sexta-feira, 7 de junho de 2019

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA 08/06/2019

ANO C


Jo 21,20-25

Comentário do Evangelho

O Senhor trata cada um de modo muito particular

A característica do “discípulo que Jesus amava” é que ele “permanece”, isto é, a sua vida está profundamente unida à vida do seu Senhor. O Senhor trata cada um de modo muito particular: “Se eu quero que ele permaneça, o que te importa?” (v. 22). Não pode haver comparação. O importante é seguir Jesus: “Tu, segue-me!” (v. 22).
O testemunho do discípulo amado é verdadeiro (cf. v. 24). Verdadeiro porque, nós ouvintes e leitores do evangelho, podemos experimentar, por seu testemunho, os efeitos do que ele nos transmitiu com o seu livro. As muitas coisas que Jesus realizou, e nós sabemos – e tantas outras que não sabemos (cf. vv. 24.25) –, nos fazem viver para a fé.
A riqueza insondável do que Jesus realizou e a meditação sobre elas não poderiam nunca ser encerradas nos limites de um livro: “Se todas elas (as muitas outras coisas) fossem escritas uma por uma, creio que nem o mundo inteiro poderia conter os livros que seria preciso escrever” (v. 25).
Carlos Alberto Contieri,sj
Oração
Pai, como o discípulo amado, desejo estar perto de Jesus e ser amado por ele. Seja o testemunho deste amor suficientemente forte para atrair muitos outros discípulos para ele.
Fonte: Paulinas em 18/05/2013

Vivendo a Palavra

Amanhã celebraremos a grande festa de Pentecostes. O final do Evangelho de João soa como uma despedida: despedida do tempo antigo, que precede à novidade do Espírito Santo. Preparemo-nos para o Novo Tempo da Igreja, em vigília de ação de graças e oração.
Fonte: Arquidiocese BH em 18/05/2013

VIVENDO A PALAVRA

Assim termina o Evangelho de João. Deixa aberta ampla estrada para as muitas lembranças de outras coisas que Jesus fez e que aqui não foram escritas. Recordações que o Espírito Santo vai revelando história afora no meio do Povo de Deus e são anunciadas carinhosamente pela Tradição da Igreja de Jesus.

Reflexão

O testemunho dos discípulos de Jesus é sempre verdadeiro, uma vez que, assistidos pelo Espírito Santo, que nos revela a plenitude da verdade, realizam a sua missão. E esse testemunho deve ser de tal modo que convença todas as pessoas a respeito de Jesus, caminho, verdade e vida, e as leve a dar a ele uma resposta positiva de adesão ao seu projeto de amor para se tornarem, conosco, verdadeiras testemunhas dele e operários do seu projeto. Assim, cada vez mais o Reino cresce no meio de nós, o mundo é transformado de acordo com os valores pregados por Jesus, e as obras dele continuam acontecendo.
Fonte: CNBB em 18/05/2013

Reflexão

Todos são convidados a seguir Jesus, mas nem todos do mesmo modo. Pedro dará glória a Deus pelo martírio; João o fará por uma longa vida dedicada ao anúncio do Evangelho. Não é tarefa nossa controlar a missão de nossos irmãos. Isso compete ao Senhor que conhece os corações e as capacidades de seus discípulos e discípulas. A nós, cristãos, com base no testemunho dos apóstolos, cabe dar testemunho da vida e obras de Jesus. O quarto Evangelho termina reconhecendo que tudo o que foi escrito a respeito de Jesus é muito pouco em proporção ao que ele realizou. Porém, o que foi escrito é testemunho autêntico do discípulo amado a favor de Jesus e de seu Reino, e suficiente para manter vivas e animadas as múltiplas comunidades de irmãos que vão surgindo pelo mundo afora.
(Dia a dia com o Evangelho 2019 - Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp)

Meditando o evangelho

NAS MÃOS DO SENHOR

A profissão de fé no Ressuscitado exige do discípulo entregar-se totalmente em suas mãos. Este não se julga dono da própria vida. Ela pertence ao Senhor, a quem compete determinar-lhe os rumos. Pode-se definir o discípulo como aquele que coloca toda a sua existência nas mãos do Senhor, deixando-se guiar por ele com total docilidade, e buscando, em tudo, realizar o seu projeto. O querer do discípulo confunde-se com o querer do Senhor, não lhe sendo pesado carregar este fardo.
A experiência de Pedro e do discípulo amado ilustram muito bem este tema. O impulsivo Pedro queria conhecer o destino reservado ao discípulo amado. E foi recriminado pelo Senhor: "Não lhe interessa saber o que reservei para ele; cuide você de fazer o que ordenei". A Pedro caberia uma sorte diferente. Bastava-lhe confiar ao Senhor os rumos de sua vida, e pôr-se a segui-lo.
Depois de optar pelo Mestre Jesus, o discípulo torna-se dócil e se deixa guiar por ele, quanto aos caminhos a serem trilhados, as tarefas a serem cumpridas, o Evangelho a ser proclamado, o testemunho a ser dado, as batalhas a serem travadas. O Senhor garante o destino do discípulo, junto do Pai, e, para lá, o conduz. E tudo isto o discípulo acolhe com alegria, feliz por estar em boas mãos.
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total).
Oração
Espírito que me conduz, quebra todas as resistências que me impedem de ser guiado pelo Senhor, tornando-me dócil a seu amor benevolente.

