ANO C

Lc 4,31-37
Comentário do
Evangelho
A palavra de Jesus é um sopro de vida
No final do episódio na sinagoga de Nazaré, o
narrador faz observar que os concidadãos de Jesus querem precipitá-lo morro
abaixo, mas ele, “porém, passando pelo meio deles, continuou o seu caminho”
(vv. 29-30). Não há nada, nem mesmo a rejeição e a ameaça da morte, que possa
dissuadir Jesus do seu caminho. O leitor sabe que este “caminho” é o caminho de
Jesus para o Pai.
Jesus, então, desce para Cafarnaum. O seu
ensinamento é acompanhado de “atos de poder” que libertam as pessoas da
escravidão do mal. Admiravam-se do seu ensinamento, porque tinha autoridade. O
que fazia a palavra de Jesus crível era a sua coerência interna: o que ele
ensinava, as pessoas viam realizado na sua própria vida. Além disso, o
ensinamento de Jesus, sua palavra, comunicava o Espírito; sua palavra era um
sopro de vida.
A linguagem do evangelho acerca do mal não nos
deixa induzir a erro. É preciso ultrapassar esse primeiro nível para chegar ao
sentido que o autor quis transmitir com o seu texto. O mal é o que faz mal ao
ser humano; é algo do ser humano que se opõe ao projeto salvífico de Deus e
desfigura o ser criado à sua imagem e semelhança: “É de dentro do coração do
ser humano que sai todo mal…” (Mc 7,21). O texto é uma proclamação de fé: A
palavra de Jesus vence o mal. “Que palavra é essa?” (v. 36). Palavra com
autoridade que comunica o Espírito do qual Jesus é revestido (cf. 3,21-22).
É esta palavra que, entrando no coração do ser
humano, expulsa o mal.
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, faze-me forte para enfrentar e vencer as
forças malignas que cruzam meu caminho, tentando afastar-me de ti. Como Jesus,
quero abalar o poder do mal deste mundo.
Fonte: Pauinas em 03/09/2013
Vivendo a Palavra
O Evangelho aponta para a missão libertadora do
Cristo. Ele a delegou a nós e, portanto, esta é a missão de sua Igreja. Assim
como ao nosso Mestre, também a nós não cabe apenas impor regras e obrigações
aos irmãos, mas aliviar as suas dores, libertá-los de suas ansiedades e de suas
prisões.
Fonte: Arquidiocese de BH em 03/09/2013
VIVENDO A PALAVRA
O Evangelho aponta para a missão libertadora de
Cristo. Ele a delegou a nós e, portanto, esta é a missão de sua Igreja. Assim
como ao nosso Mestre, também a nós não cabe apenas impor regras e obrigações
aos irmãos, mas nossa primeira missão é aliviar as suas dores, libertá-los de
suas ansiedades e de suas prisões.
Reflexão
As pessoas ficam admiradas com Jesus, porque ele
ensina como quem tem autoridade. De onde vem a autoridade de Jesus? Não é uma
autoridade política, pois Jesus não ocupava nenhum cargo importante na
sociedade, e não é uma autoridade religiosa institucional, já que Jesus não
tinha nenhuma função importante no templo ou na sinagoga. Podemos afirmar que a
sua autoridade vem de si próprio, pois ele é Deus, mas o povo não sabia disso.
O povo percebe a autoridade de Jesus a partir da coerência entre a sua pregação
e a sua vida, compromissada com os pobres, necessitados e oprimidos, numa
constante e vitoriosa luta contra todo tipo de mal.
Fonte: CNBB em 03/09/2013
Reflexão
Coerente
com seu programa missionário libertador, assumido na sinagoga de Nazaré, Jesus
vai a campo. Como de praxe, ensina nas sinagogas. Fala com autoridade, de modo
que as forças adversas (demônio impuro) lhe obedecem, e seus ouvintes ficam
maravilhados. Com sua palavra eficaz, Jesus expulsa um espírito impuro, que
percebe estar diante de uma força superior: “Eu sei quem tu és: o Santo de
Deus”. O espanto toma conta de todos, porque os espíritos impuros são
submetidos às ordens de Jesus, dadas com autoridade e poder. Era inevitável que
a fama de Jesus se espalhasse por toda parte. Mais tarde, ele investirá seus
discípulos com este mesmo poder, isto é, o de libertar o povo da escravidão e
de todas as amarras que o privam da vida plena que Deus quer para todos.
