quarta-feira, 23 de março de 2022

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA - 20/03/2022

ANO C


3º DOMINGO DA QUARESMA

Ano C - Roxo

“Conversão é um caminho fundamental!”

Lc 13,1-9

Ambientação

INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL PULSANDINHO: A liturgia apresenta o tema da misericórdia de Deus, tendo como condição a conversão. Esta constitui o grande apelo do tempo quaresmal em preparação à páscoa: passagem de libertação do pecado à graça divina. Tal conversão representa um esforço constante em retornar e permanecer em Deus, de modo que nossa existência seja renovada.

INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL PULSANDINHO: A liturgia apresenta o tema da misericórdia de Deus, tendo como condição fundamental a conversão. Esta constitui o grande apelo do tempo quaresmal em preparação à páscoa: passagem de libertação da humanidade à graça divina. Tal conversão representa, ao cristão, um esforço constante em retornar e permanecer em Deus, de modo que nossa existência seja renovada.

INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL O POVO DE DEUS: Irmãos e irmãs, neste santo tempo quaresmal, somos chamados a uma sincera conversão, a mudar nossa maneira de pensar e de agir, confiando realmente no Senhor e trilhando seus caminhos. A verdadeira libertação é graça do Espírito, mas dependerá também do nosso esforço de conversão. Que esta Eucaristia nos alimente com a Palavra e o com o Pão da Vida Eterna e nos permita dar bons frutos de conversão.

INTRODUÇÃO DO WEBMASTER: Neste 3º Domingo da Quaresma, a Igreja nos reúne na esperança de que o Reino está próximo e que o sentido da vida consiste em viver na proteção divina. A analogia dos sinais de trânsito, que indicam caminhos e orientam o viajante, favorecerá a contextualização que a celebração de hoje nos propõe: assim como os sinais dizem se devemos ir para direita ou para a esquerda, da mesma forma, Deus fala através dos sinais da vida, atrai por meio dos acontecimentos da vida, indicando qual caminho seguir. A conversão, portanto, é um gesto de sensatez. É o que se espera de quem se afastou dos caminhos de Deus, preferindo os caminhos mundanos. Intercedamos a graça do discernimento, para que saibamos perceber como Deus nos atrai ao seu encontro e como indica seus caminhos. Caminhando em direção à festa da Páscoa, abramos nossos corações para a conversão e reconciliação que o Senhor deseja realizar em nossas vidas e na história da humanidade. Inspirados pela Campanha da Fraternidade, deixemo-nos transformar pela novidade da boa notícia do Evangelho, que nos faz ver no Cristo o rosto humano de Deus e o rosto divino do homem. A urgência da conversão por causa da proximidade do juízo de Deus, que os sinais dos tempos continuamente nos evocam, é a nossa resposta à experiência de Deus que vem para fazer-nos sair do Egito, que vem ajudar-nos a encontrar nossa identidade de homens. Jesus nos libertou e um povo libertado é um povo em conversão, uma conversão contínua.
Fonte: NPD Brasil em 24/03/2019

ONDE ESTÃO OS FRUTOS?

