quarta-feira, 10 de outubro de 2018

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA 10/10/2018

ANO B


Lc 11,1-4

Comentário do Evangelho

Oração do coração

Em Mateus, na introdução à oração do Pai-Nosso é feita a contraposição à oração dos fariseus e dos gentios. Lucas, por sua vez, introduz a oração a partir do exemplo da oração do próprio Jesus e do exemplo de João Batista e seus discípulos. Mateus, dirigindo-se a uma comunidade de cristãos oriundos do judaísmo, apresenta a oração do Pai-Nosso mais elaborada teologicamente. Na narrativa de Lucas, dirigida a pagãos convertidos, a oração de Jesus é mais simples e parece aproximar-se mais do ensino original de Jesus. A oração que Jesus ensina tem três originalidades: é uma oração do coração na presença de Deus, não necessitando de lugares determinados, nem de gestos ostensivos ou de muitas palavras; é uma oração de filho ou filha, para pai ou mãe, em vista do empenho da concretização do projeto de Deus no mundo; é uma oração de compromisso fraterno libertador, assumindo a partilha do pão e a prática do perdão e da misericórdia, que são os fundamentos do amor e da paz nas comunidades e na sociedade.A oração de Jesus envolve-nos em uma espiritualidade de compromisso. Oração e ação andam sempre juntas. Na partilha e na misericórdia vive-se o amor que nos impele à construção do mundo novo, solidário, compassivo e fraterno.
José Raimundo Oliva
Oração
Pai, inspira-me a rezar como convém, de forma que a minha oração se expresse em gestos de solidariedade e de reconciliação, sinais inequívocos de minha comunhão contigo.
Fonte: Paulinas em 10/10/2012

Vivendo a Palavra

A oração de Jesus – seu encontro com o Pai – devia transfigurá-lo ao ponto de levar seus discípulos, judeus acostumados a vários momentos de oração a cada dia, a pedir que ensinasse aquela oração diferente e nova, que tanta paz lhe trazia. É para orarmos assim que devemos pedir a ajuda do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 10/10/2012

VIVENDO A PALAVRA

A oração de Jesus – seu encontro íntimo com o Pai – devia transfigurá-lo ao ponto de levar seus discípulos – judeus acostumados com vários momentos de oração todos os dias – a pedir que lhes ensinasse aquela oração diferente e nova, que tanta paz lhe trazia. É para orarmos assim, como Jesus orava, que devemos pedir a inspiração do Espírito Santo.

Reflexão

Jesus ensinou seus discípulos a rezar, mas isso não quer dizer que Jesus os ensinou a decorar um monte de palavras e a imitarem papagaio, repetindo as palavras que aprenderam. A oração era uma prática constante da vida de Jesus, e muito mais importante do que as palavras que os discípulos deveriam dizer é imitar a atitude de encontro filial de Jesus com o Pai e uma série de valores que deveriam ser conhecidos e experimentados, de modo que a oração expresse uma forma de vida segundo valores do Reino, como a fraternidade, a partilha, o perdão e a própria presença de Deus no coração e na vida das pessoas, e expresse também a nossa atitude filial diante de nosso Deus, que também é nosso Pai.
Fonte: CNBB em 10/10/2012

Reflexão

Por conhecer o espírito de oração de Jesus, um de seus discípulos expressa-lhe o desejo de aprender a rezar. Com isso, somos agracia- dos com a Oração do Senhor, o Pai-nosso. A primeira palavra é “Pai”, termo simples que exprime a relação de Jesus com Deus. (cf. Lc 2,49; 10,21; 22,42; 23,46 e 24,49). Então o discípulo, à semelhança do Mestre, pode reconhecer e invocar a Deus como doador da vida e cheio de misericórdia. A seguir, os dois primeiros pedidos voltam-se para os interesses do Pai: o nome e o reino; os três últimos se relacionam com as necessidades do ser humano: o pão, o perdão e a fidelidade a Deus. É a oração da solidariedade, característica de toda oração cristã: pão nosso, nossos pecados, nossos devedores…
(Dia a dia com o Evangelho 2018 – Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp)

