ANO C
4º DOMINGO DA QUARESMA
Ano C - Roxo ou Róseo
“Seu pai o avistou e sentiu compaixão.” Lc 15,20
“Venha participar da Mesa!”
Campanha da Fraternidade 2025
Tema: “Fraternidade e Ecologia Integral”
Lema: “Deus viu que tudo era muito bom.” (Gn 1,31)
Lc 15,1-3.11-32
Ambientação
INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL PULSANDINHO: A liturgia deste Domingo nos apesenta a imagem do pai misericordioso, que acolhe o filho arrependido. Se grande foi o pecado do filho, maior é a misericórdia do pai. Com esta certeza, arrependamo-nos de nossos pecados e pratiquemos as obras do bem. Exultantes com a bondade de Deus, celebremos alegremente.
Fonte: https://diocesedeapucarana.com.br/portal/userfiles/pulsandinho/27-de-marco-de-2022---4-quaresma.pdf (27/03/2022)
INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL PULSANDINHO: A liturgia deste Quarto Domingo da Quaresma nos propõe a imagem do pai misericordioso, que acolhe o filho arrependido. Se grande foi o pecado do filho, maior, porém, é a misericórdia do pai. Com esta certeza, arrependamo-nos de nossos pecados e pratiquemos as obras do bem. Exultantes com a bondade de Deus, celebremos alegremente.
Fonte: https://diocesedeapucarana.com.br/portal/userfiles/pulsandinho/31-de-marco-de-2019---4-quaresma.pdf (31/03/2019)
INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL O POVO DE DEUS: Aproxima-se a festa da Páscoa, e a Igreja, a Nova Jerusalém, é convidada a reunir seus filhos na alegria, pela abundância das consolações que a Páscoa nos traz! O nosso caminho de conversão iniciado no Batismo encontra-se com o abraço misericordioso do Pai, que nos aceita arrependidos e nos oferece seu perdão e seu amor. Por essa graça, nós nos unimos em júbilo antecipado para render graças a Deus por seu amor que nos perdoa e nos salva.
Fonte: Arquidiocese de SP - Folheto Povo de Deus em 31/03/2019
INTRODUÇÃO DO WEBMASTER: O 4º Domingo da Quaresma é chamado domingo da alegria, em vista da proximidade da Páscoa. Nesse sentido, a liturgia de hoje convida-nos à alegria e a nos saciar com a bondade com que Deus nos acolhe em sua mesa. O convite do Pai é um elemento iluminador no Evangelho do Filho Pródigo, que ouviremos hoje. Temos um Deus que é Pai bondoso e, em sua bondade, vive nos convidando para participar de sua mesa. Não façamos como o filho mais velho da parábola, mas nos aproximemos da mesa, aceitando com alegria o convite do Pai. Somos convidados por Jesus a acolher a misericórdia divina como um caminho profundamente marcado pela desafio do perdão. Deus é como o pai que acolhe com festa o filho ingrato que esbanjou os bens irresponsavelmente, mas voltou arrependido. Iluminados por esta lição, devemos construir a cultura do perdão, que põe em relevo o arrependimento e minimiza o ressentimento. Isso criará um clima propício ao rejuvenescimento da comunidade de fé, que busca junto com os jovens um caminho mais fraterno e solidário no mundo. À luz da fé, o pecado do homem surge sobretudo como uma recusa de amor, um afastamento da corrente do amor que Deus é a fonte. Mas Deus se manifesta infinitamente maior do que a recusa que lhe opomos; vai ao encontro do homem mesmo em seu pecado; perdoando, vence o ódio e dá início à história da misericórdia.
Fonte: NPD Brasil em 31/03/2019
QUANDO CHEGOU A HORA...
Boa parte daquilo que acontece em nossos dias, acontece com horas marcadas e compromissos previstos. Na realidade fazemos a previsão e o agendamento de muitas coisas. Tudo isso nos dá a ideia de que controlamos o tempo e os acontecimentos, e aquilo que foge ao nosso controle nos deixa um pouco perdidos e até desorientados, sem rumo. A necessidade de controlar e de compreender tudo que está à nossa volta muitas vezes nos impede de agir mais espontaneamente, e de perceber a maravilhosa e misteriosa presença de Deus em todos os acontecimentos.
A História da Salvação não é um acontecimento sem rumo, marcado pelo acaso. Tudo o que aconteceu desde o princípio da criação está em harmonia com a vontade de Deus. Mas foi na plenitude dos tempos que Deus enviou seu Filho para levar toda a história humana à sua conclusão, revelando o seu amor incondicional pelo homem, que é a plenitude da criação. Porém, a forma misteriosa como Deus age na história foge à nossa compreensão e por vezes nos leva a discordar ou mesmo a duvidar da sua presença nos acontecimentos. Como é possível encontrar Deus na dor, no sofrimento e na cruz? Como a cruz pode fazer parte da História da Salvação?
Mas quando chegou a hora, Jesus subiu a Jerusalém e foi lá para testemunhar definitivamente que o amor e a misericórdia do Pai não conhecem limite. A cruz não foi o resultado de um processo injusto ou de uma perseguição política, mas foi também consequência de manobras ideológicas de um grupo. A cruz foi um ato salvífico de Deus, que veio para resgatar todos os que caminhavam na sombra da morte, e que pelo pecado foram feitos escravos dos vícios e da idolatria. Jesus afirmou a misericórdia do Pai quando se sentou com os pecadores públicos, quando curou os cegos e os surdos ou quando tocou os leprosos, e isso foi confirmando na cruz.
