ANO C

5º DOMINGO DA PÁSCOA
Ano C – Branco
“Eu vos dou um novo mandamento: amai-vos uns aos outros.”
Jo 13,31-33a.34-35
Ambientação
INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL PULSANDINHO: Reunindo-nos em nome de Cristo,
Deus nos encoraja a concretizar o sonho do novo céu e da nova terra. Para isso,
faz-se necessário que o Mestre continue presente em nosso meio. Nosso grande
desafio consistirá em perseverar no amor. Fortaleçamos, nesta liturgia, os
laços de amor que nos identificam como comunidade de discípulos e discípulas de
Jesus.
INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL O POVO DE
DEUS: Irmãos e irmãs, neste quinto
domingo da Páscoa, nós que somos a Igreja, comunidade nascida da morte e
ressurreição do Senhor, nos reunimos no seu amor, na força e no poder do seu
Espírito. Vivendo entre tribulações e desafios, nossa esperança está firmemente
alicerçada em Cristo, pois somente Nele e com Ele, venceremos. A Igreja é a
Esposa de Cristo, e com Ele vivemos numa eterna aliança de amor, realizada na
Páscoa e que se consumará no fim dos tempos! Somos a Igreja do Ressuscitado e
Deus, em Cristo, habita no nosso meio e será sempre Deus-conosco e que faz
novas todas as coisas’.
INTRODUÇÃO DO WEBMASTER: Está chegando
o momento em que Jesus vai se despedir de seus discípulos. Reunindo-nos em nome
de Cristo, Deus nos encoraja a concretizar o sonho do novo céu e da nova terra.
Para isso, faz-se necessário que o Mestre continue presente em nosso meio.
Nosso grande desafio consistirá em perseverar no amor. As solicitações do
egoísmo brotam de todas as partes e acabam por contaminar as relações na
comunidade cristã e, uma comunidade contaminada pelo egoísmo, é como um ramo
seco. Aliás, será um contra-testemunho da fé cristã, pois o amor foi banido de
seu meio. Fortaleçamos, nesta liturgia, os laços de amor que nos identificam
como comunidade de discípulos e discípulas de Jesus.
“AMAI-VOS UNS AOS OUTROS...”
Que grande responsabilidade nos confia hoje o Senhor! Diz-nos que as
pessoas reconhecerão os discípulos de Jesus pelo modo como se amam entre si.
Por outras palavras, o amor é o bilhete de identidade do cristão, é o único
“documento” válido para sermos reconhecidos como discípulos de Jesus. Se este
documento perde a validade e não se volta a renová-lo, deixamos de ser
testemunhas do Mestre. O verdadeiro amigo de Jesus distingue-se essencialmente
pelo amor concreto; não um amor nas nuvens; quem não é concreto e fala de amor,
faz uma telenovela, um romance televisivo.
Antes de mais nada, amar é belo, é o caminho para sermos felizes. Mas
não é fácil: é exigente, requer esforço. Pensemos, por exemplo, quando
recebemos um presente: isto torna-nos felizes; mas, para preparar aquele
presente, houve pessoas generosas que dedicaram tempo e esforço; e, assim,
dando-nos algo de presente, deram-nos também um pouco de si mesmas, algo de que
souberam privar- -se. Esta é a dimensão concreta do amor. De fato, amar quer
dizer doar-se... e não só coisas materiais, mas algo de nós mesmos: o próprio
tempo, a própria amizade, as próprias capacidades.
Olhemos para o Senhor, que é imbatível em generosidade. D’Ele recebemos
tantos dons, e todos os dias deveremos agradecer-Lhe... Mesmo que nos
esqueçamos, Ele não Se esquece de nos oferecer cada dia um dom especial; não se
trata de um presente que se possa ter materialmente nas mãos e usar, mas de um
dom maior, um dom para a vida. Que nos oferece o Senhor? Oferece-nos uma
amizade fiel, dom de que nunca nos privará. O Senhor é o amigo para sempre.
