sábado, 18 de março de 2017

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA 19/03/2017

ANO A



João 4,5-42 ou 5-15.19-26.39-42
Jo 4,5-42

Ambientação:

INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL PULSANDINHO: Sabemos da importância da água. Sem água não há vida. A liturgia de hoje focaliza a água no sentido simbólico que se apresenta no batismo. Significa o dom de Deus, que é Jesus mesmo. Esse dom de Deus é gratuito: seu representante, seu Filho, deu sua vida por nós enquanto ainda éramos seus inimigos. Receber essa água no Batismo, é deixar-se envolver com esse amor gratuito de Deus em Jesus Cristo, é comprometer-se com essa imensurável bondade. Isso só é possível porque Deus nos amou primeiro.

INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL O POVO DE DEUS: Irmãos e irmãs, o Senhor vem ao nosso encontro neste dia a Ele dedicado. Como a mulher samaritana, à beira da fonte, estaremos em diálogo com Ele. Desejamos beber da água viva para renovarmos nossa graça batismal. Com toda Igreja no Brasil, abramo-nos à conversão de nossos hábitos em relação à preservação da Casa Comum e a defesa de nossos biomas.

INTRODUÇÃO DO WEBMASTER:O tema da água que salva volta com frequência na liturgia quaresmal. A partir deste domingo, a Igreja oferece à comunidade cristã que revive seu batismo uma síntese da história da salvação, servindo-se do rico simbolismo da água.

http://www.npdbrasil.com.br/religiao/evangelho_do_dia_semana.htm#d1

Comentário do Evangelho

Iluminada e saciada, ela se torna discípula.

Com o evangelho de hoje estamos, certamente, diante de uma das páginas mais belas do evangelho. Aquela mulher samaritana, ao redor do poço de Jacó, nasceu para a fé em Jesus Cristo, como nós na fonte batismal fomos gerados para a vida de fé, a fim de vivermos como um povo consagrado ao Senhor.
O trecho do livro do Êxodo nos recorda um momento da longa travessia do povo de Deus pelo deserto, ao longo de quarenta anos. O povo que empreendeu a travessia pôde experimentar, não obstante sua infidelidade e suas resistências, a fidelidade de Deus, sua paciência, sua generosidade, seu cuidado, sua ternura. O povo murmura porque não tem água. Nós que ouvimos o evangelho, e renascemos nas águas do Batismo, sabemos que aquela água que faltava ao povo e que lhe foi dada por Deus era a prefiguração da água dada por Jesus Cristo, uma água que mata definitivamente a sede. Sem água a vida está profundamente ameaçada. Não só a vida pessoal, mas a unidade do povo de Deus. Queriam, diz o nosso texto, apedrejar Moisés. Diante da dificuldade, duvidaram de Deus, da sua promessa e da sua fidelidade. Só põe em questão a fidelidade e a lealdade de Deus quem não é capaz de ser fiel e leal. É preciso, sustentados pelo cuidado de Deus que nos acompanha na travessia da história, lutarmos contra o medo, o desespero, a murmuração.
Era meio-dia quando do encontro de Jesus com a samaritana, ao redor do poço de Jacó, lugar de tantos encontros que transformaram a vida das pessoas. Foi lá que Jacó se apaixonou por Raquel. A observação da hora parece querer fazer o leitor compreender que, diante de Jesus, estamos em plena luz do dia. Aquele que é a “luz do mundo” ilumina também a Samaria, desprezada pelos outros judeus. O diálogo entre Jesus e aquela mulher é catequético, cuja finalidade é despertar a fé, o desejo da água que ela não podia recolher de nenhum poço; água que é dada somente pelo único Senhor da vida. Dando ouvidos a Jesus, ela poderá exprimir o desejo pela água que faz viver. O cântaro da purificação é superado pela água do Espírito Santo derramado no coração dela, lei interna da caridade. Iluminada e saciada, ela se torna discípula, testemunha de Jesus Cristo. Essa mesma água nos foi dada por ocasião do nosso Batismo.
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, em Jesus, tu nos destes um dom precioso. Dá-me a graça de reconhecê-lo e acolhê-lo, cheio de fé, e deixar minha vida ser transformada por ele.
Fonte: Paulinas em 23/03/2014