(Dia a dia com o Evangelho 2019 - Pe. Luiz Miguel
Duarte, ssp)
Meditação
Falar com autoridade significa falar com
conhecimento e com vivência. Você age assim? - Procura colaborar para a
valorização das pessoas ou espalha os defeitos dos outros? - Há muitas pessoas
doentes que são marginalizadas pela sociedade. Sua comunidade se preocupa com
elas? - Tem consciência de que Deus reserva para eles um lugar especial no
reino? - Procura colaborar com os que cuidam destes nossos irmãos?
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
Fonte: a12 - Santuário em 03/09/2013
Meditando o evangelho
A RUÍNA DO ESPÍRITO MAU
A desarticulação dos esquemas do espírito mau fazia parte do ministério
de Jesus. Vítima das forças demoníacas, o ser humano via-se privado de sua
dignidade e reduzido à condição de inimigo de Deus. A libertação tornava-se uma
exigência premente. Em todas as circunstâncias em que se defrontou com alguém
subjugado pelo espírito mau, Jesus não se furtou em socorrê-lo.
Assim aconteceu com o homem possuído por um espírito impuro, encontrado
na sinagoga de Cafarnaum.
Não deixa de ser contraditória a presença de um possesso na assembléia
litúrgica sinagogal, em dia de sábado. Tem-se a impressão de que ele foi lá só
para se defrontar com o "Santo de Deus". Foi é a maneira como se
dirigiu a Jesus.
O demônio constatou a inexistência de pontos em comum entre ele e Jesus.
Aliás, pensou que este nada teria a ver com ele. Enganou-se! Ele está na mira
do "Santo de Deus" para ser arruinado e ser obrigado a pôr fim à
opressão imposta aos seres humanos. Estava chegando ao fim sua liberdade de
ação. Doravante, iria defrontar-se com o Messias, o qual se colocaria sempre na
defesa da pessoa que estivesse fragilizada por sua ação maligna.
O Mestre agiu com severidade, servindo-se da autoridade e do poder
recebidos do Pai. E o homem, livre da opressão demoníaca, pode finalmente
associar-se à assembléia cultual.
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo
Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE
– e disponibilizado no Portal Dom Total).
Oração
Espírito que desarticula o poder do mal, liberta
todos os que vivem subjugados pelas forças malignas e, assim, impedidos de
reconhecer o amor de Deus, manifestado em Jesus.
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. A força da Palavra Divina
(O comentário do Evangelho
abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora
Consolata – Votorantim – SP)
A gente pode se perguntar como é possível na comunidade ter uma
pessoa possessa do demônio, mas o texto desse evangelho está justamente
mostrando que comunidade não é lugar de gente alienada mais de pessoas que
livremente fizeram a opção de viver o seu discipulado. Há em Jesus e
consequentemente na comunidade cristã, uma força libertadora que supera as
Forças do Mal, aqui personificada em um demônio, que havia se apossado de um
dos membros. Os ensinamentos de Jesus, suas palavras enchiam de admiração as
multidões, que ficavam maravilhadas porque Jesus ensinava como quem tem
autoridade.
Claro que Jesus tinha uma oratória eloquente, mas não é da forma
de ensinar, que as pessoas se admiram, mas sim do conteúdo, suas palavras geram
algo novo em quem as ouve, de modo que as liberta de qualquer Força alienadora.
Ouvir a palavra de Deus marca o início de um processo onde, ter
fé será o próximo passo, mas é claro que não poderá ficar só nisso. Até o
demônio conhecia Jesus e sabia muito bem quem ele era: o Santo de Deus, olha
que bela profissão de Fé! Entretanto, saber quem é Jesus e dizer isso com
palavras, não é suficiente para experimentar o processo de libertação, é
necessário fazer uma firme e corajosa opção por ele, não dando assim nenhuma
chance para o mal, que insiste em nos dominar, como esse demônio.