Meditando o evangelho

ENSINA-NOS A REZAR

A oração ensinada por Jesus resume as preocupações que envolvem a vida do discípulo do Reino. Consiste nas palavras confiantes que um filho dirige a seu pai, na expectativa de receber dele tudo quanto necessita para viver em segurança e na paz. Não se trata, porém, de petições egoístas: pedir para si, prescindindo dos demais. Antes, é a oração da comunidade que se volta para o Pai e reconhece que dele depende.
A petição para que o nome do Pai seja santificado com a vinda do seu Reino expressa o desejo de que ele seja o único senhor da história humana. Trata-se de uma clara rejeição a todo tipo de idolatria e, também, do desejo que a história humana esteja totalmente colocada nas mãos de Deus.
Ao pedir o pão de cada dia, a comunidade reconhece que o alimento material, embora fruto do trabalho humano, é dom do Pai. Donde a necessidade de partilhar, para que todos possam ter o pão cotidiano.
O perdão dos pecados é, também, um dom a ser pedido ao Pai. O pecado é idolatria, impede o ser humano de santificar o nome de Deus e de viver em comunhão com o próximo. Por isso, é necessário que o Pai o retire do coração do discípulo.
É preciso, enfim, pedir forças para perseverar neste caminho e não ceder às tentações.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Senhor Jesus, grava no meu coração as palavras que devo dirigir ao Pai, para que elas brotem do mais íntimo do meu ser.

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. Uma Oração que compromete
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

No tempo de Jesus havia dois modos de se rezar, um que era a mais pura ostentação, rezava porque "se achava" justo, piedoso, modelo de pessoas, quem rezava, se orgulhava de ser bom, e louvava a Deus por isso, tudo bem que eles observavam a Lei de MOISÉS, que Deus tinha dado, mas acontece que achavam isso suficiente para a salvação e aí estava o grande problema...
Mas havia também naquele tempo, como também há hoje, uma oração muito ingênua, conseqüência de uma Fé infantil que quer tudo "mastigado" e reza para que Deus os atenda desse modo. Os discípulos percebiam que Jesus rezava diferente, não era uma oração nem só d pedidos e muito menos de ostentação, pois em sua oração Jesus louvava o Pai do Céu e não a si próprio.
O que Jesus ensina aos discípulos é a oração do compromisso, pede-se o Reino, mas ao mesmo tempo se compromete em fazê-lo acontecer. O Pai Nosso é a oração universal de todos os que se dizem, cristãos, mas desde que estejam comprometidos com a construção do Reino, ou seja, em uma linguagem mais simples, comprometer-se com o Reino é refletir a imagem de Deus para com o próximo, em uma relação pautada sempre pela misericórdia, amor, compreensão e perdão, só isso já é o suficiente para dar uma visibilidade ao Reino que Jesus inaugurou.
Podemos nessa vida cair em tentação sim, a tentação de ignorar nosso compromisso com o Reino, deixando tudo por conta de Deus, e a proteção Divina nesse sentido vai se fazendo sentir em nossa vida, quando Ele coloca-nos diante de situações onde temos que fazer nossas escolhas e tomar decisões. Deus sinaliza o Reino, nas pessoas que conosco convivem, nos acontecimentos da nossa vida, crer nele e estabelecê-lo como parâmetro, é algo que compete a cada pessoa, lembrando sempre que o Reino de Deus é de todos e para todos, e nesse sentido a oração nos compromete também com as pessoas, por isso somos comunidade e dizemos Pai Nosso, e não Pai Meu.

2. Senhor, ensina-nos a orar!
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)

Maria, irmã de Marta, escutava em atitude contemplativa o que Jesus dizia. Marta se agitava e queria fazer muita coisa, quando “uma só coisa é necessária”. Uma só coisa, isto é, estar com Deus e ouvi-lo. Só Deus basta, diria Santa Teresa d’Ávila. Ou só um prato é necessário. Marta podia ter feito alguma coisa rápida para comer e depois se sentar com Maria e ouvir Jesus. Jesus mesmo se recolhia muitas vezes e ficava em oração. Hoje, Jesus está em algum lugar, rezando. Lucas não define onde. Perto de Betânia, no Jardim das Oliveiras, a piedade cristã marcou o lugar onde Jesus ensinou os discípulos a rezar o Pai-Nosso. No local, encontra-se um convento das monjas carmelitas, dedicadas à vida contemplativa. Quando Jesus terminou sua oração, um dos discípulos lhe pediu que os ensinasse a rezar, como fazia São João Batista. Jesus então lhes ensinou o Pai-Nosso. Lucas apresenta uma versão do Pai-Nosso mais curta do que a de São Mateus. Mateus acrescenta: “Seja feita a vossa vontade” e “Livrai-nos do Maligno”.
Lucas tem cinco petições e Mateus, sete. O texto de Lucas parece ser o original. O que rezamos na liturgia, com alguma adaptação de vocabulário, é o Pai-Nosso de São Mateus. O que importa é unir-se a São Lucas e São Mateus e com eles dizer muitas vezes, do fundo do coração: “Pai, santificado seja o vosso Nome”.

HOMILIA DIÁRIA

Pai nosso que estais nos céus!