Vivendo a Palavra

Jesus ensina a superar preconceitos e a substituir discriminação por inclusão, ainda que surpreendendo ao próprio beneficiado como, no caso, a samaritana. Ele goza da plena liberdade de Filho do Pai Misericordioso e quer que também nós desfrutemos dela com alegria e confiança, nascidas na certeza de que somos filhos muito amados.
http://www.arquidiocesebh.org.br/mdo/pg05.php

Recadinho

Sua vida é um testemunho público de “Jesus que passa”? - Há preocupação com o essencial ou apenas em coisas externas e secundárias? - Você busca sempre a “água” e o “pão” da vida? - Seu exemplo de vida é um testemunho de fé? - Cite um exemplo de como você anuncia que Jesus é o Redentor!
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
Fonte: a12 - Santuario Nacional em 23/03/2014

Meditando o evangelho

O DOM DE DEUS

Jesus tornou-se o dom de Deus na vida da mulher que ele encontrou junto ao poço de Siquém. A descoberta do dom divino deu-se de maneira gradativa. A reação inicial da mulher foi de rejeição, fruto de preconceitos. Ela não podia compreender como um judeu tivesse a ousadia de dirigir-se a uma samaritana, dado a inimizade histórica entre estes dois grupos.
O comentário de Jesus, diante desta negativa, despertou nela um certo interesse. A alusão à possibilidade de obter "água viva" suscitou um mal-entendido: a mulher entreviu a possibilidade de ver-se livre da obrigação de buscar água, naquele poço tão profundo. Assim, quando Jesus falou de uma água que jorra para a vida eterna, ela manifestou o desejo de obtê-la. Para isso, o Mestre colocou como condição que trouxesse consigo seu marido. Foi quando Jesus começou a penetrar na vida pessoal da samaritana, mostrando conhecê-la muito mais do que ela pensava. O Mestre manifestou seu interesse por aquela mulher desconhecida. A partir daí ela começou a se abrir para a fé. O tema da água foi substituído pela questão da adoração a Deus. De modo pedagógico e delicado, Jesus conduziu-a nos meandros da fé, a ponto de fazê-la compreender que tinha diante de si o Messias longamente esperado.
Assim que ela acolheu o dom de Deus na pessoa de Jesus, tornou-se proclamadora de sua presença como Messias salvador. E muitos acreditaram, a partir do testemunho da mulher.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Pai, em Jesus, tu nos destes um dom precioso. Dá-me a graça de reconhecê-lo e acolhê-lo, cheio de fé, e deixar minha vida ser transformada por ele.
http://domtotal.com/religiao-meu-dia-com-deus.php?data=2017-03-19

SERMÃO SOBRE A SAMARITANA NO POÇO DE JACÓ

[…] Vejam como o Senhor vinha cansado do caminho: Ele pode se cansar entre nós e por nós, estando (ao mesmo tempo) sempre em si mesmo sem nenhum movimento e em pérpetuo repouso; e sendo estável em seu movimento e em sua estabilidade móvel. Sentou- se, então, sobre a fonte para aliviar-se de seu cansaço, e em tudo isso teve respeito à sua dignidade e magistério, porque estar sentado é próprio dos mestres que ensinam.
veio à cidade dos samaritanos para dar-lhes de passagem algum benefício de sua sacra doutrina; e teve por bem achegar-se a herança que Jacó deu a seu filho José, a fim de mostrar a todos como ele era verdadeiramente aquele ao qual o santo José havia prefigurado, e aquele ao qual o verdadeiro sol e a verdadeira lua adoram, e ao qual todas as estrelas servem. Ele era, igualmente, aquele José ao qual os irmãos cruéis – que eram judeus – perseguiam injustamente. Sentou-se sobre a fonte, porque sabia muito bem que ali viria uma mulher, que desde a eternidade ele soberanamente tinha escolhido para que viesse a crer e a se salvar.
E assim segue: Chegou uma mulher da Samaria para tirar água. Jesus lhe disse: Dá-me de beber. [...] Mas a mulher, tendo ainda entendimento carnal, e crendo que a sede do Senhor era corporal, respondeu-lhe: Como é que tu, sendo judeu, pedes de beber a mim que sou uma mulher samaritana? A razão de seu espanto explica-se nas seguintes palavras: De fato, os judeus não se dão com os samaritanos.
Ouçamos o que o Senhor respondeu a esta mulher que ainda estava em trevas e não tinha nenhuma luz: Se tu conhecesses o dom de Deus, e quem é que te pede: Dá-me de beber, tu mesma lhe pedirias a ele, e ele te daria água viva. O dom de Deus não é outra coisa a não ser o Espírito Santo: este é o dom que o Senhor enviou aos seus amigos depois de sua gloriosa ascensão. [...]
São Beda o Venerável, doutor da Igreja