As palavras de Jesus são rigorosas e firmes "Cala-te e sai
dele", e o Espírito maligno abandonou aquele homem, indo embora sem
fazer-lhe mal algum.
Que ninguém se iluda achando que na comunidade estará protegido
da Força do Mal, pois ela age de maneira insistente, na vida dos que aderiram a
Jesus, seu evangelho e sua igreja, sem dar trela, é preciso ter a mesma firmeza
de Jesus, fazendo com que nossas pastorais e movimentos, possam ser lugar de
encontro com Jesus Libertador, e nas celebrações o momento oportuno em que se
realiza esse encontro, com a sua palavra, e com a Eucaristia, onde o Cristo
presente em nossa vida continua expulsando as forças do mal. No coração do
cristão só pode haver lugar para uma Força, a graça e o poder, o Bem supremo
que é Jesus.
2. Sua palavra tinha autoridade
(O comentário do Evangelho
abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’,
Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)
Na sinagoga de Cafarnaum, Jesus liberta um homem da possessão do
demônio. No relato de Lucas, Jesus ensina com autoridade, e com autoridade e
poder expulsa os demônios. O leitor atento sabe que os Evangelhos são
parecidos, mas não são iguais. O mesmo relato é apresentado em contextos diferentes,
com diversidade de vocabulário, com acréscimo ou supressão de frases. No relato
de Marcos, os escribas são mencionados e identificados com os demônios, porque
seus ensinamentos dominavam a mente do povo. Em Lucas, os escribas não
aparecem. Ele nos diz que Jesus ensinava com autoridade e as pessoas ficavam
maravilhadas com o seu ensinamento. As ideias transmitidas nos ensinamentos,
sejam eles quais forem, podem ajudar as pessoas a viver de forma livre e sadia,
como podem perturbar a mente e o equilíbrio, criando confusões na vida das
pessoas. Todos podemos ser dominados pela força das ideias. Podemos dizer, de
forma figurada, que o possesso era alguém dominado por algum tipo de
ensinamento. O ensinamento de Jesus, ao contrário, restaura e liberta as pessoas.
Liturgia comentada
O Senhor é minha luz! (Sl 27 [26])
Comentando este salmo da Primeira Aliança, Santo
Agostinho escreve: “O Senhor ilumina. Somos iluminados. O Senhor salva. Somos
salvos. Fora dele somos trevas e fraqueza”. Já na Nova Aliança, o evangelista
João vem afirmar: “Deus é luz, e nele não há treva alguma”. (1Jo 1,5) E
acrescenta: “Se dizemos ter comunhão com ele, mas andamos nas trevas, mentimos
e não seguimos a verdade”.
Este traço da natureza divina evidencia-se como
uma espécie de revelação percebida pelas antigas religiões do Oriente Próximo,
cujas divindades eram representadas com uma resplendente auréola. Nessas
antigas mitologias, as entidades que concorriam com a divindade principal
buscavam roubar-lhe o resplendor.
As primitivas cosmogonias registram um eterno
combate entre as trevas e a luz, aliás, conceito retomado pelos gnósticos e
pelos cátaros. E foi a luz exatamente a primeira “criatura” que o Deus da
Bíblia chama à existência (cf. Gn 1,3). A seguir, seriam criados os lampadários
para iluminar o dia e a noite.
Na vigília pascal, uma das leituras de nossa
liturgia relata a “noite” da libertação, quando a nuvem divina se interpôs
entre os israelitas e o exército egípcio que os perseguia: a “nuvem” [=
presença de Deus] era luminosa do lado de Israel, mas tenebrosa do lado do
Faraó (cf. Ex 14,20).
No Antigo Testamento, a recusa de Deus é vista
como uma espécie de cegueira, pois a Bíblia atribui um valor espiritual à visão
e à sua falta. Por oposição, uma das palavras utilizadas para designar o
profeta de Yahweh era “ro’eh”, ou seja, um “vidente”. Neste sentido, a
experiência religiosa seria uma “visão” de Deus e de sua luz incriada.
