ANO C
Mt 18,12-14
Comentário do Evangelho
Opção pelos pequenos
Esta parábola da ovelha extraviada, ou perdida, no evangelho de Mateus, está inserida em um conjunto de orientações de Jesus para o bom convívio comunitário. No evangelho de Lucas ela vem acompanhada de mais outras duas parábolas sobre a misericórdia de Deus, em um contexto de conflito com os fariseus que censuravam Jesus por aproximar-se dos pecadores. A ovelha perdida (em Mateus: "extraviada") é o pecador, segundo os critérios de exclusão do judaísmo, e as noventa e nove que ficam no deserto (em Mateus: nos morros) são os "justos" fariseus. Há mais alegria pela conversão de um só pecador do que por noventa e nove justos que julgam não precisar de conversão.
Mateus adapta a parábola para o convívio comunitário. Ela se desenvolve em torno do "extraviar" relativo à ovelha. Se um membro se extravia da comunidade, cabe ir à sua procura, e no seu reencontro se tem a maior alegria. Tudo pelo zelo em atender à vontade do Pai que "não deseja que se perca nenhum desses pequenos". Os pequenos são os membros mais humildes, simples e frágeis na comunidade. O reencontro com a vida e seu fortalecimento se dá na comunidade, em comunhão com Jesus. Quem vacilar ou fraquejar pode contar com o apoio de seus irmãos.
José Raimundo Oliva
Oração
Pai, que eu te dê a alegria de estar sempre em comunhão contigo, e ir ao encontro de quem se extraviou para reconduzi-lo ao amor.
Fonte: Paulinas em 11/12/2012
Comentário do Evangelho
Perdão mútuo
Nosso texto é parte do discurso eclesiológico. Um dos elementos fundamentais deste discurso é o perdão mútuo. A comunidade eclesial deve ser caracterizada pela reconciliação e pela preocupação com o outro. A parábola da ovelha perdida e reencontrada, utilizada em Lucas (Lc 15) para responder às objeções dos escribas e fariseus, é, aqui, usada para promover o interesse em resgatar os que se distanciaram da comunidade, pois “o Pai que está nos céus não deseja que se perca nenhum desses pequenos” (v. 14). A vontade de Deus é prioridade na vida dos cristãos: “Nem todo aquele que me diz ‘Senhor, Senhor!’, entrará no Reino dos céus, mas o que faz a vontade do meu Pai que está nos céus” (Mt 7,21).
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, que eu te dê a alegria de estar sempre em comunhão contigo, e ir ao encontro de quem se extraviou para reconduzi-lo ao amor.
Fonte: Paulinas em 10/12/2013
Vivendo a Palavra
Onde nós nos colocamos nesta história: somos uma das noventa e nove que se sentem seguras no aprisco, ou somos aquela perdida e que enfrenta o risco dos lobos? No mundo, a contabilidade pode não ser esta, mas no Reino, somos felizes, porque o Pai não quer que nenhum dos pequeninos se perca...
Fonte: Arquidiocese BH em 11/12/2012
Vivendo a Palavra
Nós somos tentados a nos incluir entre as noventa e nove ovelhas. Entretanto, só sentiremos o valor dessa parábola colocando-nos no nosso verdadeiro lugar – somos a ovelha que se perde. Aí nós nos sentiremos amados pelo Pastor e a razão para sua alegria quando voltarmos ao rebanho.
Fonte: Arquidiocese BH em 10/12/2013
VIVENDO A PALAVRA
Onde nós nos colocamos nesta história: nós nos sentimos como uma das noventa e nove ovelhas que estão seguras no aprisco, ou somos aquela perdida e que enfrenta o risco dos lobos? No mundo, a contabilidade pode não ser a de Jesus, mas no Reino de Amor, somos felizes porque o Pai não quer que nenhum de nós, que somos pequeninos, nos percamos...
Fonte: Arquidiocese BH em 11/12/2018
VIVENDO A PALAVRA
Não poucas vezes nós somos tentados a nos incluir entre as noventa e nove ovelhas abrigadas e tranquilas no aprisco. E até ficamos com uma pontinha de ciúme da ovelhinha tresmalhada que interessa tanto a Jesus… Mas, se nos colocarmos no nosso verdadeiro lugar – nós somos a ovelha que se perde! – então sentiremos o valor da parábola. Aí nós nos sentiremos amados pelo Pastor e seremos a razão da sua alegria quando voltarmos ao rebanho.
Fonte: Arquidiocese BH em 10/12/2019
Reflexão
Os tempos messiânicos são os tempos de misericórdia de Deus, de restauração da união entre o céu e a terra, tempos em que todos os que não estão participando ativamente do Reino de Deus são convidados a voltar e a viver a vida de amizade e intimidade com Deus. A vinda de Jesus ao mundo é a grande manifestação do Deus que ama todas as pessoas e vem ao seu encontro. Se a partir do pecado nos afastamos de Deus e do seu amor, a misericórdia de Deus vem ao nosso encontro de modo que, restaurados pela graça, não nos percamos, mas participemos da plenitude da vida divina.
Fonte: CNBB em 11/12/2012 e 10/12/2013
Reflexão
Uma ovelha desaparece: imagem familiar aos conterrâneos de Jesus que lidavam com rebanhos. Inquietação e incessantes buscas por caminhos perigosos são as atitudes do pastor cheio de zelo. Reencontrar a ovelha desgarrada é motivo de festa para seu dono. A figura é logo transferida ao Pai celeste, que se alegra imensamente quando vê um filho ou filha voltar para o aconchego da casa, como acontece na parábola do pai misericordioso (cf. Lc 15,11-32). Jesus, à semelhança do Pai, quer reunir, celebrar o reencontro, reforçar os laços fraternos. Em sua missão, Jesus se movimenta, o tempo todo, a fim de “reunir os filhos de Deus que estavam dispersos” (Jo 11,52). A essa missão dedica tempo, inteligência e forças físicas. Sem se poupar.
(Dia a dia com o Evangelho 2018 – Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp)
Fonte: Paulus em 11/12/2018
Reflexão
No Antigo Testamento, Deus se manifesta como Aquele que faz história com seu povo: um zeloso amigo e companheiro, presente na vida das pessoas, ansioso pela felicidade de todos. Um Deus que não se conforma em perder nenhum de seus filhos, nem mesmo o menor de todos, que é o mais rebelde, o mais pecador. Jesus confirma esta imagem de Deus, indo pessoalmente ao encontro dos pecadores, tomando refeição com eles, devolvendo-lhes a paz de espírito. E nos revela Deus como Pai amoroso que quer o maior bem para todos. A salvação de cada filho e cada filha é a grande alegria do Pai. É necessário, porém, que cada um de nós se abra ao amor de Deus.
