ANO C

Mt 13,54-58
Comentário do
Evangelho
A falta de fé nos fecha para o que é de Deus
Jesus vai à sua cidade, Nazaré. O seu ensinamento
causa a admiração de quem o ouve. O leitor mesmo do evangelho se admira com a
facilidade com que Jesus expõe o seu ensinamento, dialoga e responde às
questões que lhe são postas.
Há uma sabedoria que não se aprende pelas
letras: ela é dom, fruto de uma profunda união entre o homem e Deus, entre
Jesus e seu Pai. Os seus concidadãos são incrédulos (cf. v. 58) e pensam
conhecer a origem de Jesus: “Não é ele o filho do carpinteiro?…” (vv. 55-56a).
Por causa da falta de fé deles, não puderam acolher o dom de Deus, perderam a
oportunidade de reconhecer o tempo da visita salvífica de Deus. A falta de fé
nos fecha para o que é de Deus e nos impede de ver para além das aparências.
Nazaré é protótipo de rejeição de Jesus por Israel:
“Um profeta só não é valorizado em sua própria cidade e na sua própria casa”
(v. 57). É que a falta de fé impediu que a palavra cheia de sabedoria
entrasse no mais profundo do coração delese pudesse revelar que Jesus é mais do
que o filho do carpinteiro.
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, livra-me da tentação de querer enquadrar-te em
meus mesquinhos esquemas. Que eu saiba reconhecer e respeitar o teu modo de
agir.
Fonte: Paulinas em 02/08/2013
Vivendo a Palavra
Sabedoria e milagres não são produto de muita
cultura ou de estudos profundos. São dons do Espírito, que sopra onde quer e,
não poucas vezes, aparecem em gente simples e humilde, pobre dos atributos
valorizados pela sociedade dos homens: Eles se mostram nas crianças do Reino de
Deus.
Fonte: Arquidiocese BH em 02/08/2013
VIVENDO A PALAVRA
Sabedoria e milagres não são produto de muita
cultura ou de altos estudos acadêmicos. São dons do Espírito, que sopra onde
quer e, não poucas vezes, aparecem em gente simples e humilde, pobre dos
atributos valorizados pela sociedade consumista dos homens: tais dons se
mostram nas ‘crianças’ do Reino de Deus.
Reflexão
Nosso olhar está sempre voltado para as realidades
aparentes e, normalmente, estas realidades se sobrepõem diante do que é
invisível aos nossos olhos. È o caso do Evangelho de hoje, que nos mostra que
as pessoas estavam com os olhos fixos nas aparências de Jesus, na sua origem,
na sua família e na sua profissão, não sendo capazes de enxergar além e ver
nele aquilo que as suas obras tornavam manifesto que é a sua divindade. O
resultado disso tudo é que as pessoas do tempo de Jesus não foram capazes de
reconhece-lo na sua totalidade, como verdadeiro Deus e verdadeiro homem. Tudo
isso aconteceu por causa da dureza de seus corações.
Fonte: CNBB em 02/08/2013
Reflexão
Jesus
volta à sua terra. O episódio nos possibilita saber que Jesus pertencia a uma
família simples, bem conhecida, do mesmo nível social que a maioria dos
moradores do lugarejo. Conheciam Maria, a mãe de Jesus, e sabiam o nome de cada
parente dele. Entretanto, esses dados e a proximidade deles em relação a Jesus,
não lhe facilitaram o trabalho missionário. Por um lado admiravam sua brilhante
sabedoria e os milagres que realizava. Por outro lado, aos nazarenos faltou fé
para chegarem a Deus por meio do humano. O pessoal se colocou numa posição tão
inflexível, que Jesus ficou sem condições de operar milagres entre eles. O
ditado popular afirma que “santo de casa não faz milagres”. Por baixo da
obstinada reação dos conterrâneos de Jesus havia, sem dúvida, uma pitada de
inveja, ou muita!
(Dia a dia com o Evangelho 2019 - Pe. Luiz Miguel
Duarte, ssp)
Meditação
Acontecem muitos milagres em minha vida? - Sei
agradecer a Deus tanto bem que recebo, apesar das cruzes e dores? - Meus
projetos de vida coincidem com aqueles que Deus me apresenta? - Peço a Deus que
aumente minha fé? - Reconheço que também através das pessoas simples e humildes
Deus tem sempre muito a me dizer?
