ANO A
Lc
4,14-22a
Comentário do
Evangelho
Quem
é Jesus?
O nosso texto é conhecido como “discurso programático de Jesus”.
Aqui começa, propriamente, o evangelho segundo Lucas (cf. At 10,37ss). Trata-se
da primeira parte do relato evangélico (4,14–9,50), dominada pelo tema da
identidade de Jesus e, mais propriamente, da afirmação de que ele é um
verdadeiro profeta (cf. Lc 7,16.39). Esse discurso, atribuindo a Jesus a
realização da profecia de Isaías (cf. Lc 4,21), oferece os critérios para, ao
longo de todo o relato, reconhecer Jesus como verdadeiro profeta. Jesus é
apresentado como um judeu piedoso que frequenta e ensina na sinagoga. O que
importa, aqui, não é a leitura do trecho do livro do profeta Isaías, mas a
interpretação que Jesus faz dela. Sua missão é apresentada em continuidade com
a tradição profética. A unção messiânica de Jesus é conhecida do leitor pelo
relato do Batismo (cf. Lc 3,21-22). Em Jesus, o Espírito é uma realidade
tangível na medida em que, vencendo todo mal e suas manifestações, ele
transforma a vida das pessoas e as faz sentir próximas do Deus da vida. Nesse
tempo do relato, a expectativa dos que estavam na sinagoga pela explicação do
trecho é seguida da observação de que as pessoas se maravilhavam pelo que
ouviam, pois suas palavras transmitiam a sabedoria de Deus, um sopro que enchia
a todos de graça.
Carlos Alberto
Contieri, sj
Oração
Pai, que o programa de ação missionária de
Jesus inspire o meu desejo de estar a serviço dos mais pobres, sendo para eles
portador de alegria e esperança.
Vivendo a Palavra
Se a nossa existência – o jeito de nos
relacionarmos com nós mesmos, com o outro, com a natureza e com o Criador –
estiver conforme ao modelo de Jesus – e isto é o que tanto desejamos! – nós
poderemos dizer com Ele: «O Espírito do Senhor está sobre mim.» E seremos, para
os irmãos, fontes de Paz e de Esperança.
Reflexão
Jesus é enviado por Deus, ungido e
consagrado pelo Espírito Santo para a missão evangelizadora, que implica não
somente na salvação da alma, mas na libertação integral da pessoa humana. Isso
significa para nós que a missão da Igreja, que é continuadora da missão do
próprio Cristo, não pode ser reduzida à dimensão espiritual da pessoa humana,
mas deve levar em conta a pessoa humana como um todo, considerando todas as
dimensões da existência humana. Sendo assim, todos os problemas relacionados à
existência humana são de competência da Igreja e objetos da ação
evangelizadora.
Recadinho

Será que muitos podem ficar admirados
com as palavras que saem de minha boca? - Mas isso não é o mais importante.
Como é meu exemplo, meu modo de agir? - Peço sempre as luzes do Espírito Santo
sobre mim? - Os cativos, os prisioneiros, têm que se libertar de que? - A
missão que Deus lhe deu é difícil de ser cumprida? - Os pobres de hoje, mais
que nunca, precisam do alimento espiritual. Mas... tais pobres muitas vezes são
nossos ricos!
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
Comentário do Evangelho
UNGIDO DO SENHOR
A profecia de Isaías,
lida na sinagoga de Nazaré, pode ser tomada como o discurso programático das
atividades de Jesus e como expressão da consciência que ele tinha da sua
vocação e missão.
A
evocação do Ungido do Senhor aponta para a origem de Jesus e de sua missão. Seu
messianismo tinha origem no Pai, de quem provinha uma tarefa precisa, a ser
realizada em favor da humanidade. Foi ele Pai quem o constituiu Messias e lhe
conferiu poderes para fazer o Reino acontecer na história humana.
O
elenco de atividades do Messias anunciado pelo profeta corresponde ao conjunto
das ações de Jesus. Tudo quando fez, consistiu em reavivar a esperança no
coração dos pobres. Estes eram as principais vítimas do anti-Reino, por seu
sistema de exclusão e de opressão. Por isso, o senhorio de Deus, experimentado
por Jesus em sua própria vida, deveria ser estendido, em primeiro lugar, aos
pobres. Pela ação de Jesus, os feridos pela injustiça seriam curados; os
prisioneiros do pecado e do egoísmo recuperariam a liberdade, convertendo-se ao
amor. A cegueira, que impede as pessoas de descobrirem os caminhos de Deus,
seria superada. Aos massacrados pela opressão, seria proclamada a libertação.