Mesmo se O decepcionas e te afastas d’Ele, Jesus continua a amar-te e a
permanecer junto de ti, continua a crer em ti mais de quanto crês tu em ti
próprio. Esta é a dimensão concreta do amor que Jesus nos ensina. E isto é
muito importante! Pois a principal ameaça, que impede de crescer como se deve,
é ninguém se importar de ti – e isto é tisrte -, é quando sentes que te deixam
de lado.A o contrário, o Senhor está sempre contigo e sente-Se contente em
estar contigo. Como fez com os seus jovens discípulos, fixa-te nos olhos e
chama-te para O seguir, “fazer-te ao largo” e “lançar as redes” confiado na sua
palavra. Jesus espera pacientemente por ti, aguarda uma resposta, espera o teu
sim.
Todos sentimos o desejo de nos afeiçoardes e de receber afeto. Se formos
assíduos à escola do Senhor, Ele ensinar-nos-á a tornar mais belos também o
afeto e a ternura. Colocar-nos-á no coração um intuito bom: querer bem sem me
apoderar, amar as pessoas sem querer possuí-las, mas deixando- -as livres. Pois
o amor é livre! É a liberdade que nos deixa o Senhor, quando nos ama. Ele
sempre está perto de nós. De fato, existe sempre a tentação de poluir o afeto
com a pretensão instintiva de agarrar, «possuir» aquilo de que se gosta; e isto
é egoísmo. A própria cultura consumista agrava esta tendência. Mas, se se
aperta muito uma coisa, esta mirra-se, estraga-se: depois fica-se decepcionado,
com o vazio dentro. Se ouvirdes a voz do Senhor, revelar-vos-á o segredo da
ternura: cuidar da outra pessoa, o que significa respeitá-la, protegê-la e
esperar por ela. E essa é a dimensão concreta da ternura e do amor.
(Papa Francisco, Angelus 24 de abril de 2016)
O MANDAMENTO NOVO
O Senhor Jesus atesta que dá aos seus discípulos um mandamento novo, o
de se amarem uns aos outros: Dou-vos um mandamento novo: Amai-vos uns aos
outros (Jo 13,34).
Mas já não havia este mandamento na Lei Antiga, dada por Deus, na qual
está escrito: Amarás o teu próximo como te amas a ti mesmo? (Lv 19,18). Por que
então o Senhor chama de novo aquilo que se prova ser tão antigo? Porventura é
novo por que, despindo-nos do homem velho, nos reveste do homem novo? De fato
não é qualquer amor que renova o ouvinte, ou melhor, o obediente, mas apenas
aquele do qual o Senhor afirma por acréscimo, para distingui-lo do amor carne,
como eu vos amei (Jo 13,34).
Este é o amor que nos renova, porque faz de nós homens novos, herdeiros
do novo testamento, cantores do cântico novo. Este amor, irmãos caríssimos,
renovou os antigos justos, os patriarcas e os profetas, como mais tarde os
santos apóstolos. É este o que, atualmente, renova as nações e, de todo o
gênero humano, espalhado pelo mundo inteiro, forma um novo povo, corpo da nova
Esposa do Filho único de Deus, da qual se diz no Cântico dos Cânticos: Quem é
esta que sobe, vestida de branco? (cf. Ct 8,5). Sim, vestida de branco, porque
renovada. E renovada como? Pelo mandamento novo.