Exatamente porque Jesus assumiu a natureza humana e foi solidário com o nosso sofrimento, é que somos chamados à solidariedade com os outros membros do corpo de Cristo que é a Igreja. Todos os anos a Igreja promove a Coleta Nacional da Solidariedade, no domingo de Ramos, como sinal da vivência quaresmal. Por esse gesto partilhamos os dons que temos, para que sejam usados na edificação do Reino. “Um Reino vindouro, visibilizado nas obras de misericórdia”. (Texto base – CF2019). Vamos promover a justiça, praticado a solidariedade.
Dom Devair Araújo da Fonseca
Bispo Auxiliar de São Paulo
Fonte: NPD Brasil em 31/03/2019
MISERICORDIOSOS COMO O PAI!
O Evangelho apresenta-nos o Pai misericordioso. A narração faz-nos compreender algumas caraterísticas deste pai: é um homem sempre disposto a perdoar e que espera contra qualquer esperança. Antes de tudo faz admirar a sua tolerância face à decisão do filho mais jovem de ir embora de casa: teria podido opor-se, sabendo que era muito imaturo, um jovem, ou procurar algum advogado para não lhe dar a herança, estando ainda vivo. Ao contrário, permite que ele parta, mesmo prevendo os riscos possíveis. Assim age Deus conosco: deixa-nos livres, até de errar, porque ao criar-nos concedeu-nos o grande dom da liberdade. Compete a nós fazer dela um bom uso. Este dom da liberdade que Deus nos concede surpreende-me sempre.
Mas o afastamento daquele filho é só físico; o pai leva-o sempre no coração; espera confiante o seu regresso; perscruta a estrada na esperança de o ver. E um dia o vê comparecer ao longe (cf. v. 20). Mas isto significa que este pai, todos os dias, subia ao terraço para ver se o filho voltava! Então comove-se ao vê-lo, corre ao seu encontro, abraça-o e beija-o. Quanta ternura! E este filho tinha-se comportado muito mal. Mas o pai recebe-o assim.
A figura do pai da parábola revela o coração de Deus. Ele é o Pai misericordioso que em Jesus nos ama além de qualquer medida, espera sempre a nossa conversão todas as vezes que erramos; aguarda a nossa volta quando nos afastamos d’Ele pensando que O podemos dispensar; está sempre pronto a abrir-nos os seus braços independentemente do que tiver acontecido. Como o pai do Evangelho, também Deus continua a considerar-nos seus filhos quando nos perdemos, e vem ao nosso encontro com ternura quando voltamos para Ele. E fala-nos com tanta bondade quando nós pensamos que somos justos. Os erros que cometemos, mesmo se forem grandes, não afetam a fidelidade do seu amor.
(Papa Francisco. Angelus, 6 de março de 2016)
Fonte: https://diocesedeapucarana.com.br/portal/userfiles/pulsandinho/27-de-marco-de-2022---4-quaresma.pdf (27/03/2022), https://diocesedeapucarana.com.br/portal/userfiles/pulsandinho/31-de-marco-de-2019---4-quaresma.pdf (31/03/2019) e NPD Brasil em 31/03/2019
Comentário do Evangelho
A fidelidade de Deus
A Sagrada Escritura recorda a história da obra de Deus em favor do seu povo para que Israel, nascido do êxodo, viva a fidelidade a seu Deus. A fidelidade de Israel ao Deus único e verdadeiro se apoia na memória da obra de Deus em seu favor. No Antigo Testamento, o povo é sustentado pela fidelidade de Deus.
O protagonista da parábola dos dois filhos é o pai misericordioso e compassivo. O filho mais novo, depois de esbanjar tudo o que ele tinha recebido do pai, volta para a casa do pai, não por consideração a ele, propriamente, mas porque queria matar a fome (cf. vv. 6-17). Tudo o que pensa dizer e dirá ao pai é meio para alcançar o que efetivamente queria: matar a fome. Mas o pai conhece profundamente o seu filho (ver: Sl 138[139]), por isso não leva em conta a sua artimanha: acolhe-o e devolve a ele a dignidade que o pecado o fizera perder (cf. vv. 20b-24). A atitude de compaixão do pai provoca a reação surpreendente do filho mais velho: a raiva e a recusa de participar da festa (cf. v. 28). O filho mais velho é convidado a entrar no coração do pai, pois "há mais alegria no céu por um pecador que se converte do que noventa e nove justos que não precisam de conversão" (cf. vv. 7.10.23-24).
A acolhida, o perdão e o cuidado de Deus, expressão da sua fidelidade, é o que permite ao filho mais novo, que esbanjou os bens recebidos, entrar na casa do pai e receber, como dom, a esperança de uma vida transfigurada pelo amor, manifestado também no abraço e nos beijos paternos (cf. Lc 15,20). O filho mais velho, resistente, fechado na sua própria "justiça", é convidado a entrar no coração do mistério do amor misericordioso de Deus, e tirar as consequências práticas de sua filiação (cf. v. 31). A um e outro filho, a todos, é instigante esta palavra: "Se alguém está em Cristo, é uma criatura nova. O que era antigo passou, agora tudo é novo" (2Cor 5,17).
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, coloca-me no caminho da vida, banindo todo egoísmo que me afasta de ti, e não permitindo que eu jamais duvide de teu amor.
Fonte: Paulinas em 10/03/2013
Vivendo a Palavra
A ‘aventura’ do filho pródigo acontece entre dois parênteses: ‘Pai, me dá a parte da herança que me cabe’; e ‘Pai, pequei contra Deus e contra ti; já não mereço que me chamem teu filho’. Em algum ponto da vida, nós reclamamos a nossa herança e partimos. Apressemos o dia em que, reconhecendo que não somos dignos de ser chamados filhos, nós peçamos a acolhida do Pai Misericordioso.
