ANO B
Jo 7,37-39
Reflexão
Pistas para a reflexão:
I leitura: Enquanto Deus, por intermédio de seu Filho, desce ao convívio com a humanidade, o ser humano nutre a pretensão de atingir o céu. Quando o orgulho e a arrogância dispensam o Deus da vida, a confusão e a violência tomam conta da sociedade. O que impede a comunicação e o entendimento não são as diversidades das línguas e culturas, mas a arrogância, que transforma as diversidades em discriminações e barreiras. A torre é símbolo da idolatria e da rebelião contra o Criador, que quer todos os povos irmanados.
II leitura: A obra da criação gemerá e sofrerá enquanto não houver libertação de tudo aquilo que impede a vida em plenitude. A natureza, cada vez mais, geme diante da degradação que o ser humano lhe impõe. Destruindo-a, ele também sofre as consequências. O Espírito, por sua vez, vem em socorro de nossa fraqueza, para valorizarmos toda a obra do Criador.
Evangelho: Observando o ritual da busca da água a ser levada ao templo, Jesus se apresenta como a fonte de onde jorra a água que sacia a sede mais profunda do ser humano. No Mestre está presente a vida em plenitude, a qual é oferecida a todos os que a desejarem. Convidando a beber, ele propõe aplacar a sede de quem a sente. O satisfeito, o acomodado e o orgulhoso não se aproximam dele, porque já se consideram saciados.
(Liturgia Diária)
Reflexão
MISSA DA VIGÍLIA (Jo 7,37-39) «Do seu interior correrão rios de água viva»
Rev. D. Joan MARTÍNEZ Porcel
(Barcelona, Espanha)
Hoje contemplamos Jesus no último dia da festa dos Tabernáculos, quando de pé gritou: «Se alguém tem sede, venha a mim, e beba quem crê em mim, conforme a Escritura: ‘Do seu interior correrão rios de água viva’» (Jo 7,37-38). Referia-se ao Espírito. A vinda do Espírito é uma teofania no que o vento e o fogo nos lembram a transcendência de Deus. Depois de receber o Espírito, os discípulos falam sem medo. Na Eucaristia da vigília vemos ao Espírito como usualmente referimo-nos ao papel do Espírito em relação individual, porém hoje a palavra de Deus remarca sua ação na comunidade cristã: «Ele disse isso falando do Espírito que haviam de receber os que acreditassem nele» (Jo 7,39). O Espírito constitui a unidade firme e sólida que transforma a comunidade em um corpo só, o corpo de Cristo. Também, ele mesmo é a origem da diversidade de dons e carismas que nos diferenciam a todos e a cada um de nós.
A unidade é signo claro da presença do Espírito nas nossas comunidades. O mais importante da Igreja é invisível e, é precisamente a presença do Espírito que a vivifica. Quando olhamos a Igreja unicamente com olhos humanos, sem fazê-la objeto de fé, erramos, porque deixamos de perceber nela a força do Espírito. No normal, tensão entre unidade e diversidade, entre igreja universal e local, entre comunhão sobrenatural e comunidade de irmãos, necessitamos saborear a presença do Reino de Deus na sua Igreja peregrina. Na oração coleta da celebração eucarística da vigília pedimos a Deus que «os povos divididos (...) se congreguem por meio do teu Espírito e, reunidos, confessem teu nome na diversidade de suas línguas».
Agora devemos pedir a Deus saber descobrir o Espírito como alma de nossa alma e alma da Igreja.
Reflexão
37. No último dia, que é o principal dia de festa, estava Jesus de pé e clamava: Se alguém tiver sede, venha a mim e beba.
38. Quem crê em mim, como diz a Escritura: Do seu interior manarão rios de água viva (Zc 14,8; Is 58,11).
39. Dizia isso, referindo-se ao Espírito que haviam de receber os que cressem nele, pois ainda não fora dado o Espírito, visto que Jesus ainda não tinha sido glorificado.
Iniciemos essa reflexão com as palavras do Papa Emérito Bento XVI: “A solenidade do Pentecostes, que celebramos no dia de hoje, encerra o tempo litúrgico da Páscoa. Com efeito, o Mistério pascal — a paixão, morte e ressurreição de Cristo, e a sua ascensão ao Céu — encontra o seu cumprimento na poderosa efusão do Espírito Santo sobre os Apóstolos congregados com Maria, Mãe do Senhor, e com os demais discípulos. Foi o «batismo» da Igreja, batismo no Espírito Santo” ( At 1, 5).