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
Fonte: a12 - Santuário em 02/08/2013
Meditando o evangelho
DONDE LHE VEM ESTA SABEDORIA?
As interrogações levantadas pelo povo de Nazaré, a respeito de Jesus, já
tinham, de antemão, uma resposta. Tendo Jesus saído do meio deles, era
impossível que tivesse poderes divinos, como sua sabedoria e seus milagres
deixavam transparecer. Não dava para combinar o fato de Jesus ser um nazareno
e, ao mesmo tempo, ter sido autorizado a realizar as obras de Deus.
Com isto os nazarenos não negavam que Deus pudesse intervir na história humana.
Afinal, ele interviera continuamente na história de Israel, a partir da
libertação do Egito por intermédio de Moisés. Os conterrâneos de Jesus estavam
recusando-se a aceitar que Deus estivesse agindo a partir da família deste
jovem de Nazaré. Isto não se enquadrava nos esquemas de esperança messiânica da
época, segundo os quais, embora sendo homem, o Messias não assumiria as
condições que Jesus apresentava. Faltavam-lhe grandeza e dignidade! Sua
condição de filho de carpinteiro e de homem do povo depunham contra ele. Em
suma, não tinha gabarito nem credenciais para a missão que estava realizando.
O pecado dos nazarenos consistiu em querer enquadrar Deus em seus curtos
esquemas mentais. Como em Jesus Cristo Deus agiu à revelia das esperanças em
voga, eles perderam a chance de acolher o Messias. Procuraram longe, aquele que
estava bem perto!
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo
Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da
FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total).
Oração
Pai, livra-me da tentação de querer enquadrar-te em meus mesquinhos
esquemas. Que eu saiba reconhecer e respeitar o teu modo de agir.
COMENTÁRIO DO EVANGELHO
1. O MESTRE SOB SUSPEITA
(O comentário do Evangelho abaixo
é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica,
Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês).
A sabedoria de Jesus deixou intrigada a população
de Nazaré, onde ele vivera desde a infância: De onde lhe vinham tanta sabedoria
e o poder de fazer milagres? Não era possível que o filho de um carpinteiro,
bem conhecido no povoado, manifestasse uma sabedoria maior que a dos grandes
mestres. Era inexplicável como alguém, cujos parentes nada tinham de especial,
falasse com tamanha autoridade. Os concidadãos de Jesus suspeitavam dele, e não
acreditavam de que estivesse falando e agindo por inspiração divina. Por este
motivo, o Mestre tornou-se para eles motivo de escândalo.
A experiência de rejeição não chegou a desanimar
Jesus. Ele se deu conta de estar vivendo uma situação semelhante à dos antigos
profetas de Israel. Nenhum deles foi aceito e reconhecido pelo povo ao qual
tinham sido enviados. Antes, todos foram desprezados e humilhados, quando não,
assassinados de maneira perversa e desumana.
Jesus não perdeu tempo com quem se obstinava em não
aceitá-lo. Por isso, não realizou em Nazaré muitos milagres. Seria perda de
tempo, acarretaria ainda mais maledicência, acirraria os ânimos do povo. Por
isso, seguiu em frente, buscando quem estivesse aberto para deixar-se tocar por
sua mensagem. O fracasso não o abateu nem atenuou o ardor com que realizava a
missão que o Pai lhe tinha confiado.
Oração
Senhor Jesus, que eu saiba inspirar-me no teu
testemunho de coragem diante da rejeição e da suspeita, levando em frente a
missão que me confiaste.
Fonte: NPD Brasil em 02/08/2013
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. Santo de Casa...
(O comentário do Evangelho
abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora
Consolata – Votorantim – SP)
Quando Jesus chegou a sua “terrinha” de Nazaré, acompanhado dos
discípulos, deve ter causado um verdadeiro “rebuliço”, pois a fama de suas
pregações e milagres já tinha chegado por ali, e no sábado, como todo piedoso
judeu, foi á celebração da palavra da comunidade, onde qualquer pessoa adulta
poderia partilhar o ensinamento na hora da reflexão, e Jesus, usando desse
direito, começou a pregar á sua gente fazendo a homilia.
