terça-feira, 5 de março de 2019

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA 02/03/2019

ANO C


Mc 10,13-16

Comentário do Evangelho

Papel do discípulo é facilitar que as pessoas se aproximem de Jesus

No tempo de Jesus, as crianças eram respeitadas, bem tratadas e acolhidas. Há um contraste entre as crianças levadas a Jesus e a resistência dos discípulos. É ocasião para Jesus esclarecer os discípulos: o Reino de Deus precisa ser acolhido como dom. Em primeiro lugar o Reino de Deus se manifesta e se aproxima de nós através da pessoa de Jesus Cristo, com seus gestos e suas palavras. A criança, talvez por causa de sua dependência, recebia tudo dos pais. O seu exemplo é usado para interpelar os discípulos a se abrirem ao novo e a superarem a teologia da retribuição. A resposta à gratuidade de Deus é a gratuidade: “… quem não receber o Reino de Deus como uma criança, não entrará nele!” (v. 15). Papel do discípulo, escolhido pelo Senhor, é facilitar a que as pessoas se aproximem dele, Fonte de vida: “Deixai as crianças virem a mim. Não as impeçais…” (v. 14).
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, coloca no meu coração o mesmo carinho e afeto que Jesus demonstrou às criancinhas, pois a simplicidade delas me ensina como devo acolher o teu Reino.
Fonte: Paulinas em 25/05/2013

Vivendo a Palavra

Marcos usa poucas palavras para que não nos desviemos da essência do seu recado: a Mensagem de Jesus de Nazaré é simples e nós devemos nos fazer crianças para compreendê-la. Despojemo-nos dos nossos muitos saberes ou títulos universitários e fiquemos atentos aos sinais dos tempos. Eles nos falam do Reino de Deus.
Fonte: Arquidiocese BH em 25/05/2013

Reflexão

O Reino de Deus é para aqueles que são como crianças. A criança é aquela que depende totalmente das outras pessoas e não tem nada a oferecer em troca daquilo que lhes dão. Assim devemos ser diante de Deus. Devemos ter plena consciência de que dependemos totalmente dele para que possamos entrar no Reino dos Céus e nada podemos oferecer em troca disso. A salvação nos é dada pelo amor gratuito de Deus e pelos méritos de Jesus Cristo. Ninguém pode se salvar. Jesus é o único salvador.Devemos, como as crianças diante dos adultos, colocar a nossa confiança em Deus, e viver em constante ação de graças porque ele, gratuitamente, nos salva.
Fonte: CNBB em 25/05/2013

Reflexão

O povo que acompanha Jesus conhece os efeitos do seu toque. Com o toque, havia curado cegos e surdos e restituído a vida a uma menina morta. Também as crianças, símbolo das pessoas marginalizadas, querem receber a bênção de Jesus. Elas servem como exemplo de simplicidade, confiança, transparência e disponibilidade para acolher o Reino de Deus. Por isso é que Jesus corrige a atitude nada benévola dos discípulos e aproveita para deixar uma importante lição que atravessa os séculos: “O Reino de Deus pertence aos que são semelhantes a elas”. Deixa-se envolver pelas crianças, abraçando-as e impondo as mãos sobre elas. O papa Francisco, com seus gestos de carinho para com as crianças e os enfermos, tem mostrado ao mundo essa dimensão da bondade e misericórdia de Deus.
(Dia a dia com o Evangelho 2019 – Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp)

Meditando o evangelho

O MESTRE CARINHOSO

O carinho de Jesus para com as crianças aponta para o modo como os discípulos do Reino deverão tratar todos os pequeninos. As criancinhas simbolizavam todos os marginalizados, sem direito à cidadania, na sociedade da época. Quando alguém é privado deste direito, corre o risco de tornar-se vítima do desrespeito e da tirania dos orgulhosos e prepotentes. Sua dignidade é espezinhada, numa flagrante violação da vontade de Deus.
Por isso, Jesus não suportou que os discípulos afastassem os que traziam as criancinhas para que ele as tocasse. Ficou indignado! É que eles não entendiam que as crianças e os marginalizados tinham precedência no Reino. Os discípulos, pelo contrário, pensavam o Reino como coisa de homens, de adultos, de gente cuja cidadania era reconhecida. Os demais não contavam. Mas Jesus não aprovou esta maneira de pensar.
Ao tomar as crianças em seus braços, abençoá-las e impôr-lhes as mãos, ele estava fazendo um gesto profético: quebrar as estruturas rígidas da sociedade de sua época, e inaugurar uma nova sociedade, onde as relações interpessoais são regidas por critérios compatíveis com a vontade de Deus. As normas antigas já não tinham valor.
O carinho de Jesus pelas criancinhas revela o carinho de Deus pela humanidade. O discípulo do Reino sabe-se chamado a ser mediação deste amor.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Espírito de carinho, põe no meu coração sentimentos de afeto para com as crianças e os marginalizados, para os quais devo ser mediação do amor do Pai.

