domingo, 2 de março de 2025

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA - 02/03/2025

ANO C


8º DOMINGO DO TEMPO COMUM

Ano C - Verde

“O discípulo deve ser coerente no dizer e no agir."

Lc 6,39-45

Ambientação

INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL O POVO DE DEUS: Irmãos e irmãs, aqui nos reunimos em torno do altar para celebrar a Eucaristia, memorial da morte e ressurreição do Senhor. Esse memorial já é uma antecipação de nossa vitória, em Cristo, sobre a morte. Como é bom agradecermos ao Senhor! Como é bom cantar louvores ao nosso Deus! Com o coração cheio de gratidão, apresentemos a Ele nossas vidas e, confiantes, esperemos a nossa redenção.
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O AUTOCONHECIMENTO À LUZ DA FÉ CRISTÃ

Com o exemplo dos odres novos, Jesus fala da necessidade de mudar o nosso coração para receber o vinho novo da sua Palavra, da sua Graça, da vida nova de cristãos. Também nos adverte do erro de querer corrigir os outros, sem reconhecer que nós precisamos mudar. Com a comparação do “cisco no olho do outro e a trave no próprio”, Jesus nos previne contra esta manifestação de falta de humildade.
Um cisco no olho irrita muito, impede de ver e só pode ser removido com a ajuda de outros. Porém muito mais cegueira e incômodo seria uma palha; isso nos faria parecer ridículos diante dos outros, que apontariam a evidência de nossos próprios defeitos. Essas palavras de Jesus podem servir para refletirmos sobre o tema do conhecimento próprio. Será que eu sei quem eu realmente sou? Será que eu me conheço com realismo? Eu aceito os comentários e as correções que as pessoas que me conhecem me fazem? Precisamos coragem e determinação para chegar ao conhecimento próprio.
Em um de seus sermões, o Pe. Antônio Vieira ensinava que, para uma pessoa se conhecer, são necessárias três coisas, tal como para alguém ver o próprio rosto: sãos necessários olhos, luz e espelho. Se tem espelho e é cego, não se pode ver por falta de olhos. Se tem espelho e olhos e é de noite, não pode ver por falta de luz. Se tem olhos e luz, mas não um espelho, não se pode ver.
O espelho, onde refletem-se realmente as nossas ações, são os outros e os fatos. Não devemos descartar os comentários dos nossos pais, irmãos, amigos: atrasos, esquecimentos, desatenções. Assim, nós precisamos aprender das pessoas que convivem conosco: não somos a pessoa mais indicada para resolver as nossas próprias carências e perplexidades, porque temos a tendência à autojustificação, a achar que não somos tão errados como os outros. Aqui entram a confissão e a direção espiritual: vamos à Confissão porque estamos arrependidos dos nossos pecados e devemos reconhecê-los sinceramente. O diretor espiritual conhece as nossas deficiências e aptidões e nos estimula a lutar de maneira concreta para adquirir as virtudes de que necessitamos.
Em segundo lugar, os fatos reais: você gritou e esbravejou com a sua irmã e ela foi dormir sem jantar. O fato foi que você de novo se comportou de modo vulgar naquela noite. O fato é que a sua nota de matemática, ou de bioquímica foi baixa. O fato é que o seu quarto está uma bagunça. O fato é que você não escuta as pessoas.
Em terceiro lugar, a luz de Deus: quem nos conhece perfeitamente é Deus, porque Ele nos vê por dentro. Quem se aproxima sinceramente de Deus, vai sabendo melhor quem realmente é. Quem procura viver os mandamentos, assumir a sua fé, ser coerente com aquilo em que acredita, vai percebendo melhor os seus erros e sabendo com realismo como é. Manter uma conversa a sós com Deus, refletir nesta oração pessoal e espontânea sobre o modo como Deus vê nossa vida. Descobrir a causa das nossas tristezas e abatimentos.
Por último, os olhos, a consciência: aquela voz que sentimos dentro de nós. Não podemos calar a voz da consciência, arranjando justificativas, desculpas, explicações: “Eu não pensei que a pessoa fosse se chatear tanto por uma brincadeirinha... Eu achei que não tinha problema deixar para amanhã...” Como é difícil dizer: “Eu errei... A culpa foi minha... Eu me enganei.”. Precisamos cultivar o hábito diário do exame de consciência. Chegar ao fim do dia e por-nos diante do espelho da consciência: “O que eu fiz de bom hoje?” E buscar os fatos do dia. “O que eu fiz de mau hoje?” E não fugir dos fatos. “O que eu poderia ter feito melhor?” E examinar-se com realismo. Terminamos o exame com um arrependimento sincero: o ato de contrição, além de tomar umas providências práticas para evitar a recaída e se corrigir: são os propósitos de mudança.
Dom Carlos Lema Garcia
Bispo Auxiliar de São Paulo
Vigário Episcopal para a Educação e a Universidade
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Comentário do Evangelho

