sábado, 2 de junho de 2012

HOMÍLIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA 03/06/2012

3 de Junho de 2012 


Mateus 28,16-20

Comentário do Evangelho

Missão dos discípulos de Jesus

Nos evangelhos de Marcos e de Mateus, quando as mulheres, após a crucifixão de Jesus, vão visitar seu túmulo na madrugada do primeiro dia da semana, um anjo lhes diz: "Ide contar aos discípulos que ele ressuscitou dos mortos e que vos precede na Galileia. Lá o vereis" (Mc 16,7; Mt 28,7). No evangelho de Marcos, Jesus já havia dito aos discípulos: "Depois que eu ressurgir, eu vos precederei na Galileia" (Mc 14,28). Em Mateus, após as palavras do anjo, o próprio Jesus, vindo ao encontro das mulheres, lhes repete: "Ide anunciar a meus irmãos que se dirijam para a Galileia; lá me verão" (Mt 28,10).
Em continuidade a este anúncio, Mateus registra o encontro dos discípulos com Jesus em uma montanha da Galileia. Durante seu ministério na Galileia, Jesus já havia enviado os apóstolos em missão. Agora, permanecendo vivo entre eles, reenvia-os para fazer discípulos entre todas as nações. Não há nenhuma eleição particular, todos são chamados ao seguimento de Jesus, na adesão à vontade do Pai, que é que todos tenham vida, em comunhão plena de amor. 
Os discípulos são enviados para batizar, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Jesus assumiu o batismo de João revelando que este batismo da conversão é do agrado de Deus, e pela prática da justiça que promove a vida, removendo o pecado do mundo, somos inseridos na própria vida divina, na comunhão de amor entre o Pai e o Filho. Deixando-nos conduzir pelo Espírito de Amor, na fraternidade e na compaixão, tornamo-nos filhos de Deus (segunda leitura), ao qual chamamos de "Pai Nosso". 
Em contraste com os evangelhos de Marcos e Mateus, Lucas não narra o retorno à Galileia. Na sua narrativa, com sua teologia particular, o ressuscitado ordena aos discípulos: "Permanecei em Jerusalém até serdes revestido da força do Alto" (Lc 24,49). E Lucas conclui seu evangelho com a observação: "Eles voltarem a Jerusalém com grande alegria e estavam continuamente no Templo, louvando a Deus" (Lc 24,52s). O empenho de Lucas é apresentar Jerusalém como sendo o centro de irradiação do cristianismo, após a morte de Jesus, relegando a Galileia à obscuridade. 
O credo da tradição de Israel, bem desenvolvido no livro do Deuteronômio (primeira leitura), se fundamenta em uma divindade que elege um povo e o conduz à "terra prometida", por meio de "sinais e prodígios, por meio de combates, com mão forte e braço estendido, por meio de grandes terrores", exterminando os demais povos, que são considerados inimigos. É o deus do terror: "Hoje começarei a espalhar o terror e o medo de ti aos povos debaixo do céu. Ao ouvirem falar de ti, ficarão perturbados e tremerão de angústia à tua frente" (Dt 2,25). Esta crença, como foi destacado pelo Sínodo para o Oriente Médio, em 2010, tem sido o fundamento das violências perpetradas contra o povo da Palestina, em nossos dias. Removendo esta imagem de Deus, Jesus vem revelar o Deus de amor e misericórdia, na humildade, na mansidão e na paz, que acolhe todos os povos do mundo. Jesus se comunica não com terror e poder, mas com seu amor e suas palavras dirigidas aos seus discípulos, de irmão para irmão, de amigo para amigo. É a presença carinhosa, com palavras de vida que seduzem e conquistam.

José Raimundo Oliva


Vivendo a Palavra

Paramos hoje, tomados de encantamento e santo temor, e contemplamos o Mistério maior da nossa fé, a Santíssima Trindade. “No princípio está a comunhão dos Três; não a solidão do Um nem o fechamento dos Dois”. Nós cremos que o Silêncio do Pai se faz Palavra no Filho e propicia o Encontro no Espírito Santo.

