Santa Teresa de Ávila (Santa
Teresa de Jesus)
Santa Teresa de Ávila, conseguiu recuperar o fervor de muitas carmelitas
Com grande alegria lembramos, hoje, da vida de santidade daquela
que mereceu ser proclamada “Doutora da Igreja”: Santa Teresa de Ávila (também
conhecida como Santa Teresa de Jesus). Teresa nasceu em Ávila, na Espanha, em
1515 e foi educada de modo sólido e cristão, tanto assim que, quando criança,
se encantou tanto com a leitura da vida dos santos mártires a ponto de ter
combinado fugir com o irmão para uma região onde muitos cristãos eram
martirizados; mas nada disso aconteceu graças à vigilância dos pais.
Aos vinte
anos, ingressou no Carmelo de Ávila, onde viveu um período no relaxamento, pois
muito se apegou às criaturas, parentes e conversas destrutivas, assim como
conta em seu livro biográfico.
Reze a oração de Santa Teresa de Ávila
Reze a oração de Santa Teresa de Ávila
Certo dia, foi tocada pelo olhar da imagem de um
Cristo sofredor, assumiu a partir dessa experiência a sua conversão e voltou ao
fervor da espiritualidade carmelita, a ponto de criar uma espiritualidade
modelo.
Foi grande amiga do seu conselheiro espiritual São João da Cruz, também
Doutor da Igreja, místico e reformador da parte masculina da Ordem Carmelita.
Por meio de contatos místicos e com a orientação desse grande amigo, iniciou
aos 40 anos de idade, com saúde abalada, a reforma do Carmelo feminino. Começou
pela fundação do Carmelo de São José, fora dos muros de Ávila. Daí partiu para
todas as direções da Espanha, criando novos Carmelos e reformando os antigos.
Provocou com isso muitos ressentimentos por parte daqueles que não aceitavam a
vida austera que propunha para o Carmelo reformado. Chegou a ter temporariamente
revogada a licença para reformar outros conventos ou fundar novas casas.
Santa Teresa deixou-nos várias obras grandiosas e profundas,
principalmente escritas para as suas filhas do Carmelo : “O Caminho da
Perfeição”, “Pensamentos sobre o Amor de Deus”, “Castelo Interior”, “A Vida”.
Morreu em Alba de Tormes na noite de 15 de outubro de 1582 aos 67 anos, e em
1622 foi proclamada santa. O seu segredo foi o amor. Conseguiu fundar mais de
trinta e dois mosteiros, além de recuperar o fervor primitivo de muitas
carmelitas, juntamente com São João da Cruz. Teve sofrimentos físicos e morais
antes de morrer, até que em 1582 disse uma das últimas palavras: “Senhor, sou
filha de vossa Igreja. Como filha da Igreja Católica quero morrer”.
No dia 27
de setembro de 1970 o Papa Paulo VI reconheceu-lhe o título de Doutora da
Igreja. Sua festa litúrgica é no dia 15 de outubro. Santa Teresa de Ávila é
considerada um dos maiores gênios que a humanidade já produziu. Mesmo ateus e
livres-pensadores são obrigados a enaltecer sua viva e arguta inteligência, a
força persuasiva de seus argumentos, seu estilo vivo e atraente e seu profundo
bom senso. O grande Doutor da Igreja, Santo Afonso Maria de Ligório, a tinha em
tão alta estima que a escolheu como patrona, e a ela consagrou-se como filho
espiritual, enaltecendo-a em muitos de seus escritos.
Santa Teresa de Ávila, rogai por nós!
https://santo.cancaonova.com/santo/santa-teresa-de-avila-santa-teresa-de-jesus/?sDia=15&sMes=10&sAno=2018
Santa Teresa de Ávila
Teresa de Ávila ou Teresa de Jesus
Carmelita
e doutora da Igreja
(1515-1582)
Teresa de Cepeda y Ahumada, nascida em Ávila, na Castela Velha, de nobre família, começou cedo a dar prova de temperamento vivaz, fugindo de casa aos sete anos para buscar o martírio entre os mouros da África, por amor de Cristo. Mas aos 16 anos começou a se embelezar por amor de um simples mortal. E o pai, por um compreensível ciúme, para protegê-la, confiou-a a um convento de freiras.