“Quem crê em mim, como diz a Escritura: Do seu interior manarão rios de água viva” – “Como no tempo do Êxodo, também hoje os homens sofrem a sede desta água salvadora e libertadora que provém de Cristo, e a Igreja, em resposta, não descansa de anunciá-l’O a todos os povos de todos os tempos. Ela está presente no mundo, essencialmente “para ajudar os homens a crerem que Jesus é o Filho de Deus, a fim de que, mediante a fé, eles tenham a vida no Seu nome…”(Beato João Paulo II) Ó Senhor, dá-nos da Sua Água Viva! Purifica-nos, renova-nos, fortalece-nos, Senhor!
O Catecismo (2652) ensina: “O Espírito Santo é a «água viva» que, no coração orante, jorra para a vida eterna. É Ele quem nos ensina a recolhê-la na própria Fonte: Jesus Cristo. Ora, há na vida cristã mananciais onde Cristo nos espera para nos dar a beber o Espírito Santo”.
O Papa Emérito Bento XVI disse: “Com a graça dos Sacramentos, a água que saiu do lado trespassado na cruz tornou-se uma fonte jorrante, “rios de água viva”, um dom que ninguém pode interromper e que dá vida… A missão da Igreja não consiste em defender poderes, nem em obter riquezas; a sua missão é oferecer Cristo, participar na Vida de Cristo, o bem mais precioso do homem que o próprio Deus nos deu no seu Filho”.
Pentecostes
Maria reunida em oração com os Apóstolos, no Cenáculo – O Beato João Paulo II disse: “Hoje a Igreja festeja a solenidade de Pentecostes, que recorda a efusão prodigiosa do Espírito Santo sobre Maria e os Apóstolos no Cenáculo. Cinquenta dias depois da Páscoa, realizou-se aquilo que Cristo tinha prometido aos discípulos: ou seja, que eles receberiam o batismo no Espírito Santo (At 1, 5) e seriam revestidos do poder do Alto (Lc 24, 49), para ter a força de anunciar o Evangelho a todas as nações”.
O Papa Emérito Bento XVI explicou: “Entre a Ascensão do Ressuscitado e o primeiro Pentecostes cristão, os Apóstolos e a Igreja reúnem-se com Maria para esperar com Ela o dom do Espírito Santo, sem o qual não podemos tornar-nos testemunhas. Ela que já o recebeu para gerar o Verbo encarnado, compartilha com toda a Igreja a expectativa do mesmo dom, para que no coração de cada crente «se forme Cristo” (Gl 4, 19).
O nascimento da Igreja deu-se em Pentecostes – O Beato João Paulo II disse que “enorme é a importância desse dia do Pentecostes, em que a Igreja comemora o seu nascimento no Cenáculo de Jerusalém. De lá, onde tinham estado os Apóstolos reunidos em oração com Maria Mãe de Jesus (Cfr. Act 1, 14), saíram estes, cheios daquele vigor que lhes fora infundido na alma como dom especial do Espírito Santo. De lá saíram eles e foram pelo mundo para cumprir o mandato de Cristo: Ide, pois, ensinai todas as nações, baptizando-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, ensinando-as a cumprir tudo quanto vos tenho mandado (Mt 28, 19-20)”.
O Catecismo (731 - 732 - 738) ensina: “Cinquenta dias após a Ressurreição, no Pentecostes, Jesus Cristo glorificado infunde o Espírito em abundância e manifesta-O como Pessoa divina, de modo que a Santíssima Trindade é plenamente revelada. A Missão de Cristo e do Espírito torna-se a Missão da Igreja, enviada a anunciar e a difundir o mistério da comunhão trinitária”.
O Espírito Santo nos impulsiona a ir ao encontro do irmão e testemunhar as maravilhas que Cristo Ressuscitado tem feito em nossas vidas – O Beato João Paulo II ensinou: “Como aconteceu em Jerusalém no primeiro Pentecostes, em cada época as testemunhas de Cristo, repletas do Espírito Santo, sentiram-se impelidas e caminhar rumo ao próximo, para exprimir nas várias línguas as maravilhas realizadas por Deus. É o que continua a acontecer também na nossa época”.