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

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1. "TRINDADE, NOSSA FAMÍLIA."
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Chacrinha, o velho Guerreiro dos anos 70/80, revolucionou a TV com a sua comunicação irreverente nos programas de auditório ao vivo, foi um grande comunicador e há até uma frase sua que marcou o público “eu não vim para explicar, vim para confundir”. Há muita gente que pensa que Deus quis nos confundir ao revelar-se um Deus Trino, uma verdade ilógica, uma aberração matemática, segundo o raciocínio humano, pois 1 nunca será igual a 3, entretanto, é o contrário do que dizem, porque o homem jamais teria condições de penetrar no mistério de Deus e as leituras desse domingo, da Festa da Santíssima Trindade, mostra-nos como Deus se revela, permitindo ao homem contemplar toda a beleza desse amor.

Então penso que o maior e verdadeiro comunicador de todos os tempos é o Espírito Santo, chamado por Jesus neste evangelho, de Espírito de Verdade, que nos comunica não só quem é Deus, mas também quem somos, pois o mistério da vida do homem está em Deus Criador e fora dele, ou sem ele, não haverá compreensão que dê algum sentido ao ser humano, na sua caminhada terrena.

A pedagogia de Deus é perfeita, sem queimar nenhuma etapa, respeitando os limites do homem na sua dificuldade de compreender, ele se revela aos poucos, na medida em que o homem amadurece em sua fé, é, portanto, uma revelação pessoal, pois um comunicador de massa nos moldes que a mídia nos coloca, não sabe na verdade quem são as pessoas com quem se comunica, seu jeito de ser, suas dores e angústias, suas dificuldades, além do que, nem sempre o que a mídia nos comunica é verdadeiro, aliás, na maioria das vezes são “verdades” inventadas para se vender uma idéia, um conceito ou um produto. Mas Deus nos dá um tratamento personalizado, pois o Espírito Santo nos conduz à Verdade que é ele próprio.

O homem é muito especial, estando sempre no centro do projeto de Deus, basta ver a obra da criação em seus detalhes, feita com grande sabedoria, tudo foi preparado para que o homem fosse feliz, a sabedoria aqui mencionada em Provérbios, é como o amor de uma mãe que prepara com todo carinho o enxoval e o quarto onde o seu filho irá viver após o nascimento, amor que acolhe e que se alegra em ficar junto e a sabedoria de Deus tinha prazer de ficar junto com os filhos dos homens, o belo e perfeito, se apaixonando pelo feio e imperfeito. Nenhum Deus é assim, só o Pai de Jesus! O nosso Deus nunca foi um enigma que desafia os homens a decifrá-lo, ao contrário, torna-se acessível em Jesus Cristo, no qual pela fé somos justificados, isso não significa que alcançaremos à salvação de maneira passiva, pois a segunda leitura da carta de Paulo aos Romanos nos propõe o desafio de testemunharmos nossa esperança, que é Jesus Cristo, em meio às tribulações deste mundo.

As palavras de Jesus aos discípulos são consoladoras nesse sentido, porque na verdade eles estão tomados pela tristeza, por causa da idéia de que o senhor irá deixá-los, não havia se dado conta de que a volta de Jesus ao Pai, iria perpetuar a sua presença junto a eles, através do Espírito Santo. Os pecados e as misérias humanas não conseguem impedir essa comunicação de Deus aos homens, aberta a partir de Jesus Cristo, poderia se dizer que o emissor se comunica perfeitamente bem, mesmo que o receptor não seja muito eficiente, pois Deus nunca desiste do homem e o seu amor é eterno, comprovado em Jesus Cristo, ápice da revelação desse amor, que nos insere na vida de Deus através da comunhão.

