ANO C

Mc 16,9-15
Comentário do Evangelho
Jesus chama atenção para a falta de fé
É preciso ler mais adiante do que a liturgia de
hoje nos oferece. Originalmente, o evangelho de Marcos terminava em 16,8. Ainda
que Mc 16,9-20 seja o fim deste evangelho na sua forma canônica, a ausência
destes versículos em manuscritos importantes e a análise do vocabulário, entre
outros, levam os especialistas a afirmar que estes versículos, antes de ser
inseridos no segundo evangelho, tiveram uma existência independente. Trata-se
de uma perícope composta a partir de outros textos do Novo Testamento, sobretudo,
Lucas, Atos e o capítulo 20 de João. Como o evangelho de Marcos não possui um
relato sequer das aparições, o autor da inserção do trecho quis, servindo-se
dos textos supramencionados, fazer um resumo dos relatos das aparições do
Senhor, com a missão dada aos Onze e o relato da ascensão do Ressuscitado. A
falta de fé dos discípulos (vv. 11.13), criticada por Jesus (14b), é um tema
importante da perícope, e é atribuída à dureza de coração (cf. 14b). A fé no
Ressuscitado é dom oferecido do testemunho: “Ele os criticou… porque não tinham
acreditado naqueles que o tinham visto ressuscitado” (v. 14c).
Carlos Alberto Contieri,sj
Oração
Pai, livra-me da incredulidade que me impede de
ser proclamador da ressurreição de teu Filho Jesus, por quem nos é oferecida a
tua salvação.
Fonte: Paulinas em 06/04/2013
VIVENDO A PALAVRA
O Mestre confia a missão àqueles
homens, que ainda se mostravam tímidos e cheios de dúvidas para aceitá-lo
ressuscitado. Permanece o mandato de Jesus para nós que, mesmo reconhecendo a
pequenez da nossa fé, devemos nos jogar inteiros na aventura maravilhosa da
Evangelização. O Espírito Santo nos confirmará na missão.
Reflexão
Para que possamos conhecer verdadeiramente Jesus,
duas coisas são necessárias. A primeira é a atuação da graça divina que nos
revela quem é Jesus na sua divindade e na sua atuação messiânica e a segunda é
a nossa abertura a essa graça para que possamos acolher a atuação divina em
nós. A partir desses dois elementos, podemos compreender melhor qual é o papel
do evangelizador e qual a essência da nossa missão. Movidos pelo grande
protagonista da missão que é o Espírito Santo, somos chamados a ser canais de
graça na vida das pessoas e ao mesmo tempo a preparar os corações das pessoas
para que sejam terreno fértil para o evangelho e acolham a Cristo em suas
vidas.
Fonte: CNBB em 06/04/2013
Reflexão
Os apóstolos, tristes e chorosos pela morte de
Jesus, não acreditam nas testemunhas de sua ressurreição. Primeiramente não dão
crédito ao testemunho de Maria Madalena, que tinha visto o Ressuscitado;
depois, não acreditam nos dois discípulos que voltavam para a aldeia de Emaús e
que reconheceram Jesus ao partir o pão. Continuam incrédulos. Para eles, era
muito difícil admitir que o Messias chegaria à glória passando pela cruz. Jesus
então aparece diretamente aos Onze e reprova-lhes a falta de fé. Os discípulos,
no entanto, duros de coração para crer, deverão transformar-se em verdadeiros
homens de fé. Só com essa condição, poderão receber de Jesus o mandato de
percorrer o mundo inteiro, anunciando essa experiência transformadora.
(Dia a dia com o Evangelho 2019 – Pe. Luiz Miguel
Duarte, ssp)
Meditando o evangelho
SUPERANDO A INCREDULIDADE
A superação da incredulidade, por parte dos primeiros discípulos,
aconteceu mediante um penoso caminho trilhado pela comunidade a fim de entender
o que se passara com o Senhor. Não dava para acreditar que estivesse vivo quem
fora vítima de horrenda morte de cruz! As imagens do Mestre desfigurado pelas
torturas, cravado na cruz, com o lado perfurado por uma lança estavam ainda
demasiadamente vivas na memória dos discípulos, para que pudessem dar crédito
ao que se falava a respeito da ressurreição de Jesus.