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. Autenticidade dos escritos joaninos e aceitação da comunidade
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Qualquer leitor do Novo Testamento percebe que o evangelho de João é totalmente diferente dos sinóticos. Considerando-se que os evangelhos são frutos de uma experiência de vida das comunidades, conclui-se que a Comunidade Joanina era atípica e as desconfianças eram muitas, falava-se em Gnosticismo, por causa do modo de João escrever sobre Jesus, usando uma alta Cristologia que realçava sua Divindade. O fato é que esse capítulo 21, que foi acrescentado ao evangelho quando João já tinha morrido, atesta a autenticidade do evangelho, e aceita no seio da Igreja essa comunidade Joanina, que tinha captado na essência o que era o verdadeiro cristianismo.
A pergunta de Pedro a Jesus, "Senhor, e este, o que será dele?" demonstrava a desconfiança que a Igreja Tradicional de Jerusalém tinha em relação a essa comunidade. Era como se perguntasse, "Podemos confiar nessa comunidade de João? O que será que vai acontecer com ela?".
A resposta de Jesus a Pedro "Que te importa se eu quero que ele fique até que eu venha?", pode ser vista como uma alusão a autenticidade da comunidade, que faz parte da Igreja e com ela permanecerá até a sua volta. Mas não é só isso, o próprio texto traz uma razão muito simples para confirmar a autenticidade do escrito Joanino: o autor era íntimo de Jesus, e na última ceia estava com a cabeça recostada em seu peito (sinal de intimidade), portanto quem viveu essa experiência tão íntima com Jesus amando-o e sentindo-se amado, pode escrever com autoridade sobre Jesus, da mesma forma que Jesus fala do Pai, porque com Ele está intimamente unido pelo Amor. E uma afirmação Joanina poderia concluir essa reflexão "Deus é amor... Só quem ama pode dizer que conhece a Deus..."
Muito mais do que simplesmente comprovar a autenticidade do escrito joanino, esse evangelho ensina que a única forma de conhecermos a Deus e vivermos em comunhão com ele, para podermos falar dele com conhecimento de causa, é Vivermos no Amor, exatamente como o evangelista João...

2. Quem é que vai te entregar?
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)

São Pedro se mostra preocupado com a sorte do discípulo que Jesus amava, cujo nome não é mencionado. Haveria alguma concorrência entre o apóstolo e o discípulo? O discípulo é o que escreveu o Quarto Evangelho e deu testemunho do que viu e ouviu, e o seu testemunho é verdadeiro. Ele não escreveu tudo o que Jesus fez. Escreveu o que lhe pareceu importante para despertar a fé dos leitores de todos os tempos. Nem era preciso escrever tudo. Nem tudo precisa estar escrito. O que não pode faltar na comunidade de Jesus é a ação do Espírito Santo. Ele é o consolador e o defensor, que inspira os escritores sagrados e ilumina os leitores. Pedro glorificou a Deus com o martírio. Amarrado, foi levado para onde não queria. O discípulo glorificou a Deus com o testemunho sobre Jesus contido no seu Evangelho. Testemunhou que Jesus o amava. Ele é o Discípulo Amado, sem nome, porque todos são amados.

Oração Final
Pai Santo, prepara nossos corações para recebermos – hoje e sempre – o teu Espírito. Que Ele, presente em nós, nos ensine a acolher os inefáveis dons da vida e da fé que nos ofereces e nos ajude a partilhá-los com os companheiros de caminhada. Pelo Cristo Jesus, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do mesmo Espírito.
Fonte: Arquidiocese BH em 18/05/2013

ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, nós te damos graças pelos santos Evangelhos que nos deste. Tu, que inspiraste os seus autores, ilumina-nos em sua leitura. Que através das palavras que eles mostram – tão humanas… – nós encontremos a pessoa de Jesus, o Cristo teu Filho que se fez nosso irmão e contigo reina na unidade do Espírito Santo.

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