28 de
Agosto de 2013
Ano C

Mt 23,27-32
Comentário do
Evangelho
Deus não se deixa levar pela
aparência.
Os vv. 27-28 repetem a mesma ideia dos versículos anteriores: a
hipocrisia dos escribas e fariseus; neste capítulo 23, o objeto da lamentação
de Jesus é a oposição entre interior e exterior. Mas a aparência de justiça, ao
empenhar-se nas práticas religiosas só para serem vistas pelos homens, não
impede Deus de penetrar no coração, na verdade de cada pessoa. Deus não se
deixa levar pela aparência. É este o apelo de Jesus aos discípulos:
“Guardai-vos de praticar a vossa justiça diante dos homens só para serdes
vistos por eles” (6,1).
Deus vê no segredo (cf. 6,4.6.18). Nos versículos
29-32, Jesus lamenta a hipocrisia dos escribas e fariseus, porque eles utilizam
da glória dos profetas em beneficio próprio.
O seu rigor legalista e, em razão dele, suas
faltas presentes, os tornam coniventes com a morte dos profetas. Não é
exatamente o que farão ao condenar Jesus como blasfemo?
É bom que tenhamos claro que não é a observância
da Lei que é atacada por Jesus, mas a sua deformação.
Carlos Alberto Contieri, sj
Vivendo a Palavra
Celebrando hoje a festa de Santo Agostinho, nós sentimos como a condenação
de Jesus aos doutores da Lei e fariseus orientou sua caminhada de conversão:
Agostinho procurou viver o amor de forma cada vez mais transparente e é, para
nós, Igreja de Jesus, exemplo de como vencer a hipocrisia do mundo.
Reflexão
Devemos sempre estar alertas em relação
à nossa vivência da fé porque, se não nos cuidarmos, podemos criar um abismo
muito grande entre o que falamos e o que vivemos ou, pior ainda, podemos viver
uma religiosidade de aparências, uma religiosidade ritual em detrimento de uma
real vivência de fé, de uma resposta pessoal aos apelos que nos são feitos para
que assumamos os compromissos do nosso batismo a partir de uma vida
verdadeiramente profética que denuncie os contravalores do mundo e anuncie a
verdade dos valores que foram pregados por Jesus Cristo. Deste modo, a nossa
vida religiosa não será simplesmente ritual, mas também compromisso.
Meditação
Exteriormente revelo
aquilo que vai em meu coração? - Procuro demonstrar bondade, fraternidade,
sinceridade? - Pratico e insisto para que pratiquem a justiça para com todos? -
Será que apenas enfeitando a carroça o burro andará mais depressa? - Minha imagem
espiritual, interior, é correspondente àquilo que aparento exteriormente?
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
Comentários do
Evangelho

28 de AGOSTO – QUARTA
1 - Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! - Severino Alves
2 - Sepulcros caiados - Maria Cecília
3 - Sepulcros caiados- José Salviano
4 - “Síndromes do Farisaísmo” -Diac. José da Cruz
Liturgia comentada
Por fora parecem belos... (Mt 23,27-32)
O povo antigo tinha um dito para nos
alertar: “por fora, bela viola; por dentro, pão bolorento”. Neste Evangelho de
tonalidade assustadora, Jesus emprega uma linguagem ainda mais forte:
“sepulcros caiados”. Para os judeus, quem esbarrasse em um túmulo, ficaria
ritualmente impuro e deveria passar por complicado processo de purificação. Daí
o costume de caiar os sepulcros, de modo que ficassem bem visíveis e ninguém os
tocasse por descuido. No entanto, mesmo limpinhos por fora, nada mudava sua podridão
interior. Não adianta salvar as aparências...
Jesus se vale dessa imagem crua para
denunciar a falsidade dos homens da religião judaica que “vendiam uma imagem”
exterior de piedosos quando, por dentro, alimentavam sentimentos contrários à
Lei de Deus, como a autossuficiência, a vaidade e a avareza. É para eles – os
religiosos de fachada - que Jesus reserva o adjetivo “hipócritas” (cf. Mt
23,13; Mc 2,16).
Em sua juventude, quando morava em
Nazaré, é bem provável que Jesus tenha visitado uma das cidades de cultura
helenizada, ali mesmo na Galileia, como Tiberíades ou Cesareia de Filipe, onde
peças de teatro eram representadas nas arenas. Nestas, os atores usavam
máscaras sobre o rosto (trágica e cômica) e simulavam tristeza ou alegria,
lágrimas ou gargalhadas, conforme o seu papel. Claro, eram sentimentos
fingidos, não correspondiam ao íntimo dos artistas.
Jesus se vale desta situação (a de
estar “debaixo da máscara”) para definir a atitude dos fariseus que rondavam o
Templo de Jerusalém. Não havia nenhuma sinceridade em seu culto, em seus
jejuns, em suas orações de pé, à vista de todos, tampouco em suas esmolas
lançadas bem do alto para que as moedas retinissem nas arcadas do santuário e
todos as percebessem... (Cf. Lc 21,1-4)
Por oposição, Jesus de Nazaré se mostra
atraído pela oração daquele publicano anônimo que se humilha e confessa o
próprio pecado (Lc 18,13), e ainda elogia o publicano Zaqueu, disposto a
reparar suas falcatruas, com uma frase de admiração: “Hoje a salvação entrou
nesta casa!” (Lc 19,9) Na contramão de nossa sociedade, Jesus quer apenas a
sinceridade de coração: só os corações que se abrem à luz podem receber os
cuidados do Senhor, que incluem a cura e o perdão.