Fonte: Arquidiocese BH em 10/03/2013
Vivendo a Palavra
Na riqueza dessa história, um personagem nos entristece: o filho mais velho. Talvez, porque ele se pareça mais conosco do que o filho mais novo: tal como ele, nós nos dispusemos a conviver com o Pai, mas sem grandeza, sem desprendimento, fazendo contabilidade e esperando a sua gratidão para recompensar a nossa fidelidade...
Fonte: Arquidiocese BH em 06/03/2016
VIVENDO A PALAVRA
Na meditação desta, que é considerada por muitos a ‘rainha das parábolas’, vamos alternadamente encarnando cada um dos papéis citados pelo Divino Autor: o filho-que-sai, o filho-que-fica, os empregados da casa, o patrão estrangeiro – cada um com suas características, sua história, virtudes e limitações. Mas jamais nos esquecendo que o grande modelo, aquele que deve ser desejado e construído por nós, é o Pai Misericordioso.
Fonte: Arquidiocese BH em 31/03/2019
Reflexão
É PRECISO FESTEJAR
Quando algum membro da família retorna – depois de algum tempo de ausência –, normalmente acontece uma festa de acolhida carinhosa. Também é verdade que, com frequência, algum irmão ou pai reluta em aceitar o retorno daquele que andou vagando pelo mundo.
A história narrada pelo evangelho de hoje revela isto: o pai se alegra e faz festa pelo retorno do filho, mas o irmão resiste a participar da alegria e da festa. A história se repete amiúde também em nossos tempos, muito mais do que imaginamos. Filhos se afastam da família por motivos diversos: desejam assumir a própria vida, são levados pelas drogas, não suportam as incompreensões ou mesmo agressões dos pais ou irmãos, às vezes são até expulsos de casa. Nas comunidades também se veem deserções por falta de compreensão das lideranças ou por falta de testemunho da própria comunidade ou de alguns membros. Também há os que partem por já não sentirem gosto na vida da comunidade e na participação das celebrações.
O pai do evangelho de hoje nos fornece belo exemplo de amor e acolhida. Deus é como esse pai que fica feliz ao ver o filho retornando para casa e prepara um banquete para festejar.
O filho mais novo se aventurou a assumir a própria vida e acabou não administrando bem a herança. Depois de gastar tudo e tomar consciência da situação, inicia o retorno a casa e o processo de conversão.
O filho mais velho é o “justo” da história, “cumpridor das normas e possuidor de direitos”. Ele não necessita de conversão. É calculador, triste “burocrata da virtude”, sem brilho, sem otimismo e sem alegria.
A parábola nos mostra que não basta ser fiel cumpridor das leis e não sair de casa; é preciso ter misericórdia e ser solidário, acolhendo os irmãos e irmãs que não se saíram bem na tentativa de vida melhor. A família e a comunidade devem ser locais de acolhida, amor e perdão. Todos têm direito à redenção, a uma segunda chance.
Fonte: Paulus em 10/03/2013
Reflexão
O capítulo 15 do Evangelho de Lucas traz três parábolas: ovelha, moeda e filho perdidos e resgatados. O objetivo dessas parábolas é destacar a misericórdia de Deus. A chave para a interpretação dessas parábolas está na acusação que as autoridades fazem a Jesus, no início do capítulo: ele acolhe os pecadores e come com eles. Neste domingo, a liturgia apresenta a parábola conhecida como a do filho pródigo. O filho mais novo resolve tomar o destino de sua própria vida: abandona a família e sai em busca de aventura, mas acaba se dando mal e resolve voltar à casa paterna. O pai o acolhe com alegria e festa. Com isso arruma encrenca com o filho mais velho, que não concorda com a volta do irmão e a atitude do pai. Para o filho mais velho, o amor do pai para com o mais novo passou dos limites. Para alguns estudiosos, o filho mais velho representaria os judeus que não aceitam as atitudes de acolhida de Jesus frente às pessoas “suspeitas”, enquanto o mais novo simbolizaria os judeus e as pessoas de outras etnias que aderem ao projeto de Jesus. Independentemente disso, a parábola nos mostra a grande misericórdia do Pai, que acolhe, perdoa e se alegra com a volta de seus filhos e filhas.
(Dia a dia com o Evangelho 2019 – Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp)
Fonte: Paulus em 31/03/2019
Reflexão
Os fariseus e os doutores da Lei criticam Jesus porque ele se aproxima de pecadores, acolhe as prostitutas e faz refeição com pessoas desprezadas. De fato, Jesus não tem problema em se relacionar com pecadores de diversos tipos. Diante disso, Jesus conta três parábolas: a ovelha, a moeda e o filho perdidos. O objetivo dessas parábolas é revelar a misericórdia de Deus. Nosso texto nos coloca em contato com a terceira parábola: a do Pai misericordioso, também conhecida como do “filho pródigo”. Jesus tratava com misericórdia gente pobre e de má fama, prostitutas, comilões e beberrões. Ele se aproximava dessas pessoas e lhes apresentava uma nova vida, restituía a dignidade delas. Quando conta a parábola dos dois filhos e do pai misericordioso, diz também aos fariseus e doutores da Lei que Deus recebe a todos, como Pai bondoso que é. Abraça o que foi para longe, gastou tudo a ponto de precisar se alimentar com a lavagem dos porcos, e dialoga também com aquele que está por perto, mas tem o coração endurecido ao ponto de não se alegrar com o reencontro do irmão que se perdera. Acolhamos o abraço carinhoso do Pai misericordioso, que nos ensina a acolher nossos irmãos e irmãs perdidos e que necessitam de alguém que os acolha com um abraço caloroso e fraterno.