Enfim, para todos, seria oferecida a possibilidade de restaurar sua amizade com
Deus. A atividade de Jesus, portanto, foi a realização das antigas profecias.
Oração
Senhor
Jesus, que eu seja beneficiado por sua ação messiânica, e que o senhorio de
Deus seja restaurado no meu coração.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Ó
Deus, pelo nascimento do vosso Filho, a aurora do vosso dia eterno despontou
sobre todas as nações. Concedei ao vosso povo conhecer a fulgurante glória do
seu redentor e por ele chegar à luz que não se extingue. Por Nosso Senhor Jesus
Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
REFLEXÕES DE HOJE
09 de JANEIRO - QUINTA
Liturgia comentada
... aos pobres me enviou! (Lc 4,
14-22a)
Sim, somos todos os pobres. Acompanhei
várias pessoas ricas que viviam em lamentável miséria humana. Nenhum de nós se
basta. Ninguém pode dispensar o amor e os cuidados de Deus.
Mas existem aqueles pobres bem
concretos que a sociedade do capital e do lucro, da eficiência e da
produtividade resolveu simplesmente descartar. Existem em nosso tempo e já
existiam no tempo de Jesus: “Pobres, sempre os tereis”. (Mt 26,11)
Uma Igreja fiel seguirá as pegadas do
Mestre, que repete seu bordão: “O Senhor me enviou aos pobres!” (Lc 4,18.) Em
sua recente Exortação apostólica, o Papa Francisco dedicou toda uma seção a
este tema, com o subtítulo “O lugar privilegiado dos pobres no povo de Deus”.
Ali, o Papa escreve:
“No coração de Deus, ocupam lugar
preferencial os pobres, tanto que até Ele mesmo ‘Se fez pobre’ (2Cor 8,9). Todo
o caminho da nossa redenção está assinalado pelos pobres. Esta salvação veio a
nós, através do ‘sim’ duma jovem humilde, duma pequena povoação perdida na
periferia dum grande império. O Salvador nasceu num presépio, entre animais,
como sucedia com os filhos dos mais pobres.” (EG, 197)
A Igreja não pode ignorar esta
realidade. Francisco prossegue: “Para a Igreja, a opção pelos pobres é mais uma
categoria teológica que cultural, sociológica, política ou filosófica. Deus
‘manifesta a sua misericórdia antes de mais’ a eles. Esta preferência divina
tem consequências na vida de fé de todos os cristãos, chamados a possuírem ‘os
mesmos sentimentos que estão em Cristo Jesus’ (Fl 2,5). Inspirada por tal
preferência, a Igreja fez uma opção pelos pobres, entendida como uma ‘forma
especial de primado na prática da caridade cristã, testemunhada por toda a
Tradição da Igreja’. Como ensinava Bento XVI, esta opção ‘está implícita na fé
cristológica naquele Deus que Se fez pobre por nós, para enriquecer-nos com sua
pobreza’. Por isso, desejo uma Igreja pobre para os pobres. Estes têm muito
para nos ensinar.” (EG, 198)
Continuaremos surdos?
Orai sem cessar: “Este pobre pediu
socorro e o Senhor o ouviu.” (Sl 34,6)
Texto de Antônio Carlos Santini, da
Comunidade Católica Nova Aliança.
santini@novaalianca.com.br
HOMILIA
AÇÃO MISSIONÁRIA DE JESUS
O Evangelho de hoje nos fala do
início da vida pública de Jesus, quando Ele começou a pregar nas sinagogas da
região da Galiléia, e particularmente em Nazaré, cidade onde Ele foi criado.
Observe que o Evangelho já começa dizendo que “Jesus voltou para a Galiléia”. O
que significa dizer que Ele estava em outro lugar. Particularmente, eu não
duvido que Jesus tenha viajado bastante, e conhecido vários lugares, culturas e
pessoas diferentes. Acredito que em sua vida terrena, nos anos não-narrados
pelos evangelistas, Ele tenha aprendido muito mais do que ensinou. Afinal, para
falar tão bem como Ele falava, era necessário conhecer tudo sobre o Reino dos
Céus, sobre o Deus Pai, e sobre o ser humano em si, seus sentimentos, suas
limitações, suas imperfeições. Outro ponto que torna Jesus tão especial como
pregador é que Ele foi o primeiro profeta a trazer a imagem do Deus Pai, e não
daquele Deus vingativo, que pune o pecador e a sua descendência com doenças e
desventuras. Você já assistiu alguma pregação em que a pessoa só falava nos
pecados, castigos, no inferno, no inimigo e de coisas ruins? Certamente deve
ter saído desta palestra bem “pesado”… Com medo de fazer qualquer coisa que
Deus desaprovasse…
Nestas primeiras pregações de Jesus,
quando Ele ainda nem tinha discípulos, Ele deve ter falado muito sobre a
verdadeira felicidade, que consiste em fazer a vontade do Pai, mas não por ser
obrigado a fazê-la, e sim por se sentir bem em fazê-la. Por que as pessoas
gostavam tanto de ouvi-lo falar? Provavelmente porque Ele ensinava as pessoas a
serem felizes! Não ficava impondo vários “nãos”, mas falava de Amor, e quem
ama, tudo pode. Jesus identifica-se com esta missão. Tudo poder para que o
homem viva e viva para sempre. Outro pormenor de Lucas é sua sensibilidade
ao escândalo da divisão da sociedade em ricos e pobres. Ele realça como Jesus
vem ao encontro dos pobres para resgatar-lhes a vida e a dignidade. A Boa-Nova
é a chegada do Reino de Justiça, com a libertação dos pobres oprimidos.
