HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA - 13/10/2024
ANO B

28º DOMINGO DO TEMPO COMUM
Ano B - Verde
“Para Deus tudo é possível” Mc 10,27
“Onde está a tua sabedoria? Em Deus ou no dinheiro?”
Mc 10,17-30
Ambientação
INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL PULSANDINHO: A opção radical pelo Reino exige liberdade interior que torne o cristão capaz de colocar
sua vida totalmente nas mãos de Deus. Jesus
tem um olhar particular a cada um de nós, e nos
convida a um encontro íntimo e pessoal com Ele,
de forma que ele seja tudo em nós.https://diocesedeapucarana.com.br/portal/userfiles/pulsandinho/28-domingo-tempo-comum-ano-b-13-10-2024.pdf
INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL O POVO DE DEUS: Irmãos e irmãs, neste dia dedicado ao Senhor, nós, filhos e filhas de Deus, nos reunimos
para fazer memória da sua infinita misericórdia. Neste domingo, o
Senhor nos olha com amor e nos
convida a experimentar o seu mistério de morte e ressurreição. Por
Ele, estamos aqui; por Ele, nos reunimos; por Ele, somos capazes de
nos desapegar de tudo para tê-lo
como nossa única riqueza. Que o
Senhor seja bendito por esta Eucaristia que iniciamos.https://arquisp.org.br/sites/default/files/folheto_povo_deus/ano-46b-56-28-domingo-tempo-comum.pdf
OPTAR PELO REINO DE DEUS!
Recentemente, celebramos a Festa de São Francisco de Assis, filho
do rico comerciante Sr. Pietro Bernardone e Sra. Pia. Na juventude,
ele desfrutava da riqueza de forma
ostensiva. Um encontro místico
com Jesus Cristo levou Francisco
a uma mudança radical de vida:
ele renunciou à riqueza e decidiu
seguir Jesus Cristo, uma escolha
considerada absurda aos olhos de
seu pai e de muitos de sua época.
O ideal de vida abraçado pelo jovem Francisco inspirou e continua
a inspirar muitas pessoas ao longo
dos séculos.Saber escolher é um dom, e optar
pelo Reino de Deus é sabedoria. A
sabedoria é a capacidade de discernir e escolher o melhor para
nossa vida. Escolher não é uma
tarefa fácil; priorizar requer discernimento. De fato, a vida é feita de
escolhas, e estas envolvem renúncias. Na dinâmica da vida, a cada
passo adiante, abandonamos algo,
e o que levamos conosco são as
escolhas que fizemos. Nossas escolhas moldam nosso futuro. Portanto, saber escolher é um dom
que requer sabedoria, a qual nos é
concedida pelo Espírito Santo, um
dom de Deus. O homem sábio escolhe o caminho que Deus propõe,
o caminho da vida e liberdade.Em Marcos 10,17-30, encontramos
a história do jovem rico que, após
observar os mandamentos desde a
juventude, pergunta a Jesus o que
precisa fazer para herdar a vida
eterna. Jesus, com amor, desafia-o
a vender todos os seus bens, dar
o dinheiro aos pobres e segui-Lo.
