ANO C

Lc 11,37-41
Comentário do Evangelho
Esta é uma ocasião para Jesus ensinar a prática da misericórdia.
Jesus já havia sido convidado para uma refeição
na casa de Simão, um fariseu (7,36). Há entre Jesus e os fariseus uma mescla de
simpatia e resistência. Os fariseus, efetivamente, desejam viver fielmente sua
religião e creem servir a Deus através de suas práticas, sobretudo, uma
determinada prática da Lei. Mas a rigidez quase obsessiva os cega, liga-os de
modo estreito à letra do texto; a Lei de Deus é para eles um conjunto de regras
e preceitos. Esse modo de cumprir a Lei, que eles julgavam ser o correto, fazia
com que se esquecessem do essencial da Lei: o amor a Deus e o amor fraterno. Um
modo de interpretar a Lei os impedia, inclusive, de olhar para os outros com
misericórdia e pôr em prática a palavra do Senhor: “É misericórdia que eu
quero, e não sacrifícios” (Os 6,6).
A atitude de Jesus de não cumprir as regras de
pureza prescrita para as refeições causa admiração no fariseu que o convidou
(v. 38). É para Jesus uma ocasião de ensinar: a hipocrisia dos fariseus
consiste na oposição entre exterior e interior. A esmola, como obra de
caridade, é mais importante dos que as regras de pureza ritual (ver:
Tb 4,8.11; Is 58,3ss; 1Pd 4,8).
Carlos Alberto Contieri,sj
Oração
Pai, purifica de todo pecado e egoísmo o mais
íntimo de meu ser, pois eles me tornam incapazes de viver em comunhão contigo e
com o meu semelhante.
Fonte: Paulinas em 15/10/2013
Vivendo a Palavra
Jesus ensina ao fariseu e a todos nós que a Lei a
ser seguida é aquela escrita no coração e não as prescrições catalogadas pelos
homens. A Lei é o Amor, vivido o tempo todo e naqueles lugares em que nos
encontramos, de forma criativa, livre, generosa e humilde.
Fonte: Arquidiocese BH em 15/10/2013
VIVENDO A PALAVRA
Jesus ensina ao fariseu (e a todos nós) que a
Lei a ser seguida é aquela escrita no coração e não as prescrições catalogadas
pelos homens. A Lei é o Amor, vivido o tempo todo e naqueles mesmos lugares em
que nos encontramos, de forma indiscriminada, alegre, criativa, livre,
generosa, gratuita e humilde.
Reflexão
O Evangelho que nos é proposto para a reflexão a
partir da liturgia de hoje é altamente questionador no que diz respeito à nossa
fé e à nossa vivência religiosa. Para quem crê verdadeiramente, o importante
não é a prática exterior, pois esta prática só encontra seu verdadeiro sentido
quando é uma expressão do que realmente se crê e se vive, caso contrário,
caímos na insensatez: celebramos o que não vivemos nem construímos, e revelamos
valores que não são nossos, nem são importantes para nós. O Evangelho de hoje
exige de nós coerência entre o que celebramos e o que vivemos, para que as
nossas celebrações não sejam ritos vazios e estéreis, mas espírito e verdade.
Fonte: CNBB em 15/10/2013
Reflexão
Visto que Jesus veio para todos, não recusa o convite do fariseu
para tomar refeição. É que muitas vezes os fariseus se aliam aos doutores da
Lei para desclassificar Jesus. Também neste caso, certamente há segundas
intenções. Com efeito, o fariseu estranha o fato de Jesus não respeitar certas
prescrições da pureza ritual (lavar-se antes de comer). Jesus, por sua vez,
colhe a ocasião para mostrar ao seu anfitrião a necessidade de buscar o
essencial: a prática da justiça e do amor, que é o centro da nova sociedade
inaugurada por Jesus. Daí a sugestão de dar esmola, um gesto concreto que
implica envolvimento pessoal e solidariedade. Não se dá esmola só com palavras.