Aos 20 anos, contrariando os programas paternos,
decidiu ser freira. Houve poucos anos de vida regular, pois ela também cedeu a
certa moda. As vozes interiores não lhe deram tréguas e ela sentiu um desejo
sempre mais insistente de retornar ao primitivo rigor dos carmelitas, sendo
objeto de extraordinárias experiências místicas, traduzidas depois, por
obediência, em vários tratados de oração mental, citados entre os clássicos da
literatura espanhola.
Aos 40 anos ocorre a primeira grande virada na
vida desta imprevisível santa de idéias generosas. Depois das aflições
interiores, dos escrúpulos e daquilo que na mística é chamado de “noite dos
sentidos” — quer dizer, trevas interiores, a prova mais dura de uma alma
superar —, dá-se o encontro iluminador com dois santos, Francisco de Borja e
Pedro de Alcântara. Estes a repõem no bom caminho, na via da total confiança em
Deus.
Em 1562, ela funda em Ávila o convento reformado
sob o patrocínio de são José. Cinco anos depois, um outro decisivo encontro:
João da Cruz, o príncipe da teologia mística. Os dois foram feitos para se
entenderem. Inicia assim aquele singular conúbio, em meio a ardentíssimos
arrebatamentos místicos e ocupações práticas do dia-a-dia, que dela fazem a
santa do bom senso, uma contemplativa imersa na realidade.
Ela possui a chave para entrar no Castelo interior
da alma, “cuja porta de ingresso é a oração”, mas ao mesmo tempo sabe tratar
egregiamente de matérias econômicas. “Teresa”, diz ela argutamente, “sem a
graça de Deus é uma pobre mulher; com a graça de Deus, uma força; com a graça
de Deus e muito dinheiro, uma potência”. Viaja pela Espanha de alto a baixo
(era chamada a “freira viajante”) para erigir novos conventos reformados e
revela-se uma hábil organizadora.
Escreve a história da própria vida, um livro de
confissões extraordinariamente sinceras: “Como me mandaram escrever o meu modo
de fazer oração e as graças que o Senhor me fez, eu queria que me tivessem
concedido o poder de contar minuciosamente e com clareza os meus grandes
pecados”. Morre pronunciando as palavras: “Sou filha da Igreja”. Em 1970, Paulo
VI proclamou-a doutora da Igreja.
Fontes: Paulinas e Catolicanet em 2015
Santa Teresa d'Ávila, Virgem Fundadora
Santa Teresa d'Ávila, Virgem Fundadora
Os escritos da Santa Teresa sublinham sobre tudo o espírito de oração, a
maneira de praticá-lo e os frutos que produz. Como a Santa escreveu
precisamente na época em que estava consagrada a difícil tarefa de fundar
conventos de carmelitas reformadas, suas obras, prescindindo de seu conteúdo e
natureza, dão testemunho de seu vigor, laboriosidade e capacidade de
recolhimento. Escreveu o "Caminho de Perfeição" para dirigir a suas
religiosas, e o livro das "Fundações" para as animá-las e as edificar. Quanto ao "Castelo
Interior", pode-se considerar que escreveu para a instrução de todos os cristãos. Nesta obra se
mostra como verdadeira Doutora da Igreja.
As
carmelitas, como a maioria das religiosas, tinham decaído muito do primeiro
ardor, a princípios do século XVI. As religiosas podiam sair da clausura com o
menor pretexto, de sorte que o convento se converteu no sítio ideal para quem
desejava uma vida fácil e sem problemas. As comunidades eram extremamente
numerosas, o qual era causa e efeito da relaxação. Por exemplo no convento de
Ávila havia 140 religiosas. Santa Teresa que levava já 25 anos de vida
religiosa no convento da Encarnação de Ávila, empreendeu o desafio de levar a
cabo a iluminada idéia de fundar uma comunidade mais reduzida e reformada. A Santa
estabeleceu a mais estrita clausura e o silêncio quase perpétuo. O convento
carecia de rendas e reinava nele a maior pobreza; as religiosas vestiam
rudimentares hábitos, usavam sandálias em vez de sapatos (por isso lhes chamou
descalças) e estavam obrigadas à perpétua abstinência de carne. Santa Teresa
não admitiu no princípio mais que 13 religiosas, mas logo aceitou que houvesse
21. Em 1567, o superior general dos carmelitas, João Batista Loiro (Rossi),
visitou o convento de Ávila e ficou muito satisfeito com o trabalho realizado
ali pela Santa, assim que concedeu a esta plenos poderes para fundar outros
conventos do mesmo tipo e até a autorizou fundar dois conventos de frades reformados (carmelitas
comtemplativos).