Enquanto avançamos no caminho da Quaresma, a Palavra de Deus vai nos advertindo: “se não fizerdes penitência... se não vos converterdes, perecereis...” (Lc 13,2-5). Ninguém de nós pode pretender que já está salvo e merece a salvação. Os soberbos e os autossuficientes não têm vez diante de Deus. A vida cristã autêntica é um esforço constante e humilde de colaboração com a graça de Deus.
A Quaresma nos chama a rever a vida, a fazer penitência e a progredir na fidelidade a Deus e na vida santa. Deus espera de nós os frutos da verdadeira conversão e da santidade. A parábola da figueira inútil, cheia de folhas, mas sem frutos, que Jesus conta no Evangelho de hoje (Lc 13, 6-9), serve como advertência para todos nós e nos questiona: somos também nós como essa figueira? Seria arriscado levar a vida despreocupada e fria, sem os frutos de conversão e vida cristã... Que frutos Deus já pode encontrar em nós?
Nossa sorte é que o divino “cuidador das figueiras” tem misericórdia e paciência, dando-nos novas chances. Mas fica a certeza: cedo ou tarde, os frutos precisam aparecer! Seria terrível, chegar diante de Deus e ter de ouvir essa repreensão: “servo inútil... figueira estéril, o que fizeste de tua vida? Como aproveitaste tantas oportunidades, ao longo da vida, para realizares o bem?”!
A advertência vale para cada um de nós. E vale também para a Igreja e cada comunidade, instituição e organização da Igreja de Cristo. Não podemos ser “figueiras estéreis”, talvez, enfeitadas com muitas folhas mas, sem frutos... Nosso sínodo arquidiocesano também é um chamado à conversão e à renovação pastoral. O sínodo está nos levando a tomar consciência sobre nossa situação, se estamos produzindo os frutos que Deus espera da Igreja em São Paulo, de cada paróquia e organização eclesial e pastoral?
No próximo sábado, dia 30 de março, será aberto em cada uma das Regiões Episcopais o 2º ano do nosso sínodo arquidiocesano. Continua o chamado a fazer o “caminho de comunhão, conversão e renovação missionária” em toda a nossa Arquidiocese. Neste ano, realizam-se as assembleias do sínodo nas Regiões Episcopais e nos Vicariatos ambientais. E, nas paróquias, o caminho do sínodo continua, com atividades próprias, conforme orientações da Carta Pastoral já disponível para todos nas paróquias. Convido todos a tomarem parte nessas iniciativas paroquiais do sínodo, neste ano.
Enquanto isso, façamos penitência e peçamos que Deus tenha misericórdia de nós, de nossa lentidão em nos convertermos! E que o Espírito Santo nos ajude a produzir os frutos de “conversão e renovação missionária”, tão necessários em nossa Igreja!
Cardeal Odilo Pedro Scherer
Arcebispo de São Paulo
Fonte: NPD Brasil em 24/03/2019

QUE IDEIA TEMOS DE DEUS?

Infelizmente todos os dias, as crônicas relatam más notícias: homicídios, desastres, catástrofes... No Evangelho de hoje, Jesus menciona dois acontecimentos trágicos que naquela época tinham suscitado muito alvoroço: uma repressão cruel feita pelos soldados romanos dentro do templo; e o desabamento da torre de Siloé, em Jerusalém, que tinha causado dezoito vítimas (cf. Lc 13, 1-5).
Jesus conhece a mentalidade supersticiosa dos seus e sabe que eles interpretam aquele tipo de acontecimento de modo errado. Com efeito, pensam que se aqueles homens morreram de maneira tão cruel, é sinal de que Deus os castigou por alguma culpa grave que tinham cometido; seria como dizer: «mereciam-no». E ao contrário o fato de terem sido poupados à desgraça equivalia a sentir-se «justos». Eles «mereciam-no»; eu sou «justo».
Jesus rejeita decididamente esta visão, porque Deus não permite as tragédias para punir as culpas, e afirma que aquelas pobres vítimas não eram minimamente piores que os outros. Antes, Ele convida a ver nestes factos dolorosos uma admoestação que diz respeito a todos, porque todos somos pecadores; com efeito ele dizia a quantos o tinham interpelado: «Se não vos converterdes, morrereis todos do mesmo modo» (v. 3).
Também hoje, face a certas desgraças e a eventos de luto, podemos ter a tentação de «descarregar» a responsabilidade sobre as suas vítimas, ou até sobre o próprio Deus. Mas o Evangelho convida-nos a refletir: que ideia temos de Deus? Temos mesmo a certeza de que Deus é assim, ou não se trata antes de uma nossa projeção, um deus feito «à nossa imagem e semelhança»? Ao contrário, Jesus chama-nos a mudar o coração, a fazer uma inversão radical no caminho da nossa vida, abandonando o conformismo com o mal... para seguir decididamente o caminho do Evangelho...
(Papa Francisco. Angelus, 28 de Fevereiro de 2016)
Fonte: NPD Brasil em 24/03/2019