Por isso é que nela os membros são solícitos uns pelos outros: se um
membro, sofre, sofrem ao mesmo tempo todos os outros; e se um membro é
glorificado, todos ao mesmo tempo se alegram (cf. 1 Cor 12,25-26). Eles ouvem e
praticam: Dou-vos um mandamento novo: amai-vos uns aos outros (Jo 13,34). Não
como se amam os que corrompem, não como se amam os homens, só pelo fato de
serem homens. Mas como se amam aqueles que são deuses e filhos do Altíssimo, a
fim de serem irmãos de seu Filho único. Amam-se uns aos outros com o amor com
que ele amou os homens, a fim de levá-los para o termo que lhes dê a plenitude
e onde a abundância dos bens cumule os seus desejos (cf. Sl 102,5). Pois nada
faltará aos seus anseios quando Deus for tudo em todas as coisas (1Cor 15,28).
Este é o amor que nos dá aquele que prescreveu: Como eu vos amei,
amai-vos também uns aos outros (Jo 13,34). Para isto é que nos amou: para que
nos amássemos uns aos outros. E deu-nos a graça, pelo amor que nos tem, de nos
estreitarmos uns com os outros pelo amor mútuo e de sermos unidos os membros
por tão doce vínculo, o Corpo vivo de tão ilustre Cabeça.
Santo Agostinho.
Dos “Tratados Sobre São João” (Trat. 65,1-3)
Comentário do Evangelho
O mandamento do amor é a expressão máxima da
vida cristã
O texto dos Atos dos Apóstolos relata a missão de
Paulo e Barnabé entre os pagãos. A missão itinerante de ambos visa encorajar os
discípulos a permanecerem firmes na fé, não obstante perseguições e sofrimentos
(cf. v. 22). A comunidade primitiva vai se organizando com o fim de cuidar
daqueles que abraçavam a fé (cf. v. 23). A Igreja que nasce do mistério pascal
de Jesus Cristo é impulsionada pelo Espírito Santo para fazer com que a
Boa-Notícia da salvação ultrapasse os limites de Israel: a “porta da fé” é
aberta aos pagãos (cf. v. 27).
O evangelho é a sequência imediata da última ceia
de Jesus com os seus discípulos (Jo 13,1-30). A última ceia, segundo o
evangelho de João, foi o lugar do gesto simbólico do lava-pés, em que os
discípulos são chamados a tirar as consequências dos gestos para a própria vida
e a “imitar” o Mestre (cf. 13,12-17). Aí, na mesa da comunhão, é anunciada a
traição de Judas (13,21-30).
Os versículos que nos ocupam são o indício de um
longo discurso de despedida (13,31–14,31). A saída de Judas, à noite, do lugar
da ceia, desencadeia o discurso que é instrução e revelação. Em Jesus, Deus
revelou a sua própria glória. A glorificação do Filho está, em primeiro lugar,
na sua paixão e morte por amor – esta é a glorificação de Deus pelo homem, e do
homem por Deus. É à paixão e morte que aglorificação se refere (cf. v. 33).
Deus é glorificado na entrega do Filho por amor (cf. 13,1).
O mandamento do amor é a expressão máxima da vida
cristã. Em que ele é novo, uma vez que já se encontra prescrito pela Lei (Lv
19,18.34; Dt 10,19)?
A identidade dos discípulos é dada pelo mesmo
dinamismo que levou o Senhor a entregar-se por nós: “Nisto conhecerão que sois
os meus discípulos: se vos amardes uns aos outros” (v. 35). A medida do amor
fraterno é o amor de Cristo: “Como eu vos amei” (v. 34).
O amor não é uma ideia, nem se reduz a nenhum
“sentimento”, mas é um movimento de entrega que faz o outro viver, que gera
vida: “Sabemos que passamos da morte para a vida porque amamos os irmãos. Quem
não ama permanece na morte” (1Jo 3,14). A Igreja, “morada de Deus com os
homens” (Ap 21,3), deve ser a imagem do Deus que acolhe, que se entrega e faz
viver plenamente.
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Espírito de amor, não permitas que eu seja
mesquinho no amor; antes, que eu seja capaz de amar como Jesus.