(Dia a dia com o Evangelho 2019 - Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp)
Fonte: Paulus em 10/12/2019
Reflexão
Nessa parábola da ovelha perdida, Jesus revela o verdadeiro rosto de Deus: um Pai que não se conforma com a perda de qualquer filho ou filha, por insignificante ou menor que possa parecer. Deixar as 99 ovelhas para ir ao encontro de uma que se perdeu revela a solicitude do pastor que não admite perder nenhuma ovelha. Jesus encarnou essa face do Pai, indo pessoalmente em busca dos pecadores, doentes, pobres e abandonados, os privilegiados de Deus. A lição de Jesus é dirigida à comunidade e, por que não, à sociedade: a primeira preocupação deve ser dada ao próximo abandonado e desprezado. O verdadeiro discípulo de Jesus não se conforma com a realidade de miséria e abandono em que muitos de nossos irmãos e irmãs se encontram e faz o que estiver ao seu alcance para recuperá-los para a vida.
Oração
Senhor Jesus, falas da alegria do homem que recupera uma ovelha que se extraviara do rebanho. Com essa imagem, nos ensinas como Deus fica satisfeito quando um pecador se converte e volta ao bom caminho, pois o Pai celeste não quer que se perca nenhum de seus filhos e filhas. Amém.
(Dia a dia com o Evangelho 2021 - Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp e Pe. Nilo Luza, ssp)
Fonte: Paulus em 07/12/2021
Reflexão
Uma ovelha desaparece: imagem familiar aos conterrâneos de Jesus que lidavam com rebanhos. Inquietação e incessantes buscas por caminhos perigosos são as atitudes do pastor cheio de zelo. Reencontrar a ovelha desgarrada é motivo de festa para seu dono. A figura é logo transferida ao Pai celeste, que se alegra imensamente quando vê um filho ou filha voltar para o aconchego da casa, como acontece na parábola do pai misericordioso (cf. Lc 15,11-32). Jesus, à semelhança do Pai, quer reunir, celebrar o reencontro, reforçar os laços fraternos. Em sua missão, Jesus se movimenta, o tempo todo, a fim de “reunir os filhos de Deus que estavam dispersos” (Jo 11,52). A essa missão dedica tempo, inteligência e forças físicas. Sem se poupar.
(Dia a dia com o Evangelho 2022)
Fonte: Paulus em 06/12/2022
Recadinho
Em menor ou maior grau, na verdade, todos nós, em algum momento, somos ovelhas desgarradas, necessitadas de salvação e de abrigo em consequência de nossas faltas. Já ocorreu algo semelhante em sua vida? - Em que sentido Deus é misericordioso para comigo? - Compreendo que, mesmo que eu relaxe um pouco, Deus estará sempre de braços abertos para me acolher? Posso fazer alguma coisa por quem se desgarra do rebanho de Cristo? - Procuro ter sempre em mente que minha primeira tarefa deve ser o testemunho de vida?
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
Fonte: a12 - Santuário Nacional em 10/12/2013
Meditando o evangelho
UMA ORIENTAÇÃO PASTORAL
Jesus transmitiu aos discípulos o mesmo amor zeloso que ele nutria pela humanidade. Seu coração era particularmente sensível em relação aos pequeninos e pecadores, ou seja, os mais vulneráveis diante da intransigência dos líderes religiosos.
A orientação pastoral que o Mestre dava aos discípulos era lapidar: "A vontade do Pai celeste é que nem um só destes pequeninos se perca". Por conseguinte, a missão dos apóstolos consistiria em ir buscar os afastados para reconduzi-los à comunhão com Deus, incentivá-los a perseverar nos caminhos do Pai e manifestar-lhes o amor divino.
Estavam proibidos de se arvorar em juízes dos pecadores e dos pequeninos, dando-se o direito de condená-los, impiedosamente. E mais, nada de desesperar-se, como se o caso estivesse perdido, sem solução.
É grande a confiança de Jesus no ser humano, na sua capacidade de dar novo rumo à vida, de voltar à comunhão com Deus. O Filho vive em total sintonia com o pensamento do Pai. E age desta forma porque o Pai assim o quer.
Quem tem a tarefa de continuar a missão de Jesus deve levar a sério sua orientação. Daí a importância de ser compassivo com os pequeninos e pecadores, de forma a reconduzi-los para o Pai.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Espírito de amor zeloso pela humanidade, dá-me um coração compassivo em relação aos que se colocaram à margem da salvação, buscando-os, para trazê-los para junto do Pai.
Fonte: Dom Total em 11/12/2018
Meditando o evangelho
NINGUÉM DEVE SE PERDER
Jesus tinha consciência de ter sido enviado para todos e não apenas para um grupo de privilegiados. Esta consciência tornava-se ainda mais aguda, quando se tratava dos pecadores e das vítimas da discriminação social e religiosa, a quem destinava uma atenção especial.
Esta visão de Jesus contrastava com a mentalidade discriminatória, tanto dos fariseus e mestres da Lei, quanto de alguns de seus discípulos. Uns e outros não receavam descartar certas pessoas, ou mesmo, não se mostravam dispostos a ir em busca de quem se havia desviado do caminho do Reino.
A parábola da ovelha desgarrada é um alerta contra este comportamento. As pessoas não devem ser consideradas sob o aspecto quantitativo. Neste caso, noventa e nove valem mais que uma. No projeto de Jesus, cada pessoa tem um valor infinito, e não é possível omitir-se diante de sua condição filho desgarrado. Embora fosse necessário deixar as noventa e nove ovelhas sozinhas, era mister ir em busca da que se tinha desgarrado. A motivação oferecida por Jesus é muito simples: é preciso agir assim, porque o Pai não quer a perda de nenhum ser humano. Por conseguinte, a comunidade cristã é chamada a imitar a bondade do Pai no trato com seus filhos, especialmente os mais fracos.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Senhor Jesus, que eu esteja sempre disposto a ir em busca de quem se desviou de ti e do Reino, para reconduzi-lo ao bom caminho.
