ANO C

Lc 5,1-11
Comentário do
Evangelho
A missão = pescador de homens
Trata-se de um relato construído sobre o de
Marcos (1,16-20), e bastante próximo do de João (21). A pesca é ocasião para o chamado de Simão Pedro e
dos primeiros discípulos. Os episódios precedentes ao chamado criam um marco
psicológico adequado para o chamado de Simão Pedro, o que fez com que o chamado
e a resposta a ele não pareçam tão surpreendentes. Para Lucas (5,10), todos
foram chamados juntos, sobre o lago, mediante um apelo dirigido exclusivamente
a Pedro. A missão é expressa pela metáfora “pescador de homens” (v. 10)Trata-se
de um símbolo de seu futuro êxito na sua conquista das pessoas para o Reino de
Deus. Mas Simão Pedro não está só; ainda que seja o primeiro a receber o
chamado, também outros “deixaram tudo e seguiram Jesus” (v. 11).
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, confirma minha vocação de pescador de
pessoas humanas, e conduze-me para águas mais profundas onde se encontram os
que mais carecem de meu amor.
Fonte: Paulinas em 05/09/2013
Vivendo a Palavra
A pesca rendeu muitos frutos porque Pedro lançou
a rede em atenção à palavra de Jesus – e não mais baseado em sua longa
experiência. Sigamos o seu exemplo, anunciando a chegada do Reino de Deus, não
confiados na nossa competência, mas total e humildemente entregues à ação do
Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese de BH em 05/09/2013
Reflexão
Um dos elementos mais importantes do cristianismo
é a vida comunitária. Para quem é cristão, não existe lugar para o
individualismo. Jesus nos mostra isso quando não realiza sozinho a sua missão,
mas chama os apóstolos para participarem ativamente dela. Para o apostolado,
Jesus não chama os melhores do ponto de vista da economia, da sociedade ou
mesmo os mais santos; Jesus chama a todos, sem fazer qualquer tipo de distinção
entre as pessoas. Assim, nos mostra que na atuação pastoral, devemos nos
preocupar não simplesmente em fazer o trabalho, mas sim em envolver todas as
pessoas, para que a atuação pastoral seja comunitária e revele este importante
valor do Evangelho.
Fonte: CNBB em 05/09/2013
Reflexão
Uma
página a respeito da missão de Jesus e dos discípulos. As multidões
comprimiam-se ao redor de Jesus a fim de ouvirem a Palavra de Deus. O
ensinamento se dá a partir da barca, símbolo da Igreja. Sem Jesus, a missão é
estéril. É ele quem garante a eficácia da ação, por mais difícil que seja a
situação. Diante do sucesso, Pedro sente o poder de Deus e se reconhece
pecador. Sem comentar a atitude humilde de Pedro, Jesus o projeta para obras
grandiosas: “A partir de agora, você vai ser pescador de gente”. Os outros
sócios de Simão também são chamados a compor o grupo dos apóstolos. Em várias
ocasiões, os três – Simão, Tiago e João – serão convidados a testemunhar
situações significativas na vida do Mestre (transfiguração, paixão). Certamente
para consolidá-los na fé em Jesus, o Filho de Deus.
(Dia a dia com o Evangelho 2019 - Pe. Luiz Miguel
Duarte, ssp)
Meditação
Deus realiza muitos milagres em sua vida? - Qual
é o modo mais frequente de Deus lhe falar? - Você tem medo diante dos desafios
da vida? - Em que se apega? - Procura fazer sua parte avançando “para águas
mais profundas” na vida?
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
Fonte: a12 - Santuário em 05/09/2013
Meditando o evangelho
O FRUTO DA OBEDIÊNCIA
O discipulado constrói-se na obediência radical a Jesus e a seu projeto
de Reino. Muitas vezes, esta obediência choca-se com a evidência dos fatos.
Ela comporta exigências que superam o horizonte de compreensão dos
discípulos. Estes, porém, mesmo sem ver com clareza, deixam-se guiar pelo
Mestre.
A vida do apóstolo Pedro está pontilhada de situações nas quais ele
submeteu-se às ordens de Jesus, num gesto de humilde obediência. Deve ter-lhe
custado lançar as redes, após uma noite de fadiga, sem nenhum resultado.