Jesus Cristo iria frisar que um cego não pode
guiar outro cego. Na 2ª Carta aos Coríntios, Paulo denuncia a mesma cegueira:
“O deus deste mundo cegou a inteligência desses incrédulos, para que eles não
vejam a luz esplendorosa do Evangelho da glória de Cristo, que é a imagem de
Deus”. (2Cor 4,4)
O fariseu Nicodemos escolheu a escuridão noturna
para dialogar com Jesus, ouvindo do Mestre esta verdade que se aplica de modo
especial ao nosso tempo: “Todo aquele que faz o mal odeia a luz e não vem para
a luz, para que as suas obras não sejam reprovadas”. (Jo 3,20)
Em nossas celebrações, estão sempre presentes as
velas acesas, que remetem ao Círio Pascal, fabricado com a “cera virgem de
abelha generosa”. Peçamos a Deus que nunca nos falte o óleo do Espírito Santo,
esse azeite que as cinco virgens sábias não deixaram faltar.
Orai sem cessar: “É na vossa luz que vemos a luz!” (Sl
36,9)
Texto de Antônio
Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
Fonte: NS Rainha em 03/09/2013
HOMILIA DIÁRIA
Procure fazer uma boa confissão
Que Jesus entre em nós e nos
liberte das impurezas que adquirimos ao longo da vida. Procuremos, hoje,
uma boa confissão; procuremos fazer um bom exame de consciência.
“Na sinagoga, havia um homem possuído pelo
espírito de um demônio impuro, que gritou em alta voz: ‘Que queres de nós,
Jesus Nazareno? Vieste para nos destruir? Eu sei quem tu és: tu és o Santo de
Deus!’” (Lc 4,33-34).
Nós lemos, no Evangelho de hoje, a autoridade de
Jesus sobre os espíritos impuros. Esse homem, possuído por um espírito impuro,
não conhecia a paz nem o sossego. Como esse demônio da impureza o atormentava!
Aqueles demônios não queriam, de forma nenhuma,
sair daquele homem. Mas, quando viram Jesus, eles se inquietaram e reconheceram
que Cristo era o Santo de Deus.
A santidade não se conjuga com impurezas nem com
o mal ou com as maldades humanas; por isso, quando nos aproximamos de alguém ou
da santidade de Deus, em qualquer lugar, a inquietação toma conta de nós. Se
estamos em algum estado de impureza e dela não saímos, como fica inquieto o
nosso corpo, a nossa alma, a nossa mente sobretudo!
Permitamos, hoje, que Jesus entre em nós, que Ele
aja em nós; permitamos que a graça de Deus nos liberte das maldades e das
impurezas que nós adquirimos ao longo da vida. Sabemos que sujeira incomoda,
qualquer que seja ela.
Procuremos, hoje, uma boa confissão; procuremos
fazer um bom exame de consciência. Pode ser que você fique meio inquieto,
porque os demônios vão se irritar dentro de você; mas quando você vai com
sinceridade de coração, confessar os seus pecados, eles fogem para longe de ti,
é como um verdadeiro banho que purifica a nossa alma, que lava o nosso coração
e todo o nosso ser.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista
e colaborador do Portal Canção Nova.
Oração Final
Pai Santo, faze-nos solidários com os homens e
mulheres que colocaste ao nosso lado na caminhada neste mundo rumo ao teu Reino
de Amor. Que nós cuidemos antes deles do que da nossa própria segurança,
seguindo o Cristo, teu Filho que se fez nosso Irmão e contigo reina na unidade
do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese de BH em 03/09/2013
ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, faze-nos solidários com os homens e
mulheres que colocaste ao nosso lado na caminhada por este mundo, que já é
sinal do teu Reino de Amor. Que nós cuidemos antes deles do que da nossa
própria segurança ou conforto, seguindo o Cristo, teu Filho que se fez nosso
Irmão e contigo reina na unidade do Espírito Santo.

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