Santa
Teresa morreu nos braços da Beata Ana em 4 de outubro de 1582. Sua canonização
se realizou em 1622.
http://www.acidigital.com/santos/santo.php?n=111
Santa Teresa D'ávila (ou de Jesus)

REFORMOU A ORDEM DOS CARMELITAS (SEGMENTO FEMININO),
COM AUXÍLIO DE SÃO JOÃO DA CRUZ (SEGMENTO MASCULINO)
Santa Teresa D'ávila (ou de Jesus)

REFORMOU A ORDEM DOS CARMELITAS (SEGMENTO FEMININO),
COM AUXÍLIO DE SÃO JOÃO DA CRUZ (SEGMENTO MASCULINO)
Comemoração litúrgica: 15 de outubro
Também nesta data: Santos Eutímio e Tecla de Kitzingen
Santa Tereza nasceu em Ávila, na Espanha, no ano de 1515. A educação que os pais deram a ela e ao irmão Roderico, foi a mais sólida possível. Acostumada desde pequena à leitura de bons livros, o espírito da menina não conhecia maior encanto que o da vida dos santos mártires. Tanto a impressionou esta leitura que, desejosa de encontrar o martírio, combinou com o irmão a fuga da casa paterna, plano que realmente tentaram executar, mas que se tornou irrealizável, dada a vigilância dos pais.
A idéia e o desejo do martírio ficaram, entretanto, profundamente gravados no coração da menina. Quando tinha 12 anos, perdeu a boa mãe. Prostrada diante da imagem de Nossa Senhora, exclamou: “Mãe de misericórdia, a vós escolho para serdes minha Mãe. Aceitai esta pobre orfazinha no número das vossas filhas”. A proteção admirável que experimentou durante toda a vida, da parte de Maria Santíssima, prova que esse pedido foi atendido.
Deus permitiu que Teresa por algum tempo, enfastiando-se dos livros religiosos, desse preferência a uma leitura profana, que poderia pôr-lhe em perigo a alma. Também umas relações demasiadamente íntimas com parentes, um tanto levianas, levaram-na ao terreno escorregadio da vaidade. O resultado disto tudo foi ela perder o primitivo fervor, entregar-se ao bem-estar, companheiro fiel da ociosidade, sem entretanto chegar ao extremo de perder a inocência.
O pai, ao notar a grande mudança que verificava na filha, entregou-a aos cuidados das religiosas agostinianas. A conversão foi imediata e firme. Uma grave enfermidade obrigou-a a voltar para a casa paterna. Durante esta doença, percebeu o profundo desejo de abandonar o mundo e servir a Deus, na solidão dum claustro. O pai, porém, opôs-se a esse plano, no que foi contrariado por Teresa, que fugiu de casa, para se internar num mosteiro das Carmelitas, em Ávila. No meio do caminho lhe sobreveio uma grande repugnância pela vida religiosa, e por um pouco teria desistido da idéia. Vendo em tudo isto uma cilada do inimigo de Deus e dos homens, seguiu resolutamente o caminho e ao transpor o limiar do mosteiro, os receios e escrúpulos deram lugar a uma grande calma e alegria no coração.
Durante o tempo do noviciado, foi provada por outro relaxamento no fervor religioso que, aliás, pouco tempo durou. Deus mais uma vez lhe tocou o coração, mas de uma maneira tão sensível que Teresa, debulhada em lágrimas, prostrada diante do crucifixo, disse; “ Senhor, não me levanto do lugar onde estou, enquanto não me concederdes a graça e fortaleza bastantes, para não cair mais em pecado e servir-vos de todo coração, com zelo e constância”. A oração foi ouvida e de uma vez para sempre, ficou extinto no coração de Teresa o amor ao mundo e às criaturas e restabelecido o zelo pelas coisas de Deus, do seu santo serviço.
Foi-lhe revelado que essa conversão era o resultado da intercessão de Maria Santíssima e de São José. Por isso, teve sempre profunda devoção a S. José e muito trabalhou para difundir este culto na Igreja.
Profunda era a dor que sentia dos pecados cometidos e dolorosas eram as penitências que fazia, se bem que os confessores opinassem que nenhuma dessas faltas chegava a ser grave. Em visões lhe foi mostrado o lugar no inferno, que lhe teria sido reservado, se tivesse seguido o caminho das vaidades. De tal maneira se impressionou com esta revelação, que resolveu restabelecer a Regra carmelitana, em todo o rigor primitivo. Esse plano, embora tivesse a aprovação do papa Pio IV, a mais decisiva resistência encontrou da parte do clero e dos religiosos. Teresa, porém, tendo a intenção de agir por vontade de Deus, pôs mãos à obra e venceu.