Celebrar a Santíssima Trindade não é celebrar um mistério insondável, mas é sentir uma grande alegria, ao saber o quanto Deus nos ama, e se desdobra para nos alcançar e nos manter sempre junto a si. Uma Galinha que abre suas asas para proteger e abrigar os pintinhos, uma Águia que carrega sobre as asas seus filhotes para que apreendam a voar, são alegorias que aparecem na Bíblia e que facilitam à nossa compreensão a respeito de Deus. Enfim, embora não merecedores, somos todos membros desta Família Do PAI, do FILHO e do ESPÍRITO SANTO. (Festa da Santíssima Trindade)

José da Cruz é Diácono da 

Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP



2. Missão dos discípulos de Jesus
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por José Raimundo Oliva - e disponibilizado no Portal Paulinas)

VIDE ACIMA

Oração
Pai, que a certeza da presença de teu Filho Jesus seja estímulo para o cumprimento da missão que recebi: a de proclamar o Reino a todos os povos.


3. DELEGAÇÃO DE AUTORIDADE DE JESUS
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês).

Quando Maria Madalena e a outra Maria foram ao túmulo de Jesus, ao raiar do primeiro dia da semana, um anjo lhes anunciou que Jesus ressuscitara e que precedia os discípulos na Galiléia, para onde eles deviam se dirigir. A seguir, o próprio Jesus vai ao encontro delas e também lhes comunica que devem anunciar aos discípulos que se dirijam para a Galiléia (Mt 28,1-10). Isto indica que, após a crucifixão de Jesus em Jerusalém, a missão iniciada por ele foi retomada na Galiléia.

Dessa maneira, os onze discípulos voltam para lá e se encontram com Jesus ressuscitado, sendo por ele enviados em missão. Apenas no Evangelho de Lucas é que Jesus declara aos discípulos que devem permanecer em Jerusalém; com isto Lucas coloca como centro de irradiação da missão Jerusalém, e não a Galiléia.

O credo da tradição de Israel se fundamenta em uma divindade que elege um povo e, por meio de "sinais e prodígios, por meio de combates, com mão forte e braço estendido, por meio de grandes terrores", extermina os demais povos, que são considerados inimigos (primeira leitura). Contudo, Jesus vem revelar o Deus de amor e misericórdia, na humildade, na mansidão e na paz, que acolhe todos os povos do mundo. Jesus se comunica não com terrores e poder, mas com palavras dirigidas aos seus discípulos de irmão para irmão, de amigo para amigo. São palavras de vida que seduzem e conquistam.

Os discípulos são enviados de modo a eles próprios fazerem novos discípulos entre todas as nações. Não há nenhuma eleição particular; todos são chamados ao seguimento de Jesus, na observância de sua palavra e na adesão à vontade do Pai. O ministério de Jesus iniciou-se com o batismo de João. É o batismo da conversão à justiça, à fraternidade e à compaixão. Agora, os discípulos são enviados para batizar, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Jesus assumiu o batismo de João revelando que este batismo da conversão é do agrado de Deus e, pela prática da justiça que promove a vida, somos inseridos na própria vida divina, na unidade da Trindade, Pai, Filho e Espírito Santo.

A justiça que promove a vida, na misericórdia e na compaixão, é a forma concreta do amor que une os filhos de Deus. Pela fidelidade a Jesus, movidos pelo Espírito, podemos chamar Deus de Pai (segunda leitura) e temos a presença de Jesus por toda a eternidade.

Pe. Jacir de Freitas Faria, ofm

SANTÍSSIMA TRINDADE (3 de junho)
GLÓRIA AO PAI! PODER AO FILHO! LOUVOR AO DINAMISMO DO ESPÍRITO!