Fonte: Paulinas em 28/04/2013
Vivendo a Palavra
Jesus nos deixa como legado o Mandamento Novo: que
nos amemos uns aos outros como Ele nos amou. A Lei antiga – amar o próximo como
a si mesmo – é levada à plenitude: o nosso amor ao irmão deve ser igual ao de
Jesus e não apenas ao nosso amor a nós mesmos.
Fonte: Arquidiocese BH em 28/04/2013
VIVENDO A PALAVRA
A Lei atinge a perfeição, a medida do amor
tornou-se infinita: não se trata mais de amar o próximo como a si mesmo, mas
amar do jeito como Ele, Jesus, amou. Amar não é tarefa que executamos em prazo
definido, mas é missão para a vida inteira nesta terra, em preparação para o
eterno abraço do Pai Misericordioso.
Reflexão
A PORTA DA FÉ
Quando proclamou o Ano da Fé (2012-2013), o papa
Bento XVI escreveu uma carta intitulada A Porta da Fé. Essa expressão nós a
ouvimos vivamente na primeira leitura de hoje (cf. At 14,27). Portanto, em
sintonia com a palavra de Deus, a liturgia deste domingo é um convite a
experimentarmos a alegria de pertencer a Deus.
No dia de nosso batismo, a porta da felicidade
plena nos foi aberta; daquele momento em diante podemos nos referir a Deus de
forma muito íntima e confiante: ele é Pai. Pai que ama. Não condena, não
castiga, não se ausenta. E também não “força a barra”. Respeitando a liberdade
que ele mesmo nos deu, o Senhor só entra em nossa casa se lhe abrimos a porta.
Ele bate à porta, toma a iniciativa de vir ao nosso encontro. Porém não
empurra a porta para entrar.
Na perspectiva cristã, nós nos tornamos dignos pelo
batismo. Mergulhados nas águas, fazemos a passagem de um estado de morte para
uma condição de vida feliz, livre. “Pelo batismo nós fomos sepultados com ele
na morte para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos pela glória do
Pai, assim também nós vivamos vida nova” (Rm 6,4). Ressuscitamos com Cristo. De
modo que, ressuscitados, podemos caminhar com ele. Somos a comunidade dos
ressuscitados. A comunidade pascal.
Por isso, a entrada na comunidade cristã é
passagem, é páscoa! Daí todo o esforço empregado pela comunidade cristã
primitiva em favor da catequese (catecumenato) de iniciação cristã.
Simbolicamente, ser batizado é a entrada na Terra Prometida. Olhando pelo
retrovisor da história da salvação, somos, pois, o “resto” do povo salvo pelas
“águas do dilúvio”. Somos também o povo que passou a pé enxuto pelo mar
Vermelho. Atravessamos também as águas do Jordão. Ali, tomamos posse da Terra
da Promessa. Isto é, entramos na Igreja.
Quem mergulha nas águas batismais segue o caminho
de Cristo. “Se alguém está em Cristo, é nova criatura. Passaram-se as coisas
antigas; eis que se fez realidade nova” (2Cor 5,17). E ainda proclama o
Apocalipse: “Eis que faço novas todas as coisas” (Ap 21,5). A comunidade cristã
vive, desde já, a esperança da plenitude em Deus.
Assim, em meio a todos os desafios e dificuldades,
ser cristão consiste no seguimento de Jesus Cristo, andar na contramão do mundo
perverso. “Como eu vos amei, assim também vós deveis amar-vos uns aos outros.
Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se tiverdes amor uns aos
outros” (Jo 13,34-35). Aí está nosso compromisso. O Senhor ressuscitado, que
nos abriu a porta da fé, ajude-nos a vivê-la, no amor.