Conclusão:
Concluímos essa reflexão com as palavras do Beato João Paulo II: “Com o Pentecostes realiza-se o projeto de Deus, revelado a Abraão, de dar vida a um novo povo. Nasce a Igreja, Corpo místico de Cristo espalhado pelo mundo. Ela é composta por homens e mulheres de todas as raças e culturas, congregados na fé no amor da Santíssima Trindade, para ser sinal e instrumento da unidade de todo o gênero humano. Conformados pelo Espírito com Cristo, homem novo, os fiéis tornam-se suas testemunhas, semeadores de esperança, instrumentos de misericórdia e de paz”.
Oração:
Sequência:
1-Espírito de Deus, enviai dos céus um raio de luz!
2-Vinde, Pai dos pobres, dai aos corações vossos sete dons.
3-Consolo que acalma, hóspede da alma, doce alívio, vinde!
4-No labor descanso, na aflição remanso, no calor aragem.
5-Enchei, luz bendita, chama que crepita, o íntimo de nós!
6-Sem a luz que acode, nada o homem pode, nenhum bem há nele.
7-Ao sujo lavai, ao seco regai, curai o doente.
8-Dobrai o que é duro, guiai no escuro, o frio aquecei.
9-Dai à vossa Igreja, que espera e deseja, vossos sete dons.
10-Dai em prêmio ao forte uma santa morte, alegria eterna. Amém.
Do Círculo Bíblico:
“Ó Deus de bondade, obrigado por este encontro e pelo Espírito que nos enviastes. Dai-nos a força do vosso Espírito para anunciar Cristo como esperança da humanidade, como verdade que vence a mentira e a falsidade, como paz e liberdade que fundamentam a dignidade humana, como vida que supera a morte e a indiferença, como amor e fraternidade que destroem o ódio e a violência e como libertação que cria pessoas livres para amar. Os dons do Espírito Santo iluminem e conduzam nossa caminhada diária. Por Cristo, nosso Senhor.
De São João Paulo II:
1-“Voltemo-nos agora para Maria Santíssima, a quem contemplamos no Cenáculo enquanto recebe com os Apóstolos e os discípulos o dom do Espírito Santo. Invoquemos agora com confiança a sua intercessão maternal, a fim de que renovem na Igreja os milagres de Pentecostes e todos os homens possam acolher o feliz anúncio da salvação”.
2-“Neste dia de Pentecostes, invocamos o Espírito Consolador sobre toda a humanidade, para que purifique e guie os seus passos rumo à civilização do amor”.
Há uma reflexão no Blog desse mesmo Evangelho (São João 7, 37-39), postada em 23 de maio de 2012.
Jane Amábile
Com. Divino Espírito Santo
Fonte: https://ideeanunciai.wordpress.com/2013/05/13/solenidade-de-pentecostes-sao-joao-7-37-39-2/ e CRISTO minha CERTEZA em 19/05/2018
HOMILIA DIÁRIA
Temos sede de Deus, sede de amor, sede de eternidade!
Aquilo que o Evangelho de João diz é o que, de fato, nós queremos clamar, porque nós temos sede de Deus, sede de amor, de eternidade e de bondade!
“Aquele que crê em mim, conforme diz a Escritura, rios de água viva jorrarão do seu interior.” (João 7, 38)
Nós, hoje, queremos meditar sobre a Liturgia da Vigília de Pentecostes, toda a Igreja reunida para clamar o dom do alto, o dom do Espírito Santo, a grande promessa de Deus para Sua Igreja, a grande promessa de Deus para cada um de nós, a grande promessa de Deus para a nossa vida. “Sobre vós derramareis o meu Espírito“, afirma Jesus.
Aquilo que o Evangelho de João diz é o que, de fato, nós queremos clamar, porque nós temos sede – temos sede de Deus, sede de amor, sede de eternidade, sede de bondade; há uma secura dentro de nós. E nós, muitas vezes, queremos saciar e inebriar a nossa sede com aquilo que não sacia, com aquilo que não tira a nossa sede; muito pelo contrário, nos deixa cada vez mais sedentos e vazios. Quantos precisam se dirigir aos vícios, quantos precisam se dirigir a coisas que não levam a nada para saciar uma sede profunda que há na alma humana.