Postado por: homilia
outubro 10th, 2012

Hoje ousamos fazer para Jesus o mesmo pedido: “Senhor, nos ensine a orar, como João ensinou os discípulos dele!” E ficamos à espera de que Ele sussurre aos ouvidos do nosso coração as mesmas palavras daquele dia: “Quando rezardes dizei: Pai nosso”.
“Pai nosso que estais nos céus”. Nas religiões antigas não era muito habitual dirigir-se a Deus como Pai. Mas, no Antigo Testamento, Deus era invocado com esse título, dada a Sua relação especial com Israel, salvo da escravidão e protegido com evidentes sinais de intervenções divinas. Jesus é o Filho de Deus. Aqueles que O seguem participam dessa filiação divina. Por isso, O podem chamar Pai, “abbá”, ou seja, papá, paizinho, pai querido.
“Santificado seja o vosso nome”. Na linguagem bíblica, o nome é a pessoa. Invocar o nome de Deus é invocar a Deus. Se Deus é o Santo por excelência, que significa pedir que seja santificado? Significa pedir que se manifeste, se dê a conhecer e cumpra as Suas promessas. Significa também pedir que a nossa vida cristã coerente leve outros à fé. Uma vida cristã incoerente pode levar à blasfêmia do nome de Deus.
“Venha a nós o vosso Reino”. O Reino ou reinado de Deus significa a nova ordem ou estado das coisas, na qual a Sua soberania é reconhecida e aceita. Este Reino é atualidade e presença, a partir da presença de Jesus. Mas pede-se o seu reconhecimento no presente, e a sua plena revelação no futuro.
“O pão nosso de cada dia nos dai hoje”. Pede-se a Deus poder para satisfazer as necessidades de cada dia e, provavelmente, o pão que é o próprio Cristo assimilado pela fé, o Pão da Eucaristia.
“Perdoai-nos as nossas faltas”. Todos temos faltas para com Deus, isto é, culpas ou pecados. Uma que vivemos sob a Sua graça e não lhe somos sempre fiéis. Mas o perdão que pedimos é condicionado pelo perdão que concedemos, ou não, aos nossos devedores.
“Não nos deixeis cair em tentação”. Aqui, “tentação” significa provação. Seremos julgados tendo em conta as nossas reações às provações da nossa vida.
“Livrai-nos do mal”. Há duas formas de traduzir esta petição: livrai-nos do mal ou livrai-nos do Maligno. Nos tempos de Jesus, considerava-se que o Maligno, o demônio, estava por detrás de qualquer mal. Hoje não se pensa assim. Mas o confronto com o demônio é algo que faz parte da nossa experiência.
O ensinamento de Jesus é de rezar bem e sempre. A Bíblia nos diz: “Quem pede com persistência recebe; quem bate com insistência, abrir-se-lhe-á a porta; rezai para não cairdes em tentação; buscai em primeiro lugar o Reino dos Céus e a sua justiça e o resto vos será dado por acréscimo”.
O “Pai Nosso” é a oração de Jesus. Rezá-lo é comungar na oração do nosso Salvador. A oração do Filho tornou-se a oração dos filhos. Há que reaprender a rezá-lo com a emoção com que o rezam os recém-batizados nos primeiros tempos da Igreja. Há que rezá-lo, quanto isso é possível, com a emoção e o afeto com que o rezava o Filho de Deus feito homem.
Jesus nos ensina que – no nosso diálogo com o Pai – podemos enfrentar muitas tentações e que o silêncio de Deus pode nos parecer distante até o ponto de levantar os olhos e gritar:“Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?” ou “Se for possível afasta de mim este cálice!” Mas não podemos desfalecer. Em tudo devemos gritar: “Pai nosso que estais nos céus!”
Padre Bantu Mendonça
Fonte: Canção Nova em 10/10/2012

Oração Final
Pai nosso que estás no Céu, o teu Nome é Santo. O teu Reino vem. A Tua vontade se cumpre na terra assim como é cumprida no Céu. Tu nos dás o pão de cada dia. E nos perdoas, para que também perdoemos aos irmãos. Tu nos proteges quando estamos em tentação e nos livras do Mal – que é nos afastarmos de Ti.
Fonte: Arquidiocese BH em 10/10/2012

ORAÇÃO FINAL
Pai nosso que estás no Céu, o teu Nome é Santo. O teu Reino vem. A tua vontade se cumpre na terra assim como ela é cumprida no Céu. Tu nos dás o pão nosso de cada dia. E nos perdoas, para que também nós perdoemos aos irmãos. Tu nos proteges quando estamos em tentação e nos livras do mal – o único mal que conta, que é nos afastarmos de Ti. Pois teus são o Reino, o Poder e a Glória.

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