Trinta e dois mosteiros (17 femininos e 15 masculinos) foram por ela fundados e outros tantos reformados. Em todos, tanto no convento dos religiosos, como das religiosas, entrou em vigor a antiga regra. São João da Cruz foi quem assumiu e escreveu as regras para o segmento masculino, a pedido de Santa Teresa.
Em sua biografia há capítulos ( os 11 e os seguintes), que dão testemunho da intensidade da sua vida interior. O que diz sobre os quatro degraus da oração, isto é, sobre o recolhimento, a quietação, a união e o arrebatamento, é realmente aquilo que a oração da sua festa chama “pábulo da celeste doutrina”. Graças extraordinárias a acompanhavam constantemente como fossem: comunicações diretas divinas, visões, presença visível de Cristo.
Um anjo traspassou seu coração com uma seta de fogo, fato este que a Ordem carmelitana comemora na festa da transverberação do coração de Santa Teresa, em 27 de agosto.
Doloroso foi o caminho da cruz pelo qual a Divina Providência a quis levar e não faltou quem lhe envenenasse as mais retas intenções, quem em suas medidas de reforma visse obra do demônio, e intervenção direta diabólica. A calma lhe voltou, quando em 1559, se confiou à direção de São Pedro de Alcântara.
Não tardou que, em 1576, no seio da Ordem se levantasse uma grande tempestade contra a reforma. Veio a proibição de novas fundações, e Teresa viu-se obrigada a se recolher a um dos conventos. Parecia ter-se declarado o fracasso da sua obra: Foi, quando interveio o rei Felipe II. A perseguição afrouxou só pouco a pouco e, em 1580, o Papa Gregório XIII declarou autônoma a província carmelitana descalça.
Esta obra sobre-humana não teria tido o resultado brilhante que teve, se não fosse a execução da vontade divina e se Teresa não tivesse sido toda de Deus, possuidora das mais excelentes e sólidas virtudes, dotada de grande inteligência e senhora de profundos conhecimentos teológicos.
Santa Teresa teve o dom de ler nas consciências e predizer coisas futuras, não lhe faltou a cruz dos sofrimentos físicos e morais. No seio das maiores provações, nas ocasiões em que lhe parecia ter sido abandonada pelo céu e pela terra, era imperturbável sua paciência e conformidade com a vontade de Deus. No SS. Sacramento, achava a forma necessária para a luta e para a vitória.
Sob o impulso de uma graça especial fez o voto de fazer sempre aquilo que a consciência lhe dizia ser o mais alto grau da vida mística. Os numerosos escritos, asseguraram-lhe um dos primeiros lugares entre os místicos.
Oito anos antes de deixar este mundo, foi-lhe revelada a hora da morte. Sentindo esta se aproximar, dirigiu uma fervorosa ordem a todos os conventos de sua fundação ao ou reforma. Com muita devoção recebeu os santos Sacramentos, e constantemente rezava jaculatórias sobre esta: “ Meu Senhor, chegou afinal a hora desejada, que traz a felicidade de ver-vos eternamente.“ – Sou uma filha de Vossa Igreja. Como filha de Igreja Católica, quero morrer.” - Senhor, não me rejeiteis a Vossa face. Um coração contrito e humilhado não haveis de desprezar”.
Santa Teresa morreu em 1582, na idade de 67 anos. Logo após sua morte, o corpo da Santa exalava um perfume deliciosíssimo. Até o presente dia se conserva intacto.
Seu coração, apresentando larga e profunda ferida, acha-se guardado num precioso relicário na Igreja das Carmelitas em Alba.