Comentário do Evangelho

A bondade de Deus

Jesus sobe para Jerusalém. Essa subida é ocasião de ensinamento, por isso ela é constituída de lições que Jesus dá aos seus discípulos. O texto do evangelho deste domingo não encontra paralelo nos outros dois sinóticos. Do ponto de vista histórico, nós não temos nenhuma informação, nem mesmo na literatura extrabíblica, dos fatos mencionados nos versículos 1 a 4. No entanto, o importante, aqui, é o valor de interpelação dos fatos, repetido duas vezes: "... se vós não vos converterdes, perecereis todos do mesmo modo" (vv. 3.5). A teoria da retribuição é ultrapassada: "Pensais que esses galileus eram mais pecadores do que qualquer outro galileu...? Digo-vos que não. Mas se vós não vos converterdes, perecereis todos do mesmo modo? . Pensais que eram mais culpados do que qualquer outro morador de Jerusalém? Eu vos digo que não" (vv. 2-5). A morte de uns e não de outros é sinal do julgamento definitivo, sinal que precisa ser discernido: ". sabeis discernir os aspectos da terra e do céu, e por que não discernis o tempo presente?" (Lc 12,56). São Paulo o exprime muito bem: "Esses acontecimentos se tornaram símbolos para nós, a fim de não desejarmos coisas más." (1Cor 10,6). A morte dos galileus e dos moradores de Jerusalém são um convite à conversão e ao reconhecimento, no tempo presente, da "visita salvífica" de Deus (cf. Lc 1,68).
Os versículos 6 a 9 ilustram os versículos precedentes. A figueira é, na tradição rabínica, símbolo da Torá. Ela está plantada na vinha (cf. v. 6). O povo de Deus tem a Lei cujo fruto deveria ser a conversão. Mas ela não produziu o fruto. Será cortada? Será arrancada do meio da vinha? A parábola acentua a bondade de Deus: a maldade humana não impede Deus de ser bom.
Carlos Alberto Contieri,sj
Oração
Pai, que a minha vida seja uma contínua busca de comunhão contigo, por meio de um arrependimento sincero e de minha conversão urgente para ti.
Fonte: Paulinas em 03/03/2013

Vivendo a Palavra

Somos convidados a pensar nos frutos que produzimos. Nossa vida alimenta a esperança dos irmãos? Correspondemos aos cuidados do Criador, que nos cerca de talentos e de bens, partilhando-os com generosidade e desapego? Pelo menos reconheço, acolho e sou grato pela vida e pela fé – os dons maiores que recebo para cultivar e anunciar ao mundo?
Fonte: Arquidiocese BH em 03/03/2013

VIVENDO A PALAVRA

A Justiça de que nos fala o Evangelho não é o resultado da contabilidade que muitas vezes nós imaginamos – pecado-e-castigo –, mas é fruto do Amor Misericordioso. Jesus viveu e nos ensinou a viver na alegria de filhos muito amados e destinados desde o pricípio ao abraço paterno-maternal de Deus, que um dia será pleno e definitivo. Nós devemos acreditar e viver esta realidade.
Fonte: Arquidiocese BH em 24/03/2019

Reflexão

TEMPO DE DAR FRUTOS

A tragédia dos galileus assassinados por Herodes e dos dezoito mortos pela queda da torre de Siloé, Jesus garante, não foi consequência dos pecados deles. Considerar tragédias e desastres como castigo de Deus é esquecer o que Jesus veio revelar: o rosto de um Pai que é amor e misericórdia, e não um carrasco vingador.
Longe de associar a morte ao pecado e à culpa das criaturas, Jesus convida a aprender das tragédias e desastres, a aprender das mortes prematuras, no sentido de valorizar o presente e converter-se para dar frutos. Pois a morte virá para todos, e a questão são os frutos que deixaremos por aqui, a diferença que tivermos feito para melhorar este mundo.
A parábola da figueira fala de um Deus paciente, que envia seu Filho para que as pessoas se deixem transformar e produzir frutos. É que, ao nos criar, Deus espera nada mais que frutos de bondade, de misericórdia, de solidariedade. Quando faltam tais frutos, falta a vida verdadeira que ele deseja.
O Filho enviado pelo Pai caminha conosco e quer nos transformar. Estar abertos à ação de Deus, porém, depende somente de nós. E aqui a importância do chamado à conversão feito por Jesus. Converter-se é tomar consciência dos próprios limites e pecados, em primeiro lugar. E, na prática, mudar de mentalidade e de vida. Mas não basta mudar, e sim mudar segundo o plano de Deus, que nos cria para relações que humanizem, que nos irmanem no perdão e no amor.
Conscientes de que as tragédias e desastres não podem ser castigo do Deus bondoso de Jesus, perguntamo-nos sobre o sentido que estamos dando à nossa vida hoje. Uma vida sem frutos para Deus é vida que perde o próprio sentido. No dia do acerto de contas, diante de um Deus que ama, que frutos lhe apresentaremos? O tempo que temos neste mundo é o tempo que Deus nos dá. É agora o tempo de conversão. É agora o tempo de dar frutos.
Pe. Paulo Bazaglia, SSP
Fonte: Paulus em 03/03/2013

