ANO C

Jo 15,26–16,4a
Comentário do Evangelho
A comunidade dos discípulos sob a ação do Espírito Santo
Nas proximidades da Festa de Pentecostes, a
liturgia da palavra vai contribuindo conosco para podermos ir compreendendo a
pessoa e a missão do Espírito Santo.
Tanto o Pai (14,26) quanto Jesus (15,26) enviam o
Espírito Santo. O texto de hoje diz que é Jesus quem envia o “Espírito da
Verdade” que precede do Pai. “Espírito da Verdade” (v. 26) porque “ensina e
recorda as palavras de Jesus” (14,26).
O Espírito não fala de si mesmo, mas dá
testemunho de Jesus, assim como a comunidade dos discípulos dará testemunho de
Jesus pela ação do Espírito Santo: “... permaneçam em Jerusalém até receberdes
a força do alto, o Espírito Santo, então sereis minhas testemunhas” (At 1,8).
Pensando defender Deus, e o seu nome, a comunidade cristã será perseguida,
expulsa da sinagoga pelos judeus, como foi perseguido e morto o Senhor. A razão
da perseguição permanece a mesma: falta de conhecimento do Pai e do Filho;
imagem equivocada de Deus e de seu projeto; dureza de coração.
Instruindo, assim, a comunidade, Jesus
apresenta-se como verdadeiro profeta: “Eu vos falei assim para que vos
recordeis do que eu disse, quando chegar a hora” (16,4; ver: Dt 18,21-22).
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, que o testemunho do Espírito cale fundo no
meu coração e seja acolhido com discernimento e docilidade, de modo a
consolidar minha fé no Senhor Jesus.
Fonte: Paulinas em 06/05/2013
Vivendo a Palavra
O Espírito Santo – o Advogado – que o Pai enviou
aos Apóstolos a pedido de Jesus, permanece em nós e ilumina o caminho da
Igreja, para que ele seja o mesmo Caminho de Jesus de Nazaré.
Entreguemo-nos docilmente ao Espírito e anunciemos aos companheiros peregrinos
o Reino do Céu já presente em nós.
Fonte: Arquidiocese BH em 06/05/2013
VIVENDO A PALAVRA
As palavras de Jesus preparam os discípulos – e
também a nós, sua Igreja de hoje – para as perseguições que viriam a sofrer por
amor à Verdade. Mas Ele promete que não estaremos sozinhos. Teremos em nós a
presença do Advogado, do Espírito Santo que encoraja ao testemunho de uma vida
compassiva e fraterna.
Reflexão
Estamos na penúltima semana do tempo da Páscoa e
a Igreja vem, através da liturgia da palavra da sexta semana do tempo pascal,
nos preparar para as festas que se aproximam, ou seja, a festa da Ascensão de
Jesus, que iremos celebrar no próximo domingo, e a festa de Pentecostes, que
iremos celebrar no domingo seguinte. Por isso, vemos no Evangelho de hoje Jesus
prometendo o Espírito Santo a seus discípulos e, ao mesmo tempo, falando a eles
como será a vida sem a sua presença, ou seja, o testemunho que deverão dar do
Evangelho e a conseqüente perseguição que virá com este testemunho.Mas as suas
palavras são antes de tudo um estímulo para que os apóstolos sejam fiéis nos
momentos difíceis.
Fonte: CNBB em 06/05/2013
Reflexão
Jesus continua preparando seus discípulos para
quando ficarem sem sua presença física. Vai enviar-lhes “o Espírito da Verdade
que procede do Pai”. O Espírito vai testemunhar a favor de Jesus e defender os
discípulos na hora da prova e quando estiverem diante dos tribunais por causa
do seu nome. Na força do Espírito Santo, os discípulos de Jesus darão esse
testemunho corajoso. Dar testemunho não é só falar bem do Mestre, mas também
sofrer tribulações pelo fato de ser seguidor dele. As perseguições chegam a tal
absurdo, que alguém, ao matar os discípulos de Jesus, pensa estar prestando
culto a Deus. Os discípulos irão experimentar na própria pele o horror do
fanatismo religioso de seus perseguidores.
(Dia a dia com o Evangelho 2019 – Pe. Luiz Miguel
Duarte, ssp)
Meditando o evangelho
O DOM DO PARÁCLITO
Jesus havia advertido os discípulos para a tentação de se sentirem
órfãos e desamparados. Ao longo da missão, eles não teriam mais a presença
física de Jesus, que lhes fora, outrora, um referencial importante. A condição
de Ressuscitado exigia dos discípulos reformularem sua forma de se relacionar
com ele. A presença física do Mestre fora substituída pela presença espiritual.
Antevendo o risco que corriam, Jesus havia prometido aos discípulos
enviar-lhes, de junto do Pai, o Defensor que estaria sempre junto deles,
dando-lhes força para perseverarem no testemunho. O Espírito Santo reforçaria a
fé dos discípulos. Reforçaria também a compreensão de tudo o que o Mestre lhes
tinha ensinado, levando-os a perceber as reais dimensões de sua fé. Seguros de
não estarem crendo em vão, os discípulos se predisporiam a dar um testemunho,
mais e mais autêntico, do Senhor.
