ANO C

Lc 4,16-30
Comentário do
Evangelho
Discurso de Jesus na Sinagoga de Nazaré
Trata-se do discurso
programático de Jesus na sinagoga de Nazaré. É um episódio que se encontra
prefigurado no oráculo de Simeão: “Eis que este menino foi colocado para a
queda e o surgimento de muitos em Israel, e como sinal de contradição” (Lc
2,34). É a antecipação, através do esquema “aceitação–rejeição”, dos relatos
referentes ao ministério público de Jesus. Em relação a Marcos e Mateus, Lucas
antecipa o episódio. Essa antecipação tem um caráter programático evidente: o
ensinamento de Jesus significa o
cumprimento da Escritura. Para maiores esclarecimentos, remetemos o
leitor ao dia 3 de fevereiro.
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, que as
contrariedades da vida jamais me impeçam de seguir o caminho que traçaste
para mim. Com Jesus, quero seguir sempre adiante!
Fonte: Paulinas em 02/09/2013
Vivendo a Palavra
Na sinagoga de Nazaré,
Jesus proclama a chegada do Reino do Céu através dos sinais que realiza. Este é
também, o caminho que cabe à sua Igreja cumprir pelos séculos afora. Para nós,
discípulos missionários do século 21, o texto da Escritura não deve ser lido no
passado, mas como norma de vida.
Fonte: Arquidiocese de BH em 02/09/2013
VIVENDO A PALAVRA
Na sinagoga de Nazaré, Jesus proclama a chegada
do Reino do Céu através dos seus sinais: Ele anuncia a Boa Notícia aos pobres;
proclama a libertação aos presos e, aos cegos, a recuperação da vista; liberta
os oprimidos e proclama um ano de graça do Senhor. Este é também, o caminho que
cabe à sua Igreja cumprir pelos séculos afora. Para nós, discípulos
missionários do século 21, o texto da Escritura não deve ser lido no passado,
mas como tarefa e norma de vida.
Reflexão
Jesus é o ungido do Pai
que veio até nós com a missão de evangelizar os pobres, ou seja, de tornar
membro do Reino dos Céus todos os que colocam a sua esperança no Senhor. A sua
vida terrena não foi outra coisa senão o pleno cumprimento dessa missão. Ele
anunciou a liberdade dos filhos de Deus e a libertação dos cativos do pecado e
da morte, curou os cegos, de modo que todos podem enxergar além do mero
horizonte da realidade natural, lutou contra todo tipo de injustiça que é causa
de opressão e anunciou a presença do Reino da graça e da verdade. Assim, Jesus
também nos mostra o que é necessário para que a Igreja, o seu Corpo Místico,
seja fiel à sua missão de continuadora da sua obra.
Fonte: CNBB em 02/09/2013
Reflexão
Jesus
apresenta-se na sinagoga de Nazaré onde fora criado. Diante da assembleia, lê
um trecho de Isaías referente ao Messias, e fechando o livro,
arremata: “Hoje se cumpriu essa passagem da Escritura que vocês acabam de
ouvir”. Este é o projeto de vida, esta é a missão de Jesus, ou seja, dedicar-se
inteiramente aos mais pobres e sofredores. Pelo poder do Espírito Santo, Jesus
vem libertar da opressão o povo e criar condições para que tenha vida
abundante. Os nazarenos reagem primeiramente com admiração, passam em seguida à
desconfiança. Finalmente, presos a categorias humanas (“filho de José”) e
incapazes de dar o salto da fé, ficam furiosos, expulsam-no da cidade e tentam
jogá-lo no precipício. Jesus, porém, “passando pelo meio deles, seguia seu
caminho”. Sua missão estava apenas começando.
(Dia a dia com o Evangelho 2019 - Pe. Luiz Miguel
Duarte, ssp)
Meditação
Jesus nos apresenta sua
missão que é nossa também: Consagrados com a unção para anunciar a Boa Nova aos
pobres! Como anuncio a Boa Nova? - Procuro ouvir a Palavra de Deus para que ela
possa penetrar em meu coração? - Os conterrâneos de Jesus tiveram facilidade
para aceitar o Evangelho? - Consigo ouvir atentamente o que certas pessoas
simples querem me ensinar ou por palavras ou por exemplos? - Sei aprender
também com os menos experientes que eu?