Fonte: Paulus em 28/04/2013
Reflexão
O relato do Evangelho está no contexto da última
ceia de Jesus com seus discípulos. Após Judas sair de cena, o Mestre reconhece
que chegou a “hora” e aproveita o pouco tempo que lhe resta para dar as últimas
instruções aos seus. A “hora” de Jesus é a sua glorificação, quando transforma
a traição na oportunidade de se entregar ao Pai e à humanidade. Antes disso,
porém, deixa aos seus o novo mandamento do amor. A única exigência do Mestre é
que seus seguidores se “amem uns aos outros”. O mandamento do amor já existe no
Antigo Testamento, mas Jesus o transforma no “novo mandamento”. A novidade de
Jesus está em dizer “assim como o Pai me amou e assim como eu os amei, amem-se
uns aos outros”. Em outras palavras, deem a própria vida de forma gratuita. É
justamente amando gratuitamente e, se preciso for, até as últimas consequências
que demonstraremos ser discípulos de Jesus. A marca, portanto, dos cristãos é
“amar como Jesus amou”. O Mestre não pede amor para si, mas em favor dos irmãos
e irmãs. Esse será também o caminho da propagação eficaz da mensagem. Não basta
aderir a Jesus individualmente, é necessário demonstrar isso com o compromisso
amoroso e solidário com o próximo.
(Dia a dia com o Evangelho 2019 – Pe. Luiz Miguel
Duarte, ssp)
Meditando o evangelho
O DISTINTIVO DO DISCÍPULO
A profissão de fé no Cristo Ressuscitado incide, diretamente, na vida do
discípulo. Ela não é um discurso vazio, uma abstração intelectual, nem tampouco
uma bela teoria. A fé consiste em acolher Jesus de tal forma, que toda a
existência do cristão passe a ser moldada por esta opção. E o molde da vida
cristã é a vida de Jesus. Seu distintivo é o amor mútuo.
Estando para concluir o ciclo de orientações aos discípulos, o Mestre
resumiu tudo quanto havia ensinado, num único mandamento, chamado de mandamento
novo: "Amem-se uns aos outros, como eu amei vocês". A prática do amor
mútuo é a expressão consumada da fé em Jesus. Não existe fé cristã autêntica,
se não chegar a desembocar no amor.
Não se trata de um amor qualquer. O modelo é: amar como Jesus amou as
pessoas, a ponto de entregar a própria vida para salvá-las.
O verdadeiro discípulo distingue-se pelo amor. Quanto mais autêntico e radical
for este amor, mais revelará o grau de sua adesão a Jesus.
A capacidade de amar-se mutuamente indica o quanto Jesus está agindo na
vida do cristão. A presença salvadora de Jesus tem o efeito de desatar o nó do
egoísmo, que afasta os indivíduos de seus semelhantes e, por conseqüência, de
Deus também. O cristão, salvo por Jesus, manifesta a eficácia desta salvação na
vivência do amor.
Oração
Espírito de amor não permitas que eu seja mesquinho no amor; antes, que
eu seja capaz de amar como Jesus.
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. A
Glória e o Amor
(O comentário do
Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa
Senhora Consolata – Votorantim – SP)
Podemos trocar neste evangelho, a palavra Glória por Sucesso, que
significa ser bem sucedido em algum empreendimento humano, obtendo o
reconhecimento de todos, recebendo as honras e os elogios, por ter sido o
melhor, por ter sido um vencedor. É assim em uma carreira profissional ou
política, é assim no mundo das artes, da ciência ou do esporte, onde o mais
ágil, o mais forte, o mais bem dotado, sempre vence. Uma vitória traz algo
muito buscado por todos que é o poder, e quem o alcança tem as pessoas á sua disposição,
que irão manifestar sempre o apoio, em uma clara submissão ao seu ídolo. É a
glória! Como exclamam felizes, os que a alcançaram. O ídolo se torna uma
referência, uma marca, um estilo de vida que irá servir de modelo a todos.