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. A MULHER SAMARITANA
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Cada um de nós tem o seu “poço” onde em todos os dias se busca matar a sede das realizações humanas, procurando de alguma forma concretizar os nossos ideais. É uma tarefa constante e que se torna monótona e rotineira, correndo até o risco de perder o seu sentido. Um belo dia se descobre que, aquilo que buscamos de maneira tão insistente, está fora do nosso alcance. É verdade que em nossa trajetória conseguimos chegar a alguns horizontes que vislumbramos, mas onde pensamos ser o ponto de chegada, acaba se tornando ponto de partida porque novos horizontes são vislumbrados. Na infância eu gostava de fazer essa tentativa de ficar perto das nuvens do céu, e certa ocasião, em férias na capital, escalamos o pico do Jaraguá, um lugar muito alto de onde se avista a grande São Paulo, mas que está muito longe das nuvens que eu imaginara poder tocar, na minha visão lá de longe e foi frustrante.
Quando colocamos toda nossa esperança nesses horizontes aqui de baixo, encarnamos o personagem de “Dom Quixote de Lã Mancha”, e corremos atrás de ilusões, uma carreira bem sucedida, no esporte, na arte, na vida profissional, ambições e escaladas de postos que vão sendo galgados, mas quando chegamos ao topo, percebemos que ainda falta algo.
A mulher samaritana, que se encontra com Jesus á beira de um poço, vem dessa busca humana, de algo que a satisfaça plenamente. A água do poço de Jacó, que ela vai buscar diariamente, parecer ser suficiente para alcançar seus objetivos, ela experimenta Deus no cumprimento da Lei e nas Tradições religiosas do seu povo, e isso lhe basta.
A catequese quaresmal nos atiça a mente e o coração para intensificarmos a busca do transcendente. Na história da Igreja, Santo Agostinho, que julgava ter encontrado a plena alegria nos prazeres carnais, após a conversão irá afirmar, com base nessa experiência; “o meu coração inquieto, só terá sossego quando em Deus repousar...” Todo ser humano traz em si essa inquietude que perpassa toda a existência, corremos sempre atrás de algo que parece inatingível...
Jesus encontra-se diante de alguém que não conhece outro caminho na busca dessa realização, que não seja a esperança humana, fundamentada na tradição, para a mulher, nada é mais importante do que o Pai Jacó, que ouviu de Deus as promessas, e que fez aquele poço para saciar a sede do seu povo. Nós cristãos, às vezes nos apegamos em demasia á igreja Instituição e esquecemos do essencial que é ser a “Eclésia” dos que conhecem a Verdade e a buscam, não nas ambições humanas, mas Naquele que é a Verdade.
Se não nos acautelarmos, o ativismo pastoral e religioso na igreja ou nos movimentos, poderá ser esse Poço do Pai Jacó, que nos satisfaz por aquilo que somos e que fazemos. Quando por alguma razão, somos tirados de certas funções, parece-nos que falta o chão. Por que será? O poço de água viva em nossas comunidades cristãs, não é o que somos, ou quem somos, ou o que fazemos, mas é Jesus Cristo, quando fazemos com ele e nele essa experiência, o que somos, quem somos ou o que fazemos, ganha um novo sentido e um novo significado.
Mas é preciso um diálogo franco e aberto com o Senhor, por isso esse terceiro domingo do grande retiro quaresmal somos convidados a fazer esse encontro e a compararmos a diferença dessas duas águas, aquela que nós oferecemos á comunidade, naquilo que somos e fazemos, e a que Jesus nos oferece com sua graça. Em nossas pastorais e movimentos, muitas vezes nos achamos o máximo, mas se alguém disser que a nossa água está salobra o mundo se acaba e desistimos de tudo.
Aquela mulher vai confrontando a sua vida conforme o diálogo com Jesus se aprofunda. Ela não é um personagem isolado criado pelo evangelista João, mas representa o Povo de Israel e as nossas comunidades com todos os organismos e instituições que a compõe. E como essa mulher, muitas vezes não nos damos conta de que na comunidade encontramos Aquele que é a verdadeira e única água Viva. Perdemos tempo enchendo nossos baldes de ambições, prestígio, sucesso, poder. Nossa doação é na verdade um “alisar” o nosso ego e exaltar nosso carisma. Não nos damos conta de que o Reino é muito maior do que aquilo que enxergamos, e que as coisas que fazemos irão passar pois outros virão, melhores do que nós.
A mulher, que começou o diálogo de maneira ríspida, logo se dá conta de que Jesus oferece algo que ela ainda não havia experimentado. Algo que com seu próprio esforço jamais iria conseguir. Quem está á sua frente não é um estrangeiro, nem um homem comum ou Profeta, como chegou a pensar, mas descobre que ele é o Messias, e que Nele poderá encontrar algo muito mais significativo do que as tradições do seu povo, os ritos e a Lei. Sua atitude não é mais a de isolar-se em seu grupo, raça ou cultura, mas agora se torna anunciadora da Verdade na região da Samaria. Parece que o viver em uma religião fechada, com sua doutrina, ritualismo e preceitos, ainda continuam para muitos, a ser o caminho mais fácil de percorrer. A Samaria do mundo aguarda impaciente o grito maravilhado dos cristãos, que fizeram a experiência com Cristo em sua vida, que o encontraram ao encontrarem-se a si mesmo e aos irmãos.
O homem não vai saciar a sua sede com a água salobra dos poços disponíveis, perfurados pela tradição, ou pelas vãs idelogias, todos aguardam ansiosos por esse grito dos cristãos, sobre a descoberta de Jesus, a Água Viva que nos transforma em fontes borbulhantes saciando a todos com quem nos relacionarmos. A grande Samaria nos espera... Vamos em frente, e que sejamos bem sucedidos como a mulher Samaritana, que com seu testemunho conduziu muitos a Jesus.
José da Cruz é Diácono da
Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP
E-mail jotacruz3051@gmail.com