O fariseu e nós somos convidados a seguir Jesus mediante o exercício concreto do
amor e da misericórdia.
(Dia a dia com o Evangelho 2019 - Pe. Luiz
Miguel Duarte, ssp)
Meditação
Podemos dizer que temos muita bondade no coração?
- Será que às vezes não estamos preocupados demais com exterioridades apenas? -
Não somos muitas vezes fariseus disfarçados? - Como trabalhamos com o ar de
superioridade que se encontra por toda parte? - Somos fáceis em criticar os
outros?
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
Fonte: a12 - Santuário Nacional em 15/10/2013
Meditando o evangelho
UM CASO DE INSENSATEZ
Certas atitudes dos fariseus deixavam
Jesus irritado. Entre elas, a preocupação exagerada com a pureza ritual, sem a
correspondente pureza do coração. Nem o dever de "boa educação"
impedia o Mestre de denunciar esta perigosa defasagem. Assim, o fariseu que o
convidara para almoçar em sua casa recebeu a merecida censura, por querer
impor-lhe seus esquemas.
O anfitrião considerou grave o fato de
Jesus não ter lavado as mãos, antes de pôr-se à mesa. Os fariseus eram
escrupulosos na observância desse rito. Procuravam evitar qualquer contato
contaminador, e multiplicavam as abluções para ver-se livres de eventuais
impurezas.
No pensar de Jesus, esta preocupação toca
apenas o nível exterior, sem atingir o interior do ser humano, onde se decide a
salvação. De que adianta ter as mãos asseadas, e as louças e talheres bem
lavados, se o coração está cheio de maldade? A piedade baseada neste
descompasso, de forma alguma poderá agradar a Deus. É pura insensatez! Quem age
assim, ilude-se, pois, todos seus esforços de mostrar-se justo diante de Deus
tornar-se-ão inúteis.
Na perspectiva de Jesus, o verdadeiro
processo de purificação começa no interior do ser humano, superando o egoísmo
que o impede de ser bondoso com os seus semelhantes, e crendo na fraternidade.
Uma vez purificado o coração, tudo o mais se torna puro.
(O comentário do Evangelho abaixo é
feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica,
Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total).
Oração
Espírito que purifica, tira do meu
coração a impureza do egoísmo que me impede de ser misericordioso para com os
meus semelhantes.
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. As Aparências enganam
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da
Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)
___São Lucas, porque o Senhor lembrou-se desse fato e fez
questão de o refletir, junto ás suas comunidades quase 80 anos após ele
ter ocorrido? Dá para o Senhor explicar o contexto?
__ Sem dúvida, farei isso com o maior prazer, vocês sabem que
nossas primeiras comunidades não eram homogêneas, todas iguaizinhas, mas havia
uma mistura de culturas e de crenças religiosas, tinha membros que vieram do
paganismo e nada sabiam das práticas judaicas, tinha outros que vieram do
judaísmo, e estes, muito conservadores, de vez em quando tinham uma recaída e
supervalorizavam os rituais, dando enfoque aos ritos de purificação e se
esqueciam do essencial que era a intenção interior, dentro do coração humano
onde só Deus tem acesso.
___Mas o Fariseu era gente boa, afinal convidou Jesus para
jantar em sua casa... Por que a censura?
___Por que no fundo esse Fariseu queria "domar" Jesus
Cristo, eles admiravam muito a Jesus e o tinham em conta de um Mestre Sábio e
Verdadeiro, mas queriam enquadrá-lo nas suas práticas religiosas e nos seus
exagerados legalismos rituais e Jesus está muito acima de qualquer liturgia ou
ritual...
___Nossa, São Lucas, é isso? E esse recado vale também para nós
cristãos deste terceiro milênio?
___E como vale! Às vezes há cristãos que querem dominar Jesus
Cristo, enquadrá-lo e defini-lo dentro de um determinado padrão de vida, isso é
puro farisaísmo. O cristianismo autêntico e sincero entende a pureza de coração
como a ausência do egoísmo, coração puro é um coração que sempre amplia seu
horizonte, aprimorando cada vez mais o seu jeito de amar as pessoas,
configurando-se cada vez mais a Jesus Cristo.