Pai, que o programa de ação
missionária de Jesus inspire o meu desejo de estar a serviço dos mais pobres,
sendo para eles portador de alegria e esperança.
Padre Bantu Mendonça
Katchipwi Sayla
HOMILIA DIÁRIA
O amor é um dom que vem de Deus!
O amor de Deus é concreto em nós quando nos amamos uns aos outros!
”Se
alguém disser: ‘Amo a Deus’, mas entretanto odeia o seu irmão, é um mentiroso;
pois quem não ama o seu irmão, a quem vê, não poderá amar a Deus, a quem não
vê” (1 Jo 4, 20).
Hoje
queria que nós refletíssemos com muita propriedade, com muita seriedade, sobre
aquilo que a Primeira Carta de João, a primeira leitura da Missa de hoje, nos
diz. João é o apóstolo do amor, o discípulo do amor, o evangelista do amor. Ele
nos aponta o amor como o sentido pleno do nosso encontro com Deus, é ele quem
traz a definição mais plena de quem é Deus.
Deus
é amor! E quem ama permanece em Deus e Deus permanece nele. Veja que não existe
nenhum segredo ou nenhuma fórmula mágica para as pessoas estarem na presença de
Deus Pai. Nós vivemos plenamente no Senhor quando sabemos viver o amor entre
nós. E nós corremos um sério perigo, um sério risco em nossa vida, porque
talvez seja mais fácil amar a Deus, porque Ele é Alguém a quem não vemos, e
parece que Ele é uma pessoa que está a serviço de nós, das nossas carências,
das nossas fraquezas, dos nossos gostos e assim por diante. Muitas vezes, nós
queremos transformar Deus em alguém guiado por nós em vez de sermos guiados por
Ele. Nós queremos que Deus faça a “nossa” vontade, satisfaça os nossos gostos e
conduza a vida conforme o nosso bel-prazer e conforme as nossas necessidades.
Deus
é muito bom, Ele nos ama, nos espera “abaixar a bola”, tomar consciência de
quem somos, de que Ele é Deus e de que nós somos criaturas, para que a Sua
Palavra, o Seu amor e o Seu Espírito Santo possam nos conduzir. A primeira
coisa a refletir: não existe esta história de amar a Deus, rezar o dia inteiro,
passar momentos ou noites diante do sacrário, se nós não nos comprometermos a
nos amar uns aos outros!
É
muito fácil amar a Deus a quem ninguém vê, sabemos que Ele existe, O amamos;
mas ninguém jamais viu a Deus a não ser Jesus, que no-lo revelou. O amor do
Altíssimo é concreto em nós quando nos amamos uns aos outros!
Então
se queremos que o amor de Deus seja pleno em nós, amemos nossos irmãos, porque,
se amo ao Senhor, mas nutro ódio por meu próximo, por qualquer pessoa, mostro a
mim mesmo que meu amor é um falso amor, é um amor enganoso e mentiroso. Um amor
pleno para Deus não tem lugar para ódio.
Nós
não somos obrigados a gostar de todos e a nos relacionar bem com todos, porque
existem pessoas que passam por nossas vidas e deixam marcas negativas. Nós
podemos até não gostar deste ou daquele, mas não podemos odiar ninguém. Onde cresce
o ódio desaparece o amor de Deus! Que nós sejamos curados de todas as marcas
que o ódio possa ter deixado em nosso coração!
Que
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
LEITURA ORANTE
Lc 4,14-22a - O Projeto de Jesus
Saudação
- A nós, a paz de
Deus, nosso Pai,
a graça e a alegria de Nosso Senhor
Jesus Cristo,
no amor e na comunhão do Espírito
Santo.