Fonte: Dom Total em 10/12/2013, 10/12/2019 e 07/12/2021
Oração
Deus, que manifestastes o vosso salvador até os confins da terra, dai-nos esperar com alegria a glória do seu natal. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Dom Total em 10/12/2013
COMENTÁRIO DO EVANGELHO
1. ALEGRIA DO REENCONTRO
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês)
A vinda – advento – do Messias Jesus tem o objetivo de encontrar a humanidade marcada pelo pecado, e reconduzi-la para Deus. De certo modo, o Pai não pode suportar o extravio do ser humano, criado à sua imagem e semelhança, para uma vida de comunhão. Respeitando a liberdade humana, o Pai oferece a seus filhos a chance de refazer os laços rompidos. E se alegra com a conversão de um só deles.
A ação de Jesus deve ser entendida no contexto das iniciativas divinas, em vista da salvação. Ele se pautou por um princípio bem definido: a vontade do Pai celeste é que ninguém se perca. Daí ter-se empenhado todo para que a oferta de salvação chegasse a cada ser humano, sem exceção.
A parábola da ovelha desgarrada ilustra o imenso interesse de Jesus (e da comunidade cristã) por quem se desviou do caminho do Reino. Quanto maior o perigo pelo qual alguém está passando, tanto maior será o empenho de reconduzi-lo à salvação. Maior ainda será a alegria de vê-lo reintegrado na comunidade.
Os discípulos do Reino têm a comunidade como lugar de salvação. Afastando-se dela, o indivíduo correrá o risco de se perder, a ponto de romper com o Reino. Acolhido por ela, será continuamente estimulado a ser fiel à vontade do Pai, buscando caminhar em comunhão com ele. Por isso, a comunidade deve ser a primeira a ir ao encontro da ovelha desgarrada.
Oração
Pai, que eu lhe dê a alegria de estar sempre em comunhão contigo, e ir ao encontro de quem se extraviou para reconduzi-lo ao amor.
Fonte: NPD Brasil em 11/12/2012
COMENTÁRIO DO EVANGELHO
1. O Pai que está nos céus não deseja que se perca nenhum desses pequenos
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - comece o dia feliz)
São Dâmaso, que hoje celebramos, cuidou da ovelha extraviada e das 99 que ficaram. Foi Papa no ano 366. Nasceu provavelmente em Guimarães, hoje Portugal. É considerado um dos mais notáveis papas do século IV. Uma das suas grandes iniciativas foi pedir a São Jerônimo que providenciasse um texto completo da Bíblia em latim. O povo já não entendia o grego e havia diversas traduções de partes da Bíblia em latim. São Jerônimo examinou o que existia e traduziu tudo de novo a partir dos textos grego e hebraico. O resultado foi o que chamamos de Bíblia Vulgata, ou Bíblia popular. O Papa Paulo VI mandou fazer uma revisão da Vulgata de São Jerônimo e surgiu uma nova edição promulgada por João Paulo II, com o nome de Nova Vulgata. Na lista dos Papas, São Damaso é o 37o. No tempo do seu pontificado, Santo Ambrósio era bispo de Milão. Soube dar autonomia à Igreja diante do poder civil e tornar respeitado e aceito o primado do bispo de Roma. É citado no tomo II da obra Peregrino da América , do poeta português Nuno Marques Pereira, morto em Lisboa em 1728. De São Dâmaso e de tantos outros sempre é possível relatar boas obras e iniciativas de valor, sobretudo pela posição que tiveram em períodos difíceis da história. Na Igreja, porém, o importante é o pastor cuidar da ovelha desgarrada, mesmo tendo que deixar 99 no redil, atento para não perder as 99 cuidando apenas de uma.
Fonte: NPD Brasil em 11/12/2018
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. Valores do Evangelho e a Comunidade
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)
“Quando se vive autenticamente os valores do evangelho, nossas comunidades são de fato continuadoras da missão de Jesus, bem a seu modo”
Perguntei ao nosso grupo de "Teólogos" da Comunidade, com quem sempre debatemos alguns textos do evangelho, se eles se lembravam da Dona Maria que era da Acolhida, e que de uma hora para outra, simplesmente "tomou Doril", como se diz quando a pessoa some.
___ Dona Maria? Ah... Pelo nome assim é difícil dizer se lembro... ---- disse Julião, zelador da igreja.
___ Como ela era? Lembro-me de uma "magrona" e loira, se for essa, parece que ela mudou de igreja... --- informou a Celeste, ministra da Pastoral dos Enfermos...
___ Será que ela morreu, ou está doente? - tornei a perguntar.
___ Difícil saber, a comunidade aqui é tão grande, a gente não conhece as pessoas direito, a não ser aquelas que atuam nas pastorais e movimentos, e mesmo assim, é difícil da gente lembrar.
Eis o grande problema de nossas comunidades urbanas, principalmente as das grandes metrópoles... Somos uma massa de anônimos, ninguém se conhece, não sabe sequer o nome, onde mora, o que faz, e no caso apresentado, por que se afastou da comunidade e o que é ainda bem pior, as vezes nem se nota que a pessoa sumiu da comunidade.
Na comunidade apresentada nesse evangelho de São Mateus, o Pastor conhecia a todos e todos se conheciam, por isso em uma celebração dominical, alguém deu o alarme: a Dona Chica não veio hoje, daí alguém lembrou que na quarta feira ela também não apareceu na reunião da pastoral, e outra pessoa se lembrou de que no último domingo percebeu que ela estava muito quieta e até parecia triste... A pastoral fez uma reunião de emergência logo após a missa e decidiram ir a procura da Dona Chica, para ver o que estava acontecendo.
O esposo de uma das mulheres, membro da pastoral, fez uma crítica a esposa que logo após o almoço ia sair com as demais, conforme o combinado.
___ Nem no domingo a tarde você tem sossego? Por que essa preocupação com essa mulher, ela não veio porque não quis vir, a comunidade está lá na igreja, quem quiser ir vai e quem não quiser não vai, e está acabado!
___Olha, a Dona Chica não é uma qualquer, ela é nossa irmã que ajudou a fundar a comunidade, nunca perdeu uma reunião das quartas e nem faltou na celebração do domingo, a gente não sossega enquanto não for ver o que está acontecendo....
O grupo encontrou Dona Chica com um dos braços enfaixado, e um inchaço no rosto. O Filho drogado havia sido preso naquela semana, mas antes de ir, deu uma surra na mãe, porque esta se recusara a dar-lhe dinheiro, Dona Chica tinha vergonha de ir na comunidade daquele jeito, pois julgava-se culpada pelo Filho ser quem era…. As mulheres passaram aquela tarde com ela em sua casa modesta e na quarta Feira, alguém do grupo se dispôs a ir buscá-la de carro. Na reunião alguém levou um bolo e refrigerantes para se alegrarem pela volta da Dona Chica.