Desconcertado, o jovem vai embora, pois esperava herdar o Reino
de Deus apenas observando a Lei,
sem abraçar a dinâmica da partilha e da justiça. Essa narrativa nos
convida a refletir sobre o desapego
e as prioridades em nossas vidas.Muitas vezes, nos deparamos com
escolhas difíceis entre seguir a
Cristo de maneira radical e manter
nossas seguranças materiais e confortos. Essa passagem nos desafia
a examinar se estamos dispostos
a renunciar ao que consideramos
valioso para abraçar a proposta de
vida que Jesus nos oferece. Como
afirma a carta aos Hebreus 4,12a:
"a Palavra de Deus é viva, eficaz e
mais cortante do que qualquer espada de dois gumes".Somos interpelados a avaliar se
colocamos a busca pelo Reino de
Deus em primeiro lugar, se estamos dispostos a partilhar com os
necessitados e se estamos de fato
seguindo a Cristo de forma integral. Quando priorizamos nossos
bens materiais em detrimento do
Reino, Jesus destaca a dificuldade
de um rico entrar no Reino dos
Céus.A passagem onde Pedro diz “Eis
que nós deixamos tudo e te seguimos” nos desafia quando nos
apegamos aos bens materiais em
busca de segurança. A Palavra de
Deus nos convida a repensar nossas prioridades e a considerar se
estamos dispostos a sacrificar nossas próprias seguranças em prol do
Reino de Deus.Volto meu olhar para a vida de São
Francisco e reafirmo o meu chamado: “Eis-me aqui, Senhor, deixando tudo para te seguir!”Dom Carlos Silva, OFMCapBispo Auxiliar de São Paulohttps://arquisp.org.br/sites/default/files/folheto_povo_deus/ano-46b-56-28-domingo-tempo-comum.pdf
COMENTÁRIO DO EVANGELHO
Jesus e o homem rico

Os apóstolos discutiam sobre qual deles era o maior. Discussão de precedência. Eu sou mais do que você, estou acima de você. Jesus ensina qual é o caminho a ser seguido. Somos diferentes e ao mesmo tempo iguais. Iguais em dignidade, iguais em filiação. Somos todos filhos do mesmo Pai que nos criou e somos todos igualmente pessoa humana. Ninguém é maior do que ninguém. Homem e mulher, esposo e esposa, adulto e criança, são diferentes, mas todos iguais enquanto seres humanos e filhos de Deus.O que então provoca a desigualdade? No Evangelho de Marcos que estamos lendo, é o dinheiro, síntese das riquezas e dos bens deste mundo. Aí somos desiguais. Jesus propôs a alguém, que queria ganhar a vida eterna e que observava os mandamentos e os preceitos da Lei de Deus, que vendesse tudo o que tinha e desse o dinheiro aos pobres, para assim ter um tesouro no céu. Jesus contrapõe o tesouro no céu ao tesouro nesta terra.O tesouro desta terra abre as portas da vida eterna se for usado para diminuir as distâncias entre os que têm tudo e os que nada têm; se for usado para socorrer os necessitados aflitos. A questão colocada pelos apóstolos sobre quem é o maior parece encontrar resposta nos que possuem as riquezas deste mundo. Maior é o rico.O homem com quem Jesus falava era rico. Jesus o chamou, mas ele foi embora triste porque era muito rico. Foi embora triste porque queria ficar com Jesus e segui-lo, mas não era livre. Tinha muitos bens e os muitos bens o aprisionavam. Jesus então faz esta afirmação que assusta: “Como é difícil um rico entrar no Reino de Deus!”. Dizem os estudiosos do assunto que “o fenômeno da desigualdade social é marcado principalmente pela desigualdade econômica, ou seja, quando a renda é distribuída de forma desigual na sociedade, sendo uns detentores de muitos bens, enquanto outros vivem na extrema miséria.Entre os fatores que proporcionam a desigualdade social está a má distribuição de renda e a falta de investimentos em políticas sociais”. O bem maior é a sabedoria. Ela é dom do Espírito que nos une a Jesus Cristo e nos leva a tomar espontaneamente decisões acertadas. Ela vale mais do que o ouro e a prata, e uma riqueza incalculável está em suas mãos. Quem tem sabedoria sabe usar dos bens deste mundo. Seus pensamentos e as intenções do coração estão diante dos olhos daquele a quem devemos prestar contas, como diz a Carta aos Hebreus.O dinheiro não deveria ser causa do surgimento de diferentes classes sociais. Ao contrário, deveria encaminhar soluções para as favelas, a fome e a miséria, a mortalidade infantil, o desemprego, a criminalidade, a saúde, o transporte e o saneamento básico.Cônego Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2024’, Paulinas.Fontes: https://catequisar.com.br/liturgia/jesus-e-o-homem-rico/ e https://www.comeceodiafeliz.com.br/evangelho/-jesus-e-o-homem-rico-13102024