Viver uma Fé Verdadeira


Uma fé verdadeira se reflete na coerência entre o que falamos e o que fazemos. O verdadeiro seguidor de Cristo é aquele que ouve atentamente a Palavra de Deus e a coloca em prática, permitindo que essa mensagem viva transborde em sua vida. Essa fé é guardada no coração como um precioso tesouro, que não pode ser guardado apenas para si, mas deve ser compartilhado com alegria e sinceridade.
A primeira leitura nos alerta para a importância do que dizemos, pois nossas palavras revelam o que realmente está em nosso coração. Uma fé sólida é alicerçada em Deus, que ressuscitou Jesus, vencendo a morte e o pecado. Em meio às dificuldades diárias, São Paulo exorta os coríntios a permanecerem firmes e inabaláveis, pois o esforço na obra do Senhor jamais será em vão. A fé verdadeira sempre nos impulsiona a seguir em frente.
Jesus também alerta os discípulos quanto aos líderes religiosos da época, que estavam cegos pela sua própria falta de fé. Muitos desses guias eram mais preocupados com a observância rígida da Lei do que com o amor e a salvação do ser humano. O Mestre denuncia a hipocrisia de quem usa a Lei para explorar o povo, colocando sobre eles fardos pesados e insuportáveis. Para seguir a verdadeira Lei, é necessário ser guiado por Cristo, que oferece salvação e misericórdia, ao invés de julgamento.
O cristão deve constantemente fazer uma avaliação sincera de sua vida, reconhecendo suas fraquezas e aceitando a sua condição de pecador. Essa humildade é essencial para ajudar os outros com a misericórdia de Deus. Assim como uma árvore boa é reconhecida pelos frutos que gera, um verdadeiro discípulo é identificado pelas suas ações e palavras.
Antes de tentar corrigir os outros ou semear discórdia, é necessário buscar a conversão interior. O que o nosso coração realmente contém? Quais são os tesouros que temos guardado em nosso interior? Mais do que uma conduta ética ou palavras vazias, o verdadeiro seguidor de Cristo expressa sua fé através de ações genuínas, com um testemunho autêntico, pois é no seu coração que Deus o encontra e transforma.
https://catequisar.com.br/liturgia/viver-uma-fe-verdadeira/

Reflexão

O Evangelho de hoje conclui o “Sermão da planície”, segundo Lucas. O texto apresenta três pequenas parábolas: a do cego, a do cisco no olho e a da árvore e seus frutos. As parábolas do cego e a do cisco no olho são um questionamento a respeito do julgamento que as pessoas tecem sobre os outros. Lucas mostra que devemos ter muito cuidado ao julgar. O julgamento pertence a Deus. É um apelo à autocrítica, a olhar para si antes de ser juiz dos outros. O verdadeiro guia é o Mestre, que deve guiar a conduta dos seus seguidores. Os discípulos podem se tornar cegos, à medida que não conseguem distinguir os verdadeiros valores do Reino de Deus. A terceira parábola revela a pessoa a partir das suas ações. A exemplo da árvore, a pessoa pode ser conhecida pelos seus frutos. Quem tem consciência justa e reta, realiza atos justos e retos. Do coração mau saem coisas más. Do coração bom saem coisas boas. O coração é o tesouro, dele sai o mal ou o bem, a violência ou a paz, a desordem ou a harmonia.
(Dia a Dia com o Evangelho 2025 - PAULUS)
https://www.paulus.com.br/portal/liturgia-diaria/2-domingo-9/

