ANO C

Jo 21,20-25
Comentário do Evangelho
O Senhor trata cada um de modo muito particular
A característica do “discípulo que Jesus amava” é
que ele “permanece”, isto é, a sua vida está profundamente unida à vida do seu
Senhor. O Senhor trata cada um de modo muito particular: “Se eu quero que ele
permaneça, o que te importa?” (v. 22). Não pode haver comparação. O importante
é seguir Jesus: “Tu, segue-me!” (v. 22).
O testemunho do discípulo amado é verdadeiro (cf.
v. 24). Verdadeiro porque, nós ouvintes e leitores do evangelho, podemos
experimentar, por seu testemunho, os efeitos do que ele nos transmitiu com o
seu livro. As muitas coisas que Jesus realizou, e nós sabemos – e tantas outras
que não sabemos (cf. vv. 24.25) –, nos fazem viver para a fé.
A riqueza insondável do que Jesus realizou e a
meditação sobre elas não poderiam nunca ser encerradas nos limites de um livro:
“Se todas elas (as muitas outras coisas) fossem escritas uma por uma, creio que
nem o mundo inteiro poderia conter os livros que seria preciso escrever” (v.
25).
Carlos Alberto Contieri,sj
Oração
Pai, como o discípulo amado, desejo estar perto
de Jesus e ser amado por ele. Seja o testemunho deste amor suficientemente
forte para atrair muitos outros discípulos para ele.
Fonte: Paulinas em 18/05/2013
Vivendo a Palavra
Amanhã celebraremos a grande festa de
Pentecostes. O final do Evangelho de João soa como uma despedida: despedida do
tempo antigo, que precede à novidade do Espírito Santo. Preparemo-nos para o
Novo Tempo da Igreja, em vigília de ação de graças e oração.
Fonte: Arquidiocese BH em 18/05/2013
VIVENDO A PALAVRA
Assim termina o Evangelho de João. Deixa aberta
ampla estrada para as muitas lembranças de outras coisas que Jesus fez e que
aqui não foram escritas. Recordações que o Espírito Santo vai revelando
história afora no meio do Povo de Deus e são anunciadas carinhosamente pela
Tradição da Igreja de Jesus.
Reflexão
O testemunho dos discípulos de Jesus é sempre
verdadeiro, uma vez que, assistidos pelo Espírito Santo, que nos revela a
plenitude da verdade, realizam a sua missão. E esse testemunho deve ser de tal
modo que convença todas as pessoas a respeito de Jesus, caminho, verdade e
vida, e as leve a dar a ele uma resposta positiva de adesão ao seu projeto de
amor para se tornarem, conosco, verdadeiras testemunhas dele e operários do seu
projeto. Assim, cada vez mais o Reino cresce no meio de nós, o mundo é transformado
de acordo com os valores pregados por Jesus, e as obras dele continuam
acontecendo.
Fonte: CNBB em 18/05/2013
Reflexão
Todos
são convidados a seguir Jesus, mas nem todos do mesmo modo. Pedro dará glória a
Deus pelo martírio; João o fará por uma longa vida dedicada ao anúncio do
Evangelho. Não é tarefa nossa controlar a missão de nossos irmãos. Isso compete
ao Senhor que conhece os corações e as capacidades de seus discípulos e
discípulas. A nós, cristãos, com base no testemunho dos apóstolos, cabe dar
testemunho da vida e obras de Jesus. O quarto Evangelho termina reconhecendo
que tudo o que foi escrito a respeito de Jesus é muito pouco em proporção ao
que ele realizou. Porém, o que foi escrito é testemunho autêntico do discípulo
amado a favor de Jesus e de seu Reino, e suficiente para manter vivas e
animadas as múltiplas comunidades de irmãos que vão surgindo pelo mundo afora.
(Dia a dia com o Evangelho 2019 - Pe. Luiz Miguel
Duarte, ssp)
Meditando o evangelho
NAS MÃOS DO SENHOR
A profissão de fé no Ressuscitado exige
do discípulo entregar-se totalmente em suas mãos. Este não se julga dono da
própria vida. Ela pertence ao Senhor, a quem compete determinar-lhe os rumos.
Pode-se definir o discípulo como aquele que coloca toda a sua existência nas
mãos do Senhor, deixando-se guiar por ele com total docilidade, e buscando, em
tudo, realizar o seu projeto. O querer do discípulo confunde-se com o querer do
Senhor, não lhe sendo pesado carregar este fardo.
A experiência de Pedro e do discípulo
amado ilustram muito bem este tema. O impulsivo Pedro queria conhecer o destino
reservado ao discípulo amado. E foi recriminado pelo Senhor: "Não lhe
interessa saber o que reservei para ele; cuide você de fazer o que
ordenei". A Pedro caberia uma sorte diferente. Bastava-lhe confiar ao
Senhor os rumos de sua vida, e pôr-se a segui-lo.