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TÓPICOS RELACIONADOS
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- Beato Francisco Palau (Fundador das Irmãs Carmelitas Missionárias - e Teresianas)
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http://www.paginaoriente.com.br/santos/crtj1510.htm Santa Teresa de Ávila | |
Nascimento | No ano de 1515 |
Local nascimento | Ávila (Espanha) |
Ordem | Carmelita (doutora da Igreja) |
Local vida | Ávila |
Espiritualidade | Genuinamente castelhana, com o humor superior da sua raça e a inteligência prática, a invasão do "moderno" nas regiões e sobretudo nos conventos carmelitanos foi para a santa o grande impulso em sua atividade. São os santos que transformam o mundo, o verdadeiro sinal dos tempos, muito mais importantes que as forças diplomáticas e econômicas ou as novíssimas invenções da técnica militar. Todos esses que hoje se agitam em breve estarão mortos e, nós, juntamente com eles. "Os santos não são acessórios de crenças passadas nem figuras de gesso inexpressivas. O santo é um homem que possui a graça de levar o mundo mais a sério do que ele o merece; tão a sério que o seu caminho para o céu passa precisamente por este mundo". Levar o mundo a sério é a lição dos santos. Os santos não são infalíveis; mas são resolutos. Não vacilam entre um puerilismo ingênuo e a adoração do poder. Não são modernos; representam o eterno. Sabem que a espada do espírito é mais cortante que a espada de aço. Quem não acreditar estará perdido. Quem acreditar será salvo. É esta a lição da grande Santa Teresa. Teresa de Cepeda y Ahumada, filha de um nobre da Espanha, filha da cidade castelhana de Ávila, cujas muralhas ciclópicas pareciam construídas para a eternidade. Teresa, embora tivesse passado os anos de sua infância embaladas pelos romances da cavalaria, escolhe o caminho da maior e mais necessária aventura: a vida religiosa. Prepara-se para as cruzadas e para os martírios, abandonando o século e entrando para o convento do Carmo. Mas o que ela encontra no convento é a reforma do Concílio de Trento que parecia nada levar a sério neste mundo. As religiosas vivenciavam uma liberdade que a severidade castelhana proibia às mulheres do século. Escrevia a religiosa a seu pai: "A vida nos conventos é uma verdadeira comedia de capa e espada", com suas serenatas e seus duelos. O barulho das armas na Itália e em Flandres ecoava no parlatório, bem como o tilintar do ouro das Índias. "A súbita mudança de alimentação e de hábitos me fez cair doente". Mas estava mais doente do que imaginava. Caiu em letargias que duraram dias e dias. Uma vez as irmãs chegaram a preparar-lhe a sepultura. Mas a morte não a arrebatou. A leitura das Confissões de Santo Agostinho ensina-lhe o valor único da alma humana. O destino do mundo não depende das guerras de religiões nem das guerras de conquistas. É na alma humana que os destinos do mundo se decidem. Iluminada por essa sabedoria, Teresa apavora-se com as palavras evangélicas que ouvira durante a missa: "Vigilate itaque, quia nescitis diem neque horam" - "Velai, pois que não sabeis nem o dia nem a hora." Frase final da parábola das virgens sábias e das virgens loucas: das virgens sábias que prepararam as lâmpadas para as núpcias, e das virgens loucas que esqueceram o óleo, e as lâmpadas apagaram-se, e caiu a noite, e o noivo celeste não as reconheceu. Teresa está resolvida a não pertencer mais ao número das virgens loucas e quer reformar a Ordem. Prontamente a virgem sábia foi considerada louca. Teresa cai em êxtases: vê o céu aberto, o anjo do Senhor lhe atinge o coração com uma flecha de amor. Mais que nunca, continua em seu intuito. Processam-na, prendem-na, porém não se deixa domar. "Essa visionária mística reúne em si a imaginação de Dom Quixote e a inteligência prática de Sancho Pança, e mais ainda: o humor superior e o gênio literário do criador dessas personagens imortais". Percorre toda a Espanha para fundar os trinta e dois conventos das Carmelitas descalças. Resiste ao rei Felipe II e a seus inquisidores, ao núncio apostólico e aos bispos, aos superiores, que a torturam cruelmente. Reclusa em Toledo, escreveu as obras místicas que a consagraram a primeira poetiza da literatura espanhola. Escreve inúmeras cartas aos grandes do mundo e às religiosas dos seus conventos: cartas cheias de coragem indomável, de conselhos práticos, de um humor surpreendente e de uma sabedoria superior. Ao morrer, conseguira fazer o que o rei e o Grande Inquisidor não conseguiram: a Igreja na Espanha estava salva. Santa Teresa recebeu pós-morte um monumento que Bernini esculpiu. Sobre um altar da