Padre
Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
Fonte: a12 - Santuário em 02/09/2013
Meditando o evangelho
E PROSSEGUIU SEU CAMINHO
O episódio ocorrido na sinagoga de Nazaré é um retrato do ministério de
Jesus. Sua ação primaria pela sinceridade, sem se deixar levar por ambições nem
se influenciar por preconceitos. Isto lhe valeria a admiração de uns, por suas
palavras cheias de verdade, e o ódio de outros, revoltados por sua ousadia.
A leitura do texto do profeta Isaías serviu de pretexto para Jesus
revelar a sua identidade e a sua missão. Era ele a pessoa anunciada pelo
profeta, com a tarefa de concretizar o projeto confiado ao Ungido do Senhor.
Caberia a ele implantar uma sociedade nova, sem pobres nem marginalizados, onde
a dignidade humana fosse recuperada e a presença da graça do Senhor se fizesse
sentir na vida de cada pessoa.
Houve os que reconheceram a veracidade de suas palavras, quiçá por terem
intuído a possibilidade de receber dele algum benefício. Os pobres, os de
coração ferido, os cativos e cegos, os que padeciam de alguma forma de opressão
foram os que logo descobriram algo de sublime na declaração firme de Jesus.
Houve, porém, os que não acreditavam que ele pudesse, de fato, realizar
tudo quanto estava prometendo. Sem dúvida, por considerá-lo um impostor e
charlatão, enganador do povo. Por isso, tomaram a decisão de eliminá-lo,
lançando-o de uma colina para o precipício.
Era apenas o começo de sua caminhada. Havia um longo caminho a ser
percorrido, sem se deixar abater!
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo
Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE
– e disponibilizado no Portal Dom Total).
Oração
Pai, que as contrariedades da vida jamais me impeçam de seguir o caminho
que traçaste para mim. Com Jesus, quero seguir sempre adiante!
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. A PALAVRA ENCARNADA
(O comentário do Evangelho
abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora
Consolata – Votorantim – SP)
Ao visitar Nazaré, cidade onde havia se criado, Jesus foi
participar de uma celebração na sua comunidade, onde sempre fazia uma leitura e
depois ajudava o povo a refletir, como fazem hoje nossos ministros leigos, que
celebram a Palavra.
Podemos até imaginar a alegria do chefe da sinagoga quando viu
Jesus chegar, ele era muito querido na comunidade, não só por ser uma pessoa
simples, mas porque falava muito bem e demonstrava uma sabedoria superior aos
sacerdotes, escribas e fariseus, sua catequese era bem prática e logo cativava.
Por isso, ao vê-lo entrar na comunidade, o chefe da sinagoga foi logo pedindo
para que ele fizesse uma leitura, porque parece que, como acontece em nossas
comunidades, naquele dia o leitor escalado não apareceu. Jesus escolheu o livro
do profeta Isaias que era o seu preferido, porque já o havia lido várias vezes
e tinha a nítida impressão de que o texto falava dele.
Conforme Lucas que escreveu este evangelho de maneira ordenada e
após muito estudo, por este tempo Jesus estava iniciando o seu ministério, já
havia sido batizado e enfrentara com muita coragem o diabo, que no deserto
tentou desviá-lo da sua missão.
A verdade é que Jesus tinha uma grande vontade de sair pelo
mundo, ajudando as pessoas e falando de uma coisa que sentia em seu coração,
foi com certeza por isso que naquele dia voltou à comunidade, e quando já no
ambão, começou a ler o profeta Isaias, na passagem onde diz “O Espírito do
senhor está sobre mim, porque ele me consagrou com a unção para levar a Boa
notícia aos pobres, anunciar a libertação aos cativos e aos cegos e anunciar um
ano de graças do Senhor”, seu coração começou a bater mais forte, percebeu que
Deus não apenas falava para ele, mas falava dele, da sua vida, da sua história
e da sua missão. Ele já havia sentido muito forte a presença desse Espírito de
Deus no dia do seu batismo, e no confronto com o diabo no deserto, sentiu toda
a força que o espírito lhe dava.
