sexta-feira, 5 de julho de 2019

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA 06/07/2019

ANO C


Mt 9,14-17

Comentário do Evangelho

O sentido do jejum

O texto do evangelho é composto de duas partes: uma controvérsia sobre o jejum (vv. 14-15), seguida de duas pequenas parábolas (vv. 16-17). A questão sobre a prática do jejum põe a pergunta acerca de que jejum se está falando: do recomendado pela Lei em vista do perdão dos pecados (Lv 16,29-31; 23,27-32) ou o das práticas de devoção, sobretudo dos fariseus, que visavam impor como obrigação para todos? Parece-nos que se trata mais da prática devocional, mas o texto não nos oferece nenhuma especificação a respeito. A resposta de Jesus situa o jejum num outro patamar. No novo tempo inaugurado pelo advento do Messias, a questão fundamental é o sentido do jejum. A imagem da festa de casamento (v. 15) para simbolizar os tempos messiânicos é atestada no Antigo Testamento (ver: Is 61,10; 62,5), ainda que a metáfora do Messias como o esposa não se encontra na tradição vetero-testamentária. Seja como for, a ideia é importante: as práticas penitenciais devocionais para apressar a vinda do Messias são inadequadas, pois ele já se encontra presente. É em relação à pessoa de Jesus que o jejum é ou não praticado. O jejum recebe um sentido cristológico. As duas parábolas (vv. 16-17) são um convite a se abrir para a novidade dos tempos messiânicos; é preciso uma verdadeira conversão.
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, dá-me suficiente bom senso para reconhecer o que corresponde ao projeto de Jesus, sem querer misturá-lo com esquemas incompatíveis com a novidade do Reino.
Fonte: Paulinas em 06/07/2013

Vivendo a Palavra

O jejum ensinado pelo Mestre não é um rito para consumo externo, que possa ser conferido pelas autoridades, mas uma atitude interior de luta contra os nossos instintos maus, contra nosso egoísmo e nossas paixões. Temos que nos tornar pessoas novas para viver o seguimento do Caminho Novo de Jesus.
Fonte: Arquidiocese BH em 06/07/2013

VIVENDO A PALAVRA

O jejum ensinado pelo Mestre não é um rito para consumo externo, que possa ser conferido pelas autoridades. É uma atitude interior de luta contra os nossos instintos maus, contra nosso egoísmo e nossas paixões. Temos que nos tornar pessoas novas para viver seguindo o Caminho Novo de Jesus.

Reflexão

Muitas vezes somos totalmente incapazes de compreender o momento que estamos vivendo e a graça que Deus está nos proporcionando. Assim aconteceu com os judeus no tempo de Jesus e acontece hoje. Enquanto Jesus estava mostrando a presença do Reino e a atuação de Deus na vida do povo, os judeus estavam mais preocupados com práticas religiosas tradicionais como o jejum. É claro que a história e a tradição, assim como as práticas religiosas em geral possuem seus valores, mas é importante que não nos fixemos na tradição pela tradição ou na prática religiosa pela prática em si ou por ser costume, mas é necessário que saibamos descobrir os valores do Reino presentes, pois caso contrário podemos reduzir até mesmo a eucaristia a uma prática religiosa como as demais, sendo apenas remendo novo em pano velho.
Fonte: CNBB em 06/07/2013

Reflexão

Os discípulos de João Batista vão até Jesus para pôr na balança dois comportamentos. Eles e os fariseus jejuam, ao passo que os discípulos de Jesus não jejuam. Por que não? Aos ouvidos dos fariseus soavam ainda as palavras de Oseias, retomadas por Jesus: “Vão e aprendam o que significa: ‘Quero misericórdia e não sacrifício’” (Os 6,6). Agora vão aprender uma lição sobre a prática do jejum. Jejuar em vista de quê? Só para aumentar e exibir a coleção de boas obras como trunfo para ganhar a aprovação de Deus e conquistar o céu? Mas Deus aprova antes de tudo os que ouvem o “Noivo” da nova comunidade (Jesus) e põem em prática suas palavras. É o esforço que fazem “os amigos do noivo”. É o tempo da libertação para uma vida nova. Mas, na cabeça dos fariseus, essa novidade transformadora não entra.
(Dia a dia com o Evangelho 2019 - Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp)