Alimenta-se assim uma verdadeira veneração do Ego do vencedor, que pensa
sempre em si mesmo, em seus interesses, em suas conveniências, que planeja e
arquiteta sempre o que lhe favorece e lhe faz bem, ou em outras palavras; que
tem um “mundo” girando ao seu redor. Em um sistema egoísta que favorece um só
ou alguns felizardos, basta olharmos o modelo econômico corrompido pelo
neoliberalismo, e que mantém na ponta da pirâmide quem chegou lá, por
merecimento ou por mecanismos escusos porque sendo assim, cada irmão ou irmã
torna-se um concorrente que deve e precisa ser eliminado, quando se busca o
sucesso e a fama. O sistema nos faz pensar e agir desta forma e assim, simples
adversários são transformados em inimigos!
Entretanto, a glória para Deus é o oposto do que é para os homens,
porque não tem como fundamento o egoísmo, mas sim a solidariedade e um modo de
amar que o homem nunca tinha visto ou experimentado antes. Um amor verdadeiro
quer construir, renovar, ajudar o outro a crescer, quer a vida e o bem do
próximo, quer vê-lo livre para tomar decisões sábias, para conquistar seus
ideais, construir sua própria vida e fazer a própria história. Mas tudo isso
poderá ter um preço muito alto, que nem sempre estamos dispostos a pagar, pois
o sistema nos convence de que, qualquer investimento deverá sempre ser feito
para nós mesmos e não para os outros, pois é perigoso ajudar as pessoas a
crescerem em dignidade, amanhã elas poderão ser mais um concorrente.
Esse modo de pensar e de viver é sempre perigoso, pois pode representar
a perda até da própria vida, é melhor pensar e viver como todos os outros, pois
somos condicionados a vencer, ninguém quer perder, ninguém quer a derrota,
ninguém deseja o fracasso. Não vale a pena dar a vida pelos outros, ninguém irá
reconhecer!
Pois essa é a glória para Deus, quando pensamos e agimos diferente do
mundo, por causa do evangelho, Deus é glorificado, porque pensamos e agimos
exatamente como o Filho Jesus. Por essa razão que neste evangelho, exatamente
quando começa a delinear-se um aparente fracasso do ideal do reino, proposto
por Jesus, com a traição de Judas, o Mestre anuncia que o Filho do Homem foi
glorificado e que Deus foi glorificado nele. Ao ser glorificado pelo Filho, que
não pensa e não age conforme o sistema marcado pelo pecado do egoísmo, mas sim
pelos valores do Reino, o Pai o glorificará quando chegar a sua hora, a hora da
cruz, que será aparente fracasso para os homens, mas a gloria para Jesus,
provavelmente é este o sentido do ensinamento que ele faz aos seus discípulos
na citação “quem perder a sua vida por causa de mim, irá ganhá-la”.
Mas como percorrer um itinerário tão desafiador, que vai na contra mão
do sistema opressor e explorador? Onde poderá o discípulo encontrar força para
seguir o Mestre e trilhar esse mesmo caminho? Na segunda parte deste evangelho
Jesus deixa\aos discípulos o seu legado e o seu testamento, que é dado na forma
de um mandamento novo “Amai-vos uns aos outros, assim como eu vos amei”. Esse
amor é muito mais que um sentimento, muito mais que uma virtude, esse amor é o
próprio Deus, que tem a força renovadora, única capaz de transformar a tudo e a
todos, dando-nos um novo céu e uma nova terra, levando o homem a seu destino
glorioso junto a ele. Quem ama como Cristo nos amou, e não tem medo de perder,
já antecipa em sua vida um pouco deste novo céu e desta nova terra! Que nossas
comunidades sejam assim! Amém. (V Domingo da Páscoa Evangelho João 13,31 -33..
34-35)
José da Cruz é Diácono da
Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP
E-mail jotacruz3051@gmail.com
2. Deveis
amar-vos
(O comentário do
Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia
2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)
Aproxima-se a festa da Ascensão do Senhor. Jesus diz aos discípulos que
estará com eles por pouco tempo, mas que o verão de novo. Fala também da sua
glorificação, que entendemos ser sua paixão, morte, ressurreição e ascensão ao
céu. Deixa-nos o seu mandamento, o mandamento do amor. Os verdadeiros
discípulos de Jesus serão conhecidos no mundo pela caridade que praticam.
