3 de Agosto de
2014
ANO A

Mt 14,13-21
Comentário do Evangelho
O
alimento abundante e gratuito é a Palavra de Deus.
Nossa primeira leitura é um
trecho do último capítulo do Dêutero-Isaías (40–55). O tema dominante dessa
segunda parte do livro de Isaías é o novo êxodo, a volta dos exilados da
Babilônia para a terra de Israel. O trecho de hoje nos faz imaginar um vendedor
ambulante que sai à rua gritando os seus produtos. O que ele oferece é uma
mercadoria abundante e de boa qualidade. A novidade da oferta: tudo de graça! O
que ele dá de graça são os bens necessários da vida (trigo, vinho, leite) e,
enfim, a vida mesma (v. 3a). O último versículo do nosso texto nos ajuda a
compreender que esse alimento abundante e gratuito é a Palavra de Deus. Como
não ver, aqui, uma evocação de Dt 8,3? O sustento da vida humana não está
unicamente no alimento material. A palavra e os mandamentos de Deus é que fazem
viver (Dt 30,15-16). A Palavra de Deus ilumina, sustenta a vida na esperança,
dá sentido a todas as coisas.
De Nazaré Jesus volta para as margens do Mar da
Galileia e de lá para um lugar afastado, para estar a sós. Essa observação é
importante: Jesus toma distância das muitas atividades. E ainda que o texto não
o diga, podemos considerar que é para rezar; sua oração é sempre apostólica,
pois o seu alimento é fazer a vontade daquele que o enviou (Jo 4,34). Mesmo se
retirando, Jesus não se recusa a receber as multidões que o procuram e vão até
ele. Compadecido, cura os doentes. A compaixão é um sentimento divino que leva
Jesus a socorrer as pessoas em suas necessidades. A sugestão dos discípulos de
despedir a multidão é razoável: o lugar é distante, a hora avançada e não há o
suficiente para alimentar tanta gente. Jesus, no entanto, se recusa a fazê-lo.
É ocasião para que o próprio leitor do evangelho compreenda que o alimento do
povo que o Cristo reúne é de outra natureza. O texto da multiplicação dos pães
tem uma forte conotação eucarística. A vida do Senhor entregue para a salvação
de todos é o alimento espiritual que sustenta o povo de Deus em marcha. O
alimento material remete ao alimento espiritual. Esse é o alimento que sustenta
abundantemente, não se compra nem se vende e é dado gratuitamente para a vida
do mundo.
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai,
abre meu coração para a solidariedade, a fim de que, diante de meu semelhante
necessitado eu sinta a alegria de partilhar com ele o que me deste.
Vivendo
a Palavra
Façamos nossas
as palavras de Paulo aos romanos para mostrar nossa gratidão pelo cuidado e
carinho de Jesus para com seus discípulos de todos os tempos – que hoje somos
nós! Nada poderá nos separar do Amor de Jesus! Nem as seduções do mundo, nem
nossos desejos interiores. O Amor é mais forte e vencedor.
Recadinho

No mundo de hoje, nem todos comem do pão
deste mundo! Nem todos comem do pão que nos fará viver eternamente! Trabalhemos
assiduamente pelo Reino de Deus. - Em sua comunidade paroquial há pessoas que
passam fome? - Como sua comunidade vive a realidade da partilha? - Partilham-se
realmente os bens ou apenas as sobras? - Encontram na partilha a verdadeira
razão de viver? - Em seu contexto de vida nota algum desperdício de bens?
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
Comentário do Evangelho
DÊEM-LHES DE COMER
A ordem dada
aos discípulos - "Dêem-lhes de comer!" - pode ter-lhes soado como uma
ironia. Havia condições de saciar uma multidão, reunida num lugar deserto para
escutar Jesus? Não seria mais lógico despedi-la para que pudesse comprar
alimentos nas aldeias vizinhas?
A
ordem do Mestre parecia impossível de ser executada. Contudo, começou a ser
superada, quando os discípulos apresentaram a quantidade de alimento
disponível: cinco pães e dois peixes. Bastou-lhes colocá-los à disposição de
todos, para que ninguém voltasse para casa faminto.
Assim
aconteceu! Num gesto quase litúrgico, Jesus tomou os pães e os peixes, ergueu
os olhos para os céus, abençoou-os, partiu-os, deu-os aos discípulos e estes, à
multidão. A pequena porção de alimento começou a ser condividida. E todos
comeram até à saciedade. E mais, sobraram doze cestos cheios, apesar da enorme
quantidade de gente.
Este
episódio contém um claro ensinamento. O problema da fome resolve-se com a
partilha. Se tivessem ido às aldeias, quem tivesse dinheiro e fosse mais
esperto, fartar-se-ia. Quanto aos pobres e os menos ágeis ficariam em
desvantagem, permanecendo famintos.
Esta
situação é incompatível com o Reino, cujo projeto de fraternidade supera todo
tipo de desigualdade.
Oração
Espírito de fraternidade, não permitas que eu me apegue
àquilo que possuo, quando tantas pessoas estão à espera da minha generosidade
para sobreviver.
(O
comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em
Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Manifestais, ó Deus, vossa inesgotável bondade para com os
filhos e filhas que vos imploram e se gloriam de vos ter como criador e guia,
restaurando para eles a vossa criação e conservando-a renovada. Por Nosso
Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Oração
Final
Pai Santo, teu Filho sintetizou a Lei Antiga no Mandamento
único do Amor. Amor a Ti, sobre todas as coisas e Amor aos irmãos. Dá-nos
sabedoria, força e perseverança para seguirmos o Caminho do teu Filho, o Cristo
feito carne em Jesus de Nazaré. Nós te pedimos, Pai amado, pelo mesmo teu
Filho, na unidade do Espírito Santo.

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