Meditação

Tenho tido oportunidades de jejuar de vez em quando? - Em que consiste meu jejum? - Que motivos me levam a jejuar? - Comente a afirmação de que “a vida com Deus é uma festa contínua!” - Peço sempre a Deus que renove meu espírito e meu coração?
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
Fonte: a12 - Santuário em 06/07/2013

Meditando o evangelho

NÃO É HORA DE TRISTEZA

O tempo da existência terrena de Jesus foi entendido como antecipação da alegria que seria experimentada quando o Reino de Deus se manifestasse em plenitude. Quando não mais houvesse lugar para lágrima ou tristeza e tudo fosse felicidade. Sendo assim, não tinha sentido seus discípulos se entregarem à penitência e ao jejum, como faziam certos grupos, enquanto tinham consigo Jesus. Não era hora de tristeza! Não fica bem alguém recusar-se a comer em plena festa de casamento, quando o noivo ainda está presente.
Todavia, o jejum se justificaria quando os discípulos fossem privados da presença física de Jesus. O jejum, então, teria um sentido diferente do rigorismo ascético da piedade judaica. E deveria ser pensado a partir do projeto de Reino proclamado por Jesus. A prática penitencial não visaria tanto a busca da própria perfeição, num sentido individualista, nem seria uma forma velada de masoquismo. O jejum teria duplo significado. Ele seria uma forma de proclamar o absoluto de Deus e seu Reino na vida do discípulo, através da vitória sobre os instintos e as paixões desordenadas. Por outro lado, indicaria estar o discípulo em contínua preparação para o festim definitivo do Reino. Ninguém se alimenta fartamente antes de ir a uma festa. Pelo contrário, priva-se de alimentos na perspectiva do que encontrará. O jejum cristão prepara o discípulo para a festa que o Pai lhe preparou.
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total).
Oração
Senhor Jesus, faz-me compreender a prática do jejum como preparação para o encontro definitivo contigo no teu Reino.

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. Quando o Jejum não têm sentido.
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Aviso aos navegantes: este evangelho não é uma crítica a quem tem o costume de jejuar, Jesus não é contra o jejum, ele mesmo jejuou no deserto por 40 dias quando se preparava para iniciar o seu ministério publicamente. O problema aqui é outro, por que jejuar? Os discípulos de João e os Fariseus jejuavam, mas os discípulos de Jesus não. O que isso significa?
Naquele tempo o jejum também era uma forma de suplicar a Deus para que mandasse o prometido Messias, pois Jejum ( que significa estar privado de alimentação que é essencial) queria significar exatamente isso, que sem o Messias Enviado de Deus, o homem estava privado da Verdadeira Vida. Jejum era dizer a Deus, que mais importante do que o alimento material que sustenta o corpo, era o alimento da Salvação, que alimentava a alma.
Pronto! Agora ficou fácil entender a censura que Jesus faz nesse evangelho. Exatamente porque os seus discípulos já estavam saboreando a bênção e a graça do seu messianismo, enquanto que os discípulos de João e os Fariseus, mais preocupados em seguir a Lei e a tradição, ainda estavam à espera do tal Messias, sem se dar conta de que ele já estava no meio deles.
Tudo o que os outros suplicavam e esperavam, para que suas vidas fossem mudadas, os discípulos de Jesus já estavam experimentando essa mudança interior. O Jejum de hoje tem quase esse mesmo sentido, nosso único e verdadeiro alimento é Deus, pois dele em Jesus Cristo nos vêm a Vida Nova, é, portanto, apenas Dele que temos necessidade.
Jejuar na quaresma, nos dois dias determinados pela Igreja: Quarta Feira de Cinzas e Sexta Feira Santa, é reafirmamos a nossa Fé e esperança em Cristo Jesus, pois a sua morte na cruz tornou possível  essa Vida Nova em nós, cuja necessidade supera até a nossa fome material. Claro que o jejum vem acompanhado pela oração e práticas de caridade, sem isso, ele nãop têm sentido nenhum e de nada nos valerá.