I. INTRODUÇÃO GERAL

Ao celebrarmos hoje, na festa da Santíssima Trindade, a nossa fé em Deus Pai, Filho e Espírito Santo, recordemos, primeiramente, o longo processo vivido pela Igreja na solidificação da fé na Trindade. Primeiramente, vale recordar os testemunhos de santos mártires, que morreram comprovando a fé na Trindade. Um deles ficou famoso, o de santa Cecília, a padroeira da música, martirizada em Roma por volta do ano 230. Na catacumba de São Calisto, em Roma, onde foram encontrados seus restos mortais em 1599, pode-se ver a cópia de uma estátua da santa, do escultor Stefano Maderno, que estava presente no momento da abertura do túmulo. O escultor retratou o corte da espada no pescoço e a posição dos seus dedos: três abertos na mão direita e um na esquerda, o que demonstrava a sua fé na Unidade e na Trindade de Deus. 

Na verdade, Tertuliano, padre da Igreja, morto em 222, foi quem usou primeiro a expressão Trindade. Para ele, Deus é três em grau, não em condição; em forma, não em substância; em aspecto, não em poder (Contra Praxeias, n. 2). Em 318, Ário, um presbítero de Alexandria, propôs a tese trinitária do subordinacionismo do Verbo, Filho, ao Pai. Ário negava a preexistência de Cristo como Deus. Em 333, o imperador Constantino mandou queimar todos os escritos de Ário, mas a sua ideia permaneceu em seus adeptos e foi propagada por eles à revelia da Igreja, que se tornava hegemônica. Já no Concílio Ecumênico de Niceia, em 325, com a presença e convocação do imperador Constantino, são estabelecidas as normas de fé para o cristianismo, em oposição a Ário, que fora exilado. Posteriormente, surgem movimentos antinicenos. Em 350 surge outra tese trinitária, a de que o Filho (Verbo) é diferente do Pai. Assim, em Niceia ficou estabelecido que: há um só Deus, Pai criador; um só Senhor, Jesus Cristo, Filho unigênito de Deus, gerado desde a eternidade, gerado e não criado, nascido por obra do Espírito Santo no seio da virgem Maria. Ele morreu, ressuscitou, voltou para Deus e retornará para julgar vivos e mortos. Há o Espírito Santo, Senhor e fonte da vida que procede do Pai; com o Filho é adorado e glorificado. A Igreja é una, santa, católica e apostólica. Há um só batismo que redime pecados. Os cristãos devem manter-se firmes na fé na ressurreição dos mortos. 

Mais tarde, em 381, no I Concílio de Constantinopla, ficou definida a divindade do Espírito Santo: “Uma substância, três pessoas”. Nesse momento, consolida-se a teologia trinitária do cristianismo. No entanto, foi mesmo em 451, no Concílio de Calcedônia, que a Igreja proclamou as duas naturezas na única pessoa de Cristo: “Cristo é uma substância conosco no tocante à sua humanidade; ele é como nós em todos os aspectos, menos no pecado; no tocante à sua divindade, ele foi gerado pelo Pai antes dos tempos, mas mesmo assim gerado, quanto à sua humanidade, por Maria, a Virgem, a portadora de Deus; ele é um e o mesmo Cristo, Filho, Senhor, apenas gerado, reconhecido em duas naturezas sem confusão, sem mudança, sem divisão e sem separação”. 

Vale ressaltar ainda que, na numerologia judaica, o número três representa o divino: firmamento, céu e Xeol – morada dos mortos. A estrela de Davi, que aparece na bandeira de Israel, é composta de dois triângulos equiláteros – de três partes cada um. Nos evangelhos, várias vezes aparece o número três. Pedro nega Jesus três vezes, e Jesus lhe pergunta outras três vezes se ele o ama; Jesus morre às três horas e ressuscita ao terceiro dia. Diante dessas evidências, será que não poderíamos afirmar que a base da fé cristã na Trindade tem relação direta com esse modo de pensar? Bases bíblicas é que não faltam. É o que ouvimos nas leituras de hoje, que passamos a comentar. 