Afinal, ele conhecia muito bem o mar da Galiléia e não tinha dúvidas de que o
tempo não era favorável para a pesca. A prova disto estava nos cestos vazios
que tinham diante de si.
Pedro cedeu e lançou as redes unicamente por causa da palavra de Jesus.
Resultado: apanharam uma tal quantidade de peixes, que as redes estavam para se
romper. Com eles, encheram duas barcas, que por pouco não afundaram. A
obediência reservou-lhe, pois, uma surpresa. O trabalho estéril resultou numa
pesca abundante. O sentimento de fracasso e frustração transformou-se num
grande entusiasmo. A tristeza deu lugar à alegria.
O fruto da obediência, portanto, não foi apenas obter o alimento, mas
também reforçar a motivação de ser discípulo de Jesus.
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo
Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE
– e disponibilizado no Portal Dom Total).
Oração
Senhor Jesus, que eu saiba obedecer à tua palavra, mesmo sem ver claro o
sentido do que queres de mim.
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. CHAMADOS PARA O DESAFIO
(O comentário do Evangelho
abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora
Consolata – Votorantim – SP)
Não sei se os quatro primeiros discípulos, André, Pedro, Tiago e
João, estavam de bom humor ao serem chamados por Jesus à margem do Lago de
Genesaré, quando trabalhavam duramente limpando suas redes dos “enroscos” que
havia nelas, após uma noite de pescaria fracassada. É bom lembrar que se tratava
de um trabalho profissional e não de uma pescaria de lazer, como é uma prática
mais perto da nossa realidade. A proposta de Jesus ao grupo de pescadores
parecera descabida, ele pedia-lhes para que insistissem em uma tarefa, que não
dera certo ao longo de uma jornada inteira de trabalho noturno, de um jeito
diferente, jogando as redes onde ele fosse indicar.
Ora, que profissional aceitaria orientação de um estranho em seu
trabalho? O horário era desfavorável, quem conhece o litoral sabe que os barcos
pesqueiros trabalham à noite, e que de manhã é hora de contabilizar os ganhos
com a descarga dos peixes na praia.
A proposta vinha como um desafio e implicava em aceitar ou não a
palavra de Jesus. Após terem aceitado, fizeram conforme o Senhor lhes ordenara
e o resultado fora surpreendente: as redes não resistiram a quantidade de
peixes apanhados, sendo necessário partilhar a tarefa com companheiros da outra
barca.
Nas barcas de nossas comunidades o resultado do nosso trabalho
nem sempre é o que esperamos, pois é preciso estar sempre preparados para o
fracasso das “noites” em que as redes voltam vazias, com “coisas indesejadas” que
somos obrigados a ‘limpar”.
Buscamos a santidade de uma vida em comunhão, na justiça,
partilha e fraternidade e acabamos encontrando fofocas, intrigas, divisões,
coisas que estão em nossa rede embora não façam parte da vida da comunidade,
não as queremos, ninguém as deseja, mas elas estão lá, exigindo um trabalho de
superação que requer muita paciência e compreensão. Quem já tirou enrosco de
uma linha de pesca ou de uma rede, sabe que não é tarefa das mais fáceis. E de
repente, em meio a essa tarefa somos chamados como os primeiros discípulos à
“irmos mais fundo”, avançando para águas mais profundas. Será que o nosso papel
na comunidade é só ficar consertando as coisas que não deram certo? Claro que
não!
A missão primária da igreja não é a excessiva preocupação com si
mesma, sua estrutura e seu funcionamento, mas sim em anunciar aos de fora o
evangelho de Cristo. Por experiência própria e muitas vezes por puro comodismo,
achamos que o trabalho proposto por Jesus não dará nenhum resultado e na
maioria das vezes em que o nosso coração nos pede mais ousadia na missão,
acabamos preferindo as águas sempre rasas da nossa comunidade, grupo, pastoral,
movimento ou associação onde é sempre muito fácil falar de Jesus e do seu
evangelho, pois todos gostam, aceitam e até aplaudem!