Nessa celebração as coisas ficaram muitas claras para ele: a
libertação com que tanto sonhava junto com seu povo, ia muito além de uma
libertação política, a palavra tinha a força de libertar o homem também e
principalmente do mal que havia no coração, e que impedia de amar a Deus e aos
irmãos. A opressão e a escravidão do seu povo era conseqüência de todo esse mal
que havia dentro de cada homem, não só dos opressores. Precisava dizer isso aos
pobres, aos cegos e oprimidos, que um tempo novo estava começando, com essa
verdade que o Pai revelara através do profeta.
Todos olhavam fixamente para ele à espera da homilia, o mesmo
espírito que o havia ungido acabara de transformá-lo na palavra Viva de Deus e
por isso, sentando-se como faziam os grandes Mestres, disse: “Hoje se cumpriu
essa passagem que acabastes de ouvir”
Também nós cristãos freqüentamos a celebração da palavra em
nossas comunidades onde as leituras, mais do que falar para nós falam de nós,
pois a história de Jesus é a nossa história, também nós recebemos a graça de
Deus em nosso batismo, também nós recebemos a unção do Espírito Santo, não para
termos ataques de histeria e entrarmos em transe, mas para termos a mesma
coragem de Jesus para cumprir a nossa missão, anunciar a boa notícia aos
pobres, oferecer a palavra libertadora a quem está cego e cativo, e falar de um
tempo novo onde Deus manifesta todo o seu amor ao homem que o busca.
Para que haja essa interação entre nós e a palavra, é necessário
que nossas celebrações sejam bem participadas e preparadas, de maneira bem
organizada pensando em todos os detalhes e aí podemos apreender com o escriba
Esdras que na primeira leitura nos oferece um ótimo roteiro para celebração da
palavra de Deus, onde a assembléia, tocada pela palavra, corresponde com gestos
que manifestam o que está no coração, diferente da liturgia do “oba-oba”, muito
usada para se atrair multidões, e que ás vezes, com tantos gestos e movimentos,
acaba ficando vazia justamente por não ser uma manifestação espontânea do que
se tem no coração tocado pela palavra de Deus.
2. Ele me ungiu
(O comentário do Evangelho
abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’,
Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)
Início da leitura semanal do Evangelho de Lucas. Jesus anuncia o
seu projeto: ele veio dar uma Boa Notícia aos pobres.
Liturgia comentada
Os deuses das nações são
um nada... (Sl 96 [95])
Não é exagero afirmar
que vivemos em uma sociedade politeísta. Afinal, diante de quem estão dobrando
os joelhos? Em troca de que gastam o tempo e a saúde? São fiéis adoradores de
que entidades? Dos ídolos de nosso tempo.
Não é o dinheiro o deus
do médico que vende abortos? Não é o prazer o deus de quem compra o corpo da
prostituta? Não é a audiência o deus dos meios de comunicação? E essa
“adoração” justifica tudo: violência e crueldade, propaganda do sexo e mentira,
submissão aos poderosos e indiferença com os pobres. São deuses cruéis!
Enquanto essas
divindades receberem culto e adoração, o homem será escravo, triste sombra
errante, longe de sua grandeza de criatura divina. Como libertar o homem de
seus ferozes patrões?
Santo Agostinho
pergunta: “Como se extirpa a floresta dos demônios, a não ser anunciando Aquele
que está acima de todos? Pois todas as nações tinham os demônios como seus
deuses”. A violência de Marte, o erotismo de Vênus, os ciúmes de Juno, a
crueldade de Saturno – eis alguns exemplos de vícios erigidos em virtude pagãs,
diante dos quais se prostravam as nações.
A experiência dos
primeiros cristãos foi exatamente uma experiência de libertação. Escrevendo aos
gálatas, Paulo exclama: “É para que sejamos homens livres que Cristo nos
libertou. Ficai, portanto, firmes e não vos submetais outra vez ao jugo da
escravidão!” (Gl 5,1)
Já na Primeira Aliança,
a libertação do Egito significou para Israel a certeza de que o Yahweh esmagava
os ídolos do Nilo, o deus-chacal, o deus-crocodilo, o deus-gavião. O Egito,
terra da escravidão, era também a pátria dos falsos deuses. Os ícones cristãos
da “Fuga para o Egito” retratam a chegada da Sagrada Família e a revoada de 355
demônios que fogem diante do Menino Salvador, às portas da cidade, no templo de
Capitólio. O episódio (ainda que lendário) é registrado no Evangelho apócrifo
de Tomé [ca. 200 d.C.] e no Pseudo-Mateus [ca. 400 d.C.], e reflete a certeza
cristã de que nenhuma potestade se mantém de pé diante do poder de Cristo. Nos
ícones do Batismo de Jesus, no fundo das águas do Jordão aparecem tritões e
outras divindades pagãs, encolhidas e esmagadas pela presença do Homem-Deus.