Na missa do domingo, o Padre, informado sobre o que acontecera, chamou Dona Chica á frente e todos rezaram por ela uma Ave Maria e depois, como ela era Mineira, a coordenadora do grupo cantou aquele refrão “Oh Minas Gerais... Oh Minas Gerais..." e a comunidade em coro cantou junto e no final bateram palmas para acolher a que havia voltado.
Por onde andam nossas "ovelhas desgarradas", alguém aí se lembra delas, sabe o nome, onde moram e por que se foram? Confesso envergonhado que na minha comunidade ninguém se lembra delas...
2. Vai à procura daquela que se perdeu - Mt 18,12-14
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - comece o dia feliz)
O Senhor está vindo cada dia até nós como um Bom Pastor preocupado com suas ovelhas. Ele se preocupa muito com a ovelha que se extravia e deixa tudo até encontrá-la. Ele vai ao encontro da ovelha desgarrada como vem ao nosso encontro hoje. Muitas vezes andamos desgarrados. Talvez hoje eu esteja desgarrado. O Pai não deseja que ninguém se perca. Que bom se Jesus me encontrar! Se ele me encontrar, vai curar minhas feridas e me estreitar em seu regaço. Assim unidos, posso sair com ele à procura de outras tantas ovelhas dispersas pelo mundo afora. Quanta gente boa que não conhece Jesus! Quanta gente ruim por não conhecer Jesus. Disperso e recuperado, não mais desgastado, disponho-me a ir, por Jesus e seu Evangelho, ao encontro de quem precisa das palavras do Mestre, de quem perdeu a alegria e não sabe nada de Jesus. O Evangelho fala de noventa e nove ovelhas que o pastor deixa para ir à procura de uma única que se perdeu. Hoje, temos a sensação de que noventa e nove se perderam e ficamos só com uma. Lembremo-nos de que estamos no Tempo litúrgico do Advento, aguardando a vinda final de Jesus Cristo e preparando-nos para celebrar o Natal. Ele veio realizar a vontade do Pai que não quer que se perca “nenhum desses pequenos”. Pequenos são todos os discípulos de Jesus Cristo, as crianças, os humildes deste mundo. Por nós todos o Menino que nasce vai entregar a sua vida.
Fonte: NPD Brasil em 10/12/2019
Liturgia comentada
Se uma delas se perde... (Mt 18, 12-14)
O pastor tem cem ovelhas. Uma delas se extraviou do rebanho. Segundo informa o exegeta Joachim Jeremias, o dono dessas ovelhas não é muito rico. Entre os beduínos, o tamanho do rebanho oscila entre 20 e 200 cabeças de gado miúdo; com 300 cabeças, já se tem no direito judaico por um rebanho descomunal.
Ora, o pastor da parábola seria o proprietário de um rebanho de porte médio, que cuida pessoalmente de suas ovelhas, pois não teria recursos para pagar a um empregado. Fica realçada sua “relação pessoal” com o rebanho. No verão, certamente passa as noites no campo e dorme no meio de suas ovelhas. Tem o cheiro delas. Uma cena de intimidade.
Eis que uma das ovelhas se desgarra. Perde-se no semi-árido. Dizem os entendidos que a visão da ovelha é muito fraca, e limitado é seu senso de orientação. Trata-se de animal muito dependente. Não admira, pois, que o pastor “abandone” as 99 ovelhas bem comportadas para sair campeando por vales e outeiros, até encontrar a fujona e, cheio de júbilo, regressar ao redil.
Deixando de lado o bucolismo da imagem e o pitoresco da cena, fixemo-nos no essencial: este pastor é figura do próprio Cristo, que deixa o “redil” do céu e desce à terra para “campear” a nós, os pecadores, perdidos e extraviados da casa do Pai. Ele não terá pousada nem descanso enquanto não nos recuperar.
Tal como na parábola da moeda perdida, a reação emocional do dono que recupera o bem perdido parece desproporcional: uma pobre moeda em dez, uma simples ovelha em cem – seria motivo “justo” para tal efusão de alegria? Jesus não nos deixa qualquer dúvida a esse respeito: “Esta é a vontade do Pai que está nos céus, que não se perca nenhum (nem um!) desses pequeninos.”
Nosso mundo está cheio de pequeninos: crianças sem lar, jovens famintos de Deus, populações inteiras à margem da cultura e da fé. A história da Igreja registra uma notável multidão de “pastores” que se dedicaram a recuperar ovelhas tresmalhadas, desde Francisco Xavier e João Bosco, desde Dom Orione a Madre Teresa. Eles já cumpriram sua tarefa.
Aceitaríamos nós a missão de pastorear? Dedicaríamos nossa vida a salvar as ovelhas do Senhor?
Orai sem cessar: “Apascenta as minhas ovelhas!” (Jo 21, 17)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
santimi@novaalianca.com.br
Fonte: NS Rainha em 10/12/2013
HOMILIA
AS CEM OVELHAS
Esta parábola fala sobre o bom pastor que tendo cem ovelhas descobre que falta uma. É preciso ser mesmo bom para notar que num universo de 100 falte uma. Pois o bom pastor conhece as suas ovelhas. Ele sempre anda no meio das ovelhas e cuida delas. Das grandes e das pequenas. Ele conhece bem cada uma. O mau pastor não se interessa por isso e não sente a falta de uma ovelha perdida. Ele só se interessa por seus negócios. Ele cuida do rebanho, porque quer ganhar um salário, mas não por amor. As ovelhas são objetos, que ele quase não conhece. Ele não se interessa pelas vidas delas. O seu bem estar é mais importante. Por causa disso ele foge quando a sua vida é ameaçada. Ele não pensa em proteger o rebanho. Ele só pensa em salvar a sua vida. Não ama o rebanho.
O bom pastor ama o rebanho e também a ovelha perdida. Ele cuidou dela já desde o inicio. Cuidou dela quando era pequenina. Cuidou dela quando estava doente. Conhece as qualidades dela; conhece também as fraquezas dela. Ela estava fraca e andava sempre atrás na fila. Ela se extraviou e perdeu o contato com o rebanho.