As pessoas vêm até nós e assim passamos o nosso tempo “pescando”
no aquário, onde até causamos espanto e admiração, não pelo resultado do
trabalho, mas apenas pela nossa performance e desempenho. Não foi para isso que
Jesus chamou os discípulos e nem é para isso que o Senhor nos chamou. Ser
missionário é sair do nosso “mundinho” conhecido e entrar na realidade das
pessoas, lá onde elas estão e vivem, feiras livres, shoppings, grandes
avenidas, condomínios residenciais de alto luxo, favelas e áreas verdes onde o
medo do narcotráfico mata qualquer esperança, nos hospitais, presídios, asilos
etc. E se acharmos que a tarefa é muito grande para as nossas modestas
possibilidades, então podemos começar pelas nossas famílias e ambiente de
trabalho.
O verdadeiro missionário vai sempre além de suas expectativas,
do seu conhecimento, da sua bagagem e experiência, ele sabe que sempre há o
risco de um fracasso, mas arrisca-se de maneira corajosa porque é o Senhor quem
determina. “... em atenção à sua palavra, vou lançar as redes”.
Quando assim o fazemos, acabamos nos surpreendendo com o
resultado e rapidamente, como Pedro, descobriremos que não foram nossas
aptidões, mas sim a graça de Deus que realizou a missão, dando os frutos em
quantidade muito maior do que esperávamos. E ao tomarmos conhecimento de que a
graça de Deus, derramada por Jesus Cristo, move-se e age mesmo em cima de
nossas fraquezas e erros, somos tomados pelo medo de nos entregarmos totalmente
a Deus. Então aí só nos resta um caminho: confiar em Jesus e vivermos
somente à luz da fé, na certeza de que doravante faremos não do nosso modo, mas
do modo dele, mesmo que isso signifique ir contra a nossa lógica e razão.
Essa atitude requer uma ruptura até mesmo com aquilo que nos
pareça ser essencial, os primeiros discípulos abandonaram na praia as redes e o
barco e seguiram a Jesus, pois é impossível edificarmos o reino de Deus do
nosso modo.
Pensemos em nossa vocação e nos perguntemos em que águas andamos
“pescando”. A resposta irá exigir de nós uma atitude, a partir do evangelho.
2. Avança mais para o fundo
(O comentário do Evangelho
abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’,
Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)
Jesus tinha entrado num barco e ensinava as multidões nas
margens do lago de Genesaré. Depois, pediu que Pedro avançasse lago adentro e
lançasse as redes para a pesca. Aconteceu então a pesca milagrosa. É neste
contexto que Jesus chama seus primeiros discípulos para serem pescadores de
gente. Pedro, André, Tiago e João deixaram tudo e seguiram Jesus. Parecia
impossível pescar naquele dia, mas, “pela tua palavra lançarei as redes”, disse
Pedro. E as redes se encheram. Pela mesma palavra nos dedicaremos a pescar gente.
Liturgia comentada
Sua mão e seu santo braço... (Sl 98 [97])
Claro, na Primeira Aliança, antes da encarnação
do Filho, Deus não tinha um corpo. Entretanto, são comuns na Bíblia as
expressões de cunho antropomórfico relacionadas a Yahweh. Seus olhos tudo veem
(Sl 139,16), seus pés se apoiam no Templo (Is 60,13), seu ouvido se inclina
para o homem que reza (Sl 31,2), seu hálito afogou os egípcios no Mar Vermelho
(Ex 15,10). O homem sente necessidade de um Deus com quem possa relacionar-se,
por isso lhe empresta estes traços de humanidade.
Também nos ícones do Oriente cristão, é comum que
o iconógrafo “escreva” a mão de Deus saindo da nuvem, em um cantinho da figura,
para sugerir que Deus vai-se revelar, Deus vai “entrar em ação”. Se Deus
encolhe o braço, se seu braço é curto demais, ele se mostraria impotente diante
do mal.
Por isso mesmo, quando canta a poderosa
intervenção de Yahweh para libertar seu povo da escravidão do Egito, ou a
vitória de Israel sobre os povos vizinhos, a Escritura Sagrada fala do braço
divino: “O poder do vosso braço os petrificou”. (Ex 15,16) Os braços de Moisés
nada poderiam realizar se Deus encolhesse o próprio braço...