Reflexão

O Evangelho deste final de semana nos coloca diante do comentário de Jesus a respeito das mortes de alguns galileus e do acidente da torre de Siloé, quando aproveita para contar a parábola da figueira estéril. As duas perícopes falam da mesma realidade: a necessidade e a urgência de conversão, tema muito presente na Quaresma. Os acidentes narrados não são castigo de Deus, mas podem ser ocasião para chamar à mudança de vida. As pessoas que morreram não são mais pecadoras do que aquelas que não foram atingidas. Deus não é vingativo e não se alegra com a morte do pecador. Pelo contrário, ele deseja que ele se converta e viva. A parábola da figueira estéril revela a misericórdia e a paciência de Deus. Aceitando a proposta do agricultor, o dono lhe oferece mais tempo para que a figueira produza frutos. É tempo de conversão, é tempo de produzir frutos que enobrecem a vida. O grande risco é uma vida estéril, sem perspectivas, sem aspirações e sem avanços. Sem nos dar conta, trilhamos caminhos mais prazerosos, que alimentam nosso individualismo. A religião e a fé precisam mudar nosso coração. É muito fácil viver uma religião sem compromisso. Evitemos, pois, transformar o projeto de Jesus num “cristianismo estéril”.
(Dia a dia com o Evangelho 2019 – Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp)
Fonte: Paulus em 24/03/2019

Reflexão

A partir de duas tragédias – as atrocidades provocadas por Pilatos e o acidente da torre de Siloé, matando dezoito pessoas -, Jesus aproveita para nos dar alguma lição. Não podemos ver as desgraças como castigo divino para os que foram atingidos. Podem, porém, ser vistas como apelo de conversão. Todos temos necessidade de mudança de vida para o melhor. Deus pode nos falar também por meio dos fatos, mesmo não muito agradáveis. As pessoas que ficaram chocadas com as mortes das tragédias recebem de Jesus uma resposta talvez mais chocante ainda: se vocês não se converterem, morrerão do mesmo modo. O Senhor que diz palavras de ânimo, de consolo, é o mesmo que profere expressões de advertência. Não faz isso, porém, para escandalizar ou para deprimir os seguidores. Adverte por amor, misericórdia, compaixão. O amor de Deus por nós se apresenta às vezes como remédio que cura, mas que, para ser eficiente, pode ser amargo. A parábola a seguir parece nos dizer que a conversão que Jesus pede não é apenas algo que demonstramos com bonitas palavras, mas consiste em produzir frutos. Podemos nos questionar sobre nosso envolvimento diante de tanta violência, mortes, tragédias que diariamente presenciamos ou recebemos pelos meios de comunicação.
(Dia a dia com o Evangelho 2022)