O Defensor é Espírito da Verdade que livra os discípulos do erro.
Impede-os de cair nas ciladas do mal. Preserva-os do engano no qual o mundo os
quer enredar. Alerta-os diante da possibilidade de serem levados pela mentira
dos inimigos do Reino. Este dom é indispensável ao discípulo em missão, para
que não perca o rumo de sua ação.
O Defensor, em última análise, é o Espírito do Pai caminhando, com os
discípulos do Filho Jesus.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe.
Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE –
e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Senhor Jesus, que o Defensor, enviado por ti de junto do Pai, esteja
sempre comigo, ajudando-me a realizar a missão de maneira autêntica e frutuosa.
COMENTÁRIO DO EVANGELHO
1. NÃO SE ESCANDALIZAR
(O comentário do Evangelho abaixo
é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica,
Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês).
O risco maior a que os discípulos poderiam correr
seria o de renegar sua própria fé. A isto se refere Jesus, quando falou de
escândalo. Para que os discípulos o evitassem, Jesus lhes expusera, com toda a
clareza, o destino de ódio e perseguição que lhes estava reservado. Mas também
lhes prometeu enviar um Defensor, para estar sempre com eles.
A missão dos discípulos consistiria em dar
testemunho do Mestre, sem se deixarem intimidar. Missão dura, ao se virem
expulsos da sinagoga, sua comunidade de fé, ou vítimas da sanha assassina dos
seus inimigos. Julgando estar prestando um serviço a Deus, banindo-os da
face da terra como indivíduos blasfemos, esses não teriam escrúpulos de
assassiná-los.
Então, deveriam ter fé redobrada para, por Jesus
e pela causa do Reino, não desistirem da missão abraçada.
Aqui entra em jogo a própria condição de discípulo,
provada pelos acontecimentos. Quem se deixou ajudar pelo Paráclito e teve sua
fé reforçada por ele, fará frente às investidas dos inimigos, mantendo-se fiel
a Jesus. Quem titubear, ou, pior ainda, debandar, demonstrará estar longe
de ter compreendido as reais exigências do discipulado, e estar
despreparado para ser discípulo.
O discípulo fiel, embora submetido a provações,
não se escandaliza. Lembrando-se das palavras do Senhor, ele resiste por
saber-se bem protegido pelo Espírito de Verdade, enviado pelo Pai.
Oração
Espírito de firmeza, nos momentos de provação,
vem em meu socorro, para que eu não sucumba à tentação de apartar-me de meu
Mestre e Senhor.
Fonte: NPD Brasil em 06/05/2013
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. Cada qual faz sua parte
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo
Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim
– SP)
Dizia-me um aluno da minha classe de Teologia Pastoral para
leigos, quando eu falava sobre a História da Igreja e essa tensão entre a
Igreja Mistérica e a Igreja institucional: “Nós não podemos fazer a parte que é
do Espírito Santo, e Ele também não vai fazer a nossa”.
Achei isso fantástico, não sei como ele deduziu isso, ou ouviu
alguém dizer, mas pelo jeito assimilou esse ensinamento como membro de uma
comunidade. Fantástico! É isso mesmo... Quando deixamos para o Espírito Santo
certas tarefas e incumbências que o Pai nos deu, enquanto missão, não estamos
sendo cristãos fervorosos, mas apenas cristãos omissos, e quando queremos e
insistimos em fazer algo que compete única e exclusivamente ao Espírito Santo,
estamos voltando as origens do Gênesis, tentando ser Deus em sua essência, o
mesmo pecado de Adão e Eva.
Talvez o leitor comente consigo mesmo: “ Graças a Deus nunca fiz
isso...”. Esse é um pecado que todos nós cometemos. Por exemplo, os irmãos e
irmãs da comunidade não são e nunca o serão, do jeito que nós queremos:
convertidos, virtuosos, atitudes e pensamentos sempre em harmonia com o que NÓS
pensamos e fazemos. Pronto! Aí estamos nós, querendo dar uma de Espírito Santo
para mudar aquela pessoa.
Por outro lado, pensemos: como é difícil conviver com pessoas
diferentes de nós, algumas são até irritantes, intransigentes, e até mesmo
insuportáveis! Eis aí algo que compete a nós, mas que precisamos do Espírito
Santo para nos tornar flexíveis e maleáveis.
Nos dois casos é o Espírito que age, porém no segundo, que é a
questão da flexibilidade e docilidade para com os outros, temos que fazer a
nossa parte, esforçando-nos para controlar nossos instintos egoístas e
egocentristas. No primeiro caso nada temos a fazer, pois é o Espírito Santo que
vai agir, que vai trabalhar no coração e na vida daquele irmão insuportável, e
o Espírito Santo tem um jeitinho especial, personalizado, para renovar cada um
de nós, pois ele trabalha a partir daquilo que somos, por uma razão bem
simples: Deus nos ama desse jeito, não exige que sejamos do jeito dele,
diferente do modo como tratamos as pessoas.