O homem dito moderno (sic!) prefere usar seus
próprios braços, manifestando inexplicável autoconfiança. Os heróis que ele
desenha aos olhos das crianças são donos de braços musculosos, como o Superman,
Tarzan, He-Man e tantos outros. Os cartazes de propaganda do III Reich nazista
são notáveis nessa figuração do super-homem. Com bíceps tão malhados nas
academias, o homem não precisa dos braços de Deus, dispensa as mãos divinas. Este
superesforço para conduzir seu próprio destino pode explicar boa parte das
neuroses de nosso tempo, bem como os desastres humanos causados pelo ateísmo
dos sistemas políticos que deixaram atrás de si um rastro de sangue e de ruína.
No entanto, as mãos de Deus são poderosas: elas
modelaram a argila do primeiro homem (Gn 2,7), e ainda somos como barro nas
mãos do mesmo oleiro (Jr 18,6). Em sua insanidade e soberba, a criatura tenta
libertar-se das mãos que o moldaram, sem perceber que seu barro conserva as
impressões digitais dos dedos de Deus.
O povo fiel sabe que a força do braço de Deus
pode fortalecer o homem. Assim como a unção divina fez do pastor Davi o guia de
seu povo, assim também a força de Deus se manifestou na aparente fraqueza de
Madre Teresa de Calcutá, de Dom Bosco e de tantos outros servos cuja ação
transformou o mundo.
E nós? Estamos contando com o braço de Deus?
Orai sem cessar: “O Senhor manifestou o poder de seu braço!” (Lc 1,51)
Texto de Antônio Carlos
Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
Fonte: NS Rainha em 05/09/2013
HOMILIA
DIÁRIA
Não tem mais jeito?
Uma coisa que eu jamais posso
dizer: “Não tem mais jeito”. Só não tem mais jeito para aquele que não vive da
fé, para aquele que perdeu a esperança e já não crê.
“Quando acabou de falar, disse a Simão: ‘Avança
para águas mais profundas, e lançai vossas redes para a pesca’” (Lc 5,4).
Diante de uma pescaria difícil, num dia em que “o
mar não estava para peixe”, Jesus se manifestou de um modo maravilhoso e
surpreendente aos discípulos, especialmente a Simão e aos seus companheiros de
pesca: Tiago e João.
Não era possível, naquele dia, pegar mais peixes,
porque o mar não estava bom, os peixes não apareciam, mas o Senhor deu a dica,
deu a ordem: “É preciso avançar para as águas mais profundas”.
Às vezes, as coisas não andam boas para nós; às
vezes tendemos a ficar desanimados, tristes ou sem perspectiva, sem saber qual
caminho tomar, qual direção dar à nossa vida. Muitas vezes, a economia não está
boa, as coisas não estão bem dentro de nossas casas, passamos necessidades,
situações difíceis na vida.
Quem não passa por tempos de crise? Quem, muitas
vezes, não se propõe a pescar e nada de peixe aparecer?
As palavras do nosso Mestre, em tempos de crises,
de dificuldades, não são para nos deixar estagnados do jeito que estamos
parados como se as coisas não tivessem mais jeito. Se tem uma palavra que não
pode fazer parte do vocábulo daquele que é o seguidor de Jesus é “desânimo”.
Uma coisa que eu jamais posso dizer: “Não tem
mais jeito”. Só não tem mais jeito para aquele que não vive da fé, para aquele
que perdeu a esperança e já não crê.
Se você crê, se você colocou em Deus a sua
esperança, a ordem é muito clara para nós: “Lançai para as águas mais
profundas, lançar as redes para a pescas”. Os discípulos foram obedientes ao
Senhor e pegaram uma grande quantidade de peixes.
Eu tenho certeza de que Deus vai operar milagres
na sua vida se você for obediente à Palavra d’Ele. A incredulidade será
afastada e você verá a abundância do Senhor na sua vida.
Creia, tenha confiança no Senhor, independente do
que você estiver passando. Avance, siga firme na sua fé.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal
Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 05/09/2013
Oração Final
Pai Santo, inunda-nos com o teu Espírito e
faze-nos receptivos para aceitá-lo. Assim nós seremos testemunhas de tua
Presença amorosa em nossa existência, sinalizando que desde agora o teu Reino
de Amor já está dentro de nós. Por Jesus Cristo, teu Filho e nosso Irmão, na
unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidicese de BH em 05/09/2013
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