O povinho da terra nunca tinha ouvido uma pregação feita com
tanta sabedoria, que superava o ensinamento dos Mestres da Lei e Fariseus,
imaginemos que na comunidade, algum ministro da palavra pregue melhor do que o
padre...
E com o estudo teológico acessível aos leigos, isso hoje não
seria novidade. Aquilo que causa muita admiração, também logo acabará
despertando inveja e ciúmes. Basta que olhemos para os nossos trabalhos
pastorais, onde o carisma das pessoas não deveria jamais perturbar o coração de
ninguém, ao contrário, deveria motivar um hino de louvor, por Deus ter dado a
alguém um carisma tão belo, colocado a serviço da comunidade. Mas logo surgem
os questionamentos maldosos: Como é que ele faz isso? Onde aprendeu? Quem o
ensinou, de onde é que vem todo esse saber? Será que o padre o autorizou? (Esta
última coloquei por minha conta) E a admiração, contaminada por sentimentos de
inveja, vai logo se transformando em desconfiança aumentando o questionamento:
“Quem ele pensa que é, para falar assim com a gente? Será que ele não se
enxerga? E ainda tem gente que o aplaude...” Os que não gostam muito do padre,
logo vão afirmar que o sujeito faz parte da sua “panelinha”, ou então, irão
inventar alguma coisa para que o padre “corte a asinha” do tal.
As pessoas, quando enxergam algo de extraordinário no carisma de
alguém, começam a fazer do sujeito uma referência importante, acham que a sua
oração é especial, que um toque de sua mão poderosa pode realizar curas
prodigiosas, e em pouco tempo, a propaganda é tanta, que o tal não pode mais
sair às ruas que é logo procurado para resolver os mais complicados problemas,
inclusive de relacionamento entre as pessoas, apaziguar casais brigados,
aconselhar jovens, e assim a sua palavra se torna poderosa e em consequência
passa a ter poder religioso paralelo, e se na comunidade não houver um espaço
para ele atuar, terão de criar um, pois ele precisa ser o centro das atenções.
Jesus não quis formar um grupo só para ele, para bater de frente
com os Doutores da lei, escribas e fariseus, e como ele pertencia a uma das
famílias do local, a ponto de sua mãe e seus irmãos serem de todos conhecidos,
começaram a vê-lo como um vulgar, que nada de extraordinário tinha feito em
Nazaré, para que merecesse toda aquela fama. Na verdade, Jesus não quis assumir
o papel de “Salvador da Pátria”, diferente de muitos cristãos, que se julgam o
máximo naquilo que fazem, e pensam que sem eles, a comunidade estaria perdida.
Essa rejeição á ele, suas obras e ensinamentos, iria se ampliar e lhe traria
consequências muito trágicas na cruz do calvário, tudo porque suas palavras
anunciavam um reino novo, que exigia uma total renovação e mudança de vida.
Na sinagoga de Nazaré foi assim, e nas nossas comunidades, não é
muito diferente. Quem prega mudanças de mentalidade e conduta, vai sempre
arrumar uma bela de uma encrenca. Enfim, o Jesus que há dentro de nós, criado
pelas nossas fantasias, ou fruto de nossas ideologias sociais ou políticas, não
coincide com esse Jesus, Profeta de Nazaré, Ungido de Deus. E o pior, é que
projetamos tudo isso nas pessoas que lideram a comunidade, nos cooperadores,
nos coordenadores, nos ministros, nas catequistas, nos padres e diáconos e
assim vai. Um dia, basta um desentendimento mais sério e o nosso Jesus
idealizado “vai para o espaço” com a pastoral e o movimento.
Quanto mais somos realistas em nossa fé, mais nos adequamos á
comunidade aceitando-a como ela é, quanto mais nos iludimos com o Jesus da
nossa fantasia, mais difícil será vivermos em comunidade, aceitando as pessoas
do jeito que elas são. Daí, como em Nazaré, nenhum milagre acontece, por causa
dessa fé infantil e ilusória...
2. É o filho do carpinteiro?