Os que parecem bons (escribas e
fariseus) são rejeitados. E para escândalo dos honestos, aqueles que parecem
maus (prostitutas e publicanos) ouvem promessas de salvação. Qual será o nosso
grupo?
Orai sem cessar: “Senhor, sabeis tudo
de mim...!” (Sl 139,1)
Texto de Antônio Carlos Santini,
da Comunidade Católica Nova Aliança.
santini@novaalianca.com.br
Sua alma anda inquieta?
A alma que anda inquieta precisa encontrar um repouso, um sentido
para tudo aquilo que faz. Que o nosso coração inquieto repouse no coração
do Pai.
Celebramos,
na liturgia de hoje, Santo Agostinho. Lembrávamos, no dia de ontem, a mãe dele,
Santa Mônica, e também vimos que tudo o que ele é, foi e será para a Igreja é
graças às lágrimas e às orações convincentes de Mônica.
Santo
Agostinho andou perdido nos caminhos da vida e deu muito trabalho para sua mãe.
Ele viveu distante, longe como um filho errante, perdido nas estradas da vida.
Quando
lemos a grande obra escrita por ele, a qual retrata sua vida e lembra as
lágrimas de sua mãe, chamada ‘As confissões’, o santo mesmo se manisfesta: “O
meu coração estava inquieto, enquanto não repousava em Deus”. Mas que
inquietação era essa? De uma alma que buscava, nos prazeres, nas satisfações da
vida, nas alegrias do mundo, o sentido para a sua vida, mas nunca o encontrava.
“Eram
prazeres momentâneos”, recorda Santo Agostinho em sua obra ‘As confissões’.
“Eram prazeres de horas, coisas que me faziam curtir a vida, no entanto, ela só
encurtava e eu não encontrava nenhum sentido e nenhuma direção.”
A
alma que anda inquieta, perturbada, encontra-se sem sentido muitas vezes; faz
muitas coisas, corre para lá e para cá, mas precisa encontrar um repouso,
precisa encontrar um sentido para tudo aquilo que faz. E foi no coração de
Deus, no coração de Jesus que Agostinho encontrou seu referencial.
Foi
o coração do Senhor que converteu o coração do jovem Agostinho. Aquilo que
antes para ele era prazeroso, tornou-se algo fatigante; aquilo que antes lhe
causava repugnância e não o fazia sentir nenhum prazer pelas coisas de Deus,
tornou-se o sentido e o prazer para sua vida.
Por
isso Agostinho consagrou a sua vida inteiramente a Deus, tornou-se bispo de
Hipona. Ele trouxe ensinamentos iminentes para a Igreja da sua época e para a
Igreja de todos os tempos.
A
Igreja bebe da sabedoria que vem do coração convertido deste santo, um coração
que experimentou as doçuras de Deus e, por isso, sua alma tornou-se um
referencial para todos nós.
Nós
que estamos no caminho da conversão, da mudança de vida, precisamos, a cada
dia, nos encontrarmos com o Senhor. Que o nosso coração inquieto, perturbado,
repouse no coração do Pai.
Deus
abençoe você.
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.Facebook Twitter
LEITURA ORANTE
23,27-32 - Fariseus...hipócritas... falta-lhes transparência

Preparo-me
para a Leitura Orante, juntamente com todos os que navegam na web, rezando:
Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
Creio, Senhor Jesus, que sou parte de seu Corpo.
Espírito Santo,tu que habitas, pela fé, nos nossos corações,
abre-nos à Palavra!
Seja a nossa inteligência e a nossa vontade,
terreno bom,
onde tu possas trabalhar com liberdade,
de modo que a nossa vida seja sinal da tua caridade.
Amém.
1. Leitura (Verdade)
O que diz o texto do dia?
Leio atentamente o texto Mt 23,27-32, e observo pessoas as palavras fortes de Jesus aos hipócritas.
Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
Creio, Senhor Jesus, que sou parte de seu Corpo.
Espírito Santo,tu que habitas, pela fé, nos nossos corações,
abre-nos à Palavra!
Seja a nossa inteligência e a nossa vontade,
terreno bom,
onde tu possas trabalhar com liberdade,
de modo que a nossa vida seja sinal da tua caridade.
Amém.
1. Leitura (Verdade)
O que diz o texto do dia?
Leio atentamente o texto Mt 23,27-32, e observo pessoas as palavras fortes de Jesus aos hipócritas.