Reflexão
Levado pelo entusiasmo, um homem corre até Jesus, ajoelha- se diante dele e expressa seu profundo anseio: qual é o melhor modo para crescer no caminho de Deus? Jesus aponta-lhe os deveres para com o próximo, coisa que o homem já observa. Chega-se ao momento crítico. Jesus lhe pede o que ele não está preparado para assumir, a religião da partilha: “Vá, venda tudo o que você tem e dê aos pobres”. Esfria o entusiasmo e dá lugar à tristeza: o homem “foi embora triste, porque tinha muitos bens”. Seu deus era o dinheiro. Os discípulos, que viviam a experiência da pobreza, ficam assustados com as palavras de Jesus sobre o rico e sua riqueza: “Quem conseguirá salvar-se?”. Jesus, ciente da tendência humana de apegar-se aos bens materiais, remete a questão à esfera de Deus, para o qual “tudo é possível”.(Dia a dia com o Evangelho 2024)https://www.paulus.com.br/portal/liturgia-diaria/13-domingo-8/
Reflexão
«Foi embora cheio de tristeza, pois possuía muitos bens»
Rev. D. Xavier SERRA i Permanyer(Sabadell, Barcelona, Espanha)
Hoje vemos como Jesus, que nos ama, quer que todos entremos no Reino dos céus. Daí esta advertência tão severa aos ricos. Também eles estão chamados a entrar nele. Mas sim, eles têm uma situação mais difícil para se abrir a Deus. As riquezas podem fazer crer que já têm tudo; têm a tentação de por a própria segurança e a confiança em suas possibilidades e riquezas, sem se dar conta de que a confiança e a segurança deve-se pôr em Deus. Mas não somente de palavra: é fácil dizer Sagrado Coração de Jesus, em vos confio, mas é difícil dizê-lo com a vida. Se somos ricos, quando digamos essa jaculatória de coração, trataremos de fazer de nossas riquezas um bem para os demais, nos sentiremos administradores dos bens que Deus nos tem dado.Acostumo ir à Venezuela em missão, e ali realmente, na pobreza, ao não ter muitas seguranças humanas, as pessoas se dão conta de que a vida pendura de um fio, que sua existência é frágil. Essa situação lhes facilita ver que é Deus quem lhes da consistência, que suas vidas estão nas mãos de Deus. Ao contrário, aqui em nosso mundo consumista, temos tantas coisas que podemos cair na tentação de crer que elas nos outorgam segurança, que nos seguram com uma grande corda. Mas na realidade, ao igual que os pobres, estamos pendurados por um fio. Dizia a Mãe Teresa: Deus não pode encher o que está cheio de outras coisas; temos o perigo de ter a Deus como um elemento mais em nossa vida, um livro a mais na biblioteca; importante, sim, mas um livro a mais. E, portanto, não considerá-lo em verdade como nosso Salvador.Mas tanto os ricos como os pobres, ninguém se pode salvar por si mesmo: Quem então poderá salvar-se? (Mc 10,26), exclamarão os discípulos. Para os homens isso é impossível, mas não para Deus. Para Deus tudo é possível!(Mc 10,27), responderá Jesus. Confiemo-nos todos e plenamente à Jesus, e que essa confiança se manifeste em nossas vidas.Pensamentos para o Evangelho de hoje
- «A pobreza acompanhou Cristo na cruz: com Cristo foi sepultada, com Cristo foi ressuscitada, com Cristo subiu ao céu. As almas que se apaixonam pela pobreza recebem, ainda nesta vida, a leveza para voar para o céu» (S. Francisco de Assis)
- «O jovem não se deixou conquistar pelo olhar amoroso de Jesus, e por isso não conseguiu mudar. Só acolhendo o amor do Senhor com humilde gratidão é que nos libertamos da sedução dos ídolos: eles prometem a vida, mas causam a morte» (Francisco)
- «(...) Nos três evangelhos sinópticos, o apelo de Jesus ao jovem rico, para O seguir na obediência de discípulo e na observância dos preceitos, está associado ao apelo à pobreza e à castidade. Os conselhos evangélicos são inseparáveis dos mandamentos» (Catecismo da Igreja Católica, nº 2.053)https://evangeli.net/evangelho/feria/2024-10-13
Reflexão
Propriedade privada e solidariedade
Rev. D. Antoni CAROL i Hostench(Sant Cugat del Vallès, Barcelona, Espanha)