Deus se apresenta a
Moisés como “Aquele que é”: Yahweh, ou seja, “eu sou Aquele que sou”. Só Deus
é. Só Deus tem existência por si. Por isso mesmo, não temos outra forma de
subsistir, a não ser apoiando-nos em Deus, que nos liberta da tirania do
dinheiro, do poder político, do sexo sem alma, de uma vida centrada no próprio
eu.
Orai sem cessar: “O Senhor é maior
que todos os deuses!” (Ex 18,11)
Texto de Antônio Carlos
Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
Fonte: NS Rainha em 02/09/2013
HOMILIA
DIÁRIA
Assuma a profecia de Deus que está em você
Convido você a
assumir a profecia de Deus que está em você, assumir o dom do Senhor em você, e
isso se faz quando nós nos colocamos à disposição do Espírito.
O Senhor disse: “O
Espírito do Senhor está sobre mim, porque ele me consagrou com a unção para anunciar
a Boa Nova aos pobres” (cf. Lc 4,18).
O Espírito do Senhor
está sobre Jesus. Hoje, Ele entra na sinagoga, toma a Palavra de Deus e a
proclama; ao mesmo tempo, toma posse dela.
Quando questionam por
que Ele não faz os mesmos milagres que fez em Cafarnaum e outras terras, o
Senhor mesmo diz que um profeta só não é bem recebido em sua própria pátria.
Temos de reconhecer em
Jesus o enviado de Deus, reconhecer que o Espírito que paira n’Ele é o Espírito
da unção, da consagração, por isso, cheio desse mesmo Espírito, Jesus faz o
Reino de Deus acontecer.
O Reino de Deus não
acontece simplesmente por vestígios humanos, sabedoria humana nem por causa da
nossa inteligência, pois esta é dom e graça de Deus. Que maravilha! Nossa
inteligência e sabedoria precisam de unção para fazer o Reino de Deus acontecer.
Foi movido por esse
Espírito e cheio d’Ele que Jesus profetizou, pregou, orou e anunciou o Reino de
Deus. É esse mesmo Espírito que nós desejamos que esteja sobre nós, pois Ele
nos ungiu pelo batismo, pela crisma e nos unge quando nos colocamos à
disposição de Deus.
Que esse mesmo Espírito,
descendo sobre nós, nos ajude a anunciar e a fazer o Reino de Deus acontecer. É
obvio que, assim como Jesus, pode ser que parentes, amigos, pessoas queridas
próximas a nós não irão aceitar o Senhor ou o Reino de Deus que nós trazemos.
A profecia, o Reino de
Deus não pode parar, o anúncio da Palavra de Deus não pode esmorecer. Por isso
eu convido você a assumir a profecia de Deus que está em você, assumir o dom do
Senhor em você, e isso se faz quando nós nos colocamos à disposição do
Espírito, quando assumimos, na oração, na intimidade da Palavra, da vida com o
Senhor, os dons e os talentos que nós mesmos recebemos do Pai.
Que o Espírito do Senhor
esteja sobre você para que você anuncie e proclame o Reino do Senhor.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade
Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Oração Final
Pai Santo, dá-nos sabedoria e coragem para
compreender que a missão de Jesus, vivida pelo Mestre com tanto amor, foi por
Ele legada a nós, a sua Igreja. Dá-nos força para cumpri-la em nossa jornada
pela terra, junto com a nossa comunidade. Por Jesus Cristo, teu Filho e nosso
Irmão, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 02/09/2013
ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, dá-nos sabedoria e coragem para
compreender que a missão de Jesus, vivida pelo Mestre com tanto amor, foi por
Ele legada a nós, a sua Igreja. Dá-nos força para cumpri-la em nossa jornada
pela terra, junto com a nossa comunidade. Por Jesus Cristo, teu Filho e nosso
Irmão, na unidade do Espírito Santo.

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