igreja de Santa Maria della Vittoria, em Roma, vê-se a santa com os olhos fechados em êxtase, um sorriso encantador nos lábios; o anjo que lhe fere o coração com uma flecha de amor: é uma obra-prima da arte barroca; e compreende-se imediatamente a intenção genial do artista: Teresa era histérica? Louca? Um católico profundamente crente como o barão Huegel declara: "Nunca houve um santo visionário que tivesse uma saúde nervosa normal" (carta de 19 de novembro de 1898); e cita o livro do sábio bolandista P. Hahn S. J. sobre Santa Teresa. Essa comprovação, que não é precipitada, coloca-nos diante de um problema sério, mais sério que a pretensa vizinhança entre o gênio, santidade e a loucura. Porque a histeria não é uma loucura. A histeria pode perfeitamente ser acompanhada a uma gêniosidade, pois que ela não afeta a inteligência. A histeria é uma doença do caráter e é precisamente pelo caráter que se distingue o histérico egocêntrico e orgulhoso do santo teocentrista e humilde. Para o histérico, o mundo é um joguete em volta do seu eu; o santo sacrificou o seu eu a Deus, e toma o mundo a sério. Para os "normais", para os pequenos-burgueses de espírito, o mundo do histérico e o mundo do santo parecem igualmente quiméricos. A pedra de toque de distinção é a ação. O mundo é um conjunto de material para a ação. O histérico, fechado dentro do seu eu, é incapaz de agir num mundo que ele mesmo criou e que não existe na realidade. O santo é histérico em todas as aparências do seu mundo à parte, que os outros não compreendem, mas esse mundo é superior ao nosso mundo. Um interessante estudo de Georg Sebastian Faber distingue entre o histérico, assunto da psicanálise, e o homem superior, assunto deuma metapsicologia: ambos sofrem de uma dissociação da consciência; nos histéricos e esquizofrênicos, a dissociação da consciência provém de uma irrupção do subconsciente na consciência; a dissociação mental do homem superior provém da irrupção dum "supraconsciente". A doença mental paralisa a consciência; o supraconsciente enche o espírito com uma nova força superior, uma força de ação. A aparição de um santo é a invasão de nosso mundo pela eternidade. Por aí o santo é capaz de agir. Mais ainda: a sua santidade e atividade são a mesma coisa e transformam o mundo. Como reocnhê-los? "Pelas suas obras vós os reconhecereis." "Porque as suas obras os seguem." A obra de Santa Teresa! Ela é a maior figura da história eclesiástica barroca; é uma grande figura da literatura espanhola; é uma das almas mais seráficas que a terra já viu. Santa Teresa foi uma grande psicóloga. O seu "Camino de Perfección" é tão realista e eterno quanto as estradas de Castela. O seu Castelo interior tem as muralhas tão duráveis como as da fortaleza de Ávila que Unamuno cantou. Na história da psicologia moderna, Teresa ocupa precisamente o mesmo lugar que o Agostinho das "Confissões", na psicologia antiga. A Antiguidade não conheceu o valor da alma individual; depois do desmoronamento do mundo antigo, Agostinho encontra a sua alma sozinha com o Criador: a alma humana é, realmente, o que há de maior valor sobre a terra. Teresa foi despertada por Agostinho: ela viveu na época em que a Antiguidade ressuscitada pelo humanismo tinha feito esquecer o valor da alma humana. Se Teresa foi chamada "a criadora de um humanismo cristão", foi porque acharam nas suas obras uma terminologia cujos efeitos eram incalculáveis sobre o espírito europeu: "Alma y Dios, Sola con El Solo" - estas palavras significam exatamente o valor incomparável da alma humana, que, ela só, resiste perante Deus; "Alma hermosa" - essa expressão salva toda a beleza das coisas deste mundo para os espaços infinitos do 'Ca |
Local morte | Alba de Torms |
Morte | 15 de outubro de 1582, aos 67 anos de idade. |
Fonte informação | Liturgia das Horas |
Oração | Deixando teus pais, Teresa, quisestes aos mouros pregar, trazê-los todos à Cristo, ou teu sangue derramar. Pena porém mais suave o Esposo à ti reservou: tambares de amor ferida, ao dardo que te enviou. Acende, pois, nossas almas, na chama do eterno amor: jamais vejamos do inferno o fogo devorador. Louvamos contigo ao Filho, que ao trino Deus nos conduz, ele é o Jesus de Teresa, Tu Teresa de Jesus. |
Devoção | A extirpação do modernismo corrupto da sociedade leiga e eclesiástica. |
Padroeiro | México (assim como Nossa Senhora de Guadalupe) |
Outros Santos do dia | Outros santos do dia: são Calixto Deusdado (bispo); Fortunato, Agileu, (márts); Antíoco, Severo e Sebino (bispo) Aurélio (virgem) Tecla (ab); Leonardo e Gualtéio (abs.). Fonte: ASJ em 2015 |
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