- Bendito seja Deus que nos reuniu no
amor de Cristo!
Preparo-me para a Leitura, rezando:
Em nome do Pai, do Filho e do
Espírito Santo.
Espírito Santo, tu que vieste do Pai,
e que permaneceste conosco, em Jesus,
tu que habitas, pela fé, nos nossos
corações, abre-nos à Palavra!
Seja a nossa inteligência e a nossa
vontade, terreno bom,
onde tu possas trabalhar com
liberdade, de modo que a nossa vida
seja testemunho da tua caridade.
Amém.

1.
Leitura
O que diz o texto do dia?
Leio atentamente o texto na Bíblia:
Lc 4,14-22a.
Jesus voltou para a
região da Galiléia, e o poder do Espírito Santo estava com ele. As notícias a
respeito dele se espalhavam por toda aquela região. Ele ensinava nas sinagogas
e era elogiado por todos.
Jesus foi para a cidade de Nazaré, onde havia crescido. No sábado, conforme o
seu costume, foi até a sinagoga. Ali ele se levantou para ler as Escrituras
Sagradas, e lhe deram o livro do profeta Isaías. Ele abriu o livro e encontrou
o lugar onde está escrito assim:
"O Senhor me deu o seu Espírito.
Ele me escolheu para levar boas notícias
aos pobres
e me enviou para anunciar a liberdade
aos presos,
dar vista aos cegos,
libertar os que estão sendo oprimidos
e anunciar que chegou o tempo
em que o Senhor salvará o seu povo."
Jesus fechou o livro, entregou-o para o ajudante da sinagoga e sentou-se. Todas
as pessoas ali presentes olhavam para Jesus sem desviar os olhos. Então ele começou
a falar. Ele disse:
- Hoje se cumpriu o trecho das Escrituras Sagradas que vocês acabam de ouvir.
Todos começaram a elogiar Jesus, admirados com a sua maneira agradável e
simpática de falar.
Neste texto de Lucas temos toda a
programação da atividade de Jesus na sua vida pública. O próprio Jesus lê o
profeta Isaías no texto em que narra este programa: levar as boas notícias aos
pobres, a liberdade aos presos, dar vista aos cegos, libertar os oprimidos,
anunciar o tempo da salvação.

2.
Meditação
O que o texto diz para mim, hoje?
O meu Projeto de vida é o do Mestre Jesus
Cristo?
Neste início de ano, costumamos fazer planejamentos.
Meu planejamento é
pautado no de Jesus?
Tem os mesmos objetivos e estratégias?
Os bispos da América Latina disseram: “nós,
como discípulos e missionários de Jesus, queremos e devemos proclamar o
Evangelho, que é o próprio Cristo. Anunciamos a nossos povos que Deus nos ama,
que sua existência não é uma ameaça para o homem, que Ele está perto com o
poder salvador e libertador de seu Reino, que Ele nos acompanha na tribulação,
que alenta incessantemente nossa esperança em meio a todas as provas. Os
cristãos são portadores de boas novas para a humanidade, não profetas de
desventuras.” (DAp 30)

3. Oração
O que o texto me leva a dizer a Deus?
Jesus Mestre, vós dissestes
que a vida eterna consiste em conhecer a vós e ao Pai.
Derramai sobre nós ,a abundância
do Espírito Santo!
Que ele nos ilumine, guie e fortaleça no vosso seguimento,
porque sois o único caminho para o Pai.
Fazei-nos crescer no vosso amo,
para que sejamos, como o apóstolo Paulo
testemunhas vivas do vosso Evangelho.
Com Maria,
Mãe Mestra e Rainha dos Apóstolos,
guardaremos vossa Palavra,
meditando-a em nosso coração.
Jesus Mestre, Caminho, Verdade e Vida, tende piedade de nós.

4. Contemplação
Qual meu novo olhar a partir da
Palavra?
Vou olhar o mundo e pautar a minha
vida com o programa de Jesus.
Bênção
- Deus nos abençoe e nos guarde.
Amém.
- Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém.
- Volte para nós o seu olhar e nos dê a sua paz. Amém.
- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai e Filho e Espírito Santo. Amém.
Ir. Patrícia Silva, fsp
Oração Final
Pai
Santo, nós almejamos seguir o exemplo de Jesus de Nazaré e, como Ele, vivermos
mergulhados no teu Amor. Dá-nos, Pai querido, silêncio interior para ouvir Tua
Palavra, abertura para compreendê-la e coragem para segui-la, junto ao mesmo
Cristo Jesus, teu Filho e nosso Irmão, que contigo reina na unidade do Espírito
Santo.

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