___ E o que o Senhor diria então, aos cristãos do nosso tempo,
com este seu evangelho...
___Que não se deixem enganar pelas aparências, o importante é o
conteúdo, o que está por dentro, e não a embalagem, o rótulo. Se as celebrações
não expressarem a Vida da comunidade, é sinal de que o Farisaísmo ainda está em
alta, e tem muita gente pousando de "santa", comendo a
"casca" e jogando a "fruta" fora...
2. Cuide bem do seu interior - Lc 11,37-41
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro
da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal
Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)
A vida exterior é reflexo da vida interior. A obra exterior
revela a intenção que temos na mente e no coração. Uma boa obra poder ser feita
aparentemente para agradar a Deus. Na realidade, pode estar sendo feita apenas
para agradar os homens. A pretexto de agradar a Deus, servimos o mundo.
Simulamos uma intenção reta que não temos. A isto se chama de hipocrisia. Por
isso, também os ritos religiosos exteriores devem estar acompanhados de uma
convicção de fé interior. Um caminho de cura é a esmola, manifestação do amor
que está em nós. Ela purifica a vida interior e lhe dá autenticidade. Santa
Teresa, que hoje celebramos, nos leva a olhar mais profundamente para a nossa
vida interior. É célebre a obra que ela escreveu para suas irmãs carmelitas com
o título de Livro das moradas ou castelo interior. Não se trata da vivência
moral da verdade sem hipocrisia, mas de um caminhar por dentro de nós mesmos em
direção a Deus. O castelo interior é a pessoa humana. O livro transmite uma
doutrina e reflete a experiência pessoal de Santa Teresa. A obra se divide em
sete moradas da vida interior, que são as etapas que levam à união com Deus.
Santa Teresa ensina que não se entra no céu sem ter entrado primeiro em si
mesmo. A porta de entrada do castelo interior é a oração.
Liturgia comentada
O vosso interior... (Lc 11,37-41)
No tempo de Jesus, o ensinamento dos rabinos
incluía estritas normas de “pureza legal”. Neste Evangelho, o filho do
carpinteiro sentou-se à mesa de refeição sem as tais abluções preparatórias,
causando certo escândalo a seu anfitrião. Jesus se vale da ocasião para lembrar
que a pureza interior era a mais importante. E que de nada vale muita higiene
externa, se o íntimo da pessoa cheira mal. Nem podemos disfarçar a falta de
amor com algumas esmolas... Boa oportunidade para lembrar algo óbvio, que
costuma passar despercebido. A pessoa humana tem dois lados: o exterior e o
interior. Claro, ambos devem ser cuidados, mas o interior é mais importante.
Pode ser que alguém não durma sem escovar 50
vezes os longos cabelos, elogiados por sua beleza, efeito de uma cosmética fora
do alcance dos pobres. E os cabelos são apenas excreção, como as unhas e o
suor. Será que a mesma pessoa gasta cinco minutos, ao final do dia, para fazer
um exame de consciência e pôr em ordem a sua casa interior? Pode ser que o
homem de meia idade ande preocupado com a queda de seus cabelos, o que motiva
consulta médica e o uso de algum tônico capilar. E do lado de dentro? Que
pensamentos ele alimenta? Que sentimentos ele estimula? Raiva, ódio, falta de
perdão, planos de vingança?
A sociedade pagã vive de aparências,
valoriza o sucesso financeiro, a fama, os bens acumulados. Não leva em conta se
os meios para fazer fortuna incluem a exploração do próximo. O corpo merece uma
espécie de culto religioso. Proliferam academias de ginástica, aficcionados
“malham”, jovens “bombam” os músculos, corpos modelados com implantes de silicone...