Jesus diz hoje a mim e a você: “Se alguém tem sede, venha a mim e beba” (João 7, 37). Jesus é aquele que sacia a nossa sede. E de que forma o Senhor a sacia? Ele nos faz ficar inebriados nas fontes de água viva, a qual jorra para a eternidade. Jesus nos mergulha no Seu Espírito, Jesus nos deixa inebriados com Seu Santo Espírito e nos faz plenos e repletos d’Ele [Espírito Santo]. E como nós precisamos deste Espírito, precisamos d’Ele para continuar vencendo, para continuar lutando, para continuarmos em pé no seguimento de Jesus Cristo e não desanimarmos!
E uma vez que esse mesmo Espírito é derramado sobre nós, uma vez que nós nos encharcamos desse mesmo Espírito, rios de água viva jorram do nosso interior. E desses rios de água, que jorram de nós, brotam os frutos do Espírito que habitam em nós. O rio que jorra para todos os lados, esparrama água, esparrama o frescor e o vigor que vem dessa água pura, límpida que renova e faz novas todas as coisas!
Aquele que é cheio do Espírito está derramando o Seu Espírito, está jorrando para quem está do Seu lado e os frutos d’Ele: a alegria, a paz, o amor, a bondade, a generosidade, a afabilidade, a caridade, a temperança e tudo aquilo que nós conhecemos da vida nova que o Espírito faz brotar em nós.
Que hoje permaneçamos unidos na oração, na súplica para que seja revigorada em nossa vida essa graça original do batismo que recebemos do Espírito Santo de Deus.
Deus deseja que de mim e de você brote um rio de água viva para saciar a fome e a sede do mundo; para saciar a sede da nossa casa, da nossa família e dos nossos. Essa sede precisa ser saciada na fonte que brota do coração de Jesus.
Ó rio de água viva, ó Espírito Consolador, que faz novas todas as coisas, vinde ao nosso encontro, vinde em nosso socorro, vinde em nosso auxílio e fazei jorrar de nós essa graça para todos os lados.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Fonte: Canção Nova em 07/06/2014
HOMILIA DIÁRIA
Clamemos pelo Espírito Santo de Deus
Clamemos pelo Espírito Santo de Deus, pois ele vem em socorro da nossa fraqueza, vem em auxílio daquilo que está frágil em nós
“Se alguém tem sede, venha a mim, e beba. Aquele que crê em mim, conforme diz a Escritura, rios de água viva jorrarão do seu interior.” (João 7,38)
Hoje, toda a Igreja se reúne para celebrar a Vigília de Pentecostes. Queremos nos colocar inteiros no coração do Mestre, para que Ele nos envie aquilo que jorrou do Seu coração. O rio de Água Viva, que brotava do coração de Jesus, está derramando sobre os nossos corações a água que nos revitaliza, lava-nos e purifica-nos, para que levemos a vida em nome de Jesus.
Nossa alma passa por muitas tempestades, e nos encontramos, muitas vezes, atravessando os desertos desta vida. Precisamos nos saciar da fonte de água que jorra para a vida eterna, para que essa água esteja brotando em nós. Precisamos jorrar a água do Espírito onde quer que nós estejamos.
Hoje, a Igreja faz um grande convite para que, em vigília, em oração, clamemos pelo dom do Alto, clamemos pelo Espírito prometido que nos renova, transforma-nos e santifica-nos. Clamemos pelo Espírito Santo de Deus, pois Ele vem em socorro da nossa fraqueza, vem em auxílio daquilo que está frágil em nós. O Espírito vem temperar nossas intempéries, fortalecer aquilo que está decaído em nós. O Espírito vem nos motivar diante de tantas desmotivações e decepções que enfrentamos nessa vida.
Por mais velha que esteja a nossa vida, por mais cansados e arrasados que estejamos, o Espírito nos traz vida nova. Precisamos desse bálsamo da graça, precisamos dessa unção do Alto, precisamos revitalizar em nós a graça que nos foi dada no nosso batismo.
Hoje, é Pentecostes para nós! Celebramos a grande promessa de Deus na nossa vida. Rezemos: “Vinde, Espírito Santo, vinde doador dos dons. Vinde, Espírito consolador, encha nossas almas e conduza nossas igrejas”.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Fonte: Canção Nova em 19/05/2018
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