Há neste evangelho uma realidade que motiva a nossa reflexão, a
comunidade Judaica, que contém em si o Cristianismo enquanto uma seita, está
sempre em conflito com essa. Qual a razão desse conflito, que no ano 90 irá
culminar com a expulsão dos cristãos das sinagogas?
É simples, a referência do Cristão, única e verdadeira é o
Cristo Jesus e Deus Pai que o enviou, e que eles conhecem, não porque ouviu
dizer, mas porque conviveram com ele, todos os da Era Apostólica, tiveram esse
privilégio, que não foi só dos apóstolos, mas devemos lembrar que uma multidão
de homens e mulheres se tornaram discípulos de Jesus. Já os da Comunidade
Judaica conhecem apenas o Pai, o Deus da Antiga Aliança, mas não têm o coração
fervoroso por causa de Jesus, já que a única referência que têm sobre Deus é a
Lei de Moisés.
2. Vos enviarei o Espírito da Verdade
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn.
Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no
Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)
Jesus vai partir, vamos ficar com o Espírito Santo e teremos que
enfrentar as oposições do mundo. Não compreenderam Jesus, não compreenderão a
sua Igreja. Nada estranho, portanto, se tivermos problemas a enfrentar.
Problemas causados pela opção que fizemos por Cristo e seu Evangelho. Problemas
causados pela defesa da verdade e da vida. Problemas provenientes de nossas
convicções de fé. Não problemas criados por nosso pecado, por nosso egoísmo,
por nossa mesquinhez. Deveremos nos preocupar se não tivermos ninguém contra
nós, se todos estiverem de acordo conosco. Será talvez um sinal de abandono do
Espírito da Verdade. Com o Espírito da Verdade, seremos livres. Seremos os
adoradores que o Pai deseja. Nos últimos anos temos visto comunidades cristãs
dizimadas, perseguidas, atacadas de muitas maneiras com inúmeros mártires de
todas as idades, que testemunharam sua fidelidade a Cristo e ao Evangelho. Não
nos esqueçamos, porém, que também os cristãos, em épocas de superioridade, de
participação no poder dos governantes deste mundo, fizeram muita gente sofrer.
A Igreja tem consciência disso e procura reparar de alguma maneira a dor
causada pela inquisição, pelas cruzadas e pelo holocausto judaico.
HOMILIA DIÁRIA
Postado por: homilia
maio 6th, 2013
“Porque quando vier o Defensor, que eu vos
mandarei da parte do Pai, o Espírito da verdade, que procede do Pai, ele dará
testemunho de mim” (Jo 15,26).
Defensor é aquele que nos defende, mas a melhor
palavra para defini-lo é “advogado”, ou seja, aquele que defende a nossa causa
até quando estamos errados.
Quando alguém pratica um crime, quem pode
defendê-lo é o advogado. Não estou fazendo uma apologia ao crime, mas,
muitas vezes, as pessoas não sabem se defender de seus próprios erros, e o
advogado faz esse papel.
Desculpe-me, mas nós não precisamos do
advogado do mundo. O advogado, ao qual estou me referindo, é o Paráclito.
O defensor que procede do Pai e do Filho é o Espírito da verdade que Deus
promete àqueles que são fiéis à Sua palavra.
Você, que não sabe se defender, está sofrido e
oprimido, acusado disso ou daquilo, porque não compreendem a sua vida, a sua
história, seus sofrimentos, não perca tempo querendo se justificar, não perca
tempo querendo dar razões para as pessoas. Nós temos Aquele que nos justifica,
é o Espírito que vem em nosso socorro e torna-se o nosso Advogado e Protetor.
Não se faça de vítima; pelo contrário, entregue
sua vida à ação poderosa do Espírito. Ele vem até mim e você, e age dentro de
nós, dando-nos a paz de Espírito que sempre precisamos para as necessidades
desse mundo.
Padre Roger Araújo –
Comunidade Canção Nova
Fonte: Canção Nova em 06/05/2013
Oração Final
Pai Santo, aproximando-nos da festa de
Pentecostes, prepara nosso coração para acolher o teu Espírito e nos deixarmos
guiar pelo seu impulso criador. Faze-nos testemunhas do teu Amor inefável neste
mundo, formando a tua Igreja generosa e misericordiosa. Pelo mesmo Cristo
Jesus, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 06/05/2013
ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, que as dificuldades da missão não
nos acovardem e nem as nossas quedas nos desanimem. Quando formos perseguidos
por causa da Verdade, lembra-nos, amado Pai, da promessa de teu Filho Jesus de
Nazaré: de Ti e dele nos vem o Advogado, o Espírito Santo que firma os passos e
orienta nossa trajetória nesta terra cheia de encantos, que já é parte do teu
Reino de Amor.

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