Reflexão

«Quem é bom tira coisas boas do tesouro do seu coração, que é bo

Dr. Johannes VILAR
(Köln, Alemanha)

Hoje há uma sede de Deus, há um frenesi para encontrar sentido na própria existência e ações. O boom do interesse esotérico prova isso, mas as teorias de autorredenção não servem. Através do profeta Jeremias, Deus lamenta que o seu povo tenha cometido dois males: abandonou-O, fonte de águas vivas, e cavaram cisternas, cisternas rachadas, que não retêm água (cf. Jr 2,13).
Há quem vagueia no meio de pseudofilosofias e pseudo religiões — cegos guiando cegos (cf. Lc 6,39) — até que, desanimados, como Santo Agostinho, com o próprio esforço e a graça de Deus, convertem, porque descobrem a coerência e a transcendência da fé revelada. Nas palavras de São Jose maria Escriva, «As pessoas têm uma visão plana, colada ao chão, de duas dimensões. —Quando você vive uma vida sobrenatural, obterá de Deus a terceira dimensão: altura e, com ela, relevo, peso e volume».
Bento XVI iluminou muitos aspectos da fé com textos científicos e textos pastorais cheios de sugestões, como a trilogia "Jesus de Nazaré". Tenho observado quantos não católicos se orientam pelos seus ensinamentos (e os de São João Paulo II). Isso não é acidental, pois não há árvore boa que dê maus frutos, não há árvore má que dê bons frutos (cf. Lc 6,43).
Grandes passos poderiam ser dados no ecumenismo, se houvesse mais boa vontade e mais amor à Verdade (muitos não se convertem por preconceito e vínculos sociais, que não deveriam ser nenhum freio, mas são). Em todo o caso, agradeçamos a Deus por estes dons (São João Paulo II não hesitou em afirmar que o Concílio Vaticano II é o grande dom de Deus à Igreja do século XX); e rezemos pela Unidade, a grande intenção de Jesus Cristo, pela qual Ele mesmo rezou na sua Última Ceia.
Pensamentos para o Evangelho de hoje

- «Parece, de facto, que o conhecimento de si próprio é o mais difícil de todos. Nem o olho que vê as coisas do exterior, se vê a si próprio, e até o nosso entendimento, sempre pronto a julgar o pecado nos outros, é lento a aperceber-se dos seus próprios defeitos» (São Basílio, o Grande)

- «A vida de Cristo converte-se na nossa; recebemos uma nova forma de ser: podemos pensar como Ele, agir como Ele, ver o mundo e as coisas através dos olhos de Jesus» (Francisco)

- «O exercício de todas as virtudes é animado e inspirado pela caridade. Esta é o «vínculo da perfeição» (Cl 3, 14) é a forma das virtudes: articula-as e ordena-as entre si; é a fonte e o termo da sua prática cristã. A caridade assegura e purifica a nossa capacidade humana de amar e eleva-a à perfeição sobrenatural do amor divino» (Catecismo da Igreja Católica, nº 1.827)
https://evangeli.net/evangelho/feria/2025-03-02

Reflexão

A cegueira “do relativismo”

Rev. D. Antoni CAROL i Hostench
(Sant Cugat del Vallès, Barcelona, Espanha)

Hoje “resulta muito atual a descrição que fez são Paulo sobre a “minoria de idade” na fé”: um ser levados à deriva e viver sacudido por qualquer vento de doutrina. Quantos "ventos" conhecemos nestas últimas décadas! Do marxismo ao liberalismo, até a libertinagem; do coletivismo ao individualismo; do ateísmo a um vago misticismo religioso... É a pior das cegueiras, porque ninguém sabe aonde vai, nem aonde ir.
Ter uma fé clara é etiquetado com frequência como fundamentalismo, enquanto que o relativismo —a "cegueira" do pensar segundo "o que se leva"— parece ser a única atitude que está na moda. Vai se constituindo como uma ditadura do relativismo que não reconhece nada como definitivo e que só deixa como última medida o próprio eu e suas vontades.
—A amizade contigo, Jesus, é nossa "medida": a medida do verdadeiro humanismo. Tua amizade nos dá o critério para discernir entre o verdadeiro e o falso, entre o engano e a verdade…
https://evangeli.net/evangelho-master/feria/2025-03-02