(Dia a dia com o Evangelho 2022)
Fonte: Paulus em 27/03/2022
Recadinho
Esta parábola hoje é chamada de parábola do pai misericordioso! De fato diz muito mais: trata do pai que acolhe com imenso carinho! - Pobres fariseus! Reclamavam que Jesus se misturava com os de má fama e até sentava-se à mesa com eles! Agressão boba de quem não tem argumentos muito menos compreensão da realidade! - Deus acolhe sempre a todos, com infinito amor! - Deus respeita a todos, deixando-nos a possibilidade de fazermos o que bem entendemos. E quando erramos, mesmo que muito, ele ainda nos dá chances, nos acolhe! - O jovem caiu em si, reconheceu o caminho errado que tomara. Voltou para o pai, compreendendo que de algum modo seria acolhido novamente! Houve, então, muita festa!
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
Fonte: a12 - Santuário Nacional em 06/03/2016
Meditando o evangelho
A MESQUINHEZ CENSURADA
É flagrante o contraste entre a misericórdia do pai que recebe o filho arrependido de volta à casa paterna, e a mesquinhez do filho mais velho. A alegria contagiante de um choca-se com a irritação do outro. A capacidade de perdoar de um não corresponde à dureza de coração do outro. A largueza de visão de um não bate com o egoísmo do outro.
A parábola do pai cheio de amor - Deus - é uma aberta denúncia a determinado tipo de cristãos que, fechados na segurança de sua vida devota, acabam por cultivar atitudes contrárias ao modo de ser divino. Entre elas, a incapacidade de se alegrar com a conversão dos pecadores, quiçá preferindo que continuem em seu meu caminho, a fim de não se misturarem com os que se consideram justos diante de Deus. Tais pessoas parecem cultivar um desejo mórbido de ver os pecadores devidamente castigados por suas faltas. Tudo pelo falso orgulho de se julgarem perfeitos e impecáveis diante de Deus.
Pensando bem, embora tendo permanecido na casa paterna, também o filho mais velho deveria passar por um processo de conversão. Sua recusa em alegrar-se com a volta do irmão manifestou o quanto estava distante do pai. A proximidade física não correspondia à proximidade espiritual. Estava mais distante do pai do que o filho mais novo, em sua fase de vida desregrada. Por isto, devia, ele também, empreender o caminho de volta para a casa paterna.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Espírito de conversão, dá-me a graça de superar meu modo mesquinho de pensar, o qual me impede de estar em sintonia com o Pai.
Fonte: Dom Total em 06/03/2016 e 27/03/2022
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. (O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2016’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas)
Domingo do Filho Pródigo. Na catequese quaresmal deste ano, a liturgia nos levou ao deserto da tentação e ao monte da transfiguração. Na semana central pediu de todos uma séria conversão. E agora, para verificar a veracidade a nossa conversão, nos leva ao encontro do filho pródigo e da mulher adúltera.
Onde está o filho pródigo? Esta indo ou já está voltando? Era um esbanjador, por isso o chamaram de pródigo. Tinha um irmão, bem mais comportado, que permaneceu em casa, fiel a seu pai e a sua família, trabalhador, parecido com você e comigo. É este que a Quaresma quer saber se se converteu ou não. E por que teria de converter-se se nele tudo era perfeito?
Exatamente, converter-se da perfeição. Devia converter-se da sua perfeição que o impedia de ver o mundo como ele é e de perceber nesse mundo de idas e vindas a importância do retorno. Retorna-se ao Pai por causa do irmão e retorna-se ao irmão por causa do Pai. O filho mais novo, ensaiando desculpas e respostas, retornou ao Pai que o esperava. O filho mais velho voltava do trabalho e se recusou a completar o retorno. Não quis entrar onde estava o Pai por causa do irmão. O Pai então sai à procura do mais velho que precisa converter-se ao seu irmão.
Jesus está contando essa história por ter sido criticado pelos homens certos de Israel, fariseus e escribas, por se encontrar com pecadores e publicanos, conversar e comer com eles. Aparentemente, o caminho correto está no distanciamento de gente não recomendável por seu comportamento e seus maus costumes.
Referindo-se a uma carta perdida, Paulo diz aos coríntios que não lhes escreveu que não tivessem contato com pecadores, e menciona impudicos, avarentos, ladrões e idólatras, porque, nesse caso, deveriam sair deste mundo. O que não deviam era ser como eles, associando-se à sua maneira de agir. É impossível não estar próximo, não se esbarrar, mas é preciso ser transparente.
Em Jesus, nos seus contatos com os pecadores, encontram-se aliadas a proximidade e a transparência. Achegar-se e deixar transparecer o que nos anima. Quem deve se converter são os escribas, os fariseus, o filho mais velho e todos os que não aceitam o outro porque acreditam que são melhores. Entende-se o rancor do filho mais velho. Não é fácil perdoar, não é fácil aceitar, mas é preciso tentar.
Fonte: NPD Brasil em 06/03/2016
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. Bate-Papo Interessante...
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)
Esta parábola traz a reflexão praticamente pronta: O Filho mais novo se arrependeu e voltou a casa do Pai que o perdoou. Será? Deixemos que o Filho sem juízo nos conte nesta breve entrevista.