Meditando o evangelho

UM PENSAMENTO ILUSÓRIO

Certos cristãos iludem-se, quando pensam que a conversão é necessária para os outros, ao passo que eles mesmos se julgam dispensados dela. Uma forma de miopia espiritual está na raiz desta maneira de pensar. Com muita facilidade, estas pessoas comparam-se com as outras, descobrindo nelas defeitos e pecados. Por isso, há quem viva como se carregasse, gravados na fronte, os estigmas das próprias faltas. Sempre que se fala em urgência de conversão, já se sabe em quem pensar. É como se, ao apontar a necessidade da conversão alheia, nós mesmos estivéssemos dispensados de nos converter.
Jesus combateu tal mentalidade. É arriscado pensar que os outros são mais pecadores do que nós mesmos e, assim, acomodar-nos em nossas limitações. Esta acomodação pode ser fatal. A pessoa não cairá na conta de que deve produzir os frutos esperados pelo Senhor, tornando sua vida totalmente estéril. Quando o Senhor vier, o que acontecerá? A sorte desta pessoa será como a de uma figueira infrutífera: apesar dos esforços do chacareiro, deverá ser abatida.
A prudência recomenda-nos a deixar de lado os pensamentos ilusórios a respeito da conversão, e a decidir-nos, resolutamente, a voltar, cada dia, para Deus. Não aconteça que, iludindo-nos, venhamos a ser punidos por nossos pecados.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Espírito de conversão, que eu não me iluda, dispensando-me de voltar, cada dia, confiante, para o Pai.

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. O JULGAMENTO É CERTO!
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Nesta vida tudo é discutível e negociável à exceção da morte, que irá nos acontecer mais cedo ou mais tarde, sendo que a morte nos trará o juízo de Deus. É uma verdade que não gostamos nem de pensar e que na quaresma somos convidados pela palavra de Deus a pensarmos naquele primeiro momento, em que estaremos diante de Deus, após a morte.
Sabemos que haverá um julgamento e isso significa que Deus espera algo de cada um de nós e poderíamos até afirmar que temos uma meta a ser alcançada, uma missão a ser cumprida e nesse caso, a primeira coisa a ser feita é estarmos disponíveis para Deus, mesmo que não nos julguemos capazes para tanto, como aconteceu com Moisés, conforme a primeira leitura desse domingo.
Mas essa disponibilidade deve sempre vir acompanhada de uma total confiança em Deus, alimentando em nós a esperança e a certeza de que ele caminha conosco, mesmo que às vezes a estrada seja íngreme como um deserto, e a esse respeito, o apóstolo Paulo lembra-nos, que quando falta esta confiança inabalável no Senhor que nos conduz, poderemos estar caminhando para a morte e não para a vida.
A nossa Fé deverá ser inabalável, mesmo que algo dê errado, pois como simples mortais, estamos sujeitos as imprevisibilidades desta vida que são aqueles acontecimentos que não esperamos, e que podem nos atingir ou a alguém do nosso relacionamento, como aqueles galileus, que se envolveram em um conflito com os soldados de Pilatos no templo de Jerusalém e foram brutalmente assassinados, ou como aquele grupo de trabalhadores que morreram tragicamente na queda de uma torre que estava sendo construída.
Não é Deus que provoca esses acontecimentos, para punir e castigar os pecadores, como podem pensar algumas correntes religiosas, o massacre dos galileus foi um ato de violência contra a vida, a mando de Pilatos, e a queda da torre, pelo menos naquele tempo, não foi nenhum atentado terrorista, mas um acidente de trabalho, aliás, que também merece uma reflexão, pois os acidentes de trabalho acontecem por causa de alguma falha humana ou alguma condição insegura. Porém, Deus consente estes fatos porque respeita a liberdade humana, mas a partir da tragédia, nos ensina alguma verdade que serve para a nossa edificação.
Sobre tudo o que ocorre no mundo de hoje, guerras, conflitos, chacinas, execuções, crimes hediondos até contra crianças, falamos e ouvimos muitos discursos inflamados, desde o simples cidadão até as altas celebridades que nos grandes meios de comunicação promovem debates acirrados, ao lado de uma imprensa sensacionalista onde indignados jornalistas gritam palavras de ordem, dando-se a impressão de que, por conta disso, grandes mudanças irão ocorrer. Mas ao final, tudo continua como antes até que aconteça a próxima tragédia, para sacudir a opinião pública.
Jesus não entra nessa onda, não declarou guerra contra Pilatos, que era o que muitas lideranças queriam, e nem arquitetou alguma severa punição para aplicar aos responsáveis pela queda da torre. De investigação e denúncias, o povo já está saturado, porque no final da história, os culpados sempre ficam impunes.
Jesus aproveita o fato para nos alertar sobre a urgência da nossa conversão, que se inicia quando mudamos a nossa mentalidade em relação a Deus, ele não é aquele que abençoa dando saúde e bens materiais a quem lhe obedece, e que faz cair a desgraça na cabeça de quem não o aceita, pois se fosse assim, não ocorreriam tragédias na vida de um cristão.
Ele quer que concentremos nossa atenção no presente, percebendo a cada minuto á sua vontade a nosso respeito, fazendo o reino acontecer a partir de pequenos gestos de amor e de solidariedade em nosso quotidiano, porque se deixarmos esta vida passar em branco, sem nos darmos conta de que temos uma missão a cumprir, frutificando segundo a palavra e a graça de Deus, iremos nos surpreender ao final, porque seremos semelhantes a uma árvore seca e improdutiva justo na hora da colheita.
Nesta vida Deus nos fertiliza todos os dias com a sua graça e a sua santa palavra dando-nos todas as condições para produzirmos bons frutos. Só depende de nós! E não precisa dizer o que vai acontecer com a árvore seca, que não dá nenhum fruto...
José da Cruz é Diácono da
Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP
E-mail jotacruz3051@gmail.com

