ANO C

João 10,31-42
Comentário do
Evangelho
É pela Palavra que Jesus é rejeitado
A ameaça e o desejo de matar Jesus são contínuos do quarto
evangelho (veja, por exemplo: 8,59; 10,31, entre outros). A razão pela qual
querem matar Jesus é dada, a blasfêmia: “Tu, sendo apenas um homem, pretendes
ser Deus!” (v. 33). O texto apresenta ainda uma divisão acerca da pessoa de
Jesus: para uns ele é um blasfemo (v. 33), enquanto outros o julgavam digno de
fé (vv. 41-42). Não são pelas obras que querem apedrejar Jesus (cf. v.
33), mas pela palavra – a blasfêmia. Ora, o leitor do evangelho, que já passou
pelo prólogo, sabe que “no princípio era a Palavra, a Palavra estava com Deus,
e a palavra era Deus” (Jo 1,1).
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, reforça minha fé em Jesus, em cujas palavras e
ensinamentos tu te fazes presente na nossa história humana.
Fonte: Paulinas em 22/03/2013
Vivendo a Palavra
Jesus revela a presença do Pai no Filho. A grande ‘novidade’,
o mistério de um Deus que se encarna e se humaniza, confundia seu povo e
continua confundindo os seguidores do Mestre de Nazaré. Muitos preferiam – e
ainda preferem... – um Deus que é Senhor dos Exércitos e não o nosso Abbá
(Papai querido!)
Fonte: Arquidiocese BH em 22/03/2013
VIVENDO
A PALAVRA
No Templo de Jerusalém, Jesus acabara de revelar “Eu e o Pai somos Um.” A
reação das autoridades não se faz esperar. As palavras de Jesus que seguiram
não se destinavam apenas àqueles ouvintes, mas a todos nós. Elas nos ajudam a
contemplá-lo como o Filho Unigênito feito humano para se tornar nosso Irmão. E
a partir delas, muitos de nós passaremos a acreditar n’Ele.
Reflexão
Quando a gente não está com o coração aberto, não está
disposto a acolher a palavra de Jesus, não querendo de fato assumir um compromisso
de fé com Deus e com os irmãos, não buscando novos valores e não querendo uma
constante mudança de vida para cada vez mais procurar uma união mais íntima e
profunda com Deus, qualquer coisa torna-se motivo para a crítica e para a
rejeição de Jesus. Assim aconteceu com os judeus, que não quiseram abandonar
antigos valores para viver valores novos e mais plenos, sempre procuraram
motivos para dizer que eles estavam certos e Jesus estava errado.
Fonte: CNBB em 22/03/2013
Reflexão
À medida que se aproxima a paixão e morte de Jesus, seus adversários
parecem mais furiosos. Com pedra nas mãos, anseiam por acabar com ele, como se
fosse um malfeitor extremamente perigoso. Jesus, no entanto, de modo sereno e
soberano, segue explicando que o Pai o santificou e enviou ao mundo. Ele
realiza as obras que o Pai lhe mandou fazer. Que acreditem ao menos nessas
obras e compreenderão a íntima união entre ele e o Pai. Terreno impenetrável é
o coração dos dirigentes, que mais uma vez tentam prender Jesus. Afastando-se
de Jerusalém, ele volta ao lugar onde iniciou a missão, exatamente onde João
costumava batizar. E aí, ao contrário das autoridades, o povo acolhe Jesus e se
dispõe a fazer parte do seu rebanho.
(Dia a dia com o Evangelho 2019 – Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp)
Meditando o evangelho
SOU O FILHO DE DEUS
A intimidade que Jesus mostrava ter com seu Pai constituía o ponto
central do atrito com seus adversários. Na história de Israel, pontilhada de
pessoas piedosas, jamais alguém havia manifestado estar tão próximo de Deus,
como Jesus afirmava estar. Por isso, seus adversários não sabiam como
tratá-lo. Preferiram apedrejá-lo, para se verem livres de sua presença
incômoda.
E isto, não porque Jesus fosse arrogante e orgulhoso, e se prevalecesse
de um poder que as outras pessoas não possuíam. Em verdade, ele não exigia para
si um tratamento especial, por sua condição divina, nem tinha ambições
políticas de tomar o poder, e submeter o povo a seus caprichos. Pelo contrário,
o projeto de Jesus opunha-se a tudo isto.
O Mestre irritava os seus adversários, porque se recusava a aderir a uma
das facções religiosas existentes. Pelo contrário, criticava-as e
denunciava-lhes as incoerências. E tais denúncias eram feitas com uma
autoridade, até então, desconhecida, que Jesus atribuía ao Pai.
Por outro lado, seus adversários pensavam estar agindo perfeitamente de
acordo com a vontade de Deus. Consequentemente, não podiam aceitar que alguém,
invocando a autoridade divina na condição de Filho, pudesse lançar-lhes em face
acusações tão severas.
A situação de Jesus era extremamente perigosa diante de seus
adversários. Entretanto, não teve medo de enfrentá-los, mesmo sabendo que podia
ser eliminado por eles.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe.
Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE –
e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Espírito do Filho, livra-me da dureza de coração, que não me deixa
reconhecer a filiação divina de Jesus.
COMENTÁRIO DO EVANGELHO
1. UM HOMEM FAZENDO-SE DEUS?
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe.
Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e
disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês).
Embora, Jesus jamais tivesse afirmado "Eu sou
Deus!", seus adversários acusavam-no de, sendo apenas um homem, pretender
passar por Deus. E chegavam a esta conclusão, não por causa de uma declaração
peremptória de Jesus, e sim pelo modo como ele falava e agia. Suas palavras
tinham uma autoridade desconhecida, e pareciam ir de encontro a tudo quanto,
até então, era ensinado como Palavra de Deus. Esta liberdade diante da tradição
religiosa revelava, no pensar dos inimigos, que Jesus estava pretendendo ocupar
o lugar de Deus. Quanto aos sinais que realizava, eram de tal modo portentosos
que só das mãos de Deus poderiam provir. Quem, a não ser Deus, pode curar os
doentes, ressuscitar os mortos, transformar a água em vinho? Este poder criador
é prerrogativa divina.
Essas falsas acusações foram rebatidas com dois argumentos. O
primeiro foi tirado das Escrituras, precisamente do Salmo que, referindo-se aos
juízes deste mundo, declara: "Vocês são deuses!". Eles, ao julgar,
exercem um poder divino. Se as Escrituras fazem tal declaração, é possível
aplicá-la também a Jesus. O segundo é tirado da própria pregação do Mestre.
Suas palavras exatas foram "Eu sou o Filho de Deus". Esta consciência
de ser Filho era o pano de fundo de tudo quanto fazia e ensinava. Sem isto,
suas palavras cairiam no vazio e seriam sem sentido. Ele é, sim, o Filho
santificado e enviado ao mundo para fazer as obras do Pai. E elas são as
primeiras a testemunhar em seu favor.
Oração
Pai, reforça minha fé em Jesus, em cujas palavras e
ensinamentos tu te fazes presente na nossa história humana.
Fonte: NPD Brasil em 22/03/2013
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. Ser Filho de Deus, a grande Blasfêmia
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz -
Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)
Todas as ações de Jesus a favor do bem das pessoas, incomodava os
Judeus, afinal ele brilhava mais do que os Doutores da LEI, Escribas e
Fariseus, porque ensinava com autoridade então, qualquer ação de Jesus era
motivo para tentar condená-lo. A preocupação constante das lideranças
religiosas era realmente fazer Jesus calar a boca, entretanto, havia algo que
fazia toda aquela fúria dobrar-se... era quando Jesus se fazia Deus assumindo
diante deles a sua Filiação Divina.
Naquelas cabeças duras e corações insensíveis, a ideia de um Deus feito
homem, de um Deus entranhado na carne humana, era algo inconcebível, uma grande
blasfêmia! Hoje, pelo modo com que o Ser humano é tratado, despojado de sua
dignidade, violentado em seus direitos, massacrado e humilhado em sua dor e
sofrimento, podemos dizer que, o homem não acredita que o seu irmão é Filho de
Deus, não consegue crer em uma dignidade tão grande.
As obras que Jesus realizava eram incontestáveis, seu posicionamento a
favor da vida, dos mais pequenos e dos miseráveis, dos impuros e excluídos, o
fazia desprezível diante das lideranças religiosas que tinham no coração e na
mente um outro Deus, uma outra verdade. e não queriam, trocar isso por nada
desse mundo.
A religião do comodismo continua ainda hoje a ser uma grande tentação,
quando nos deparamos com algum profeta corajoso e ousado que questiona a
religião e o sentido de se viver na Fé, mexendo com as nossas estruturas
espirituais e eclesiais, trememos na base e damos um jeitinho de fazê-lo calar
a boca. A pregação de Jesus questionava e os fazia pensar e eles queriam uma
pregação que anunciasse um missionário glorioso e vencedor. Eles bem que
tentaram acabar com Jesus ali mesmo mais uma vez mais Jesus se retira imune
para o deserto onde tudo havia começado com o Batismo e a pregação de João.
Nesta quaresma devemos também buscar o deserto onde Deus nos fala ao
coração apontando-nos a missão e o caminho a ser seguido. Que nada desvie a
nossa atenção e que não tenhamos medo de mudanças, mesmo que estas sejam bem no
íntimo de nós...
2. Eu sou Filho de Deus
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva,
‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)
Querem apedrejar Jesus. Por quê? Pelas boas obras que ele fez? Não,
dizem os seus opositores, mas por causa da blasfêmia por ele proferida. Ele é
apenas um homem e pretende ser Deus. Tinham compreendido bem que ele era um
homem. O passo seguinte, que ele era ao mesmo tempo Deus, não era fácil de ser
dado. Jesus é Filho de Deus, como são filhos de Deus todos os judeus que
receberam a Palavra de Deus. Jesus, porém, é o único gerado pelo Pai, aquele
que o Pai consagrou e enviou ao mundo. Ele está no Pai e o Pai está nele.
Tentam prender Jesus, mas ele se retira.