____Por que você voltou para a casa do Pai?
Filho Pródigo _ Vou ser sincero, a fome apertou meu amigo, quando eu pensei que escravos e empregados na casa do meu pai, tinham pão a vontade, decidi voltar.
___Opa! Espere um pouco, e aquele arrependimento todo que você manifestou nesse evangelho?
Filho Pródigo___ Apenas um discurso para convencer o Pai de que eu estava arrependido, palavras bonitas e bem colocadas que iriam tocar no coração do meu “Velho”
___Mais uma coisinha Filho Pródigo, o que te levou a sair de casa, se lá você tinha tudo que precisava?
Filho Pródigo___ Na Casa do Pai tinha a impressão de que não era livre, eu queria aproveitar a vida, fazer tudo o que meu coração desejava gozar e desfrutar de todos os prazeres e alegrias que o mundão nos oferece. Enfim, como vocês dizem por aí “Cair na gandaia” de cabeça e ser livre...
___Deixa ver se eu entendi, as vezes nós cristãos achamos que os maus, os que não conhecem a Deus e a sua verdade, são mais felizes porque fazem muitas coisas, sem se importar com a ética, moral, doutrina da Fé e tudo mais. É a liberdade que o adolescente quer, sem a ingerência dos pais em sua vida....
Filho Pródigo ____Isso mesmo, eles tem com os pais não uma relação de amor, mas de compromisso e obrigatoriedade em fazer o que eles mandam, parecem mais empregados do que Filhos.
____E o que mudou na sua vida após a volta a casa paterna?
Filho Pródigo____ Bom, confesso que não fazia ideia de quanto meu Pai me amava, imagine você que todos os dias ele ficava á minha espera. O jeito que ele me abraçou, me pôs aquele manto, me deu a sandália e o cajado, tudo isso sem exigir que eu tomasse um banho, ele cobriu a minha sujeira e imundície com aquela veste. E fez uma festa inesquecível. Nesse retorno descobri algo inédito, o amor do Pai, imenso, grandioso, gratuito e incondicional. Juro que eu não sabia....
___Então nessa parábola, o foco é o Pai Infinitamente Bom e Misericordioso?
Filho Pródigo ___ Pois é, Se o Pai não me desse a liberdade de pecar, indo embora da sua casa, jamais eu saberia o quanto ele me ama. Eu sou cada um de vocês aí na Igreja de 2013, a gente vai e vem, e o Pai ali, de braços sempre abertos, nos acolhendo com imensa alegria, porque nos ama de maneira apaixonada...
José da Cruz é Diácono da
Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP
E-mail jotacruz3051@gmail.com
2. Pai, dá-me a parte da herança que me cabe
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - comece o dia feliz)
Estamos na Quaresma, tempo de conversão. Há uma conversão que se faz necessária, sobretudo para aquelas pessoas preocupadas com regras e normas e até com a observância dos mandamentos. Tudo é bom no seu devido lugar. O próprio Deus deve estar no seu devido lugar em nosso mundo e em nossa mente, para não se tornar uma falsa divindade criada por nós. Deus criou o ser humano e está interessado na sua felicidade. O Pai se alegra com o bem de seus filhos. Para podermos participar da alegria do Pai, temos que percorrer um caminho de conversão. Conversão de mentalidade, conversão de visão. A liturgia nos faz ouvir hoje a proclamação do Evangelho da Misericórdia. Escreve o evangelista que “todos os publicanos e pecadores aproximavam-se de Jesus para o escutar”. “Todos”, diz o texto, e aproximavam-se sem medo, embora com a consciência de que nem tudo estava certo na vida deles. Não se consideravam justos. Os “justos” murmuravam contra Jesus. Jesus conta então a parábola do filho esbanjador, de seu irmão mal-humorado e do pai amoroso. Não há amor nem abertura nos filhos, mas há muita misericórdia e compreensão no coração do pai. O único bom é o pai, que abraça os filhos, mesmo sabendo que são mais interesseiros do que amorosos. A parábola convida os escribas e os fariseus a se alegrarem por ver Jesus com os pecadores. Cegos pela compreensão errada que têm da justiça e da fidelidade à Lei, as autoridades religiosas do Templo não compreendiam a misericórdia de Deus. Elas, e todos hoje que não compreendem a misericórdia, precisam de conversão.
Fonte: NPD Brasil em 31/03/2019
Liturgia comentada
Ainda estava longe… (Lc 15,1-3.11-32)
À primeira vista, parece apenas um detalhe, mas é rico de ensinamentos… O filho pródigo ainda estava longe quando o pai o “avistou”. Este olhar de longo alcance nos fala muito de nosso Deus.
Acompanhemos a bela meditação de François Haab:
“Ausente, silencioso, o Pai não estava menos presente. Todos os dias, ele esperava, vigiava a volta de seu filho. O Pai o vê de longe e logo o reconhece. Para Deus, mesmo longe já é bastante perto. Isto basta para que ele se aproxime. No entanto, o filho não se parece mais com o que ele era. Está irreconhecível. Em termos teológicos, o filho não é mais a semelhança do Pai.
Tomado de piedade à vista do filho, o Pai tem as ‘entranhas revolvidas’. A palavra ‘misericordioso’ significa ‘quem tem entranhas de mãe’. É o que Rembrandt quis expressar em seu quadro, ao pintar diferentemente as duas mãos do Pai que abençoava: uma de homem e uma de mulher, a mão que sustenta e a mão que acaricia.