- Ai de vocês, mestres da Lei e fariseus, hipócritas! Pois vocês são
como túmulos pintados de branco, que por fora parecem bonitos, mas por dentro
estão cheios de ossos de mortos e de podridão. Por fora vocês parecem boas
pessoas, mas por dentro estão cheios de mentiras e pecados. - Ai de vocês,
mestres da Lei e fariseus, hipócritas! Pois vocês fazem túmulos bonitos para os
profetas e enfeitam os monumentos das pessoas que viveram de modo correto. E
dizem: "Se tivéssemos vivido no tempo dos nossos antepassados, não
teríamos feito o que eles fizeram, não teríamos matado os profetas." Assim
vocês confirmam que são descendentes daqueles que mataram os profetas.
Portanto, vão e terminem o que eles começaram! Cobras venenosas, ninhada de
cobras! Como esperam escapar da condenação.
Jesus continua falando aos mestres da Lei e aos fariseus, lamentando sua
hipocrisia. E os compara a túmulos pintados de branco. Por fora, bonitos. Por
dentro, cheios de podridão. Túmulos bonitos, monumentos para os profetas que
foram mortos por eles mesmos. Jesus aponta a contradição que demonstram entre o
que são e aparentam ser. Falsos. Boas pessoas, aparentemente bonitas, mas
cheios de podridão por dentro.
2. Meditação
(Caminho)
O que o texto diz para mim, hoje?
Onde estão, hoje, os fariseus?
Existem em nossa sociedade pessoas que pregam coisas boas, enquanto por
dentro alimentam inveja, rancor, ciúme, maldade, interesses próprios?
Existem
pessoas que cultivam o corpo, a estética, a aparência e sua consciência está
pesada, carregada de culpas, juízos, mentiras?
Utilizo subterfúgios, restrições
à verdade porque é dura, exigente?
Finjo ser uma coisa e sou outra?
Existe em
mim coerência de vida no seguimento de Jesus?
Os bispos na V Conferência, em
Aparecida, falaram de caminhos de vida e caminhos de morte: "Hoje se considera escolher entre
caminhos que conduzem à vida ou caminhos que conduzem à morte (cf. Dt 30.15).
Caminhos de morte são os que levam a dilapidar os bens que recebemos de Deus
através daqueles que nos precederam na fé. São caminhos que traçam uma cultura
sem Deus e sem seus mandamentos ou inclusive contra Deus, animada pelos ídolos
do poder, da riqueza e do prazer efêmero, a qual termina sendo uma cultura
contra o ser humano e contra o bem dos povos latino-americanos. Os caminhos de
vida verdadeira e plena para todos, caminhos de vida eterna, são aqueles
abertos pela fé que conduzem à “plenitude de vida que Cristo nos trouxe: com
esta vida divina, também se desenvolve em plenitude a existência humana, em sua
dimensão pessoal, familiar, social e cultural”. Essa é a vida que Deus nos
participa por seu amor gratuito, porque “é o amor que dá a vida”. Estes
caminhos frutificam nos dons de verdade e de amor que nos foram dados em
Cristo, na comunhão dos discípulos e missionários do Senhor, para que América
Latina e Caribe sejam efetivamente um continente no qual a fé, a esperança e o
amor renovem a vida das pessoas e transformem as culturas dos povos." (DAp 13).
3.Oração (Vida)
O que o texto me leva a dizer a Deus?
Rezo com Jesus: Pai nosso...e com o Salmista, o Salmo 51:
Tem misericórdia de mim, ó Deus,
segundo a tua benignidade;
apaga as minhas transgressões,
segundo a multidão das tuas misericórdias.
Lava-me completamente da minha iniquidade,
e purifica-me do meu pecado.
Porque eu conheço as minhas transgressões,
e o meu pecado está sempre diante de mim.
Contra ti, contra ti somente pequei,
e fiz o que é mal à tua vista,
para que sejas justificado quando falares,
e puro quando julgares.
Eis que em iniquidade fui formado,
e em pecado me concebeu minha mãe.
Eis que amas a verdade no íntimo,
e no oculto me fazes conhecer a sabedoria.
Purifica-me com hissope, e ficarei puro;
lava-me, e ficarei mais branco do que a neve.
Faze-me ouvir júbilo e alegria,
para que gozem os ossos que tu quebraste.
Esconde a tua face dos meus pecados,
e apaga todas as minhas iniquidades.
4.Contemplação
(Vida e Missão)
Qual meu novo olhar a partir da Palavra?
Meu novo olhar é de purificação, eliminando tudo que em mim possa ser
duplicidade, subterfúgio, hipocrisia.
Jesus Mestre, Verdade, Caminho e Vida, tem piedade de nós.
Bênção
"O Senhor te abençoe e te guarde.
O Senhor faça brilhar sobre ti sua face, e se compadeça de ti.
O Senhor volte para ti o seu rosto e te dê a paz"
(Nm 6, 24-26).
Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém.
Ir. Patrícia Silva, fsp
Oração Final
Pai Santo, nós cremos, mas aumenta a nossa
fé! Ensina-nos a proclamá-la aos companheiros peregrinos através de palavras
sábias e, sobretudo, pelo testemunho de uma vida sóbria e coerente com o
caminho trilhado pelo Cristo Jesus, teu Filho que se fez nosso Irmão que
contigo reina na unidade do Espírito Santo.

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