(O comentário do Evangelho abaixo é feito
por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e
disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)
Jesus é verdadeiramente o Verbo de Deus encarnado. Verdadeiro
homem, integrado em seu meio, conhecido como um dos nossos. É Jesus de Nazaré.
Filho do carpinteiro, sua mãe se chama Maria, seus irmãos são Tiago, José,
Simão e Judas. E ainda as suas irmãs. Nós entendemos por irmãos e irmãs membros
próximos da família. Jesus viveu trinta anos a vida oculta de Nazaré como viviam
todos os moradores do lugar. Vida oculta em relação à vida pública que ele
começou depois de ter passado pelo batismo de João. Em Nazaré, sua vida não era
oculta. Era simples e normal. Seus ensinamentos e seus milagres fazem os
nazarenos perguntar de onde lhe vem sua sabedoria. Falam do filho do
carpinteiro como de alguém que até então não tinha chamado a atenção por nada
de extraordinário. Esse longo tempo de vida normal de Jesus em Nazaré é
importante para a nossa espiritualidade. Jesus de Nazaré tem um rosto humano,
sem se distinguir em nada de seus conterrâneos. A Carta aos Hebreus dirá que
ele foi em tudo semelhante a nós, exceto no pecado. Sua humanidade não é
abstrata nem é extraordinária. Ela valoriza a nossa vida de cada dia. Para nós,
hoje, Nazaré é o lugar onde moramos e vivemos.
HOMILIA DIÁRIA
Quem tem fé sabe do que Deus é capaz
Quem tem fé sabe submeter-se a Deus. Sabe também do que Ele é capaz
Muitos ficavam admirados com a sabedoria de Jesus e
com Seus milagres, mas, ao mesmo tempo, outros ficavam incrédulos, diminuíam-No
e até O desprezavam, porque diziam: “Veja bem, ele não é um carpinteiro? Seus
parentes não estão em nosso meio? De onde vem, então, toda essa sabedoria?”.
Eles não reconheciam de onde vinha a verdadeira sabedoria do Senhor. Por isso,
Jesus foi desprezado e Sua ação não foi recebida. Então, entre os parentes e
conhecidos de Cristo, Ele não pôde realizar muitos milagres. A graça de Deus
não atuou naquele lugar por causa da incredulidade.
Nós até podemos conhecer a grandeza do amor de Deus
e dizer: “Oh, que maravilha! Deus faz!”… e assim por diante. Mas, quando somos
incrédulos, ou seja, acreditamos que tudo pode ser humanamente resolvido, e não
temos confiança na ação e no poder do Senhor, nós não experimentamos a Sua
graça em nosso meio.
Claro que nós não podemos ter uma fé ingênua,
a qual não é autêntica no Senhor, mas manifestada de uma forma muito
fanática, exagerada. Não! É preciso ter a fé que vem da confiança, da certeza
de nunca duvidar daquilo de que Deus é capaz, do que Ele pode realizar no meio
de nós.
Quem tem fé é submisso a Deus. Sabe colocar-se
debaixo das Suas mãos, do Seu cuidado e proteção, sabe também do que Ele é
capaz.
Quem tem fé não duvida do Senhor e também não O
coloca à prova, exigindo que Ele faça isso ou aquilo para satisfazer as
próprias necessidades. Quem tem fé é como uma criança que se coloca nos braços
de seu pai e sabe que este tudo pode por ela.
Senhor, eu creio, mas aumentai a minha fé!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e
colaborador do Portal Canção Nova.
Oração Final
Pai Santo, dá-nos a simplicidade das crianças.
Faze-nos parecidos com Jesus, o filho do Carpinteiro e de Maria; confiantes em
tua proteção paterna; agradecidos por teu Amor infinito, e generosos na
partilha com os irmãos do caminho. Pelo mesmo Jesus, o Cristo, teu Filho e
nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 02/08/2013
ORAÇÃO FINAl
Pai Santo, dá-nos a simplicidade das crianças:
faze-nos parecidos com Jesus de Nazaré, o filho do Carpinteiro e de Maria;
confiantes em tua proteção paterna; agradecidos por teu Amor infinito; e
generosos na partilha com os irmãos do caminho dos dons e bens que nos
emprestas. Pelo mesmo Jesus, o Cristo, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do
Espírito Santo.

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