O Pai se lança a seu pescoço. Não o deixa enfrentar sozinho o regresso à aldeia, onde deveria suportar zombarias, injúrias e, talvez, pancadas. É o Pai que toma sobre si a humilhação desse trajeto, como Jesus o fará por nós durante sua Paixão. E o cobre de beijos, enlaça-o com os dois braços. O verbo empregado por Lucas significa ‘abraçar muitas vezes’. E um longo beijo é o sinal de reconciliação. Assim, após uma disputa, a reconciliação era marcada por uma cerimônia onde os protagonistas se abraçavam publicamente.
O Pai não expõe o pecado de seu filho, mas cuida das de suas feridas, de modo que elas não deixem nenhuma cicatriz, nenhuma desonra. Lemos no Salmo 32,1: ‘Felizes aqueles cuja falta foi cancelada e o pecado perdoado’. É nesse momento preciso, sob os beijos paternos, que o coração do filho reconhece simultaneamente a enormidade de seu pecado e o imenso amor de seu Pai.”
Quase sempre, esta parábola é intitulada “do filho pródigo”. Alguns autores, como Joachim Jeremias, corrigem para parábola “do amor do Pai”, recolocando no foco o verdadeiro protagonista. De fato, muito mais que uma história de conversão, Jesus nos apresenta em detalhes humanos (como no pastor que recupera a ovelha, ou a mulher que busca pela moedinha) uma imagem de Deus Pai, cujo amor por nós supera infinitamente os estragos de nossos pecados.
Já conhecemos bem a treva de nosso pecado. Falta conhecer a ternura de Deus…
Fonte: NS Rainha em 06/03/2016
REFLEXÕES DE HOJE
DOMINGO
Fonte: Liturgia Diária Comentada2 em 31/03/2019
HOMILIA DIÁRIA
Todos nós necessitamos de conversão
Postado por: homilia
março 10th, 2013
Neste 4º Domingo da Quaresma, estamos diante da parábola do filho pródigo que faz parte do conjunto das parábolas sobre a misericórdia que aludem a Jeremias, quando ele descreve a restauração do povo e o anúncio da nova Aliança (Jr 31,1-34). Jesus apresenta aqui o conteúdo da Nova Aliança, através das parábolas do pai que acolhe o filho perdido.
Temos diante dos olhos, o amor misericordioso de Deus, mais forte que o pecado do homem, representado pelo filho mais novo que sai de casa. Embora a motivação de seu retorno (significando a conversão) não seja o amor do pai, mas a necessidade de sobreviver, o fato de ter reconhecido seu pecado foi suficiente para ser visto, mesmo ao longe, pelo próprio pai com compaixão.
Desta maneira, o gesto de retornar foi suficiente para demonstrar a iniciativa da gratuidade do amor do pai que se adiantou no encontro, correndo, lançando-se ao pescoço do filho e cobrindo-o de beijos. Entretanto, no exato momento em que o amor paterno atingiu o seu clímax pelo ritual da festa, entra em cena o filho mais velho, representando os fariseus e os escribas que murmuravam contra o hábito de Jesus receber e comer com os pecadores.
O filho mais velho representa a Antiga Aliança, baseada na Lei, enquanto o filho mais novo representa a Nova Aliança, fundada na gratuidade da graça, anunciada por Jeremias e realizada pelas atitudes de Jesus a mostrar o verdadeiro rosto misericordioso de Deus. O filho mais velho representa o orgulhoso fariseu no Templo, desprezando o outro, considerado pecador, enquanto o filho mais novo se assemelha ao publicano arrependido, mas justificado pela graça.
A parábola do filho perdido que foi achado, ao invés de “parábola do filho pródigo”, bem poderia ser conhecida por “parábola do pai misericordioso” cujo amor expressa a nova Aliança de Deus, em Cristo, a motivar a conversão dos pecadores com os quais deseja cear, partilhando Sua amizade.
A parábola expõe a necessidade de conversão para todos, tanto àqueles que se enquadram melhor na figura do filho mais velho, quanto àqueles que se veem espelhados no filho mais novo, pois na realidade todos somos pecadores. O pai é o mesmo e age de forma idêntica, lida ao encontro dos dois filhos. A diferença está tão somente na atitude dos irmãos. Um se reconhece pecador e muda de vida, o outro se julga justo e não se deixa transformar; pelo contrário, fecha-se à imensa misericórdia do pai, escandalizando-se sem motivo e bloqueando-se na sua revolta.
A parábola pode servir para tornar mais frutuosa a celebração do Sacramento da Penitência, se nos detivermos nos aspectos do filho mais novo. E também servir para desmistificar o falso justo, se nos detivermos nos aspectos do filho mais velho. São aqueles que recusam confessar os seus pecados, simplesmente porque são incapazes de reconhecê-los, pois sempre se examinam segundo a Lei e não diante do amor maior e mais exigente da justificação pela graça.
Por isso, às vezes observantes de um código rígido de moral, não compreendem as falhas mais graves dos outros, sendo, inclusive, incapazes de se alegrar pela conversão dos pecadores. Falta-lhes a grandeza de compreenderem a alegria de Deus e do coração de Jesus pela ressurreição dos mortos e reencontro dos perdidos. Falta-lhes também o reconhecimento do amor gratuito de Deus, como experiência mais totalizante do ser, que a simples observância da Lei é incapaz de traduzir.
Padre Bantu Mendonça
Fonte: Canção Nova em 10/03/2013
HOMILIA DIÁRIA
Sejamos misericordiosos como o Pai é misericordioso
Precisamos esbanjar misericórdia para com aqueles que falham, assim como Deus esbanja misericórdia para conosco
“’Este homem acolhe os pecadores e faz refeição com eles’.” (Lucas 15, 2)
Jesus é a misericórdia de Deus encarnada, presente e viva no meio de nós. Jesus é a expressão maior desse amor misericordioso do Pai para conosco. Por isso, os fariseus e os mestres da lei estavam escandalizados, criticando o Senhor, porque Ele acolheu os pecadores e participou de uma refeição com eles.