O testemunho de quem havia dado o passo da fé era sumariamente
desprezado. Quando Maria Madalena comunicou aos discípulos – tristonhos e
imersos em pranto – que o Senhor estava vivo, eles não lhe deram crédito.
Igualmente, não acreditaram nos dois discípulos que tinham tomado consciência
da ressurreição de Jesus, enquanto voltavam para o campo.
A incredulidade dos Onze só foi superada após a refeição com o Mestre. A
censura que ele lhes dirigiu, por serem duros de coração, valeu também para
todos quantos persistiam em lastimar a morte do amigo, sem se darem conta de
que algo novo havia acontecido.
Era urgente deixar a incredulidade de lado, pois tinham uma grande
missão a cumprir: ir pelo mundo inteiro e proclamar o Evangelho a toda
criatura. O conteúdo da Boa-Nova a ser anunciada consistia exatamente no
fato da ressurreição do Senhor e que por meio dela era possível obter a
salvação oferecida pelo Pai cada ser humano.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe.
Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE –
e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Pai, livra-me da incredulidade que me impede de ser proclamador da
ressurreição de teu Filho Jesus, por quem nos é oferecida a tua salvação.
COMENTÁRIO
DO EVANGELHO
1. A ALEGRE NOTÍCIA
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe.
Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e
disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês).
O encontro de Jesus ressuscitado com Maria
Madalena fez dela uma anunciadora da ressurreição. Foi esta a alegre notícia
que ela comunicou aos discípulos, e, sem dúvida, a todos os que encontrou,
depois, ao longo de sua existência. A partir desta experiência, sua vida deu
uma guinada. Ela já não era mais a mesma.
No entanto, o contato com os discípulos foi
decepcionante. A Boa Nova que lhes trouxe, não pareceu suficiente para
arrancá-los da tristeza e do pranto, e fazê-los abrir-se para a fé. Pelo
contrário, continuaram incrédulos! Talvez não tenham sido capazes de superar o
preconceito contra as pessoas do sexo feminino, cujo testemunho, naquela época,
não era aceito. Não se dava credibilidade às palavras de uma mulher.
A reação dos discípulos não deve ter bloqueado o
entusiasmo de Maria Madalena. Outras aparições do Ressuscitado confirmariam
suas palavras: o Senhor estava vivo, e sua presença se fazia real na vida de
quem o encontrava.
Da mesma forma, os discípulos, aos quais Jesus
aparecera enquanto se dirigiam para o campo, tinham ido, às pressas, contar o
fato aos demais. E também se debateram com a incredulidade dos
companheiros.
Independentemente da reação dos ouvintes, quem
experimentou a presença do Ressuscitado é impelido a anunciar a todo mundo esta
experiência transformadora.
Oração
Espírito de comunicação, apesar da incredulidade
do mundo, que eu proclame, com vibração, a alegre notícia da ressurreição do
Senhor.
Fonte: NPD Brasil em 06/04/2013
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. Divulgar o Cristo
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz -
Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)
Claro que a propaganda é a alma do negócio, o pessoal da área de
marketing defende essa ideia de com unhas e dentes e não estão errados! Mas há
também uma propaganda eficiente e que dizem ser tiro e queda, é aquela passada
de boca em boca “Comprei tal produto porque meu vizinho comprou, e disse que é
bom"
Jesus poderia fazer um grande estardalhaço em sua volta, aparecer no
Palácio dos poderosos, aparecer no meio do Conselho do Sinédrio, para
desafiá-los e convocar uma mega concentração em Jerusalém para comunicar
oficialmente que ele estava Vivo e que agora iria dar as cartas, humilhando os
que conspiraram contra ele e tramaram sua morte. Os marqueteiros de plantão até
lamentam "Ah se eu estivesse lá para preparar a volta de Jesus em grande
estilo!”.