HOMILIA
DIÁRIA
Postado por: homilia
março 22nd, 2013
Irmãos e irmãs, é muito interessante o contexto celebrativo,
em que Nosso Senhor Jesus Cristo se comunica em Jo 10, 31-42. Aconteceu que o
rei Antíoco IV Epífanes (cf. 1 Mc 4,36-59; 2 Mc 10,1-10) promoveu uma
profanação do Templo, e a chamada “Festa da Dedicação” fazia memória da
reconsagração do Templo por volta de 164 a.C. Portanto, respirava-se um clima
festivo de reconquista e consagração.
Por tudo isso, um justo motivo de uma grande festa judaica.
Convém também lembrar que os cristãos da Comunidade joanina estavam diante de
um Evangelho escrito posteriormente à destruição definitiva do Templo de
Jerusalém (70 d.C.), por ocasião da invasão do exército romano. Realidade
prevista por Cristo, e não desejada, como testemunha o Santo Evangelho: «Quando
Jesus se aproximou de Jerusalém e viu a cidade, começou a chorar. E disse: “Se
tu também compreendesses hoje o que te pode trazer a paz! Agora, porém, está
escondido aos teus olhos! Dias virão em que os inimigos farão trincheiras, te
sitiarão e te apertarão de todos os lados. Esmagarão a ti e a teus filhos, e
não deixarão em ti pedra sobre pedra, porque não reconheceste o tempo em que
foste visitada» (Lc 19, 41-44).
Palavra realista de um Deus apaixonado, que não podia impor a
Sua vontade e nem a Verdade! Mas também uma revelação que serve de alerta para
a responsabilidade humana e suas consequências perante as indispensáveis
visitas de Deus na história pessoal e universal. Ele que continua a agraciar o
povo amado de Deus e revelou-se como Deus Uno e Trino: «Eu e o Pai somos um»
(Jo 10, 30).
Jesus Cristo, um com o Pai, no Espírito Santo! Ele é a
manifestação do Mistério do Deus Triúno pelo seu ser, agir e falar, mas que
espera uma resposta de fé e adesão igualmente livre: «Se não faço as obras de
meu Pai, não acrediteis em mim. Mas, se eu as faço, mesmo que não queirais crer
em mim, crede nas minhas obras para que saibais e reconheceis que o pai está em
mim e eu no Pai» (vv. 37-38).
Assim Jesus se revela como sendo maior do que o venerável
Templo, ainda que o Senhor não o despreze. Ele se apresenta como o Dedicado e o
Consagrado por excelência do Pai, que O enviou para obras de Salvação. E caso O
quisessem destruir (matar), como de fato tentaram e conseguiram, a Sua palavra
e poder é quem dará sempre a última palavra, pois ela é definitiva, e não a
ignorância e maldade humana: «Destruí vós este templo e em três dias eu o
reerguerei» (Jo 2, 19).
Com outra palavra de vida eterna, Jesus Pascal iluminou
também a Semana Santa que se aproxima: «Ninguém me tira a vida, mas eu a dou
por própria vontade. Eu tenho poder de dá-la, como tenho poder de recebê-la de
novo. Tal é o encargo que recebi do meu Pai» (Jo 10, 18).
Na proximidade da Solenidade das solenidades – a Páscoa de
Nosso Senhor Jesus Cristo – somos convidados a um mergulho no Amor encarnado e
crucificado, que venceu o mal e a morte, reconquistando gratuitamente para nós
a nossa comunhão com Deus e entre nós. O único Redentor do gênero humano
consagrou-nos na Verdade que liberta (cf. Jo 17), isto pela Sua oração, graça e
Santo Batismo; também pelos méritos infinitos mereceu-nos a participação numa
festa eterna, atualizada, prefigurada e antecipada por obra do Espírito Santo.
Realidades e possibilidades que nos convidam a uma
participação ativa e frutuosa na Sagrada Liturgia da Igreja, principalmente
neste tempo forte que se aproxima. Por isso, desde já, tenhamos uma Santa
Semana em torno do Mistério do Amor Pascal e não meçamos esforços para tomarmos
posse das graças alcançadas por Quem não mediu esforços para nos salvar! Santa
Páscoa!
Padre Fernando Santamaria – Comunidade
Canção Nova
Fonte: Canção Nova em 22/03/2013
Oração Final
Pai Santo, que o teu Espírito em nós conforme a
nossa consciência de filhos teus, muito amados e, com essa força, a certeza de
que somos irmãos da humanidade, sem exclusões ou privilégios. Assim aprendemos
com o Cristo Jesus, teu Filho que se fez nosso Irmão e contigo reina na unidade
do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 22/03/2013
ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, abre o nosso coração
para ousarmos aceitar o teu Amor – tão radical que chegas ao ponto de enviares
o Cristo, teu Filho Único, que se faz homem em Jesus de Nazaré, tornando-se
nosso Irmão. E mais, amado Pai, dá-nos humildade e força para segui-lo neste
Planeta abençoado que nos emprestas para ser cuidado, usufruído e partilhado.
Pelo mesmo Jesus Cristo, que contigo reina na unidade do Espírito Santo.

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