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. Vinde à mim as criancinhas
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Muita gente vê as crianças na comunidade como problema, principalmente nas celebrações quando gritam, choram, correm prá lá e prá cá, tirando a concentração das pessoas e até de quem está celebrando. A ideia de se tirar aas crianças fora do espaço celebrativo, como em algumas paróquias fazem, mantendo-as em outro espaço onde alguém as distrai com dinâmicas e brincadeiras, não é nada catequética embora dê sossego aos pais que assim podem participar mais intensamente da Missa.
O ideal seria haver tolerância e compreensão para com elas, afinal são crianças, mas compete aos pais a missão e o papel de darem a elas uma educação cristã, para que aos poucos possam apreender a se comportarem na celebração. É um processo longo e gradativo que elas têm que passar, mas priva-las da celebração não é bom.
Há pais que alegam não poderem ir á celebração porque as crianças dão muito trabalho e eles sentem-se envergonhados de não poder controlá-las. O que fazer com nossas crianças então? Claro que não podemos esperar delas um comportamento de adulto durante a celebração.
Parece que nas comunidades de Marcos eles tinham esse problema, mas havia um agravante: naquele tempo mulheres e crianças não eram nem contados, o que diziam ou pensavam de nada valia. Penso que um trabalho ou uma ação em conjunto entre os pais e a equipe de Acolhida poderia ser bem valioso nesse sentido. Jesus quer as crianças na comunidade, pois alguns discípulos rabugentos tentaram impedir que as crianças se aproximassem de Jesus que imediatamente os censurou e acolheu os pequeninos que se aproximaram fazendo festa.
Comunidade que não tem espaço para crianças é certamente uma comunidade sem futuro, o mesmo se diga dos pré-adolescentes e jovens. Jesus aproveita a ocasião para falar de como as pessoas devem ser para receber o Reino de Deus e daí, as crianças que são um problema, tornam-se a solução. Quem não tiver a mentalidade de uma criança não entrará no Reino de Deus.
Receber o Reino com a mentalidade de uma criança não significa viver uma Fé infantil e ingênua, pois o chamado cristão para vivermos na Fé supõe amadurecimento e equilíbrio e não podemos ter uma Fé acomodada.
Não sabemos ao certo qual foi a questão que originou esse evangelho, mas o que fica claro é a oportunidade que Jesus encontra para falar do Novo Reino e da renovação da mentalidade para acolhê-lo. Primeiramente é ter absoluta confiança no Pai, na certeza de que em tudo dependemos dele.
A criança em tudo depende do Pai e da Mãe em quem confia cegamente. Essa mesma confiança devemos ter em Deus, muito mais do que em nossos projetos falíveis, pois o Reino está entre nós, mas caminha para a sua plenitude.

2. O REINO É DAS CRIANÇAS
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês).

Havia, no tempo de Jesus, várias categorias de pessoas vítimas da exclusão social. Entre elas, estavam as crianças. Juntamente com as mulheres, as crianças eram consideradas como propriedade dos pais. Sua dignidade de não passava disto.
O Reino inaugurado por Jesus rejeitava este esquema social, descobrindo o valor que cada criança traz dentro de si. E, mais, encarnavam a atitude requerida de quem pensava fazer-se discípulo do Reino. Elas eram a parábola viva do discipulado. Como as crianças, o discípulo verdadeiro não tem malícia coração e acolhe o Reino com simplicidade. Confia plenamente em Deus e a ele se entrega, como as crianças em relação aos pais. As crianças são indefesas e despretensiosas, como devem ser os discípulos. Os discípulos têm que predispor-se para sofrer a mesma exclusão e marginalização, sofridas pelas crianças, por causa de sua opção pelo Reino. Por causa do Reino, também haveriam de ser considerados gente de segunda categoria, sem privilégios, vivendo como párias da sociedade.
Reduzido à condição social de uma criança, por causa de sua fé, o discípulo estaria em condições de voltar-se totalmente para Deus e só nele colocar sua esperança. O Reino, enquanto senhorio de Deus, se faz verdade na vida do discípulo, quando ele o recebe como uma criancinha. Assim, se estabelecem relações verdadeiras com Deus.
Oração
Senhor Jesus, dá-me a simplicidade de uma criancinha, para acolher o Reino com despretensão e colocar-me inteiramente nas mãos do Pai.
Fonte: NPD Brasil em 25/05/2013

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. Servir com alegria aos menos importantes
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