II. COMENTÁRIO DOS TEXTOS BÍBLICOS 

1. I leitura (Dt 4,32-34.39-40): Deus é Pai criador de tudo e de todos

Partindo da fé vivida por nossos irmãos judeus, desde tempos antigos, a leitura que ouvimos do livro do Deuteronômio nos mostra que Deus é criador de tudo e de todos. Ele escolheu Israel dentre outros povos, falou diretamente com esse povo, libertou-o do Egito e, por fim, pediu-lhe o cumprimento da aliança estabelecida. A Deus a glória por seu ato criador!

Nessa breve exortação, o autor de Dt estabelece o princípio criador de Deus e sua essência, o de ser Um – isto é, não existem outros deuses. Ele não é único, pois não está em relação a outro deus. Ele é um, indivisível e forte. Somente a esse Deus Israel deve servir e amar. Os profetas bíblicos se encarregaram de firmar a fé monoteísta. 

A tradição cristã transmitiu a fé trinitária. E somente assim se deve compreender o ato criador de Deus. A diferença e a unidade de Deus em três pessoas, já no seu ato criador, revelam-se como comunidade que cria o ser humano à sua imagem – o ser humano é como Deus – e à sua semelhança – o ser é um vir a ser como Deus, por meio de suas atitudes. 

As primeiras palavras da Bíblia afirmam que, “no princípio, Deuses criou” (Gn 1,1). O sujeito está no plural, e o verbo, no singular. O ser humano, na sua singular diferença, é chamado a ser como Deus trinitário, na comunhão e no respeito ao diferente que nos une. Israel, como sociedade de povo escolhido, é chamado a ser imagem e semelhança de Deus, Pai e libertador dos oprimidos. Para que isso acontecesse, bastaria uma coisa: seguir a Torá, de modo que a fome e a injustiça não se estabelecessem no meio do povo. 

2. Evangelho (Mt 28,16-20): Jesus é o Filho Deus que pede o batismo trinitário para seus seguidores 

O término do mais judeu dos evangelhos, Mateus, apresenta-nos a missão dos seguidores da primeira hora de Jesus: “Ir pelo mundo afora, converter as nações e batizá-las em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo”. Jesus aparece aos onze discípulos na Galileia, conforme ele mesmo havia prometido. O evangelho afirma que Jesus tem autoridade sobre o céu e a terra, recordando o ato criador de Deus Pai, da primeira leitura. Além disso, Jesus pede aos discípulos que batizem as nações em nome da Trindade. Anunciar o reino pregado por Jesus é estar em comunhão com o Pai e o Espírito Santo. Jesus também fora batizado no Espírito (Mt 3,16), e ele mesmo dizia: “Quem me vê, vê o Pai. Eu e o Pai somos um!” (Jo 14,9-10). Ele tinha consciência de que fazia a obra do seu Pai (Jo 10,37), por isso pede aos seus discípulos que perpetuem a sua obra, tornando-se missionários da salvação, criando comunidades parecidas com aquela de onde ele veio, a da Trindade, a melhor comunidade. Ao Filho, o poder que vem de Deus! Ao batizado, expressão da fé sacramental na Trindade, o poder e a missão de levar a salvação, o reino, a todos.

3.II leitura (Rm 8,14-17): O Espírito de Deus é santo e nos põe na condição de filiação adotiva de Deus 

Na experiência trinitária, Paulo nos recorda com mestria que “todos os que são conduzidos pelo Espírito de Deus são filhos de Deus” (v. 14). Nós nos tornamos filhos de Deus graças ao Espírito. Recebemos um Espírito de filhos adotivos, herdeiros de Deus e coerdeiros de Cristo. O Espírito nos torna livres, como disse Paulo. O Espírito é cheio de dinamismo e nos impulsiona a viver na liberdade criativa da Trindade.
  