2. Senhor, deixa-a ainda este ano
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)

A Quaresma nos chama à conversão e nos coloca diante da paciência de Deus. Deus nos dá tempo para uma verdadeira penitência e espera. Um homem tinha uma figueira que havia três anos não produzia nenhum fruto. Mandou então cortá-la, porque estava ocupando inutilmente a terra. Quem cuidava da planta pediu ainda um ano para poder adubar a terra e esperar que a figueira desse fruto. Uma pequena história para mostrar a paciência de Deus.
Se não mudei de caminho até hoje, tenho tempo de fazê-lo agora. É o tempo de espera que Deus me dá. Os galileus que Pilatos mandou matar e os que pereceram quando caiu a torre de Siloé não morreram por que Deus os pegou de surpresa ou porque eram mais pecadores dos que os outros. No entanto, se continuarmos ocupando inutilmente a terra e não apresentarmos nenhum fruto de conversão, vamos perecer como eles. Os frutos de conversão se mostram na solidariedade humana.
Na solidariedade com os galileus e os dezoito da torre de Siloé, vítimas da prepotência do governador romano e da incúria dos vigias da torre. Se não houver alguma mudança, alguma conversão, governador e torre continuarão matando inocentes. A conversão pessoal tem forte alcance social.
Na carta aos Coríntios lemos que o que aconteceu no passado foi escrito para a nossa advertência. Estamos no fim dos tempos, por isso “quem julga estar de pé tome cuidado para não cair”. Não é época de desânimo. Ainda estamos vivos. Podemos começar a nos preocupar com os outros e desenvolver alguma ação que revele a vitalidade da figueira. Pense também em ser o agricultor e cuide da figueira que nada produziu. Dedique-se a adubar a terra e a criar condições para que algum fruto comece a aparecer. Não deixe que ela ocupe a terra inutilmente.
Fonte: NPD Brasil em 24/03/2019