Não que Jesus e seu evangelho não precisem de divulgação, precisa sim,
mas o cristianismo não pode ser feito de "oba-oba". Por isso Jesus
descarta sua volta em uma Glória Messiânica, como os Judeus esperavam, e prefere
a comunicação boca a boca, apareceu por primeiro a Maria Madalena, diz o
evangelho, que já tinha experimentado á sua Força Libertadora, esta mulher vai
correndo anunciar aos irmãos da comunidade, que ainda estavam guardando o luto
e chorando de tristeza, marcados pela aflição, mas eles não acreditaram no
anúncio e no testemunho da mulher, talvez porque não podiam admitir a ideia de
que Jesus não viesse direto a eles, mas primeiro aparecesse a uma mulher... Era
inconcebível.
Mais tarde Jesus apareceu a dois discípulos que iam para Emaús e estes
foram anunciá-lo aos demais, mas quem diz que os discípulos acreditaram...
Talvez estivessem excessivamente preocupados sobre que rumo iriam tomar e o que
deveriam fazer, Jesus lhes havia dito apenas para propagarem o evangelho e
batizar as pessoas, nada mais. Madalena e os dois discípulos que haviam feito
essa experiência, estavam fazendo exatamente o que o Mestre havia mandado.
Talvez estivessem fazendo alguma reunião de planejamento pastoral, às vezes
fazemos uma reunião para preparar outra reunião...
Os discípulos, tanto como os agentes pastorais de nossos tempos, queriam
FAZER. Então durante uma refeição quando estavam é mesa Jesus apareceu aos onze
e deu uma "dura" por não terem acreditado no anúncio e no Testemunho
que haviam presenciado. E para que não houvesse mais dúvidas sobre a missão
primária da Igreja, repetiu-lhes o que já lhes havia falado "Ide por todo
mundo e pregai o evangelho a toda criatura"
Que a Igreja precisa ter uma organização em sua estrutura e nos
trabalhos pastorais, isso não resta a menor dúvida, mas não podemos nos
acomodar e deixar que tantos trabalhos e compromissos, acabem sendo mais
importantes do que o anúncio e o testemunho pessoal, senão estaremos
priorizando o que não é essencial, e o pior, os nossos trabalhos pastorais,
tantos encontros e reuniões não passarão de um grande "oba-oba", que
não terá nenhuma serventia... Muita propaganda sobre o que fazemos, quem somos
na comunidade, a importância daquilo que fazemos. Quando a Jesus e seu
evangelho, quando dá tempo a gente se lembra e até fala um pouco dele. "E
com licença que agora tenho uma reunião importante...".
2. Ele estava vivo!
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva,
‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)
São Marcos redige uma súmula dos acontecimentos da Páscoa. Jesus
ressuscitou na madrugada do primeiro dia da semana. Apareceu a Maria Madalena.
Ela foi logo contar a Pedro e João. Os discípulos de Emaús encontraram Jesus no
caminho de casa, mas não o reconheceram. Apareceu enfim aos Onze, que estavam
comendo juntos. Jesus os critica por não terem acreditado naqueles que o viram.
Tinham falta de fé e dureza de coração. É preciso acreditar no testemunho de
quem viu. E agora que o viram, saiam pelo mundo afora e anunciem a Boa Notícia
a todas as pessoas! Começa o exercício de pastoral prática. O que devemos
anunciar? O que é a Boa Notícia, ou Boa-Nova, ou Evangelho? Que conteúdo
devemos transmitir e como o transmitiremos? Uma notícia boa alegra o coração.
Não basta dizer, de forma abstrata, que Jesus está vivo, ressuscitado. É
preciso olhar para ele e dar o anúncio como ele o fez. Ele se aproximava,
tocava nas pessoas e as punha de pé, para que andassem com as próprias pernas.
ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, dá-nos força e coragem
para exercitar a nossa Fé. Sabemos que ela é pequenina como um grão de
mostarda, mas nós Te pedimos, amado Pai, que a tornes grande! Envia o teu
Espírito sobre a Igreja para que, plenificados por seus dons, nós partilhemos a
Boa Notícia do Reino de Amor com os companheiros de peregrinação por esta terra
encantada. Por Jesus Cristo, teu Filho e nosso Irmão, que contigo reina na
unidade do Espírito Santo.

Nenhum comentário:
Postar um comentário