III. PISTAS PARA REFLEXÃO

– Demonstrar à comunidade a importância de nunca nos acomodar na glória do Pai, no poder do Filho, mas sempre nos inserir no dinamismo do Espírito que tudo vivifica e cria. A união dos diferentes é que nos faz cristãos.

– A Trindade tem sua essência na expe-riência comunitária de solidariedade dos diferentes, no amor e na comunhão. Tudo isso deve suscitar em nós o desejo de construir a sociedade justa e igualitária, espelho da Trindade, a melhor comunidade.

– O Espírito Santo não pode ficar aprisionado em instituições e comunidades que se julgam detentoras do poder divino.

Una-se à Santíssima Trindade


Postado por: homilia

junho 3rd, 2012


A festa da Santíssima Trindade nos convida a mergulhar no imenso mistério da vida íntima de Deus e a louvar a grandeza de Seu amor. Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo!
Deus nos revela o mistério da Sua vida quando nos envia Seu Filho à Terra. O Filho – após consumada a obra da redenção – nos envia o Espírito Santo.
A Igreja – fundada por Deus à imagem da Santíssima Trindade – é também um mistério de comunhão na unidade, à qual jamais pode renunciar.
Jesus se comunica não com terrores e poder, mas com palavras dirigidas aos seus discípulos, de irmão para irmão, de amigo para amigo. São palavras de vida que seduzem e conquistam.
Os discípulos são enviados a fazer, eles próprios, novos discípulos entre todas as nações. Não há nenhuma eleição particular; todos são chamados ao seguimento de Jesus, na observância de Sua palavra e na adesão à vontade do Pai. Agora, eles são enviados para batizar, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
Jesus, ao afirmar: “Toda autoridade me foi dada no céu e na terra”, torna muito claro que Ele não é somente o Filho de Deus, como algumas pessoas acreditam, mas é o próprio Deus descido do céu, consubstancial ao Pai, isto é, da mesma natureza que Ele, com os mesmos poderes do Senhor. Quem O viu, viu o Pai. Ele está repetindo o discurso que foi feito, antes, pelo evangelista João: “Eu e o Pai somos um!”.
Ao enviar ordenadamente seus discípulos: “Ide, pois, e ensinai a todas as nações; batizai-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo”, Jesus está nos confirmando que Deus é uno e trino, pois é composto de três pessoas distintas, muito embora não entendamos isso com a nossa razão nem com a nossa inteligência, mas sim com os olhos da fé.
Não se trata de um dogma inventado pelos papas e bispos, mas sim uma realidade anunciada pelo próprio Deus na pessoa de Seu Filho amado. A Santíssima Trindade, assim como a existência da nossa alma invisível, é um grande desafio para a nossa fé, pois tais verdades anunciadas por Jesus só podem ser detectadas pelos olhos da nossa fé.
Quando Jesus nos garante: “Eis que estou convosco todos os dias, até o fim do mundo”,é para confiarmos mesmo, ter a coragem e a decisão inabalável de continuar nosso trabalho de multiplicação de cristãos, de catequistas, de padres, por meio do nosso trabalho missionário, sem nenhum ciúme entre nós irmãos. Isto por que não somos concorrentes uns dos outros, mas multiplicadores de muitos outros cristãos, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
Vejam que os discípulos são enviados de modo que eles próprios vão fazer novos discípulos entre todas as nações. Não há nenhuma eleição particular, tampouco uma obrigação de aceitar. Também não há nenhum processo de seleção, porque todos, sem distinção, são chamados ao seguimento de Jesus para ouvir Sua Palavra e colocá-la em prática. A missão de Cristo começou com o Seu batismo no Rio Jordão.
No Evangelho de hoje, Jesus nos envia como discípulos para evangelizar e batizar em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Não ofereça resistência à Sua voz. Responda ‘sim’ ao Seu chamado e una-se à Santíssima Trindade: Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo.
Padre Bantu Mendonça
Leitura Orante
Preparo-me para a Leitura Orante, com todos os internautas, 
saudando a Santíssima Trindade, com a oração: 

Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. 