REFLEXÕES DE HOJE

DOMINGO

Fonte: Liturgia Diária Comentada2 em 24/03/2019

HOMILIA DIÁRIA

Arrependimento, uma resposta positiva a Cristo

Postado por: homilia
março 3rd, 2013

Esses dois episódios, como sinais dos tempos, dizem que a morte pode vir de improviso. Assim também o juízo de Deus pode chegar quando menos esperarmos. Por isso, precisamos e devemos nos arrepender de todos os nossos pecados.
Neste Evangelho do 3º Domingo da Quaresma, Jesus deixa claro que não necessariamente há uma relação direta de causalidade entre culpa e sofrimento. Mas as desgraças públicas são, como sinais dos tempos, oportunidade para reflexão e penitência dos pecados. Jesus adverte que toda nação caminha para a ruína se não se converter ao Messias. Todos necessitamos de conversão contínua porque todos erramos. O mistério do sofrimento sem espírito de fé esmaga o homem.
Primeiro, arrepender-se é desviar do pecado, mudando de direção em relação à iniquidade.
O arrependimento é mais do que um aprimoramento pessoal, é mais do que uma maneira de se controlar a vida. É uma medida profunda, uma decisão de abandonar tudo o que é estranho a Deus. Essa medida contribui para uma transformação total, a que Jesus chama novo nascimento (João 3,3).
Arrepender-se não é simplesmente sentir remorso do pecado cometido. Uma pessoa pode sentir remorso de ter pecado devido às complicações que o pecado trouxe à sua vida, ou devido a uma consequência desvantajosa que tenha de sofrer pelo ato pecaminoso. Judas sentiu remorso por ter traído Jesus, mas não se arrependeu (Mateus 27,3). Pedro, que negou Cristo (Mateus 26,34.69-75), arrependeu-se; Judas sentiu apenas remorso. É possível sentir-se perturbado pelo fato de ter pecado, sem, contudo, arrepender-se.
O arrependimento não é simplesmente uma convicção do pecado. No dia de Pentecostes, Pedro expôs o pecado dos judeus que o ouviam. As palavras do apóstolo levaram convicção ao coração deles, a ponto de clamarem: “Que faremos?” (Atos 2,37). Pedro, porém, não considerou essa convicção como arrependimento; pois ao responder à indagação deles, disse: “Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para remissão dos vossos pecados e recebereis o dom do Espírito Santo” (Atos 2,38).
O arrependimento não é simplesmente uma tristeza divina. A tristeza divina por causa dos pecados precede e produz o arrependimento, segundo o apóstolo Paulo: Porque a tristeza segundo Deus produz arrependimento para a salvação, que a ninguém traz pesar; mas a tristeza segundo o mundo produz morte (2 Coríntios 7,10).
O arrependimento não deve ser tampouco definido como uma mudança de vida. Ele produz, sim, uma mudança de vida. Se o arrependimento não resultar numa vida transformada, então não houve de fato arrependimento genuíno; mas a mudança de vida não é o arrependimento propriamente dito. João Batista advertia o povo que o seguia: “Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento” (Mateus 3,8). O arrependimento real precede os frutos de arrependimento, a saber uma vida mudada.
Arrependimento tem a ver com mudança resoluta da vontade própria em relação ao pecado. Envolve o intelecto, as emoções e a consciência. Essa mudança de atitude em relação ao pecado torna-se tão nítida na personalidade humana, que capacita o crente a desistir de um modo de vida. No batismo, uma pessoa é imersa para morrer espiritualmente para o pecado, crucificando seu “velho eu”, de modo que o corpo do pecado seja destruído (Romanos 6,6).
Em segundo lugar, arrepender-se é voltar-se para Cristo. Não é apenas uma reação negativa ao mal; é também uma resposta positiva a Cristo.
O arrependimento consiste em abandonar o pecado e voltar-se para Cristo para ter vida. Jesus não convidou ninguém para tirar “férias religiosas”, ou dar uma breve trégua na iniquidade.
Ele pediu comprometimento total, descrito como um nascimento da água e do Espírito, um nascimento do alto (João 3,5). Essa transformação é tão radical e duradoura que Paulo a comparou com uma circuncisão espiritual, uma remoção completa do corpo da carne por obra de Deus: Nele, também fostes circuncidados, não por intermédio de mãos, mas no despojamento do corpo da carne, que é a circuncisão de Cristo (Colossenses 2,11).
O arrependimento envolve um compromisso constante. Ao respondermos a Deus, devemos fazer morrer as obras do corpo. Daí para frente, uma tarefa que temos como cristãos é não deixar virem à tona essas obras.
Paulo disse: “Fazei, pois, morrer a vossa natureza terrena: prostituição, impureza, paixão lasciva, desejo maligno e avareza, que é idolatria” (Colossenses 3,5).
É preciso viver no mundo sem ser dele, e nele viver conforme o Espírito de Deus. O juízo de Deus sobre nós pode dar-se quando menos esperamos e, por isso, devemos viver de tal modo que não sejamos surpreendidos. O cristão está em contínua vigilância pela caridade e pela prática da misericórdia.
Pai, que a minha vida seja uma contínua busca de comunhão contigo, por meio de um arrependimento sincero e de minha conversão urgente a Ti. Amém.
Padre Bantu Mendonça
Fonte: Canção Nova em 03/03/2013

HOMILIA DIÁRIA

Deixemos a verdadeira conversão acontecer na nossa vida

A conversão passa por rever escolhas, por mudar a nossa mentalidade, por investirmos mais na paciência e no amor

“Já faz três anos que venho procurando figos nesta figueira e nada encontro. Corta-a! Por que está ela inutilizando a terra?’’ (Lucas 13,7).