A gente está habituado a servir, ser gentil e acolhedor, com gente importante, no trabalho profissional buscamos agradar ao chefe e demais superiores, quando mais importante o cargo e a função de quem nos pede algo, mais que vamos nos esforçar para atendê-lo. Talvez não só por questão de obediência, mas muito mais porque, sendo importante, aquela pessoa pode nos ajudar a subir dentro da empresa, nomeando-nos quem sabe para algum cargo. Quando esse modo de agir é uma obcessão, determinando nossas relações com essas pessoas, acaba se tornando puxa - saquice sem tamanho, mas no fundo é isso mesmo, gostamos de servir a quem pode nos retribuir com algo vantajoso.
Podem reparar que trazemos esse modo de agir para a comunidade, o pessoal da liturgia trata o Padre de um jeito, o Diácono de outro, e o coitado do Ministro da Palavra é o último que fala e o primeiro que apanha. Por que isso? Por que se observa as pessoas através de uma visão hierarquizada. Conforme se tem um cargo maior, mais “servidores” vão aparecer.
Não sou contra, dar uma atenção maior ao sacerdote, ao arcebispo, quando está em uma comunidade, são nossos pastores que nos orientam, nos apontam caminhos. Não há nada de errado nisso. Mas as pessoas são iguais e o espírito cristão tem que nos levar a agir dentro dessa igualdade.
No evangelho de hoje Jesus vai além e coloca como referência as criancinhas, que naquele tempo eram insignificantes na sociedade, além das mulheres. Criança nem entrava nas estatísticas e eram totalmente dependentes dos adultos, começando pelos pais e parentes. Não tinham nenhuma autonomia e só lhes restava obedecer e fazer o que os adultos mandavam, diferente de hoje quando há até leis específicas que garante o direito das pessoas, crianças, adolescentes, jovens e idosos.

2. Abraçava as crianças
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)

Crianças podem incomodar, por isso os discípulos tentam afastá-las de Jesus. Jesus, porém, não aprova a atitude dos discípulos e se aborrece. Jesus trata as crianças com verdadeiro carinho. Ele as acolhe, as abraça, as abençoa, impõe-lhes as mãos. Que elas venham até ele. Para ele, são modelo de vida espiritual no Reino de Deus. Delas é o Reino dos Céus, que deve ser recebido com simplicidade e espontaneidade. Santa Teresinha do Menino Jesus e outros santos de nossa Igreja viveram o que chamamos de “infância espiritual”. A expressão está contida nas palavras de Jesus: “Das crianças é o Reino dos Céus”. As crianças dependem de seus pais até que se possam sustentar. Na infância espiritual, o cristão permanece sempre dependente do amor e dos cuidados do Pai. Ainda dentro do contexto da pergunta “quem é o maior”, esta passagem do Evangelho ressalta a presença das crianças na vida familiar. Elas não podem ser esquecidas. Nos desentendimentos domésticos, não podem ser tratadas como se não existissem. Devem ser levadas em consideração quando se trata da estabilidade do casamento. A mulher tem o direito de defender a sua dignidade, e o homem também. No entanto, ao desviarem o olhar um do outro, não deixem de olhar para as crianças, que são mais frágeis. Na família, o bem de um é condicionado ao bem do outro.

HOMILIA DIÁRIA

Todas as crianças são a manifestação do amor divino

No coração de um pequenino está o grande segredo dos céus. Todas as crianças são a manifestação do amor divino.

“Traziam crianças para que Jesus as tocasse. Mas os discípulos as repreendiam. Vendo isso, Jesus se aborreceu e disse: ‘Deixai vir a mim as crianças. Não as proibais, porque o Reino de Deus é dos que são como elas’” (Mc 10,13-14).

O Reino de Deus pertence às crianças. Primeiro, porque elas não foram contaminadas com a maldade do mundo, pois os pequenos não conseguem fazer o mal do qual, infelizmente, o mundo está envolto. Para entrar no Reino dos Céus é preciso ser como elas. Nossas igrejas, nossas casas, nossas famílias precisam acolher as crianças como bênção do Senhor. Onde está uma criança, ali está o Reino do Pai acontecendo.
Precisamos, com todo amor do nosso mundo, acolher nossas crianças, pois elas são sinais de alegria, de bênção, da graça e da presença do Senhor nosso Deus. As crianças chamam a atenção dos pais, daqueles que já estão crescidos. Precisamos acolher, com muito amor, nossas crianças.
Maldito seja aquele que despreza nossas crianças, maldito seja aquele que abusa delas, faz qualquer mal a uma delas. Todas as crianças são a manifestação do amor divino.
A segunda coisa é que precisamos aprender com elas, sugar delas o melhor que elas têm. No coração de um pequenino está o grande segredo dos céus, está a simplicidade, a inocência, mas, sobretudo, a pureza. Como nós precisamos da pureza para nos relacionarmos uns com os outros, para enxergamos Deus e a Sua vontade! Precisamos ser puros para dependermos do Senhor e de Sua graça.
À medida em que aprendemos a amar as crianças, a olhar para elas, aprendemos que em cada uma se esconde o segredo do Reino do Céus. Deus abençoe as crianças que estão próximas a você! Deus abençoe seus filhos!
Deus abençoe você.
Padre Roger Araújo – Comunidade Canção Nova
Fonte: Canção Nova em 25/05/2013

Oração Final
Pai Santo, ajuda-nos a prestar atenção à vida que acontece ao redor de nós. Que saibamos ver nela a tua Presença inefável, o teu Amor de Pai que também é Mãe e a tua Misericórdia que nos conduz ao abraço final no Reino que preparas para nós. Por Jesus Cristo, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 25/05/2013

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