Depois de optar pelo Mestre Jesus, o
discípulo torna-se dócil e se deixa guiar por ele, quanto aos caminhos a serem
trilhados, as tarefas a serem cumpridas, o Evangelho a ser proclamado, o
testemunho a ser dado, as batalhas a serem travadas. O Senhor garante o destino
do discípulo, junto do Pai, e, para lá, o conduz. E tudo isto o discípulo
acolhe com alegria, feliz por estar em boas mãos.
(O comentário do
Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese
Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total).
Oração
Espírito que me conduz, quebra todas as
resistências que me impedem de ser guiado pelo Senhor, tornando-me dócil a seu
amor benevolente.
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. Autenticidade dos
escritos joaninos e aceitação da comunidade
(O
comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da
Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)
Qualquer leitor do Novo
Testamento percebe que o evangelho de João é totalmente diferente dos
sinóticos. Considerando-se que os evangelhos são frutos de uma experiência de
vida das comunidades, conclui-se que a Comunidade Joanina era atípica e as
desconfianças eram muitas, falava-se em Gnosticismo, por causa do modo de João
escrever sobre Jesus, usando uma alta Cristologia que realçava sua Divindade. O
fato é que esse capítulo 21, que foi acrescentado ao evangelho quando João já
tinha morrido, atesta a autenticidade do evangelho, e aceita no seio da Igreja
essa comunidade Joanina, que tinha captado na essência o que era o verdadeiro
cristianismo.
A pergunta de Pedro a Jesus,
"Senhor, e este, o que será dele?" demonstrava a desconfiança que a
Igreja Tradicional de Jerusalém tinha em relação a essa comunidade. Era como se
perguntasse, "Podemos confiar nessa comunidade de João? O que será que vai
acontecer com ela?".
A resposta de Jesus a Pedro
"Que te importa se eu quero que ele fique até que eu venha?", pode
ser vista como uma alusão a autenticidade da comunidade, que faz parte da
Igreja e com ela permanecerá até a sua volta. Mas não é só isso, o próprio
texto traz uma razão muito simples para confirmar a autenticidade do escrito
Joanino: o autor era íntimo de Jesus, e na última ceia estava com a cabeça
recostada em seu peito (sinal de intimidade), portanto quem viveu essa experiência
tão íntima com Jesus amando-o e sentindo-se amado, pode escrever com autoridade
sobre Jesus, da mesma forma que Jesus fala do Pai, porque com Ele está
intimamente unido pelo Amor. E uma afirmação Joanina poderia concluir essa
reflexão "Deus é amor... Só quem ama pode dizer que conhece a
Deus..."
Muito mais do que simplesmente
comprovar a autenticidade do escrito joanino, esse evangelho ensina que a única
forma de conhecermos a Deus e vivermos em comunhão com ele, para podermos falar
dele com conhecimento de causa, é Vivermos no Amor, exatamente como o
evangelista João...
2. Quem é que vai te entregar?
(O
comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia
dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)
São Pedro se mostra preocupado
com a sorte do discípulo que Jesus amava, cujo nome não é mencionado. Haveria
alguma concorrência entre o apóstolo e o discípulo? O discípulo é o que
escreveu o Quarto Evangelho e deu testemunho do que viu e ouviu, e o seu
testemunho é verdadeiro. Ele não escreveu tudo o que Jesus fez. Escreveu o que
lhe pareceu importante para despertar a fé dos leitores de todos os tempos. Nem
era preciso escrever tudo. Nem tudo precisa estar escrito. O que não pode
faltar na comunidade de Jesus é a ação do Espírito Santo. Ele é o consolador e
o defensor, que inspira os escritores sagrados e ilumina os leitores. Pedro
glorificou a Deus com o martírio. Amarrado, foi levado para onde não queria. O
discípulo glorificou a Deus com o testemunho sobre Jesus contido no seu
Evangelho. Testemunhou que Jesus o amava. Ele é o Discípulo Amado, sem nome,
porque todos são amados.
Oração Final
Pai Santo, prepara nossos corações para
recebermos – hoje e sempre – o teu Espírito. Que Ele, presente em nós, nos
ensine a acolher os inefáveis dons da vida e da fé que nos ofereces e nos ajude
a partilhá-los com os companheiros de caminhada. Pelo Cristo Jesus, teu Filho e
nosso Irmão, na unidade do mesmo Espírito.
Fonte: Arquidiocese BH em 18/05/2013
ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, nós te damos graças pelos santos
Evangelhos que nos deste. Tu, que inspiraste os seus autores, ilumina-nos em
sua leitura. Que através das palavras que eles mostram – tão humanas… – nós
encontremos a pessoa de Jesus, o Cristo teu Filho que se fez nosso irmão e
contigo reina na unidade do Espírito Santo.

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