Creio, Senhor Jesus, que sou parte de seu Corpo. 
Trindade Santíssima 
- Pai, Filho, Espírito Santo - 
presente e agindo na Igreja e na profundidade do meu ser. 
Eu vos adoro, amo e agradeço. 

1. Leitura (Verdade) 

O que diz o texto do dia? 

Leio atentamente o texto:
 Mt 28,16-20. 
Os onze discípulos foram para a Galiléia e chegaram ao monte que Jesus tinha indicado. E, quando viram Jesus, o adoraram; mas alguns tiveram suas dúvidas. Então Jesus chegou perto deles e disse: 
- Deus me deu todo o poder no céu e na terra. Portanto, vão a todos os povos do mundo e façam com que sejam meus seguidores, batizando esses seguidores em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo e ensinando-os a obedecer a tudo o que tenho ordenado a vocês. E lembrem disto: eu estou com vocês todos os dias, até o fim dos tempos. 

As três pessoas da Santíssima Trindade fazem uma comunhão perfeita. Possuem a mesma natureza, a mesma sabedoria, a mesma misericórdia, providência, bondade, amor. Fomos batizados em nome deste único Deus, em Três Pessoas, e fomos criados à sua imagem e semelhança, para também nós sermos misericordiosos, bondosos. 

2. Meditação (Caminho) 

O que o texto diz para mim, hoje? 

Como vivo, nos meus relacionamentos, a imagem da Trindade. 

Reflito nas minhas atitudes o amor de Deus? 

Os bispos, em Aparecida, disseram:
 "O que nos define não são as circunstâncias dramáticas da vida, nem os desafios da sociedade ou as tarefas que devemos empreender, mas acima de tudo o amor recebido do Pai 
graças a Jesus Cristo pela unção do Espírito Santo."
(DAp 14). 

3.Oração (Vida) 

O que o texto me leva a dizer a Deus? 

Renovo a minha fé na Santíssima Trindade: 

Creio 
Creio em Deus Pai, Todo-poderoso, 
Criador do céu e da terra. 
Creio em Jesus Cristo, 

Seu único Filho, Nosso Senhor, 
Que foi concebido pelo Espírito Santo. 
Nasceu da Virgem Maria, 

Padeceu sob Pôncio Pilatos, 
Foi crucificado, morto e sepultado. 
Desceu à mansão dos mortos, 
Ressuscitou ao terceiro dia, 
Subiu aos céus, 
Onde está sentado à direita de Deus Pai 
E donde há de vir julgar os vivos e os mortos, 
Creio no Espírito Santo, 
Na santa Igreja católica, 
Na comunhão dos santos, 
Na remissão dos pecados, 
Na ressurreição da carne, 
vida eterna. Amém. 

4.Contemplação (Vida e Missão) 

Qual meu novo olhar a partir da Palavra? 

Meu novo olhar é voltado para a família, como fizeram os Bispos da América Latina: 

"Cremos que "a família é imagem de Deus que, em seu mistério mais íntimo não é uma solidão, mas uma família". Na comunhão de amor das três Pessoas divinas, nossas famílias tem sua origem, seu modelo perfeito, sua motivação mais bela e seu último destino." 
(DA,434). 

Bênção 

A bênção do Deus de Sara, Abraão e Agar, 
a bênção do Filho, nascido de Maria, 
a bênção do Espírito Santo de amor, 
que cuida com carinho,qual mãe cuida da gente, 
esteja sobre todos nós. Amém! 

Irmã Patrícia Silva, fsp
Oração Final
Pai Santo, dá-nos profunda veneração pelos sagrados Mistérios da fé. Nós sabemos, Pai amado, que a Tua Verdade não cabe nos pobres limites da nossa compreensão, mas nos sentimos docemente acolhidos por teu Amor quando, encantados, buscamos a tua Revelação. Por Jesus Cristo, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.

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