Comentário sobre o Evangelho

Jesus condena a hipocrisia e enfatiza a importância de conhecer o meu coração antes de julgar os outros


Hoje ouvimos a parábola do cego que guia a outro cego… Os dois cairão ao mesmo tempo no mesmo buraco. Muito atual!: vivemos em uma época em que vamos de “corajosos” pela vida, mas bastante escravos das modas (roupas, brinquedos, carros...). Para ser um líder capaz de ajudar aos outros, convém ser “crítico” e exigente com si mesmo.
—«Se você não tem um amigo que o corrija, paga a um inimigo para que o faça».
https://family.evangeli.net/pt/feria/2025-03-02

HOMILIA

A PALAVRA: DOS OUVIDOS AO CORAÇÃO!

Nosso Deus é maravilhoso! Ele é absoluta transparência e nos quer como Ele, já aqui na terra. Jesus nos alerta sobre os “sepulcros caiados”, para que também não sejamos um deles: de fato, lobos ferozes, mas sob pele de ovelhas.
Hoje, pela Palavra, Deus nos garante que essa máscara de ovelha não consegue sobreviver por muito tempo. E também como que nos conta seu eterno segredo de vida: como Ele, devemos nos definir pelo mais íntimo de nosso coração. É lá que somos o quê, de fato, somos. É lá, no coração, que devemos ser bons, divinizados. Como Ele, “o homem bom tira coisas boas do bom tesouro do seu coração” (Lc 6,45).
E Jesus nos explica que o coração é e deve ser como uma boa árvore, que dá apenas bons frutos, pois “não existe árvore boa que dê frutos ruins, nem árvore ruim que dê frutos bons” (Lc 6,43). Assim, são nossos frutos, nossas obras, que revelam aquilo que somos.
E o meio por excelência de a realidade do coração se revelar, é pelo que falamos, pois a boca “fala do que o coração está cheio” (Lc 6,45). “Os defeitos de um homem aparecem no seu falar. Como o forno prova os vasos do oleiro, assim o homem é provado em sua conversa... Não elogies a ninguém antes de ouvi-lo falar: pois é no falar que o homem se revela” (Eclo 27,5-6.8).
Como ser uma árvore boa? Deus compara os justos a uma palmeira, que florirá como o cedro do Líbano porque estão plantados “na casa do Senhor”, isto é, no próprio Senhor, pois quem dá sentido à sua casa é Ele mesmo, que ali habita. Nele enraizados, “mesmo no tempo da velhice darão frutos, cheios de seiva e de folhas verdejantes” (Sl 91).
Já somos essa árvore? Se sim, procuremos crescer sempre mais: “Sede perfeitos como vosso Pai celeste é perfeito” (Mt 5,48). Ainda não? Que maravilha! Temos ainda muito tempo para procurarmos ser essa boa árvore.
São Paulo nos garante: “Quando este ser corruptível estiver vestido de incorruptibilidade... então, estará cumprida a palavra da Escritura: ‘A morte foi tragada pela vitória’” (1Cor 15,54). Morte é tudo o que há de mal, que nós fabricamos, e nos impusemos pela nossa infidelidade. Vitória é a de Jesus, consumada em sua ressurreição. Paulo já nos fala da plenitude dessa vitória, que nos será dada quando, terminada a romaria na terra, chegarmos à Casa definitiva. Corruptibilidade é a maldade que o pecado nos compra; incorruptível é o divino, o eterno, que já nos é dado, aqui e agora, e que o Pai nos oferece, com o máximo gosto e alegria, para quem o quer acolher.
Pe. Domingos Sávio, C.Ss.R.
https://www.a12.com/reze-no-santuario/deus-conosco?data=02%2F03%2F2025&leitura=homilia

Coleta
— OREMOS: FAZEI, SENHOR, que os acontecimentos deste mundo decorram na paz que desejais, e vossa Igreja vos possa servir alegre e tranquila. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus, e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos. Amém.
https://www.a12.com/reze-no-santuario/deus-conosco?data=02%2F03%2F2025&leitura=meditacao

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