2. A mulher samaritana
(O comentário do Evangelho aEste é o meu filho amado, escutai-o!baixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)

Na longa e penosa travessia do deserto, o povo de Deus experimentou as agruras da sede. Ficou zangado com Moisés e fez uma pergunta surpreendente: “Por que você nos fez sair do Egito? Para nos fazer morrer de sede?” A pergunta dá a entender que os israelitas não saíram do Egito de bom grado. Será que Moisés foi o único que se interessou verdadeiramente em deixar a escravidão antiga e procurar a liberdade, mesmo a duras penas? A discórdia aconteceu por causa da água, e continua acontecendo; por isso, aquele lugar ficou conhecido na história de Israel como Massa, que significa tentação, e Meriba, que significa discórdia ou contestação.
Junto ao poço de Jacó, Jesus e a samaritana conversam sobre a água, aquela de que todos precisamos, como os israelitas no deserto. Jesus, porém, lhe oferece algo mais. Oferece a água que jorra para a vida eterna e mata a sede dos adoradores em espírito e verdade. Estamos em paz porque fomos justificados pela fé, diz São Paulo. A samaritana fez o caminho da fé e conheceu o dom de Deus. Começou negando a possibilidade de Jesus ter acesso à água. Ele não tinha um balde para tirar água do poço. A samaritana, sim. O balde foi a sua segurança, até perceber que Jesus a conhecia mais do que ela pensava. Deixou então a falsa segurança, aderiu a Jesus e foi anunciá-lo aos seus conterrâneos.

http://www.npdbrasil.com.br/religiao/evangelho_do_dia_semana.htm#d1

Oração Final
Pai Santo, que nós façamos o bem sem discriminações. Livra-nos, Pai amado, de julgamentos, condenações, exclusões de irmãos por quaisquer razões que sejam. Queremos amar a todos, como somos amados por Ti e pelo Cristo Jesus, teu Filho que se fez nosso Irmão e contigo reina na unidade do Espírito Santo.
http://www.arquidiocesebh.org.br/mdo/pg06.php

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