O bom pastor logo reagiu com o coração. Ele amou esta ovelha. As noventa e nove estavam boas, mas esta ovelha sozinha estava em grande perigo! Sozinha, ela seria uma presa fácil para um lobo ou uma águia. Então, ele deixou as noventa e nove e começou a buscar a ovelha perdida. Isso nos mostra o coração do pastor. Não a mente do pastor.
Pois se ele considerasse as ovelhas como coisas, como objetos, que lhe podiam dar lucro. Ele não ia deixar as noventa e nove ovelhas para buscar aquela perdida. Ele faria uma cálculo e diria: não vou deixar as noventa e nove ovelhas para buscar aquela perdida, que talvez não vá encontrar mais. É melhor perder uma do que perder noventa e nove ovelhas. É uma pena, mas vou deixar. Assim pensa o mercenário, o administrador, que só observa o valor das coisas. Mas o bom pastor não vai calcular. O coração dele domina o seu trabalho. Ele deixa as noventa e nove ovelhas e buscará aquela perdida. E se achá-la, ele terá uma grande alegria.
A alegria do pastor não é somente porque ele encontrou a ovelha extraviada, mas porque ela quer voltar para o rebanho. Ela não é rebelde, mas ela perdeu o caminho. Às vezes isso acontece: um adolescente se desvia do rebanho por que pensa que o capim no mundo é mais verde do que na igreja. Ela se afasta um pouquinho e depois ela se afasta mais, comendo os frutos do mundo. E num certo momento descobre que estes frutos são maus. O que parecia tão bom, era na verdade mal. Ela começa a pensar na sua vida antiga na igreja onde as pessoas a ajudavam; onde se sentia protegida; onde sentia uma paz. Mas ela sente também vergonha; como voltar? Pois nunca mais mostrou interesse para a igreja, sempre ignorava os convites dos irmãos. Como eles vão reagir? O pastor vai dizer o que? Mas o bom pastor não diz nada; se ele acha a ovelha perdida, ele ficará alegre. Pois ele sabe que há uma alegria no céu. Os anjos se alegram e Deus também.
Jesus disse: Assim também, não é da vontade de vosso Pai, que está nos céus, que um destes pequeninos se perca. Esta parte é a conclusão dessa parábola! Não é da vontade de vosso Pai, que está nos céus, que um destes pequeninos se perca.
Quem são estes ‘pequeninos’? São aqueles que foram mencionados anteriormente. São as crianças de Deus, são os filhos de Deus; são aqueles que creem em Jesus Cristo (vs. 6); podem ser crianças, mas podem ser também adultos.
Deus não quer que um dos seus pequeninos se perca. E por causa disso Deus mandou o seu Filho único para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. João disse isso em João 3,16. Mas Mateus diz isso também aqui em vs. 11 do nosso texto: “O Filho do Homem veio para salvar o que se havia perdido”. O filho do homem é Jesus Cristo, irmãos. Jesus veio para cumprir a vontade do Pai. Ele não queria que um destes pequeninos se perdesse. Por isso Jesus deu a sua vida na cruz. Assim age o bom pastor. Compare com João 10, 11-15! O bom pastor sacrifica a sua vida para salvar as ovelhas. Ele conhece as ovelhas e tem uma relação com elas. Ele ama as suas ovelhas. O estrangeiro não age assim. Ele cuida do rebanho por causa do dinheiro. As ovelhas são objetos. O bem estar das ovelhas não é importante. O seu bem estar é mais importante.
Por causa disso ele foge quando a sua vida é ameaçada. Ele não pensa em proteger o rebanho. Ele pensa em salvar a sua própria vida. Não ama o rebanho.
Mas Deus não é assim. Ele está buscando os pecadores. Já desde o início (Gênesis 3, 9; 12,1; Óséias 11,1; Mt. 1,21; Mt. 9,13; Mt. 15, 21-28; Mt. 28,19); Jesus veio para salvar o seu povo; ele buscou aqueles que foram expulsos das sinagogas: os publicanos, as prostitutas; ele os chamou para o arrependimento; ele veio para salvar as ovelhas perdidas de Israel; mas no final ele abre o curral e manda os apóstolos para buscar as outras ovelhas. João 10, 16 fala sobre isso. Jesus é o bom pastor. Ele cuida do rebanho de Israel, mas ele sabe que existem outras ovelhas, que não são dessa raça; ele buscará e chamará e elas ouvirão a voz do bom pastor e virão e se unirão com o rebanho de Cristo. É isso o que nós experimentamos hoje.
Nunca poderíamos imaginar que o nosso pecado e a nossa fraqueza nos levam para Deus. Pode até ser incoerente: mas a nossa culpa de certa forma é necessária para que nós possamos usufruir da misericórdia de Deus. “Bendita culpa que me trouxe tão grande Salvador!” O próprio Jesus nos garante que o Pai fica mais feliz ao nos resgatar porque estamos perdidos do que mesmo quando estamos sempre perto Dele. Na verdade, todos nós, em algum momento, somos ovelhas desgarradas, necessitadas de salvação e de abrigo em consequência do nosso pecado. Portanto, pode até ser absurdo, mas, devemos nos sentir felizes pelo nosso pecado, pois assim nós temos a oportunidade de que Deus nos manifeste a Sua grande misericórdia. Somos essas ovelhas fugidas querendo voltar e o Senhor está sempre de braços abertos para nos acolher. O Pai não quer que nenhum de nós se perca, portanto, deixemo-nos encontrar pelo Pastor, que é Jesus.
Você se sente como a ovelha fugida? Você quer voltar? – Jesus está esperando você: Experimente fazer a experiência da volta para Deus! Ele ficará feliz!
Padre Bantu Mendonça Katchipwi Sayla
Fonte: Liturgia da Palavra em 10/12/2013
REFLEXÕES DE HOJE
TERÇA
2 - “... O PAI QUE ESTÁ NOS CÉUS NÃO DESEJA QUE SE PERCA NENHUM DESSES PEQUENINOS.” – Olívia Coutinho
Fonte: Liturgia Diária Comentada2 em 10/12/2013
HOMILIA DIÁRIA
Deixe-se encontrar pelo Bom Pastor
Postado por: homilia
dezembro 11th, 2012
Quem tem fé espera com alegria a vinda do Senhor. Nada poderá nos arrancar a alegria que brota da fé esperançosa n’Aquele que vem ao nosso encontro para nos resgatar das garras do inimigo.