O exercício físico não é inútil, mas o Apóstolo
adverte: “Exercita-te na piedade. Com efeito, o exercício corporal é de escassa
utilidade, ao passo que a piedade é útil para tudo. Não possui ela a promessa
da vida, tanto da vida presente como da futura?” (1Tm 4,7b-8.) E Jesus
acrescenta: “De que vale ao homem ganhar o mundo inteiro, se vem a perder a sua
alma?” (Mt 16,26.)
A passagem do tempo manifesta o real valor de
tudo. A atriz, cuja beleza atraía multidões ao cinema, ao fim da vida se tranca
num apartamento, incapaz de conviver com suas rugas. O ex-campeão de boxe não
domina as mãos trêmulas, ferido pelo Mal de Parkinson. Enquanto isso, os
santos envelhecem em paz, servindo os irmãos até o último suspiro. Teresa de
Calcutá e João Paulo II não me deixam mentir...
Orai sem cessar: “Senhor,
tu me sondas e me conheces.” (Sl 139, 1)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade
Católica Nova Aliança.
Fonte: NS Rainha em 15/10/2013
HOMILIA DIÁRIA
Cuide bem do seu interior.
Cuide bem do seu interior, e
seu exterior vai ser uma resposta de tudo aquilo que você vive dentro da sua
alma.
“Vós fariseus, limpais o copo e o prato por fora,
mas o vosso interior está cheio de roubos e maldades. Insensatos!” (Lucas 11, 39-40).
Os fariseus estão incomodados com Jesus,
sobretudo esse a cuja casa Jesus se dirige para jantar. Ele fica admirado,
porque o Senhor não lava as mãos antes das refeições; aquilo inquieta e
perturba o coração do fariseu. E não é preciso que ele diga algo a respeito, o
Mestre Jesus percebe a inquietação dele. A resposta, para um bom entendedor,
poucas palavras já dizem tudo. Porque estão incomodados com a maneira como se
lavam os copos, como se lavam os talheres, como se lavam as mãos. O problema é
que o interior, o coração deles, está cheio de ideias de roubos, de enganos,
fraudes, impurezas, maldades. Um velho ditado já diz: “Quem vê cara, não vê
coração”.
Às vezes, nós nos encantamos com a beleza da
aparência das pessoas. E nós mesmos já vivemos tantas vezes tão seduzidos em
cuidar da nossa aparência externa que o nosso tempo se torna limitado para
cuidar da nossa aparência interna. As pessoas passam horas em salões de beleza
se arrumando, para isso e para aquilo. E como estão vazias as filas para os
confessionários! Como estão vazios os sacrários! Quão poucas pessoas se dispõem
a fazer uma purificação espiritual para lavar a alma.
Muito cuidado, pois as nossas conversas são
rodeadas pelos mesmos assuntos fúteis: – “Como está a sua unha?” e “Como está o
seu cabelo?” Contudo, a conversa do homem e da mulher de Deus, acima de tudo,
deve ser esta: Como está o seu coração, a sua alma, o seu interior?
Cuide bem do seu interior, e seu exterior vai ser
uma resposta de tudo aquilo que você vive dentro da sua alma!
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e
colaborador do Portal Canção Nova.
Oração Final
Pai Santo, ensina-nos o caminho da santidade. Que
a nossa existência, isto é, as relações com o próximo, com a natureza e
contigo, manifestem cada vez mais a nossa essência, que é sermos morada e fonte
do teu Espírito. Nós te pedimos, Pai Amado, pelo Cristo Jesus, teu Filho e
nosso Irmão, que contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 15/10/2013
ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, ensina-nos o caminho da santidade.
Que a nossa existência – isto é: as relações com nosso próprio eu, com o
próximo, com a natureza e contigo, amado Pai manifestem cada vez mais a nossa
essência, que é sermos morada do teu Espírito e, por isto, fontes de Luz, de
Paz e de Amor. Nós te pedimos pelo Cristo Jesus, teu Filho e nosso Irmão, que
contigo reina na unidade do Espírito Santo.

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