

O mês de junho é
dedicado ao Sagrado Coração de Jesus. A devoção ao Sagrado Coração tem as suas
origens na devoção popular e, sem dúvida, é uma das piedades mais difundidas e
mais amada pelos fiéis.
A expressão “Coração de
Cristo” nos remete à totalidade de seu ser, Verbo encarnado para a salvação de
toda a humanidade. Esta piedade popular tem a sua fundamentação na Sagrada
Escritura. Jesus, em seu Evangelho, convida os discípulos a viverem em íntima
comunhão com ele, assumindo a sua palavra como modo de vida e revelando-se um
mestre “manso e humilde de coração”.
Esta expressão também
nos remete ao momento da morte de Cristo, em que, do alto da cruz, por uma
lança o seu Divino Coração foi transpassado, de onde jorrou sangue e água,
símbolo do nascimento da Igreja e de seus sacramentos, símbolo de nossa
redenção. Na água está a nossa purificação e no sangue está a nossa salvação.
Neste momento a esposa de Cristo, a Igreja, lava e alveja as suas roupas no
sangue do Cordeiro.
O texto que narra Cristo
mostrando o lado e as mãos aos discípulos e o convite a Tomé para estender a
mão e tocar seu lado também faz parte da fundamentação desta devoção. Esses
textos narram o convite que Cristo faz todos os dias a nós, o convite para
participarmos de sua ressurreição, entrarmos em sua glória, tornando-nos parte
integrante dela, testemunhando-a com nossas vidas e com nossas ações.
Coração nos lembra amor,
e há no mundo algum outro coração que amou mais do que o Coração de Jesus? Amor
verdadeiro, que só no seu coração encontramos. Todos os dias temos que pedir
para que Cristo nos conceda a graça de termos os nossos corações semelhantes ao
dele, pois o seu coração é a fonte, o rio, o oceano de misericórdia, no qual
somos mergulhados.
Às vezes, para nós este
Sagrado Coração se mostra um tanto radical, pedindo de nós um grande
despojamento (cf. Mt 19,21) que nem sempre estamos prontos ou dispostos a
aceitar. Como no caso do jovem que se encontra com Jesus e pede para que ele o
diga o que deve fazer para ter a vida eterna. Não pronto para esta
radicalidade, o jovem volta para casa entristecido. Atitude diferente têm
inúmeras pessoas que, em determinado momento de sua vida, encontraram-se com
este coração e não tiveram medo de dizer o seu sim e se lançar nele.
Celebrar o Sagrado
Coração é lembrar que Cristo foi verdadeiramente homem e verdadeiramente Deus.
E, sendo homem, também teve os mesmos sentimentos que nós temos. Mas com uma
diferença: seu coração sempre foi manso e humilde, por isso nunca maltratou
ninguém. Sendo Deus, nunca julgou, mas sempre usou de misericórdia,
compadeceu-se dos sofredores e humilhados e sempre prestou-lhes ajuda e
consolo. E nós, como andam os nossos corações?
No dia seguinte, após a
solenidade do Sagrado Coração de Jesus, celebramos a memória do Imaculado
Coração de Maria. Não temos como falar do Filho sem falar da Mãe, não podemos
celebrar o coração do Filho e não celebrar o coração da Mãe.
Essas duas celebrações
estão ligadas mostrando-nos um sinal litúrgico da proximidade desses dois
corações: o mistério do coração do Salvador se projeta e se reflete no coração
da Mãe, que é também companheira e discípula. Se a solenidade do Sagrado
Coração de Jesus celebra os mistérios pelos quais fomos salvos, fazer memória
do Coração Imaculado é celebrar a participação da mãe na obra salvífica do
Filho.
A devoção ao Imaculado
Coração de Maria difundiu-se bastante após as aparições em Fátima, onde ela nos
pedia a oração e o jejum para que a guerra se findasse.
Durante todo este mês de
junho, quando lembramos o Sagrado Coração de Jesus e o Imaculado Coração de
Maria, possamos aprender deles o amor, a paciência e a graça de saber perdoar.
Pois foi Ele mesmo que nos mandou amar uns aos outros como Ele amou.
Autor: Diego
Henrique de Assis da Conceição
Seminarista da Diocese
de Piracicaba, estudante do 1º ano de Filosofia
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