Mateus, no capítulo 18, reúne uma série de textos sob a forma de sentenças e parábolas, com a finalidade de orientar as novas comunidades que estão na origem da Igreja para um convívio fraterno, pacífico, misericordioso e acolhedor. A Palavra de hoje integra este conjunto de textos e pode ser encontrada também no Evangelho de Lucas.
Porém, no contexto de Lucas, a parábola é dirigida aos fariseus e escribas que censuravam Jesus por receber e comer com os considerados pecadores. A ovelha perdida, depois reencontrada com alegria e reintegrada ao rebanho, exprime a missão de Jesus em acolher e restaurar o convívio comunitário daqueles excluídos e julgados “pecadores” pelo sistema religioso e social. Já aqui, no Evangelho de Mateus, a parábola é aplicada no sentido de acentuar que Deus não deseja a exclusão de ninguém da comunidade. N’Ele vemos também o rosto do verdadeiro Deus, que é Pai e se alegra quando reúne junto d’Ele todos os filhos dispersos pelo mundo contra ou não a Sua vontade.
A ovelha extraviada é um “pequeno”, algum membro da comunidade que se desviou e excluiu Deus da sua vida, ou abandonou a comunidade a qual pertence. Eu, você e a comunidade em geral somos convidados a apoiar qualquer irmão em crise. O que nos impele a proceder desta forma para com o irmão e a irmã que se extraviou é que o nosso Pai, que está nos céus, não deseja nem quer a morte do pecador, mas que ele se converta e viva.
Deixe-se encontrar pelo Bom Pastor, com Ele você terá a vida em abundância. Não diga que tudo está perdido, que a sua vida já não tem mais solução. Deus está procurando por você, basta só se deixar amar por Ele e conhecerá o sentido e o sabor da sua vida.
Aliás, o plano de Deus é que todos os homens conheçam a Verdade e, conhecendo-a, possam salvar-se. Portanto, para Jesus, quando a ovelha é reencontrada e reconduzida ao rebanho, a alegria que o dono sente é menor do que a de Deus ao ver o Seu filho que estava perdido e foi encontrado, estava morto e agora vive.
O texto de hoje tem como escopo fundamental a alegria por encontrar a ovelha perdida, muito maior do que aquela pelas ovelhas que estão juntas e presentes. É urgente o anúncio ardoroso e a dedicação ao Evangelho nos nossos dias, para que possamos descobrir e encontrar quem está à margem da comunidade e do Reino. Pois ela é o lugar da acolhida, do serviço, da valorização recíproca e do perdão com Deus e com os irmãos. Que o Tempo do Advento seja propício para mim e para você no ardor pela Palavra de Deus.
Padre Bantu Mendonça
Fonte: Canção Nova em 11/12/2012
HOMILIA DIÁRIA
Deus cuida das nossas feridas
Deus cuida de nossas feridas e de nossas chagas, mas quer que as ovelhas d’Ele estejam na Sua Casa [Igreja].
“O Pai que está nos céus não deseja que se perca nenhum desses pequeninos.” (Mt 18,14)
Na parábola de hoje, Jesus mostra esse homem que tem cem ovelhas. Uma delas se perde, então ele vai atrás dela e encontra aquela única que estava perdida. Ele deixa as outras noventa e nove ovelhas e vai ao encontro daquela que havia se perdido entre as montanhas.
Meus irmãos, Deus nos diz com isso que somos únicos para Ele. Deus não está tão feliz, conformado, porque as igrejas estão cheias: “Que bom! Que maravilha! Porque muitas ovelhas que estavam longe voltaram”. Mas o Coração de Deus se alegra quando nós mesmos colaboramos com Ele e vamos buscar aquela ovelhinha que está longe, distante, afastada.
E, muitas vezes, essa ovelhinha sou eu, é você, que, pouco a pouco, vamos sendo tomados pelo espírito da frieza, da indiferença ou da decepção. Cuidado! Porque estas três coisas vão, aos poucos, fazendo com que nos percamos pelo caminho:
Frieza: nós encaramos as coisas de Deus como algo qualquer ou as encaramos de qualquer jeito.
A indiferença é ainda pior! “Tanto faz, quanto tanto fez. Não ligo mais!”.
E a frieza e a indiferença, muitas vezes, podem ser fruto da decepção. Nós nos decepcionamos com qualquer coisa. Decepciona-se com o bispo, com o padre, com o Papa. E quanto mais próximos nós somos, tanto mais nos decepcionamos. É decepção com o líder da Igreja… Quantas pessoas dizem: “Ah! Por que eu não vou à igreja? Por causa de fulano e de sicrano… Eu não vou porque a Igreja tem isso e tem aquilo…”
Deixe-me dizer algo a você: infelizmente, parece que, no seu caminho com Deus, você só encontrou pessoas e não encontrou o Deus da sua vida. Porque, quando nós nos encontramos com Deus e Ele se torna o tesouro e a pérola mais preciosa da nossa vida, não tem pessoa, não tem Papa e não tem bispo que tirem esse tesouro da nossa vida!
E quanto mais as pessoas da Igreja são um incômodo para nós, tanto mais questão de estar nela [Igreja] eu faço! Para dizer: eu estou aqui é por causa do Senhor, estou aqui porque pertenço a Ele.
Nós temos que nos esforçar para não sermos causa de mágoa ou de decepção a ninguém no caminho do Senhor. Mas, ao mesmo tempo, nós temos que pedir a Deus a graça da maturidade e de não sermos tão “dodóis” ou frágeis, pois, com qualquer coisa, nos machucamos.
Deus cuida das nossas feridas. Ele cuida das nossas chagas. Mas o Senhor quer que as ovelhas d’Ele estejam na Sua Casa [Igreja].
Que o Bom Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Fonte: Canção Nova em 10/12/2013
HOMILIA DIÁRIA
Deus busca o que está perdido em nós
A alegria de Deus é encontrar o que está perdido; a alegria do coração d’Ele é reencontrar cada uma de Suas ovelhas
“Em verdade vos digo, se ele a encontrar, ficará mais feliz com ela, do que com as noventa e nove que não se perderam.” (Mateus 18,13)
Há mais alegria no coração de Deus com o encontro do que com aqueles que estão em Deus e, muitas vezes, não se encontram no colo d’Ele. A alegria do Senhor é encontrar o que está perdido, a alegria do coração d’Ele é reencontrar cada uma de Suas ovelhas.
