
A identidade de Jesus se torna evidente a partir da confissão feita por Pedro. O termo “Cristo” não parece totalmente compreendido pelos discípulos, pois, sob o domínio do império romano, era natural esperar um messias político que restaurasse o antigo reino davídico. No entanto, Jesus esclarece que o Reino de Deus não pertence a este mundo, destacando isso já em seu primeiro anúncio sobre sua paixão. Seu caminho inclui ser rejeitado pelos próprios compatriotas e enfrentar uma morte humilhante na cruz. Contudo, essa morte não é o fim, pois Ele alcança a vitória definitiva com a ressurreição.
Seguir Jesus implica um percurso semelhante. O discípulo deve abandonar uma visão egoísta e triunfalista da vida, negando a si mesmo e abraçando o projeto divino. Carregar a cruz, para o discípulo, não significa apegar-se ao sofrimento e à dor como fim em si mesmos, mas superá-los através do amor que ela representa, descobrindo, dessa maneira, a verdadeira salvação. Ao encontrar Cristo, o discípulo não pode mais guardar egoisticamente sua própria vida; pelo contrário, é movido a entregá-la livremente pelo Reino, encontrando, assim, a plenitude de sua realização.
Comentário do Evangelho
Se alguém quiser vim atrás de mim, negue-se a si mesmo, tome cada dia sua cruz e siga-me
A identidade de Jesus é revelada na confissão de Pedro. O termo “Cristo” parece não ressoar claramente para os discípulos. Sob o jugo do império romano, vem o desejo de um reino de um messias que possa restabelecer o poder davídico outrora perdido. Mas o Reino de Deus não é deste mundo, e Jesus o explicita em seu primeiro anúncio da paixão. Ele deve passar pela rejeição dos seus, a ponto de morrer de forma infame na cruz, porém, triunfará pela ressurreição, vencendo a morte. Longe de status e regalias, o discípulo deve passar por um caminho semelhante ao do Mestre. Ao negar a si mesmo, deve renunciar a toda uma mentalidade egoísta e triunfalista, abandonando-se ao projeto de Deus. Ao carregar a cruz, mais que símbolo de sofrimento e de dor, longe de apegar-se a eles, deve ultrapassá-los com amor, o qual ela exprime, encontrando assim a verdadeira salvação. Ao encontrar o Cristo, o discípulo jamais consegue reter sua vida de forma mesquinha, perdendo-a. Ele é impulsionado a perdê-la na doação ao Reino, encontrando sua plena realização.
Pe. Jackson Câmara Silva, INJ, ‘A Bíblia dia a dia 2025’, Paulinas.
Fontes: https://www.facebook.com/ParoquiaSantaCruzCampinas e https://comeceodiafeliz.com.br/evangelho/06-03-2025
Reflexão
Após a confissão de Pedro, reconhecendo Jesus como Messias, é a vez de Jesus se pronunciar e revelar seu futuro na terra. Ao predizer seu destino de cruz, mostra as exigências feitas a quem quer segui-lo: “renuncie a si mesmo, carregue sua cruz a cada dia e me siga”. Jesus mesmo nos dá o exemplo, ao aceitar o destino de ser pregado na cruz pela salvação da humanidade. Antes de oferecer a cruz, ele próprio a carrega, assim como pratica a renúncia antes de propô-la aos seus discípulos. Jesus é verdadeiro Mestre, que ensina através do seu exemplo. Não é um masoquista que propõe o sofrimento aleatório. Quando fala das dores e da entrega da própria vida, está simbolicamente dizendo que devemos privilegiar a dimensão espiritual para sermos dignos do Reino. E isso comporta diversas renúncias e algumas mortificações; afinal, “de que adianta alguém ganhar o mundo inteiro, e perder ou destruir a si mesmo?”.
(Dia a Dia com o Evangelho 2025 - PAULUS)
Reflexão
«Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, e tome cada dia a sua cruz, e siga-me»
Fray Josep Mª MASSANA i Mola OFM
(Barcelona, Espanha)
Hoje é a primeira quinta-feira da Quaresma. Ainda temos fresca as cinzas que a Igreja nos punha ontem sobre a testa, e que nos introduzia neste tempo santo, que é uma trajetória de quarenta dias. Jesus, no Evangelho, nos ensina duas rotas: o Via Crucis que Ele deve recorrer, e nosso caminho em seu seguimento.