O terceiro domingo da Quaresma celebrado hoje é um convite muito forte para a nossa conversão. O nosso caminhar quaresmal não é simplesmente uma preparação na expectativa da Páscoa que vamos celebrar. Toda a Quaresma é um acontecimento pascal, acontecimento de mudança, mas é, sobretudo, uma reflexão do que, de fato, precisamos nos converter.
Jesus diz que se nós não nos convertermos, pereceremos da mesma maneira. O Evangelho nos aponta algumas tragédias que aconteceram. Olhamos as tragédias relatadas no Evangelho e olhamos as tragédias que têm no mundo de hoje e nos perguntamos: “Por que tamanhas tragédias? O que aquelas pessoas fizeram para merecer isso?”. A maioria não fez nada, foram vítimas inocentes, e é trágico. Lamentamos a morte dessas pessoas, mas é preciso dizer que tragédia pior é a de não nos convertermos.
Se não nos convertermos, perderemos a vida, e não é só a vida humana, pois perderemos também a vida eterna, a vida plena. Ainda que humanamente tirados do nosso meio, os que morreram em tragédias, se estavam em Deus, não perderam a vida.
A grande tragédia é o que acontece com essa figueira, relatada no Evangelho, porque havia três anos que ela não produzia frutos. O que se pode esperar do coração de um cristão? Que ele produza frutos do Reino, que produza frutos do Evangelho, frutos de paz, de reconciliação, de amor, misericórdia e tantas outras coisas.
Nossa vida não pode jamais se resumir naquilo que são as coisas negativas da vida humana, porque, muitas vezes, ela está focada nisso e, por vezes, temos muito mais joio do que trigo no nosso celeiro, pois não produzimos frutos, não deixamos a verdadeira conversão acontecer na nossa vida.
A conversão passa por rever escolhas, por mudar a nossa cabeça e mentalidade, por investirmos mais na paciência, no amor, na misericórdia, na tolerância, na forma de encararmos uns aos outros.
Conversão não é simplesmente rezar mais ou fazer algumas práticas penitenciais, essas são importantes, mas apenas se nos conduzirem a produzir frutos de conversão, mudar atitudes, mudar a nossa forma de lidar com as pessoas, com o mundo em que estamos.
Se ou uma pessoa grossa, mal educada, preciso mudar a minha atitude; se sou uma pessoa que têm hábitos que, muitas vezes, não constroem e nem edificam a convivência humana e fraterna, não podemos dizer: “Nasci assim e vou morrer assim”, pelo contrário, é preciso dizer: “Nasci assim e fiquei um pouco mais duro, mas a graça de Deus converte-me, e preciso deixar-me converter por Deus”.
O nosso esforço não é só o de fazer penitência, o nosso esforço é de ter atitudes que mostram a nossa conversão e os frutos aparecerão. Se eles não aparecerem é porque não estamos deixando a graça de Deus nos converter.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 24/03/2019

Oração Final
Pai Santo, dá-nos a consciência de que somos responsáveis pelos irmãos que colocaste junto a nós nesta vida. Que sejamos atenciosos e prontos para cuidar deles, especialmente com os pobres e discriminados pela sociedade dos homens Por Jesus, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 03/03/2013

ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, nós cremos no nosso destino glorioso em teu Reino de Amor. Dá-nos viver desde já a alegria de tua Presença, acolhendo esse vento bom que vem do futuro, e anunciando aos companheiros da caminhada o perdão e a reconciliação que nos foram trazidos por Jesus de Nazaré, o Cristo, teu Filho que se fez nosso Irmão e contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 24/03/2019

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