Existem, talvez, noventa e nove ovelhas acomodadas, felizes, porque estão na Igreja, porque estão na casa de Deus, porque participam dos movimentos da Igreja, porque fazem seus serviços, mas não se incomodam com a ovelha que está perdida. Ou, talvez, traduzindo o que o Papa Francisco traz para os nossos dias: hoje, temos algumas ovelhas na casa do Senhor e outras noventa e nove longe precisando ser encontradas.
Não podemos regozijar somente por nós: “Porque nós encontramos o Senhor. Porque nós estamos na casa do Senhor”. O trabalho do pastor é encontrar o que está perdido.
Encontramo-nos, muitas vezes, perdidos mesmo estando na casa de Deus, mesmo estando no serviço do Senhor. Se estamos perdidos, Deus está procurando nos encontrar, está buscando o que está perdido em nós, onde está o fio condutor e a direção da nossa vida.
Às vezes, acontecem coisas, situações que nos entristecem, desfavorecem e frustram a nossa vida e o nosso coração, mas não podemos perder a direção, não podemos perder a luz. A luz e a direção da nossa vida tem nome, chama-se: Jesus. É preciso estar com Jesus, não basta saber d’Ele, é preciso conviver e estar no coração de Deus. Esse é, na verdade, o grande movimento da nossa alma: todos os dias procurar o Senhor e deixar-se ser encontrado por Ele.
Deus está nos procurando em tudo aquilo que estamos fazendo e realizando no nosso trabalho, na nossa casa, na nossa família, nos negócios, naquelas situações mais pessoais que vivemos, sobretudo, nos nossos afetos e nas nossas emoções.
Quantas vezes nos perdemos no mundo emocional, nos confundimos em meio a tantas emoções da vida, e é preciso a sobriedade de espírito para poder se encontrar e não se perder nos caminhos da vida. Ao mesmo tempo em que procuramos nos encontrar com o Senhor e Ele nos encontrar, precisamos procurar os que estão mais distantes dos caminhos d’Ele. Precisamos alargar os horizontes do nosso coração para irmos ao encontro do outro, para nos alegrarmos com aquele que volta, para fazermos festa com quem está distante. Não há celebração do Natal sem a ovelha perdida voltando para se encontrar com o Senhor.
Que aquilo que está perdido em nós tenha a graça do encontro com a verdade de Deus e, ao mesmo tempo, os que estão perdidos e distantes d’Ele tenham a graça de se encontrar com a luz e com a verdade que se chama Jesus.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Fonte: Canção Nova em 11/12/2018
HOMILIA DIÁRIA
Busquemos os irmãos que estão distantes de Deus
“Do mesmo modo, o Pai que está nos céus não deseja que se perca nenhum desses pequeninos.” (Mateus 18,14)
O Bom Pastor, que tem as suas ovelhas, se perde uma só delas, deixa as outras tantas para buscar aquela única ovelha.
Imagina o Pai como está atrás de tantas ovelhas que estão perdidas e distantes! O importante não é a parte quantitativa, mas a importância qualitativa que cada ovelha tem, porque cada uma delas é única e singular.
Deus não nos olha no atacado, somos um em meio à multidão, somos únicos para Deus, e aquele que está perdido, distante e longe é único para Ele. Precisamos assumir em nós os sentimentos do Senhor, que não deseja perder nenhum dos seus filhos.
Uma mãe não deseja nenhum filho distante. Se ela tem cinco filhos e se quatro estão com ela, ela sofre por aquele único que está distante.
O sofrimento de Deus é pelos filhos que estão distantes, e muitos estão distantes. Recordamos aquele irmão mais velho do Evangelho, que só pensava em si e não dava importância para o irmão que estava longe e afastado.
Saiamos desse mundo que se forma ao redor de nós para irmos ao encontro daqueles que estão distante de Deus
Não podemos ser os filhos de Deus, mas não sermos os irmãos que se preocupam uns com os outros. Não podemos ser como Caim, que invejou, matou e eliminou o seu irmão Abel. Não podemos ser aquele irmão que se preocupa consigo, e diz que o problema é do outro e não dele. Não é cada um por si e Deus por todos, é Deus por todos e todos com Deus cuidando uns dos outros.
Vamos atrás de irmãos, vamos nos mover nessa obra maravilhosa de evangelização, de resgates e salvação de tantas almas para Deus. É hora da graça, do resgate, é hora de evangelizar e salvar.
Não deixemos que nenhum só se perca. Que tal, no dia de hoje, ouvindo esta minha reflexão da Palavra, você pensar em alguém que está distante? Vá ao encontro, reze por ela, não a descarte. Vá atrás de uma ovelha que esteja distante, vá amá-la, vá estar presente. Saia dos presentes de Natal, dessas ocupações rotineiras que não salvam e vá atrás do maior presente que podemos dar para Deus.
Nenhum desses presentes que nos preocupamos tanto: árvore de Natal e enfeites, alegram o coração de Deus. O que alegra Deus é buscar a ovelha que está distante, por isso saiamos desse mundo que se forma ao redor de nós para irmos ao mundo daqueles que estão distante de Deus.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Fonte: Canção Nova em 10/12/2019
HOMILIA DIÁRIA
Busquemos as ovelhas que estão distantes de Deus
“Do mesmo modo, o Pai que está nos céus não deseja que se perca nenhum desses pequeninos.” (Mateus 18,14)
É muito importante termos a ciência e a consciência de que cada ovelha é importante para Jesus. Eu sou importante, você é importante, nós somos importantes, o seu irmão que está na sua casa, o seu filho, o seu marido, a sua esposa, o seu colega de trabalho, o seu funcionário, o seu patrão, aquele irmão que está perdido, aquele que está jogado nas ruas por onde nós passamos. Mas, muitas vezes, nós criamos a marginalidade religiosa, onde algumas pessoas são as “escolhidas por Deus” para serem salvas, e as outras são as “condenadas”, as coitadas. E nós lamentamos por elas, mas não fazemos nada por elas.
Deus não, Deus não está contente com as 99 ovelhas que têm, e uma está perdida e largada. Deus é um pai que tem juízo. E uma mãe que tem juízo nunca diz: “Tenho três filhos comigo. Aquele que saiu não tem importância, o importante é que tenho três”. Não! Para uma mãe, um filho é tão importante quanto os outros três, quanto os outros quatro, porque são únicos.
É hora de nos voltarmos para as ovelhas que estão distantes e perdidas, porque não é uma ovelha
É único o filho que vive aquela dor, aquele sofrimento, aquela separação. Como para Deus, cada vida é única, por isso o Pai não deseja que se perca nenhum dos Seus filhos, porque todos eles têm importância para Ele.