2. Aproximaram-se de Jesus
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)

Os discípulos de João Batista jejuavam, os discípulos dos fariseus também. Os de Jesus, não. Por quê? Essa pergunta foi feita a Jesus pelos discípulos de São João Batista. A resposta de Jesus aos discípulos de João aponta para uma comunidade livre de espaços e observâncias. Jesus disse à samaritana, no Evangelho de João, que o Pai quer adoradores em espírito e verdade, não presos a normas e lugares, seja de Jerusalém, seja da Samaria. Os discípulos de Jesus jejuarão quando tiverem que jejuar. Impulsionados e iluminados pelo Espírito de Sabedoria, saberão o que fazer em cada tempo e lugar. Farão o que o discernimento da vontade de Deus lhes disser. Sempre houve pessoas que se juntaram em torno de religiosos de destaque. Entre nós se fala atualmente em Comunidades de Aliança. Tais grupos costumam ter práticas que os caracterizam, de pequenos gestos rituais a grandes obras sociais de solidariedade humana. João formou com seus discípulos uma Comunidade de Aliança, que existiu até o início dos tempos apostólicos. Jesus também tinha em torno de si uma comunidade. É a esta comunidade que damos o nome de Igreja.

HOMILIA DIÁRIA

Uma nova mentalidade e um novo coração

Se nós queremos escolher a novidade do Reino que chega até nós, precisamos ter uma nova mentalidade e um novo coração.

Dias virão em que o noivo será tirado do meio deles. Então, sim, eles jejuarão” (Mt 9,15).

Os fariseus questionam por que eles jejuam duas vezes por semana, mas os discípulos de Jesus não estão jejuando.
O Senhor, então, lhes disse: “Por acaso, os amigos do noivo podem estar de luto enquanto o noivo está com eles?”. Por isso a Igreja jejua toda sexta-feira, em memória daquele dia em que o noivo Jesus foi tirado da Sua Igreja.
Não basta ter essa atitude de querer jejuar, não basta a atitude de querer fazer muitos sacrifícios, rezar muitos terços, muitas orações… Tudo isso é justo, louvável, pois precisamos fazer obras de penitência para nossa conversão e mudança de vida; no entanto, as obras de penitência precisam estar ligadas a uma conversão do nosso coração, a uma profunda misericórdia. Nós precisamos, acima de tudo, ter uma atitude nova, um coração novo, uma nova visão diante das pessoas e dos fatos. Sabemos que um coração está sendo purificado por Deus quando ele para de julgar os outros, condená-los ou ainda se sentir melhor que eles.
Quando um coração se aproxima de Deus para ser renovado, ele reconhece primeiro, e com muita insistência, os seus próprios pecados para com os pecadores, para com aqueles que tem este ou aquele defeito, um olhar e uma atitude de misericórdia.
Nós precisamos aprender com o nosso Mestre Jesus. Se nós queremos escolher a novidade do Reino que chega até nós, precisamos ter uma nova mentalidade e um novo coração.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo – Comunidade Canção Nova
Fonte: Canção Nova em 06/07/2013

Oração Final
Pai Santo, dá-nos força para vencer o nosso inimigo interno – o pecado – e nos dá, também, humildade e discrição para não cairmos na tentação de reivindicar que o nosso próximo reconheça os méritos de nossa luta. Nós Te pedimos, Pai amoroso, pelo Cristo Jesus, teu Filho e nosso Irmão, que contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 06/07/2013

ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, dá-nos força para vencer o nosso inimigo interno – o pecado – e nos dá, também, humildade e discrição para não cairmos na tentação de reivindicar que o nosso próximo reconheça méritos em nossa luta. Nós Te pedimos, amado Pai, pelo Cristo Jesus, teu Filho e nosso Irmão, que contigo reina na unidade do Espírito Santo.

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