto Contieri, sj
Carlos Alberto Contieri, sj
ORAÇÃO
Pai, predispõe-me a
manifestar meu amor a quem precisa de mim, sem inventar justificativas para me
dispensar desta obrigação urgente.
1 de Novembro de 2013
Reflexão - Lc 14,
1-6
O Evangelho de hoje nos mostra claramente que a vida sempre se impõe
diante da morte, a verdade sempre se impõe diante da mentira, da falsidade e do
erro. A Lei de Deus foi feita para a vida e não para a morte e a interpretação
verdadeira da Lei de Deus deve sempre contribuir para que a vida de todos seja
melhor. Jesus denuncia os erros que existem na interpretação da Lei, as
interpretações falsas, ou seja, que não apresentam nenhuma legitimidade por
serem contraditórias ao espírito da Lei de Deus, por escravizarem quando
deveriam libertar, por promoverem a morte quando deveriam promover a vida, e as
interpretações mentirosas. Jesus denuncia aquelas interpretações que não estão
de acordo com a Lei, mas sim com os interesses de quem as interpretou.

COMENTÁRIOS
Jesus é a ressurreição
e a vida
ANO C - DIA 02/11
Intervenção confiante.
O fundamento de nossa fé é
a ressurreição de Jesus Cristo: “Se temos esperança em Cristo somente para esta
vida, somos os mais dignos de compaixão de todos os homens. Cristo ressuscitou
dos mortos, primícias dos que adormeceram” (1Cor 15,19-20).
Nosso texto do evangelho é parte do capítulo 11 do evangelho segundo João, que
podemos caracterizar como sendo uma catequese sobre a ressurreição. Com a
chegada de Jesus, Marta vai ao seu encontro, enquanto sua irmã, Maria,
permanece sentada. Marta se destaca do grupo, formado pela irmã e pelos judeus,
caracterizado pelo luto. Deixando o grupo para ir ao grupo do Senhor, Marta se
dissocia do luto e se coloca do lado do Senhor dos vivos. Diante de Jesus, ela
se coloca como uma mulher de fé que confia em Jesus: “Senhor, se estivesses
estado aqui… Mesmo assim, eu sei que o que pedires a Deus, ele te concederá”
(vv. 21.22).
A intervenção confiante de Marta é constituída de uma dupla fórmula: a presença
de Jesus teria livrado o seu irmão da morte e a presença de Jesus permite
reavivar toda a esperança. “Teu irmão ressuscitará” (v. 23), diz Jesus. Diante
disso, Marta afirma a sua adesão ao credo do judaísmo sobre a ressurreição.
Mas ante a nova afirmação de Jesus: “Eu sou a ressurreição e a vida”, ela
supera a fé judaica na ressurreição, para professar: “Eu creio…” (v. 27). É
exatamente nisso que ela é cristã. O diálogo de Jesus com Marta é o cume do
capítulo 11. A profissão de Marta equivale à de Pedro, em Jo 6,69.
Carlos Alberto Contieri, sj
CRISTO minha CERTEZAORAÇÃO
Pai, dá-me a graça de
compreender a ressurreição de Jesus como vitória da vida e como sinal de que a
morte não tem a última palavra sobre o destino daqueles que crêem.
2 de Novembro de
2013
Roxo.
Comemoração de todos os Fiéis Defuntos, Solenidade

COMENTÁRIOS
O sermão da montanha
ANO C - DIA 03/11
Acolher a presença de Deus
é o caminho da santidade.
A festa de todos os santos e santas de Deus é uma festa antiga. Já no segundo século, a Igreja celebrava a memória dos seus mártires para que, tendo presente o seu testemunho, a comunidade se mantivesse fiel no testemunho de Jesus Cristo. É uma festa para nós. A porta do céu se abre não para nos abstrairmos do mundo, pois, aqui, é o lugar de vivermos a nossa vocação à santidade, mas para considerarmos o compromisso próprio do nosso chamado a partir do céu, inspirados pelo testemunho daqueles que nos precederam na fé. Em todos os santos e santas de Deus se cumpre a Palavra do Senhor. À afirmação de Pedro: “Olha, deixamos tudo e te seguimos!”, que recompensa terão? Jesus responde: “Nessa vida perseguições e tribulações. Mas, depois, a vida eterna” (Mc 10,28-30).
As bem-aventuranças fazem parte do longo discurso denominado sermão da montanha
(Mt 5–7); fazem parte de um gênero literário bastante atestado no Antigo
Testamento. A primeira bem-aventurança é o fundamento de todas as demais:
“Felizes os pobres no espírito, porque deles é o Reino dos céus” (v. 3). Há um
espírito dentro do ser humano; ele o recebeu de Deus, que o chamou à existência
(cf. Gn 2,7). A pobreza de espírito é uma pobreza em relação a Deus: diante de
Deus o ser humano se encontra “desnudo”. Viver essa realidade de maneira
concreta é assumi-la com um coração puro, experimentá-la no mais profundo do
ser, lá onde aflora a presença de Deus. Nesse sentido, as bem-aventuranças são
um apelo ao discípulo a viver a vida referida a Deus e na confiança nele, num
compromisso efetivo com o Reino de Deus e na esperança de que a recompensa vem
do alto. O que cada bem-aventurança promete, a realidade escatológica, é o
fundamento da vida moral, do modo de agir do cristão.
O livro do Apocalipse foi escrito com a finalidade de encorajar os cristãos a
que, mesmo na perseguição implacável, guardassem a palavra de Cristo, não
renunciassem à fé e aos valores da vida cristã. Ele tira para a vida dos
cristãos as consequências do mistério pascal do Senhor. O que encoraja a Igreja
peregrina é considerar a Igreja triunfante. A multidão numerosa vestida de
branco são os que por Cristo deram as suas vidas e no Cristo participam da sua
gloriosa ressurreição. São os que confiaram plenamente no Senhor: “Todo o que
espera nele purifica-se, como também ele é puro” (1Jo 3,3).
É preciso, por fim, dizer que o que nos faz santos é a presença de Deus em nós.
Acolher esta presença, deixar-se conduzir por ela, é o caminho da santidade.
Carlos Alberto Contieri, sj
Carlos Alberto Contieri, sj
ORAÇÃO
Pai, move-me pelo Espírito
a trilhar o caminho da santidade, colocando minha vida em tuas mãos e buscando
viver as bem-aventuranças proclamadas por teu Filho Jesus.
3 de Novembro de 2013
Branco. Todos os
Santos, Solenidade
Mt 5,1-12a
“A justiça se defende com a razão, e não com as armas. Não se perde nada com a paz, e pode perder-se tudo com a guerra.” ― Papa João XXIII
"Se a guerra é o outro nome da morte, a vida é o outro nome da paz." ― Papa Paulo VI
"Não me envergonho de sentir-me como uma criança diante da mãe: acredita-se na mãe, eu creio no Senhor, naquilo que Ele me revelou." ― Papa João Paulo I
"A paz exige quatro condições
essenciais: verdade, justiça,amor e liberdade." ― Papa João Paulo II
"O terrorismo, o
niilismo e o fundamentalismo ameaçam a paz" ― Papa Bento XVI
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