Precisamos vencer esses tempos em que vivemos, tempos de paralisia em que nos conformamos com o que temos, [com a quantidade] de pessoas que estão na igreja. Há o padre que diz: “A minha igreja está cheia!”. É verdade, tem 500 pessoas na sua igreja! Mas há 20 mil fora dela. “Nossa, mas a Missa lá é boa, porque, numa missa só, tem duas mil pessoas!”. É verdade, duas mil pessoas! Mas as outras 100 mil nem passam na porta da igreja, e todas elas têm a sua importância.
Não desprezemos ninguém, não negligenciemos ninguém. É hora, meus irmãos, de nos voltarmos para as ovelhas que estão distantes e perdidas, porque não é uma ovelha [perdida], talvez nós tenhamos, hoje, as 99 bem distantes de Deus, do colo de Deus, do carinho e da proteção d’Ele.
Quando o Papa Francisco nos convoca a ser uma “Igreja em saída”, é porque precisamos sair mesmo da acomodação, da estagnação, da conformação, e irmos atrás de toda humana criatura, porque toda pessoa é importante para Deus.
No mundo em que vivemos, não! Nós criamos rótulos, pessoas mais importantes, mais influentes… Isso é do mundo, e a mentalidade mundana estraga a Igreja, estraga a nossa missão neste mundo. Para Deus, toda pessoa humana é importante!
Papa Francisco nos recordava a Igreja lá nos seus primórdios, quando ela parava porque um mendigo, um irmão de rua morreu. Hoje, nós olhamos pessoas que morrem e, muitas vezes, não têm importância nenhuma, significado nenhum. Pessoas estão sofrendo, estão passando por isso e por aquilo, estão sendo ignoradas. Não podemos negligenciar a nossa missão, não podemos negligenciar aquilo que é a nossa tarefa, o nosso apostolado neste mundo, precisamos buscar cada uma das ovelhas do Senhor, porque toda pessoa é importante!
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Fonte: Canção Nova em 07/12/2021
HOMILIA DIÁRIA
Resgate as ovelhas perdidas e apresente-as ao Senhor
“Do mesmo modo, o Pai que está nos céus não deseja que se perca nenhum desses pequeninos.” (Mateus 18,14)
Meus irmãos, na Liturgia de hoje, no Evangelho de hoje, Jesus dirige a Sua Palavra aos discípulos. Ele contou uma pequena parábola: “Que vos parece? Se um homem tem cem ovelhas, e perde uma delas, não vai em busca daquela e ao encontrá-la se alegra muito mais por ela do que pelas noventa e nove?”.
Jesus está dizendo aqui dos pequeninos que se perdem por falta de instrução, por falta de pastoreio. Jesus está dizendo que se alegra pelos perdidos, não porque estão perdidos, mas porque são alvos da misericórdia, alvos do Seu cuidado.
Meus irmãos, há um grande trabalho que nós precisamos fazer hoje de evangelização para poder alcançar esses escolhidos, esses preferidos do Senhor porque eles ainda não se reconhecem assim. Os que estão perdidos ainda não sabem que são queridos por Nosso Senhor, e Ele quer contar comigo e contigo para que nós sejamos os Seus braços, os Seus pés e cheguemos a esses nossos irmãos.
O Senhor se alegra por um pecador que se converte, assim deve ser também o desejo do nosso coração: nos alegrar e, ao mesmo tempo, ir em busca das ovelhas perdidas da casa de Israel, da nossa casa.
O Senhor é o nosso Bom Pastor, mas vamos também em busca das ovelhas perdidas
Que no nosso coração haja esse sentimento de pastor, de pastoreio para poder cuidar e alcançar esses filhos e filhas. O Senhor não deseja perder ninguém, Ele quer salvar a todos.
Lá na Carta de São Paulo a Timóteo, Primeira Carta de São Paulo Timóteo, capítulo segundo, versículo 4, ele diz: “Ele quer que todos se salvem e cheguem ao conhecimento de Deus”.
Meus irmãos, Nosso Senhor não quer perder ninguém, não quer perder você! Por isso, comporte-se, “ovelha”, e, ao mesmo tempo, se sinta resgatado por Nosso Senhor, tenha gratidão a Nosso Senhor e seja também um bom pastor. Vá também em busca daquela ovelha que se perdeu.
Gratidão porque o Senhor é o nosso Bom Pastor, mas também vamos em busca das ovelhas perdidas porque o Senhor não quer perder ninguém.
Gratidão e missão é o resumo da nossa Liturgia de hoje. Gratidão, obrigado Senhor, porque o Senhor é o Bom Pastor. E Senhor, ajude-me também a ser um bom pastor e a resgatar as ovelhas que são do Senhor. Precisamos resgatar essas ovelhas e apresentá-las ao Cristo. Por que? Porque Ele não quer perder ninguém, e que Ele use de mim e de você para resgatar esse filhos e filhas.
A bênção do Deus Todo-poderoso. Pai, Filho e Espírito Santo. Amém!
Padre Márcio Prado
Sacerdote da Comunidade Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 06/12/2022
Oração Final
Pai Santo, faze de nós uma Igreja que seja sinal do teu Reino de Amor, onde cada homem e cada mulher seja acolhido como irmão muito querido, pois nos reconhecemos todos como filhos criados amorosamente por Ti. Pelo Cristo Jesus, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 11/12/2012
Oração Final
Pai Santo, não permitas que nos nossos momentos de fraqueza nós nos afastemos muito do teu rebanho. Coloca em nossos corações a saudade de tua Casa Paterna e nos dá sabedoria e força para encontrarmos o caminho de volta ao convívio dos irmãos. Pelo Cristo Jesus, teu Filho que se fez humano como nós e contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 10/12/2013
ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, faze de nós uma Igreja que seja sinal do teu Reino de Amor, onde cada ser humano seja acolhido como irmão muito querido, pois nos reconhecemos todos como filhos criados amorosamente por Ti. Nós pedimos pelo Cristo Jesus, teu Filho que se fez nosso Irmão e contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 11/12/2018
ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, não permitas que nos nossos momentos de fraqueza nós nos afastemos muito do teu rebanho. Coloca em nossos corações a saudade da Casa Paterna e nos dá sabedoria e força para encontrar o caminho de volta ao convívio dos irmãos. Pelo Cristo Jesus, teu Filho que se fez humano como nós e contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 10/12/2019
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