“Amem-se uns aos outros como eu os amei.” Aí está tudo, e isso basta. O pecado
consistirá em não praticar o amor. O que em nossos relacionamentos não for
construtivo, o que visar à diminuição da pessoa humana, é pecado e tem sua
origem no demônio. O amor fraterno será o distintivo dos discípulos de Jesus.
No meio da multiplicidade de denominações cristãs, no meio das inúmeras
fundações dentro da própria Igreja Católica, a pedra de toque da autenticidade
de todas elas será sempre a caridade prática e eficaz. “Nisto todos conhecerão
que vocês são meus discípulos, se vocês se amarem uns aos outros.” “Amai-vos
uns aos outros” é uma ordem a ser cumprida, sem interpretações. É o distintivo
dos discípulos. Nada mais os distingue dos outros, nem roupas, nem diplomas,
nem cargos ou funções. É a prática da caridade que faz o verdadeiro discípulo
de Jesus e a verdadeira Igreja. Tudo o mais, sem a caridade, não é autêntico.
No Livro do Levítico, Moisés transmite ao povo orientações práticas para
a vivência fraterna. O mandamento: “Amarás o teu próximo como a ti mesmo” é
apresentado como consequência da santidade de Deus. “Sede santos, porque eu, o
Senhor vosso Deus, sou santo.” Este mandamento expressa o que é natural em cada
um de nós. Buscamos e fazemos o que parece bom para nós, mesmo quando
objetivamente é prejudicial. Pense nas drogas de qualquer tipo. Ninguém bebe
porque acha a bebida ruim. Bebe porque gosta. As consequências mostrarão o que
há de mal no beber sem medida. No mandamento de Jesus já não se trata de amar o
próximo como a si mesmo, e sim de amá-lo como Jesus amou. O exemplo e a medida
desse amor estão em Jesus. Jesus é o nosso único modelo. É para ele que olhamos
e a ele imitamos. O vidente do Apocalipse vê a renovação do céu e da terra. A
obra de Jesus se completa. Há um novo céu e uma nova terra. O passado se foi.
Tudo é novo, até mesmo a Cidade Santa de Jerusalém. Uma nova Jerusalém desce do
céu, de junto de Deus, vestida como uma noiva. O Filho de Deus, ao se encarnar,
veio morar entre nós. Agora ele introduz a natureza humana na morada definitiva
de Deus com os homens. Confirma-se que somos o povo de Deus, aquele que faz
novas todas as coisas. Acabaram-se as lágrimas do luto e da dor. Se houver
lágrimas, serão de alegria. O amor venceu.
Os Atos dos Apóstolos nos contam com que entusiasmo Paulo, Barnabé e
seus companheiros anunciaram o Evangelho nas regiões da atual Turquia.
Encorajavam os discípulos para que permanecessem firmes na fé. Mostravam que
era necessário passar por muitos sofrimentos para entrar no Reino dos Céus.
Olhando para a Jerusalém do Alto e vendo o Cristo glorificado, podiam concluir
que os sofrimentos deste mundo não têm comparação com o que o Senhor preparou
para nós no seu Reino. Os apóstolos deixavam em cada lugar presbíteros que
ajudavam as novas comunidades evangelizadas a perseverar na fé e a superar as
dificuldades.
REFLEXÕES
DE HOJE

19 DE MAIO-5º DOMINGO da PÁSCOA
VEJA AQUI MAIS HOMILIAS DESTE DOMINGO
HOMILIA DIÁRIA
Postado por: homilia
abril 28th, 2013
Estamos no Tempo da Páscoa, da Ressurreição.
Celebramos, nestes dias, o poder sem limites de Deus. Tudo é possível para Ele.