Hoje meditamos sobressaltados o “abatimento existencial” que aperta ao jovem rico pois «possuía muitos bens». O problema não são as possessões, senão a incapacidade de amar pelo excessivo apego às mesmas. A doutrina social da Igreja ensina que os bens da terra estão destinado ao uso de todos os homens, mas que, ao mesmo tempo, é legítima sua possessão —como propriedade privada — para garantir a liberdade e a dignidade das pessoas.O direito à propriedade privada (como todos os outros direitos individuais), desvinculado de um conjunto de deveres que tenha sentido profundo, se desquicia insensibilizando o coração humano diante as necessidades alheias. Os deveres delimitam os direitos porque remetem a um marco antropológico e ético em cuja verdade se inserem também os direitos e assim deixam de serem arbitrários.—Ao direito à “propriedade privada” deve lhe acompanhar uma “hipoteca social”, o dever de possuir os bens de maneira solidária com as necessidades dos outros.https://evangeli.net/evangelho-master/feria/2024-10-13
Comentário sobre o Evangelho
O jovem rico: A verdadeira riqueza não está nas posses materiais, mas em seguir a Jesus
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Hoje, um jovem aproxima-se de Jesus. Pergunta-lhe como conseguir a vida eterna. «Não mates, não cometas adultério, não roubes, não levantes falsos testemunhos…», responde-lhe o Senhor. – Isso já eu faço! Que mais posso fazer? - Deixa as tuas coisas e segue-me… Ele não foi capaz! Estava demasiado sobrecarregado de coisas, tinha perdido a liberdade… e ficou triste.- As coisas são meios. As coisas não são eternas; Jesus é!https://family.evangeli.net/pt/feria/2024-10-13
HOMILIA
ESPIRITUALIDADE BÍBLICO-MISSIONÁRIA
Alguém — normalmente chamado de “jovem rico” — que possuía muitos bens, aproximou-se de Jesus disposto a segui-lo. Apresentou-se logo, dizendo que cumpria tudo o que era previsto na Lei, que cumpria fielmente os dez mandamentos. A partir daí, Jesus, olhando bem para este alguém, vai dizer-lhe para dispor-se de todos os seus bens, dá-los aos pobres, e daí poderia vir e segui-lo. Também diz o Evangelho que o “alguém” foi embora aborrecido, triste, pois tinha muitos bens. É dentro desse contexto que a Palavra quer ser luz para nós, Igreja peregrina e participante na Comunidade.O assunto levantado por Jesus é complexo. A raiz da riqueza que nos prejudica é a falta de solidariedade, de fraternidade. Lembro-me aqui de Santo Afonso Maria de Ligório, que vendeu sua carruagem episcopal, para acudir os famintos em sua diocese. Jesus nos mostra que é preciso desvencilhar-se daquilo que nos prende, para poder segui-lo fielmente.Parece-me que a lógica de Deus é muito diferente da lógica humana. Quando as coisas se tornam objetos de nossa “adoração”, é certo que estamos na contramão do Reino de Deus. O que é conquistado justamente é querido de Deus, mas conquistar e fechar-se nos bens conquistados é desprezar a Deus.O que deve fazer o cristão ou quem se dispõe a ser discípulo de Cristo? Não absolutizar os bens e abraçar a gratuidade do Reino. A absolutização dos bens não é um bem; gera divisão.Quando a Bíblia fala dos bens como bênção de Deus, há “quem defenda a falsa teologia da prosperidade”, e esse pensamento vai contra o Evangelho. Sim, Deus nos abençoa e muito, nos enriquece mesmo, nos transborda de bens, de sua graça, de sua misericórdia e bondade. O próprio Cristo não teve nada, nem mesmo onde reclinar a cabeça, pois foi sepultado num túmulo que nem era dele, era de José de Arimatéia. Então, posso “aplicar a falsa teologia da prosperidade?” Quem assim faz, tem outras intenções. Para o cristão autêntico o projeto de Cristo é outro, bem outro.Jesus nos convida a escolher o caminho que nos conduz para dentro do Reino, para pertencer ao seu Reino, e ele é partilha, solidariedade, amorosidade, doação, generosidade, amor, misericórdia. Será que há riqueza maior do que esta? Onde está teu coração, ali está teu tesouro, diz Jesus. Somente nele alcançamos a vida eterna. Aqui tudo passa, e nada nos acompanha, somente o bem praticado e vivido.Redação “Deus Conosco”https://www.a12.com/reze-no-santuario/deus-conosco?data=13%2F10%2F2024&leitura=homilia
Oração— OREMOS: (instante de silêncio) NÓS VOS PEDIMOS, SENHOR, que vossa graça nos preceda e acompanhe e nos torne atentos para perseverar na prática do bem. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus, e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos. Amém.https://www.a12.com/reze-no-santuario/deus-conosco?data=13%2F10%2F2024&leitura=meditacao
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