Quem tem um coração misericordioso como o coração do Pai do Céu acolhe aquele que peca, que erra, falha e faz refeição, faz comunhão e vida, faz-se presente não para julgar nem condenar, mas para acolher, amar, ajudar e dizer: “Eu estou contigo!”.
Deus nos diz, mesmo com nossos maiores pecados: “Eu estou contigo, meu filho, e dessa lama eu queria arrancá-lo. Por isso, de braços abertos, eu o acolho sujo, enlameado”. A parábola do filho pródigo ou a parábola dos dois irmãos, mostra-nos, acima de tudo, a figura de um pai totalmente pródigo, que esbanja misericórdia de uma forma única e sublime.
Um pai que guarda a melhor roupa, que guarda o anel e a sandália, para acolher seu filho que se machucou, extraviou-se e perdeu-se pelas sendas deste mundo. O coração misericordioso do Pai está com as portas escancaradas para acolher qualquer pecador, para acolher cada um de nós em nossas mais profundas misérias, a fim de nos lavar, purificar e redimir.
Só quem experimenta a profundidade da misericórdia de Deus consegue ser, também, profundamente misericordioso com aquele que peca, que falha e erra. Nossas igrejas, comunidades, nossas casas e famílias precisam ser como o coração de Deus, lugar do acolhimento, de receber o filho que está machucado, a ovelha que está desgarrada, a moeda que foi perdida.
Somos tão valiosos, tão preciosos aos olhos do Senhor que Ele nos espera de braços abertos para nos devolver a dignidade que o pecado rouba da nossa alma e do nosso coração. Por isso, é preciso fazer festa quando aquele que erra volta, é preciso ter um coração aberto e não olhar com desconfiança, discriminação e preconceito quando o irmão quer voltar. É preciso, primeiro, dar a ele a roupa da dignidade, oferecer-lhe a misericórdia sublime de Deus. As outras coisas vão se ajeitando depois, vão se acertando ao longo do caminho. O que não podemos deixar de ser é expressão da misericórdia de Deus para quem falha, para quem erra.
Assim como Deus esbanja sua misericórdia para conosco, nós precisamos também esbanjar muito amor e misericórdia para com aquele que falha.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Fonte: https://homilia.cancaonova.com/pb/homilia/sejamos-misericordiosos-como-o-pai-e-misericordioso/ (06/03/2016)
HOMILIA DIÁRIA
Tenhamos misericórdia e amor para com o próximo
Tamanha é a misericórdia de Deus por nós, que nos leva a abraçar o ser humano seja lá qual for a sua situação
“Mas era preciso festejar e alegrar-nos, porque este teu irmão estava morto e tornou a viver; estava perdido, e foi encontrado.” (Lucas 15,32)
Cada vez que medito a parábola do filho pródigo, que nos é proposta neste quarto domingo da Quaresma, volto-me, em primeiro lugar, para este Pai maravilhoso e pródigo, que esbanja amor e misericórdia de forma única e singular, no qual somos incapazes de chegar a tamanha dimensão.
O filho que estava na casa do pai foi embora e gastou tudo, até a si próprio; quando voltou esquartejado, machucado e triturado pelo mundo, o pai estava de braços abertos para acolhê-lo, para amá-lo, perdoá-lo, curá-lo e refazê-lo.
Precisamos primeiro pedir ao pai que nos dê um coração como o dele, para podermos acolher e nos abrir para buscar cada filho que está perdido no meio dos prazeres e pecados deste mundo. Não pensemos somente nos grandes pecadores, porque, muitas vezes, somos como o pai, mas somos também como esse filho pródigo.
Deixamo-nos levar pelo orgulho, pelas tentações do mundo, pelas tentações do nosso interior, do nosso ser orgulhoso, e vamos nos desviando e nos afastando. Cada vez que vamos no sacramento da confissão para confessar os nossos pecados, vamos como o filho pródigo, e há um pai de braços abertos nos acolhendo e purificando; então, levantamo-nos dali com a disposição de sermos, cada vez mais, pais que acolhem o outro no seu pecado.
Eu não me escandalizo mais com pecado nenhum no mundo, pois tamanha é a misericórdia de Deus em nós, que nos lança a abraçar o ser humano seja lá qual for a sua situação.
Precisamos reconhecer que, muitas vezes, somos aquele irmão mais velho, estamos fechados em nós mesmos, na nossa fé, nas nossas orações, nos nossos compromissos. Estamos julgando, condenando, não estamos acolhendo, não estamos amando, não entramos nas profundezas do coração do pai e nos sentimos melhores que o filho esbanjador, quando, na verdade, estamos esbanjando orgulho, soberba, falta de misericórdia e atenção para com o outro.
Hoje é dia de todos nós nos convertermos, sobretudo, diante de tantas atitudes soberbas e orgulhosas que nos impedem de acolher o irmão que precisa voltar, de acolher a miséria que o outro vive ou a situação um pouco embaraçosa que outros possam se encontrar quando em nós assumimos que precisamos ter o coração do pai, ser cada vez menos esse irmão mais velho e nos tornarmos como o pai pródigo no amor e na misericórdia. Experimentamos em nós esse filho esbanjador, que um dia esbanjou o pecado, mas agora está necessitado profundamente do amor desse pai.