No Espírito, Deus Pai tem a energia capaz de transformar tudo. Jesus
ressuscitou como primícias, mas, depois dele, ressuscitará também seu corpo, a
Igreja. A Igreja poderá ser aquela nova Jerusalém, casa do Amor e da Missão com
que Jesus sonhou quando estava fisicamente entre nós.
A comunidade cristã é missionária porque Deus
continua fazendo sua obra. Ele, por intermédio do Espírito, continua a
missão de Jesus. A Igreja missionária não é dona de sua missão; procura ser
transparência, expressão, colaboradora da missão de Jesus.
A velha Jerusalém nós já conhecemos. Está amarrada
a um passado violento, a seus ritos e sistema religioso caducos, a suas
autoridades malévolas. Não conhecemos a nova Jerusalém. Não está aqui. Vem do
céu como uma noiva adornada para seu esposo. É cidade de sonho, fundada pelo
Deus que quer nos surpreender com a novidade: “Eis que eu faço novas todas as
coisas!”
Poderíamos nos contentar em dizer que a vinda da
nova Jerusalém será “no final dos tempos”. Já estamos no final dos tempos,
desde que Jesus ressuscitou! A nova Jerusalém desce todos os dias a nossa
terra. É um dom que diariamente nos é oferecido. Isso acontece, entretanto, de
forma misteriosa, sacramental. A nova Jerusalém se oferece e se manifesta às
“testemunhas escolhidas por Deus”. É o corpo ressuscitado e novo de Cristo.
Os que são agraciados com a contemplação da descida
da nova Jerusalém, com o aparecimento do corpo eclesial de Jesus ressuscitado
têm outra consciência, vivem as realidades eclesiais “de outra maneira”. Não
ajustam sua vida ao estilo da velha Jerusalém. Deixam com facilidade que o
velho passe, para que se instaure a novidade que vem de Deus. Não se agarram a
velhos estilos de poder, a contradições mortas. Não querem ressuscitar o velho
culto, não adoram o dinheiro, não procuram esplendores caducos.
Jesus nos diz, de maneira muito forte, que o sinal
característico de seus discípulos é o amor fraterno. A condição essencial é que
“nos amemos uns aos outros”. É a marca da autenticidade. Sem essa marca, somos
produto adulterado. Empenhar-nos em que reine entre nós o amor fraterno não é
tarefa fácil.
Existe Páscoa e existe Ressurreição. Existem
possibilidades para que se torne realidade o sonho de Jesus, o sonho de Igreja.
Preparando a acolhida da nova Jerusalém, podemos já viver antecipadamente sua
presença. Abertos às pequenas tarefas que a mãe Igreja nos confia, podemos
descobrir a maravilha do projeto misterioso. É nos dado participar do amor do
Reino que tudo une e harmoniza: o amor aos irmãos. Por isso, quem ama seus
irmãos tem a Vida.
Dom Eurico dos Santos Veloso
Arcebispo emérito de Juiz de Fora (MG)
Fonte: Canção Nova 28/04/2013
Oração Final
Pai Santo, dá-nos sabedoria e coragem para Amar
como Jesus Amou. Amar a ti, Pai querido, amar à natureza que nos emprestaste
para ser cuidada, amar a todos os homens e mulheres, como imagens vivas do teu
cuidado paterno. Nós te pedimos pelo Cristo Jesus, teu Filho e nosso Irmão, na
unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 28/04/2013
ORAÇÃO FINAl
Pai Santo, ensina-nos a ternura para com os
irmãos, a compaixão para os que mais sofrem por causa do egoísmo da nossa
sociedade consumista. Dá-nos generosidade para a partilha dos bens que
colocaste sob os nossos cuidados e gratidão pelo dom inefável de Jesus Cristo,
teu Filho que se fez nosso Irmão e contigo reina na unidade do Espírito Santo.

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