Sua senda é o Caminho da Cruz e da morte, mas também o de sua glorificação: «E acrescentou: «O Filho do Homem deve sofrer muito, ser rejeitado pelos anciãos, pelos chefes dos sacerdotes e doutores da Lei, deve ser morto, e ressuscitar no terceiro dia» (Lc 9,22). Nossa senda, não é essencialmente diferente da de Jesus, e nos assinala qual é a maneira de segui-lo: «Depois Jesus disse a todos: «Se alguém quer me seguir, renuncie a si mesmo, tome cada dia a sua cruz, e me siga» (Lc 9,23).
Abraçado a sua Cruz, Jesus seguia a Vontade do Pai; nós, carregando a nossa sobre os ombros, o acompanhamos em sua Via Crucis.
O caminho de Jesus se resume em três palavras: sofrimento, morte, ressurreição. Nosso Sendero também é constituído por três aspectos (duas atitudes e a essência da vocação cristã): negarmos a nós mesmos, tomar cada dia a cruz e acompanhar a Jesus.
Se alguém não se nega a si mesmo e não toma a cruz, quer afirmar-se e ser o mesmo, quer «salvar sua vida», como diz Jesus. Mas, querendo salvá-la, a perderá. Em compensação, quem não se esforça por evitar o sofrimento e a cruz, por causa de Jesus, salvará sua vida. É o paradoxo do seguimento de Jesus: «De fato, que adianta um homem ganhar o mundo inteiro, se perde e destrói a si mesmo?» (Lc 9,25).
Esta palavra do Senhor, que encerra o Evangelho de hoje, agitou o coração de Santo Inácio e provocou sua conversão: «Que aconteceria se eu fizesse o que fez São Francisco e isso que fez Santo Domingo?». Tomara que nesta Quaresma a mesma palavra nos ajude também a converter-nos!
Pensamentos para o Evangelho de hoje
- «Fixemos com atenção o nosso olhar no sangue de Cristo e reconheçamos quão preciosa foi aos olhos de Deus, seu Pai, pois, derramada pela nossa salvação, alcançou a graça da penitencia para todo o mundo» (S. Clemente Romano)
- «Não podemos pensar na vida cristã fora deste caminho que Ele percorreu primeiro. É o caminho da humildade. O estilo cristão sem cruz não é, de forma alguma, cristão e se a cruz é uma cruz sem Jesus, não é cristã» (Francisco)
- «A conversão realiza-se na vida quotidiana por gestos de reconciliação, pelo cuidado dos pobres, o exercício e a defesa da justiça e do direito, (...) a aceitação dos sofrimentos, a coragem de suportar a perseguição por amor da justiça. Tomar a sua cruz todos os dias e seguir Jesus é o caminho mais seguro da penitência» (Catecismo da Igreja Católica, nº 1.435)
Reflexão
O primeiro anúncio da Paixão. O caminho da cruz
REDAÇÃO evangeli.net (elaborado com base nos textos de Bento XVI)
(Città del Vaticano, Vaticano)
Hoje, começada a Quaresma, Jesus Cristo anuncia-nos o destino do caminho que empreendemos com Ele: a sua paixão e a sua ressureição. Este anúncio escandalizou Simão Pedro que acabava de reconhecê-lo como Messias. Mas, justamente, segui-lo com o sinal da cruz será o nosso caminho, o qual se explica de um modo antropológico: é o caminho do “perder-se a si próprio”, sem o qual se torna impossível encontrar-se a si mesmo.
Para amar é necessário perder-se! Os cristãos devem ser instruídos continuamente, ao longo dos séculos, pelo Senhor, para que estejam sempre conscientes que o seu caminho não é o da gloria ou do poder temporal mas o “caminho da cruz”. Também hoje, os cristãos tomam à parte o Senhor para lhe dizer: “Isso não te pode acontecer”!
—Jesus tem que nos dizer de novo: Sai da minha frente, Satanás!”. Toda a cena mostra uma inquietante atualidade, pois, em definitiva, seguimos pensando segundo “a carne e o sangue” e não segundo a revelação que podemos receber pela fé.
Comentário sobre o Evangelho
O Sermão da Montanha: «Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, e tome cada dia a sua cruz, e siga-me»
Hoje Jesus nos explica sua missão: o Filho de Deus veio a este mundo para salvar-nos. Quis fazer desde um lugar incômodo, muito doloroso: a Cruz, nos arredores de Jerusalém. Sim, Jesus Cristo está aí, sem se chatear, oferecendo esse sacrifício ao Pai pelo perdão de nossas faltas. É um Amor insuperável!
—«Se alguém quiser vir em meu favor tome sua cruz cada dia, e siga-me». No amor não há atalhos!
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