Façamos festa, façamos da Palavra de Deus o júbilo da alma e do coração para acolhermos os irmãos, para nos acolhermos no coração de Deus.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Fonte: https://homilia.cancaonova.com/pb/homilia/tenhamos-misericordia-e-amor-para-com-o-proximo/?sDia=31&sMes=3&sAno=2019 (31/03/2019)
HOMILIA DIÁRIA
Acolha a misericórdia de Deus que visita o seu coração
“Naquele tempo, os publicanos e pecadores aproximavam-se de Jesus para o escutar. Porém, os fariseus e os mestres da Lei criticavam Jesus. ‘Este homem acolhe os pecadores e faz refeição com eles.” (Lucas 15,1-2)
Meus irmãos e minhas irmãs, estamos no quarto domingo da Quaresma. O padre leu só o início do Evangelho de hoje, que é uma das páginas mais belas do Evangelho: a parábola do filho pródigo. “A parábola do filho pródigo”, “a parábola do filho mais velho”, “a parábola do pai amoroso”, poderíamos dar esses três nomes porque são três personagens que nos fazem meditar profundamente sobre o nosso caminho de conversão e de amor a Deus.
A Palavra do Evangelho diz que Jesus está cercado de publicanos e pecadores, diz que Ele os acolhe e faz refeição com eles. Na Palavra de Deus e na cultura hebraica, fazer refeição com alguém é dividir a vida, é dividir a intimidade, é fazer das pessoas íntimas, é trazer as pessoas para o convívio familiar, é torná-los irmãos.
Veja, a atitude de Jesus com os publicanos e pecadores, pessoas que estavam totalmente fora do alcance da graça de Deus — segundo a concepção judaica —, mas Jesus se aproxima deles. O detalhe do Evangelho, que não aparece na tradução em português, diz que são todos os pecadores e publicanos, não são só alguns, todos se aproximam de Jesus porque encontram n’Ele a misericórdia e o perdão. Como eu disse, depois Jesus conta a parábola do filho pródigo, do filho mais velho e do pai amoroso.
Você sabe que o filho pródigo representa aqui todos esses publicanos e pecadores que querem uma segunda chance, que querem experimentar o amor. O filho maior são esses escribas e fariseus que criticam Jesus por causa da Sua ação misericordiosa; e o pai amoroso é esse lugar, é esse abraço onde nós nos encontramos. O bom é que desse embate de Jesus com os escribas e fariseus — como eu disse —, nasceu uma das páginas mais bonitas do Evangelho, que é essa parábola.
Neste tempo quaresmal, vamos pedir ao Senhor que o nosso coração se dilate para acolher essa misericórdia de Deus que nos visita
A realidade, que é apresentada na parábola, diz muito para nós, porque o primeiro filho, o filho pródigo, “mata o pai antes da hora”: ele pede a herança; e, depois do seu erro, ele esperava a punição, mas recebe a misericórdia. Isso fala muito para todos nós neste tempo quaresmal, em que precisamos experimentar a misericórdia do Pai.
Já o segundo filho estava dentro de casa, mas o coração estava fora; o coração estava infiel dentro de casa, bem perto do pai. Isso também chama muito a nossa atenção para o perigo de nos perder mesmo pretendendo estar próximos do Pai, sermos íntimos do Pai, pois isso não quer dizer nada, porque o nosso coração precisa ser de Deus, o nosso interior precisa ser de Deus.
Os dois têm a oportunidade de experimentar o cuidado de Deus: o primeiro se deixa levar pelo abraço do pai, pela acolhida, pela volta, cai em si, admite os seus erros e retorna à casa do pai; o segundo, mesmo na insistência do pai, mesmo na atitude amorosa do pai recusa, fecha o coração e se aprisiona numa solidão e numa distância sobre o amor que o pai lhe propunha.
Nesta Quaresma, neste tempo quaresmal de preparação para a Páscoa, vamos pedir ao Senhor que o nosso coração se abra e se dilate para acolher essa misericórdia de Deus que nos visita, que quer nos transformar, que quer fazer de nós pessoas novas. Deixemo-nos envolver por esse abraço amoroso de Deus, o Pai das Misericórdias! E que a nossa vida realmente tenha sentido ao lado d’Ele.
Sobre todos vós, a bênção do Deus Todo-poderoso. Pai, Filho e Espírito Santo. Amém!
Padre Donizete Ferreira
Sacerdote da Comunidade Canção Nova.
Fonte: https://homilia.cancaonova.com/pb/homilia/acolha-a-misericordia-de-deus-que-visita-o-seu-coracao/ (27/03/2022)
Oração Final
Pai Santo, ajuda-nos a viver nesta quaresma o caminho de volta para a tua Morada Santa. Que a Esperança/certeza de que receberemos o teu abraço contamine os nossos companheiros caminhantes deste planeta encantado que nos emprestaste para ser cuidado. Por Jesus Cristo, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 10/03/2013
Oração Final
Pai Santo, que a nossa vida seja a manifestação de uma fé generosa, da consciência de que tudo o que temos e somos é puro dom do teu coração de Pai que tem ternura materna – e nos foi ‘emprestado’ para ser colocado a serviço dos irmãos. Pelo Cristo Jesus, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 06/03/2016
ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, faze-nos humildes para reconhecer que a sedução do mundo nos afasta do teu Reino de Amor. Mas, amado Pai, acima de tudo dá-nos a ousadia de assumir a opção radical de voltar para a tua Casa, onde nos esperas para o abraço misericordioso – o mesmo com que recebeste Jesus, teu Filho Pródigo e nosso Irmão, que ressuscitado, contigo reina para sempre na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 31/03/2019
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